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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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  Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry

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Danto
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MensagemAssunto: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime9/8/2016, 05:22

14 de março de 2002, Berlim.
Sexta Noite

Suas proles apanas obedeceram as suas ordens, na realidade, Jessica saia quase correndo do local enquanto Olivia parecia lutar contra o desejo de ficar sempre ao seu lado, uma triste expressão da devoção causada pelo laço de sangue, a jovem é praticamente carregada por sua irmã de abraço em direção a saída. Em poucos instantes o teatro se esvaziava, seus olhos eram capazes de ver apenas os mais antigos membros do clã Ventrue no local, todos de pé, aguardavam ansiosamente por algo que estava para acontecer.
Wilhelm, Hardestadt, Katerine, Magnus e Friederich caminham pelo interior do teatro em direção ao palco central, subindo um a um, eles se colocavam a frente dos aliados de Gustav. Lucinde caminhava até Wilhelm e falava algo brevemente com o mesmo em um tom baixo de voz. Você olhava ao arredor e não via nenhum neófito ou ancillae do clã Ventrue presentes naquele ambiente, foi Stalest Coursain que botou fim a todo o silêncio do ambiente.

-Digam-me Senhoras e Senhores, estão felizes com a vergonha que trouxeram para o nome do clã Ventrue? Os senhores príncipes sabem que as punições serão severas e irrefutáveis correto?

Arn von der Rosenhohe responde.

-Sim nós sabemos a dimensão dos erros aqui cometidos, reconheço que respondi a um chamado equivocado e que jamais estaria de pé ao lado de um lunático como Gustav. Mas infelizmente, estive ao lado dele durante a execução do Justicar Tremere e essa é uma falha que eu assumo ter cometido.

Gustav responde imediatamente.

-Blasfêmia, seja ao menos homem o suficiente de assumir que jogou o mesmo jogo que eu e que nós todos perdemos! Você se se coloco acima de todos Arn, mas era apenas uma forma de garantir a sua própria consciência intacta, suas mãos estão tão sujas quanto as minhas! E afinal de contas, quem deixou esse verme de sangue sujo ficar de pé nos observando até agora?

Gustav olha na sua direção, irritadíssimo com toda a situação o Kaiser olhava para você com um enorme desprezo. Wilhelm então finalmente eleva a voz, claramente cansado de toda a situação.

-Gustav, sinceramente, chega. Calado por favor! Não existe mais uma plateia para ouvir as suas falsas ameaças e resmungos mal educados. Você certamente assusta esses pobres neófitos e consegue dobrar a vontade de exércitos, mas tenha o mínimo de bom senso de calar-se de uma vez por todas!

Gustav imediatamente corre em direção a Wilhelm e tentando desferir um golpe contra a própria prole, é impedido pela pequena Justicar Ventrue. A jovem garota de não mais de dezoito anos de idade aparente segurava a força de Gustav com apenas a palma da mão direita. A Justicar finalmente mostrava a força que fizera dela a famosa e inabalável "Aleastor Vermelha".

-Ouse erguer vossa mão, Príncipe deposto de Berlim, ouse e verás a fúria do clã Ventrue arrancar-lhe a coluna! Basta desta insanidade sem nexo! A progenitora de todas as linhagens germânicas está a caminho e devemos recepciona-la aos moldes antigos! Não como falsos imperadores impetuosos e soberbos!

Gustav recua, retornando para próximo de seus aliados. Permanecendo em silêncio. E inesperadamente, todos os membros que ficaram no lugar se colocavam de joelhos, menos é claro, o próprio Hardestadt que jamais se colocaria de joelhos. Você sente uma desesperadora sensação de pavor, sua testa começava a suar sangue e sua musculatura se endurece.


Você sente cada osso do seu corpo ranger, era uma dor inexplicável que fazia seus joelhos cederem e o levavam a força ao chão. Algo estava rodeando o seu corpo, teus olhos não ousavam olhar diretamente para a criatura que estava próxima de você. As cadeiras do teatro eram removidas, uma a uma, pela força da criatura que estava se deliciando em brincar com  seu terror. Você sente ela se aproximar, sua besta se calava e desaparecia dentro do seu corpo, escondendo-se no mais profundo da sua alma e começando a chorar em pânico. O medo era incontrolável, você queria sair correndo em prantos, queria desaparecer completamente. Mas era impossível, não havia escapatória. Você então sente uma mão feminina tocar um dos seus ombros, trucidando seus ossos como se eles fossem feitos de porcelana. A mulher monstruosa se abaixava e sussurrava.

-O pútrido odor do sangue fraco, a vergonha de o quão baixo pode chegar a glória dos grandiosos herdeiros de Caim... Eu devo devorar a tua existência verme? Ou devo devorar as minhas próprias crias primeiro? Vamos, verme, coloque-se de pé. Fizestes a tua escolha veja agora o que acontecerá...

Desparecendo de perto de você,a mulher atravessava o teatro em uma fração de segundos, aparecendo atrás de Gustav. Todos se viravam para olhar na direção dela, pois ela segurava o poderoso Kaiser pelos cabelos como se ele não passasse de uma criança desobediente. A mulher tinha quase dois metros de altura, era assustadoramente branca, portava-se como uma valkiria dos contos medievos da cultura nórdica. Usando uma saia longa e envelhecida pelo tempo, com o tronco inteiro nu e um elmo de ferro na cabeça. Ela atravessa o corpo de Gustav e crava as presas no pescoço do mesmo, cometendo um amaranto na frente de todos. De pé nas cinzas de Gustava a mulher lambia os dedos, tomada por uma fúria incontrolável e uma quase orgasmática sensação de glória que só o maior dos pecados poderia oferecer.

-Eu sou Ilse Reinegger e o destino me agraciou com uma segunda oportunidade. Vocês clamaram por Justiça, vejam a própria caminhar e destruir todos vocês, falsos príncipes, falsos imperadores, falsos líderes, irei trazer a justiça divina para cada um de vocês!

Ela senta sobre as cinzas de Gustav, dobrando o joelho direito e apoiando o braço sobre o mesmo, encostando a face sobre o braço. Ela sorria ao olhar na sua direção, a visão da mulher era ao mesmo tempo divina e demoníaca. Ela exalava uma sensualidade e uma beleza sobrenatural, assim como também representava o maior de todos os seus medos. Era como olhar diretamente nos olhos de uma Deusa da Guerra, de uma criatura de poderes titânicos. Olhando você, ela indaga.

-Você, sangue fraco. Começarei pelos mais inferiores, o maior dos vermes já se foi, é a vez do segundo. Qual é a sua defesa?!


Isle, a Imperatriz:
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime9/8/2016, 14:59

Howard observava suas proles deixarem o local, e sentia-se culpado pela forma que Olivia estava preso a ele. Em menores proporções temia que pudesse comparar a si próprio e Jessica com os anciões a sua frente, Wilhelm e Gustav. Sendo Howard o ancião sem escrúpulos que escraviza vontades e Jessica o idealismo de liderança altiva e justa.

O ancillae ouvia Gustav lhe ofender em demasia e também ouviu quando a própria prole do Kaiser ordenou que se calasse. A força do punho de Gustav foi suprimida pela poderosa Justicar. Tudo aquilo era surreal, anciões poderosos se enfrentando a sua frente, Justicar impedindo o antigo Príncipe de Berlim de atacar a própria prole como deveria ser acostumado a fazer. Sentença de morte de todos os Príncipes Germânicos. O fim daquele Conclave era histórico, era majestoso e a excitação que isto causava no ancillae fez com que não saísse do Teatro como os demais Membros haviam feito.

A excitação acabou quando o terror se apossou de seu corpo, a presença da antiga Ventrue lhe afetou drasticamente, provavelmente mais que os demais por causa de sua potência sanguínea que era ínfima se comparado aos demais Membros. Ter ficado no Teatro começava a assombrar seus pensamentos, tudo que sua Besta queria era distância daquele monstro. Seus joelhos se dobraram e seu ombro estraçalhado pelo toque da Imperatriz sequer doía, seus pensamentos se sobressaíam aquela sensação, era como estar num furacão de dor, ódio e medo.

A visão que Howard tinha de como seria a destruição do antigo Kaiser não era nada comparada ao desfecho que a progenitora Germânica dos Sangue Azul havia dado a sua própria prole. Amaranto, o pior dos crimes e na antiguidade utilizado em demasia pelos mais antigos Membros como punição e também forma de aumentar o poder próprio.

Quando indagado pela Deusa nórdica da Guerra, o ancillae colocou-se de pé, suas mãos tremiam e então ele as colocou rentes ao corpo. Sua testa suava sangue, seus olhos queriam derramar lágrimas de medo, sua expressão de horror ingenuamente tentava se esconder em um porte confiante e sério, típico do Ventrue. Esforçava-se para não gaguejar, sua voz saíria trêmula e fraca, mas o mesmo temia desonrar ainda mais a presença da Ventrue titânica.

- Vossa Majestade, Imperatriz Ilse Reinegger, honro seu retorno e imploro pela sua justiça esta noite.

Disse Howard enquanto fazia uma mesura super rígida e formal, quase nos padrões asiáticos. Quando a cabeça pendeu para frente, torceu para não perder a consciência ou seria legitimamente seu fim. Jamais havia ficado tão próximo da morte, o temor de um cainita tão antigo era terrível, imagina como era Londres regida pelo também poderoso Mithras. Os poucos momentos que manteve a cabeça baixa, fechou os olhos tentando concentrar-se, buscou todas as atitudes que havia visto naquela noite para exemplificar para aquela matusalém o que ele realmente representava para si próprio e para os Ventrue. Retomando sua postura, passou os olhos por Hardestadt que mantinha-se de pé apesar da presença aterradora da Imperatriz e focou ambos estáticos nos olhos da antiga, como era o costume de seu clã quando falavam com Membros mais antigos.

- Meu nome é Howard Blake, prole de Hellen Bridges, oitavo no sangue e herdeiro da linhagem de Mithras. Os domínios de minha Senhora pertencem a um território além do oceano, onde o clã Ventrue estendeu suas raízes afim de prosperar como o reinado absolutista que demandas desde tempos imemoriais. Minha presença neste evento trata-se de um acontecimento do destino, pois meu real objetivo nesta cidade seria de seguir os passos do mundialmente conhecido entre os Membros como Príncipe dos Justos, Vossa Excelência Wilhelm Waldburg, prole de Gustav Breindestein. Este, que diferentemente dos demais Príncipes Germânicos aqui presentes não participou deste ultrajante episódio que desonra vigorosamente em especial o clã Ventrue. Gustav reuniu todos os Príncipes germânicos e juntos eles deram início ao plano Werwolf que consistia basicamente na extração dos mais antigos adormecidos em terras do Sacro Império Germânico. Usando o vitae desses matusaléns para gerar poderosos caniçais e soldados implacáveis, além é claro, de usar esses vitaes antigos para aumentar as próprias forças. Os Príncipes encontraram um Matusalém Ventrue, chamado Erik Eigermann, um matusalém Ravnos chamado Ankla Hotep, um matusalém Brujah chamado Lucius Cornelius Scipio e por fim, Penelope uma ancestral Cappadocian.

Blake fez uma breve pausa e passou os olhos pelos demais presentes, tornou a fitar a matusalém que estava sentada sobre as cinzas de um tirano secular e continuou:

- A potência e limites de meu sangue, embora diluídos em gerações de Membros que me antecedem, ainda é do clã Ventrue. Meus princípios e ideais são os mesmos que nutrem nossas linhagens há milênios, desde os tempos de Artémis de Esparta, Camila de Roma, o Fundador da Camarilla Hardestadt o qual tenho a imensa honra de compartilhar a presença esta noite e o já citado Wilhelm Waldburg, verdadeiro e leal Príncipe de Berlim. O passar dos séculos mudaram nossa perspectiva de observar o tempo correr, abraçamos aqueles que demonstram serem merecedores da imortalidade, que fazem as diferenças nas difíceis noites, que possuem a persuasão e o poder de liderança que sempre primamos, o clã é unificado cada vez mais, foi criado um Conselho de Ephorate para decidir todos os movimentos daqueles que honram portar o sangue dos Reis.

O ancillae coloca-se de joelhos frente a imponente figura da Imperatriz Ilse, antes de baixar a cabeça ele conclui trêmulo:

- Vossa Majestade, imploro para que a Justiça seja feita esta noite. Puna pelos crimes cometidos àqueles que forem merecedores de sua fúria e deixe com que aqueles que honram o sangue dos Reis que lhes foi atribuído, como eu, mantenham seus objetivos nas noites que se seguem.


Após as últimas palavras, Howard manteve-se de joelhos, não ousou levantar novamente a cabeça, aguardando apenas seu julgamento pela mãe de todos os cainitas germânicos.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime10/8/2016, 15:07

Todos permaneciam ajoelhados enquanto você falava, nenhum deles ousava olhar diretamente para a imagem da Imperatriz. A única exceção continuava sendo Hardestadt, que de pé observava toda a situação, sem esboçar nenhuma reação. A Imperatriz demonstrava toda a idade milenar que possuía por não exibir nenhum único traço vivo, nenhuma respiração, nenhum piscar de olhos, era como se um corpo morto o observasse enquanto você falava. Quando finalmente você ficava em silêncio, os sons dela se levantando, do piso do palco rangendo abaixo dos pés dela, seguidos pelo pequeno salto que ela realiza para descer e caminhar na sua direção, eram as únicas coisas que você era capaz de sentir.

-Levantastes sem autorização, buscastes minha presença com teus olhos. Tentas colocar-se no mesmo pódio onde se localizam os mais antigos e importantes membros do clã. Pequeno neófito, sua audácia é curiosa e inocente... Quem és para afirmar que compartilha dos ideias de Artémis? QUEM?! VOCÊ JAMAIS SERÁ DIGNO!

A ultima parte da frase dela ecoava como um grito, o rugido de um monstro. O seu medo era tão intenso que o frenesi desaparecia, seus olhos começavam a chorar compulsivamente, seu corpo estremecia e a matusalém avança contra você. Segurando a sua cabeça ela o tira do chão,jogando-o para trás e pisando na sua coxa, muito acima do seu joelho. Rapidamente a Imperatriz toca a sua perna, a dor era inexplicável, seu choro se transformava em algo incontrolável... Seus olhos viam a monstruosa guerreira arrancar a sua perna esquerda.

-Eu ouvi tudo que foi dito aqui, tudo! Todos os sentimentos, todas as palavras! Não me tome como inculta, seu presunçoso herdeiro do vitae de Mithras. Eu ouvi suas proles, eu senti o medo delas. Me diga,onde está agora o homem que força o laço sobre sua primeira prole e humilha a mais jovem? Você se ergue como uma maquina de orgulho falso, esconde-se através de um véu fino de hipocrisia e diz nomes fantásticos. Essa é a sua defesa? Choramingar feito uma criança? É isso que o clã dos Patrícios virou? Pequenos burgueses brincando de Reis?! Eu não vou mata-lo agora, você verá o julgamento e irá me responder. Quem lhe deu a autorização de possuir a vontade de suas proles? Jessica é muito mais Ventrue do que você jamais será. Ela merece a comparação com Artémis, você jamais. Você é como Gustav...  E não ouse responder! Quero ouvir apenas o teu choro e nada mais! Se abrir a sua boca pútrida mais uma vez, irei destruir toda a sua linhagem!

A mulher atira a sua perna para longe, virando-se e caminhando de volta para o palco. O julgamento iria começar e você estava no inferno. A sua perna caia tão longe que você não era capaz de ver, o rombo na sua carne e a ausência do osso eram terríveis e doíam muito, uma enorme quantidade de sangue era expelida pela amputação brutal feita pela matusalém.

-Arn...querido Arn, você é o próximo!


[Off: -5 pontos de sangue. 5 de dano letal]
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime10/8/2016, 16:38

A reação da imensa matusalém não era esperada por Howard. Ele havia se esforçado para provar seu valor, a informação da presença da mesma anteriormente durante o Conclave não lhe passou pela cabeça de Howard sequer um segundo enquanto formulou as palavras que dissera. Nestes quase dois séculos, jamais havia sofrido um ferimento, fosse de combate ou descuido, ameaças eram frequentes mais nunca vieram acompanhadas de amputações violentas.

"...eu falhei...perante a maior dos cainitas que já pude presenciar...ela me julgou e sou uma desgraça para o sangue...me deixou vivo para presenciar as puniões dos demais...Justicar e proles de Gustav serão também punidos?...As informações eram de que Gustav havia cometido a diablerie em sua Senhora, séculos atrás...e agora ela surge como uma arauto da destruição...chocando sua presença aterradora em todas nossas vontades e destruindo tudo aquilo que acreditamos...maldito foi o dia que decidi vir a Berlim...temo por Berlim com a presença da Imperatriz...os dias não serão mais os mesmos...ela fala de justiça antiga...seus padrões as tradições comuns são diferentes..."

Os pensamentos de Howard eram confusos, manteve-se focado para não perder os sentidos, o sangue perdido seria valioso agora. Esforçou-se para fazer com que parte do vitae que ainda lhe restava se concentra-se na ferida aberta pela simples força bruta da matusalém, mesmo assim, ainda precisaria encontrar seu membro decepado se quisesse permanecer de pé novamente nas próximas noites, se ele ainda fosse poupado daquele julgamento que estava apenas começando.

Suas lágrimas de sangue escorriam pela face, queria virar-se e ficar de joelhos como os demais, mas a falta do Membro dificultava o movimento e temia que isso ocasionasse mais um episódio violento por parte da antiga Imperatriz. Ele manteve-se no solo, onde a antiga o jogou, seus olhos fitavam apenas o chão do palco inundado de sua própria vitae, tentava evitar o contato visual com a matusalém, aproveitando da embaraçosa posição, olhou um a um os presentes e suas atitudes frente as próximas palavras da Deusa da Guerra.

Off: Gasto de dois pontos de sangue para recuperar vitalidade.
Off²: Pontos de Sangue - 8. Ferido.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime11/8/2016, 16:14

A Imperatriz nórdica caminhava calmamente na direção de Arn, você ainda sentia a dor brutal gerada pela ausência da sua perna. A enorme mulher subia novamente no palco após um salto simples, parando em frente a figura de Arn que estava ajoelhada, a mulher indaga.

-Qual é a sua defesa jovem Arn?

O quinto de seu sangue, prole de Alexander de Paris, Arn von der Rosenhohe permanecia ajoelhado em frente a mulher. Sem levantar os olhos, ele responde.

-Falhei com meu clã e linhagem, meu senhor e o senhor deste. Ouvi os conselhos diabólicos de um homem que se mostrava um líder digno por fora, mas por dentro era uma víbora devorada de suas próprias crias. Quando essas terras mais precisaram de mim, eu estava dormindo, isso a levou a duas grandes guerras mortais onde vários morreram por causa das megalomanias e pertubações do falso Kaiser. Eu falhei com tudo que jurei proteger...


A mulher toca a cabeça de Arn, fazendo um breve afago em seus cabelos ela expõe o veredito.

-A justiça ouviu a sua defesa. Sua punição é a escolha de um sucessor e o torpor eterno. Se tornar a despertar terá de enfrentar a Justiça mais uma vez, você é a partir dessa noite até o eterno futuro, passado.

Em poucos instantes após tirar a mão de Arn, a Imperatriz corre na direção dos outros Príncipes. Destruindo imediatamente todos que tinham participado ativamente dos escândalos do projeto Werwolf. Entre os mortos, estavam Claudia Schoenecht, Giselher, Karl Weissmont, Ritter de Munique e Thomas. Todos destruídos imediatamente por golpes brutais e vulgares, suas cabeças eram arrancadas e seus braços atirados para o alto, seus tórax destruídos e seus corações estraçalhados. Restava agora apenas Julia Anastasia, Wilhelm, Friederich, Katarina e Magnus.

-Julia Anastasia... Prole de meu querido Erik Eigermann. Como fostes capaz de profanar o vitae de teu próprio Senhor? Diga-me, Anastasia qual é a sua defesa?

Julia Anastasia se levanta e olha diretamente para a grande matusalém. Abrindo os braços ela diz.

-Não existem defesas. Eu fiz o que eu desejava e o que eu considerei correto, tudo em nome da glória das minhas terras, dos meus aliados e dos meus companheiros. Fui criada para governar, comandar e liderar, custe o que custar.

A nórdica de quase dois metros de altura, sorri ouvindo a resposta de Julia Anastasia. O corpo dela já estava quase inteiramente coberto por uma pegajosa camada de sangue, as presas a mostra, a besta da anciã se manisfestava após a resposta de Anastasia e a mulher a condenava.

-A você, a pior de todas as mortes.

A selvageria da justiça arcaica movia as mãos de Isle até a face de Anastasia, arrancando-lhe os olhos, a língua, os dedos das mãos e os pulmões. Tudo feito com as garras negras vindas da metamorfose. Eram feridas que jamais se fechariam, que jamais seriam interrompidas. Anastasia grita de dor, caindo no chão e levando a mão aos olhos. A Imperatriz a pega pelos pés e arrasta pelo palco, como se a mesma fosse apenas um animal a ser abatido. Deixando um enorme rastro de sangue no chão, a brutalidade parecia ser infinita se não fosse pela voz de Hardestadt.

-Isle, basta. Deixaremos essa mulher sob a luz do grande sol e isso será mais do que o suficiente.

A Imperatriz solta o corpo de Anastasia e atravessa o palco para pegar uma das enorme cadeiras de madeira, arrancando o encosto de madeira da parte traseira e atravessando o tronco inteiro da mulher com a madeira do encosto, para em seguida olhar para Hardestadt e falar.

-Feito, my lord. Por onde continuamos o julgamento? Devemos nos apressar pois o meu destino é eminente e inevitável.

A resposta de Hardestadt era definitiva e confiante. Era impressionante como aquele homem conseguia dar ordens a um monstro como aquela matusalém, afinal, o quão poderoso era o nome Hardestadt?! Enquanto você ainda refletia sobre a influência do ancião, o próprio responde.

-O julgamento começará do mais antigo para o mais novo. Seja breve, mas seja justa.

Isle então caminhava na direção de Magnus, que continuava ajoelhado. A alta mulher se ajoelhava na frente de Magnus e segurava a face do homem, como uma esposa a segurar a face de seu marido. Ela dá um beijo breve nos lábios de Magnus e diz.

-Meu amado, minha primeira prole e única digna prole. O que eu farei contigo? Qual é a sua defesa?!

A resposta veio imediatamente, pela voz grossa e rouca do enorme Ventrue.

-Eu errei a muitos anos atrás, quando ainda era um neófito. Fui incapaz de abandonar meus laços mortais, valorizando a amizade com meu irmão não fui capaz de suportar a morte natural devorar a carne viva dele, eu então a implorei para abraça-lo. E quando minha presença foi necessária para impedir as atrocidades por ele cometidas, o sono me venceu. Despertei no final da segunda guerra e fui convencido a não guerrear pelo pacifista Wilhelm. Meu erro, minha amada senhora, meu erro foi manter minha humanidade forte de mais.

A mulher então dá seu beijo de despedida nos lábios de seu grande amor, para em seguida segurar o mesmo pelo pescoço e começar a tomar todo o seu vitae. Ao contrário do amaranto feito em Gustav, Isle apenas se alimentava de sua prole, removendo todo seu vitae para que o mesmo caísse em torpor. Erguendo-se, com os olhos marejados de sangue e os lábios encharcados de vitae, ela caminha na direção de Wilhelm.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime15/8/2016, 13:57

Um a um os Membros mais antigos caíam nas mãos da matusalém Ilse, apenas Hardestadt mantinha-se soberado, em pé como se controlasse a situação toda. Howard tentou entender a situação naquele momento, mas a pressão e agonia que sentia não o deixava pensar com facilidade.

Buscou se erguer do chão, a falta da perna incomodava, mas mesmo assim se manteve sobre o joelho que ainda lhe restava, as mãos postas no chão e a cabeça baixa como os demais. Assim ele deveria honrar a matusalém que fazia sua justiça antiga naquela noite derradeira.

Em seus olhos lágrimas rubras e em sua mente memórias de seus erros.

Olivia. Outrora carniçal de Blake por cerca de quatro anos, proprietária de um enorme banco americano que nas últimas gerações da família Johnson havia conquistado uma gigantesca fatia do mercado imobiliário e industrial. Os financiamentos eram controlados por Olivia com maestria, bancos concorrentes não conseguiam acompanhar sua estratégia vencedora, muitos vendiam-se para sua corporação. Seus primeiros anos como prole foram exuberantes e muito bons, as raízes da linhagem de Frederic respondia as expectativas muito rapidamente, e apenas seis anos foram suficientes para dominar o nicho bancário nacional, com cerca de 16% das demandas do Estado. Então, surgiu São Francisco, uma pedra no sapato, totalmente anarquista e sem estrutura da Torre de Marfim, Howard e Olivia se viram tratando diretamente com o Barão da cidade, embora de pensamentos diferentes as negociações andavam bem, até Olivia errar e comprometer o plano ao vender latifúndios oriundos de uma negociação duvidosa do Barão, abrindo a intenção dos dois Ventrue ao Barão Brujah. Expulsos da cidade, com a generosidade do Barão, Howard consultou Hellen que lhe ordenou a destruição de sua prole pelo fatal erro na empreitada. Contrariando as ordens de Hellen, Howard aprisionou Olivia num laço de sangue para evitar a destruição da mesma, a culpa por tal ato lhe destruia nas noites que se seguiram. Ela lhe acompanhava em tudo, era uma escrava de sua vontade, quase um robô criado para servi-lo. Como a Justicar havia dito, estes tempos não mais precisariam de atos vis e cruéis como estes.

Jessica. Pensar em Jessica remete a culpa e sentimento de perda por seu carniçal e estimado amigo Franck Hymes, o qual foi assassinado pelo antigo Príncipe Brujah Julian, através das maquinações realizadas por Howard para minar o poder do antigo Brujah em Washington. Franck era um próspero partidário da causa abolicionista e estudou com Blake durante a vida mortal do mesmo. Após o Abraço, Howard apresentou a Franck sua nova condição cainita e fez do mesmo seu único carniçal. Foram longos dezesseis anos servindo ao Ventrue. Franck deixou duas filhas e uma esposa após a morte. Howard manteve-se sustentando a família Hymes secretamente, através de ações superfaturadas colocadas no nome de seu falecido amigo após a morte. Muitos anos mais tarde, Howard conhecera a frente de uma poderosa empresa de logística naval, Jessica. Instrosectiva, personalidade poderosa, uma líder exemplar. Quando as informações sobre a vida da mesma vieram através de um dossiê montado por Foster, Howard viu a chance de redimir-se com a memória de Franck. Ele então, trouxe Jessica para o sangue pensando honrar uma parte de sua mortalidade que havia permanecido com Franck desde seu triste final.

A dor da perda se abatia, não havia Besta naquele momento, o peso na consciência lhe veio como uma bala de canhão, destruiu suas bases, lhe fez afundar em melancolia e o sentimento de culpa lhe devorava mais profundamente do que a fúria da Imperatriz a sua frente.

"Todo este tempo...egoismo...egocêntrismo...todas minhas ações...a desordem, a decadência...levei Olivia a um laço de sangue...tratei Jessica como se fosse um animal desobediente...me tornei arrogante...qual o próximo passo?...megalomania?...estou findado a me tornar o que Gustav tornou-se? Destruirei minhas proles a bel prazer?...a justiça da Imperatriz me mostra como sou fraco...sou uma sombra do que deveria me tornar...falo em honra...falo em ter o sangue dos Reis...enquanto demonstro atitudes de um escravagista decadente...este não sou eu...o que foi que me tornei?"

Howard mantinha-se apoiado em uma das mãos enquanto a outra permanecia sobre os olhos e testa, as lágrimas escorriam por entre seus dedos e gotejavam o chão já sujo pelo próprio vitae. Eram lágrimas de vergonha, de desprezo pelas próprias escolhas.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime15/8/2016, 21:20

A poderosa e gigantesca anciã se movia lentamente até a imagem ajoelhada do príncipe dos justos. Parando a frente do mesmo, ela fazia a mesma pergunta que fizera a todos os ali presentes até então.

-Qual é a sua defesa, jovem Wilhelm?

O príncipe dos Justos se levantava, surpreendendo a própria matusalém que imediatamente reagia de forma agressiva, tensionando o corpo na direção do príncipe. Mas ele apenas sorriu e fez uma reverência para a antiga, ela por sua vez reagia com confusão, mas estava claramente impressionada. Os olhos de Hardestadt se enchiam de orgulho em relação a figura de Wilhelm.

-Meus erros são enormes, minha Senhora, são tão incontáveis e trágicos que me vejo entregue ao mais puro e verdadeiro sentimento de falha. Sobrevivi aos terrores de Gustav mas paguei um alto preço e jamais esqueci dessas dividas, elas me assombram todas as noites. Eu sabia que Gustav abusava do corpo de minha irmã e nada fazia, eu sabia que ele havia cravado uma estaca no peito de Magnus e nada fazia... Eu sabia de tudo, Imperatriz, das terríveis torturas aplicadas a Friederich; Da dominação aplicada sobre Peter que o reduzia a uma simples máquina de matar; A inveja que ele sentia da beleza natural de Thomas e como ele o humilhava publicamente; E principalmente Bernhard, uma prole que eu eduquei e que eu vi ser morta em minha frente, apenas porque ele conseguia provar o quão errôneas eram as ações de Gustav... Eu me levantei muito tarde, com o peso de todos meus irmãos em minhas costas e com as dores em meu coração por jamais ter defendido eles. Minha fraqueza expôs a minha família, expôs a minha cidade e expôs toda a Alemanha à uma vergonhosa liderança. E é por isso, minha Imperatriz que eu renuncio em sua presença ao meu título de Príncipe. Irei me dedicar exclusivamente ao meu clã, irei reparar as minhas falhas e reconstruir o nome dos Ventrue Germânicos.

A Imperatriz sorri e faz uma reverência para Wilhelm. Era glorioso ver o quão honesto um verdadeiro líder Ventrue poderia ser, era essa a essência que fizera do clã o maior dentre todos os outros. Os escolhidos de Caim deveriam ser todos espelhos de Wilhelm e talvez sua Senhora sempre soube disso, mas seria incapaz de refletir nela própria os conceitos de Wilhelm. Caberia a você a tarefa, e seu aprendizado finalmente começava.

-És um orgulho para o sangue de meu Senhor e Progenitor do Clã, por favor meu caro, ajude aquele neófito estirado ao chão... Esta na vez de julgar Friederich, pois não há nada a ser ouvido de Katarina, pobre alma, aguentou de pé os piores devaneios de Gustav e vivera por centenas de noites, escrava do vitae e da dominação dele...
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime16/8/2016, 14:27

"O que espera o Príncipe Wilhelm...? seu julgamento será como o de Magnus?...ele está levantand...mas o que?"

Por entre as lágrimas que gotejavam de sua face, o horrizado e amargurado Howard tentava espiar, sua vinda para Berlim havia sido para conhecer este homem que agora levantava-se e sorria para a Imperatriz, que fora capaz de destruir Gustav e tantos outros. Após uma reverência, suas palavras adentraram a mente do ancillae e Howard percebeu que seu sofrimento perto daquele passado pelo Príncipe dos Justos era ínfimo.

"Toda essa dor...todo esse tempo ele convive com isso...Lady Katarina...meu Deus...as atrocidades cometidas por Gustav...em nada refletem no comportamento exemplar de Wilhelm...Gustav, seu monstro...seu final foi muito brando...não sofreu o necessário, deveria ter recaído sobre sua desgraça o mesmo fim que Julia Anastácia....maldito seja! MALDITO SEJA GUSTAV!!!"

Howard desmorona, seus braços curvam-se a medida que o peso de seu corpo pende para frente, sua testa toca o chão levemente e ajuda seus braços arqueados a suportarem o peso do próprio corpo aleijado, embora fechados seus olhos continuam a verter lágrimas, ele queria gritar, queria sair daquele lugar amaldiçoado que estava, preocupava-se com a segurança de Jessica e Olivia.

"...nunca serei como você...jamais minhas proles carregarão a mácula de meus erros, a podridão que excretou sobre os ombros deste homem digno..."

As palavras finais de Ilse recaem sobre Howard novamente, ela estava dando uma lição aos Membros do clã, ao modo dos antigos conquistadores de continentes inteiros do passado, Wilhelm era o primeiro que havia saído ileso do julgamento, não era mais um Príncipe, mas com certeza tal título não lhe faria falta agora que Gustav estava destruído. Um suspiro partiria dos pulmões de Howard, mas o esforço para isso lhe deixaria cada vez mais próximo da fome e ele queria que isso não acontecesse naquele momento, o julgamento dele ainda não acabou.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime17/8/2016, 01:10

Com calma, Wilhelm caminhava para fora do palco e em sua direção. Ele estava com um sorriso aliviado na face, havia se livrado de um peso de séculos que estava sobre seus ombros. Em passos suaves ele se movia pelo interior do teatro e retornava com a sua perna que fora anteriormente arrancada, abaixando-se para coloca-la junto a sua ferida. Ele perguntava.

-Você sabe como fazer isso meu jovem?

Segundos após a pergunta dele, era possível ouvir a voz potente da Imperatriz mais uma vez. Ela era direcionada ao Arcebispo do Sabá que se encontrava de joelhos na frente da mesma.

-Friederich, aquele que fugiu para retornar com outro nome e erguer dentro da cidade uma mácula de criaturas sórdidas e odiadas. Qual é a sua defesa, terceiro filho do pecador?

A demora da resposta deixava um clima ainda mais delicado e tenso no interior do Teatro. O ancião do Sabá não parecia estar pensativo, muito menos assustado, ele então se manteve de joelhos e sem olhar para a Imperatriz ele diz.

-Minha única educação foi o açoite dos chicotes de Gustav. Nem um único livro era permitido em minhas mãos, nem uma única carta ou pena. Oportunidades de me apresentar ao clã eram negadas pelo próprio e minha casa era uma jaula de ferro dentro de uma prisão. Você me pergunta, do alto de sua imponência sanguínea, qual é o meu pecado...

O Arcebispo se levanta. Indomável, forte e olhando nos olhos da Imperatriz com o vigor indestrutível que apenas os soldados de Ártemis possuíam.

-Escute a minha resposta, Imperatriz, eu não cometi pecados. Eu não reconheço essa palavra, eu não dobro meus joelhos diante da justiça divina pois nosso criador a recusa. Somos filhos de Caim, o pecado é o que nós fazemos a cada noite que nos levantamos e nos recusamos a ouvir o chamado dos arcanjos do Deus Criador. Eu então apresento a você a minha defesa... Fugi antes que fosse um a ter a cabeça arrancada, corri desesperadamente sem nunca mais olhar para trás. Rastejei como um verme, envergonhado e abatido. Escolhi a solidão e as sombras, abandonado meu passado e minha humanidade. Eu desejava morrer. Eu desejava nunca mais ter que erguer e me alimentar do sangue de alguém, minha existência era pífia... Mas eu renasci dentro da Espada de Caim. Eu me reconstruí, pedaço por pedaço, tijolo por tijolo. Ergui com minhas mãos uma fortaleza e a habitei com os seres que me acolheram, que me compreenderam e que me amaram verdadeiramente. Reconheço meu erro e ele foi apenas um. Eu deveria ter ateado fogo no maldito castelo de Gustav e destruído toda sua herança! Não errei em me juntar ao Sabá, não errei em me corromper e perder minha humanidade, para o inferno com esses valores moralistas imbecis e seus pecados falsos! Eu sou maior do que isso, pois eu sobrevivi ao que você deixou para trás. Eu sobrevivi ao SEU erro. Quem irá julga-la?

A Imperatriz sorri e responde ao homem.

-Meu julgamento será feito pelas mãos dos guerreiros de Berlim, eles estão próximos. E você ficará aqui para ser testemunha... Os outros, se retirem imediatamente.

Katarine se levanta e caminha para o lado de Hardestadt. Os dois rapidamente se direcionam para a saída de emergência atrás do palco. Wilhelm então lhe estende a mão direita, aguardando que você a pegasse para que vocês dois saíssem juntos daquele teatro.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime17/8/2016, 13:48

Howard podia ouvir os passos do Príncipe pelo teatro, quando ele finalmente voltava com sua perna, sentia-se aliviado de não tornar-se um aleijado para o resto de seus dias, a grande verdade é que o alivio maior era a própria sobrevivência daquele encontro com a Deusa da Justica, a Imperatriz Ventrue.

Quando questionado por Wilhelm, Howard demonstra muita dúvida no que realmente seria capaz de fazer ou não com o pouco vitae que restava em seu corpo naquele momento. Ele nunca havia sofrido um ferimento de tal gravidade, lembrava-se de um tiroteio estranho que participara em uma emboscada ao Príncipe Frederic de Washington durante o retorno do Elisio da cidade, alguns projéteis haviam se alojado próximo ao peito e pescoço, mas nada de muito sério para ser sanado através da vitalidade Ventrue. Uma perna arrancada apenas com a força bruta, isso era algo inumano e Blake sempre duvidara da real força dos anciões.

"Eu...gostaria de entender como funciona este tipo de situação..."


- Meu Senhor, não sou e nunca fui um guerreiro, jamais tratei um ferimento tão grave, se puderes compartilhar comigo sua sabedoria e experiência em tal tratao, ficarei enormemente agradecido.

Disse o ancillae olhando para cima, para a face aliviada de Wilhelm. Apesar da felicidade estampada no sorriso do antigo, a dor do passado dele ainda inundava os pensamentos e coração de Howard.

"O mundo estava em suas costas meu Senhor...sofro por ter compartilhado suas mágoas e traumas com todos aqui presentes...meu corpo chora por tudo que foi obrigado a passar..."


A visão do Arcebispo erguendo-se representava uma afronta ao poder legitimado pela matusalém, no entanto suas palavras assim como as de Wilhelm demonstrava o quão resoluto era o irmão mais jovem do já não mais Príncipe dos Justos. Ele representava o mesmo modelo de seu irmão para os Membros do Sabá, um líder nato acima de tudo. Howard invejava tais ideais das proles sofridas do Kaiser Germânico e refletia sobre si mesmo e a relação com Olivia e Jéssica.

"Diferentemente deste monstro que finalmente foi destruído...Jessica ultrapassando meu nome e próprias capacidades assim como Olivia...não suprirei seus sonhos, ajudarei a impulsiona-los no caminho certo...isto é o correto a fazer...não quero a desgraça para meu sangue e muito menos para minhas jovens proles...não interessará a mim ser maior do que o nome delas...posso ser um guia, uma segunda opinião, um conselheiro...não serei rebaixado por isso, ao contrário...minha glória será torná-las o que Wilhelm e Friedrich tornaram-se...um exemplo a partir da dor e sofrimento...no entanto, nao haverão mágoas para moldá-las..."

Ouvindo as palavras finais da Imperatriz, Howard apenas esperava a explicação de Wilhelm para que pudesse sair daquele Conclave que havia sido tão importante para a formação de seu novo caráter.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime17/8/2016, 19:12

Wilhelm ouvia a sua resposta e balançava a cabeça positivamente, demonstrando em seguida uma vasta experiência com ferimentos graves. Era notório o porte físico mais forte do ancião Ventrue e não seria estranho imagina-lo como um cavaleiro na idade média. O homem coloca a sua perna amputada junto da sua ferida recém curada, empurrando o membro com força para cima a ponto dos ossos se chocarem. A dor era intensa e você sentia o sangue verter mais uma vez pela ferida enorme, seus olhos se fechavam e seu corpo parecia reagir mesmo sem que você soubesse exatamente como fazer. Era necessário um conhecimento médico acima da média e principalmente experiencia em combate, o mais terrível era o que o próprio Wilhelm disse em seguida.

-Me recordo de já ter ajudado meus irmãos antes, Peter uma vez perdeu o braço em um combate contra os anarquistas e Friederich já foi esquartejado por nosso finado criador.... Eu ao contrário de você fui criado com uma espada em mãos, fui abraçado justamente por ter vencido um carniçal de Gustav em um duelo de justas...Bom, apesar da dor, tudo parece normal. Vamos, nosso tempo aqui já esgotou.

Ele então o ajudava a se levantar, você ainda sentia o seu sangue fluindo com força na direção das feridas na sua perna, era necessário uma enorme quantidade de vitae para deixar sua perna novamente funcional e intacta novamente. Os primeiros passos foram difíceis, ajudado por Wilhelm, você conseguia novamente andar quando vocês dois já estavam a sair por uma das portas de emergência laterais do primeiro piso do teatro. Do lado de fora, haviam dois membros a espera de Wilhelm, duas anciãs. Hallveig Skarsgard, a antiga Gangrel e Helga Ekström, a setita. Ambas sorriam ao verem Wilhelm intacto e se aproximavam, Helga abraçava com força o Príncipe dos Justos e Hallveig se aproximava de você, falando.

-Você se comportou bem jovem, suas proles estão sobre a minha proteção. Existe um meio de transporte a sua espera e ele o levará até o seu refúgio na cidade, meus filhos estão próximos do seu refúgio e guardarão ele até o final dessa noite.



Pontos de Sangue -12. Sem Ferimentos.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime18/8/2016, 16:29

"Ele foi abraçado por vencer um combate? Sobre um cavalo?...Suas qualidades como líder? Surgiram quando...? Gustav era totalmente cego por sua megalomania...Wilhelm aprendeu todos os ideiais que demonstra hoje sendo uma pobre alma nas mãos de Gustav...?"

Howard acompanha os movimentos de Wilhelm com seus olhos, as palavras do mesmo eram chocantes. Ele havia testemunhado tantas atrocidades e falava das mesmas como se fosse algo comum.

"Esquartejado pelo próprio Senhor...??"


Pensou Blake incrédulo olhando para a face de Wilhelm após o comentário sobre Friedrich.

Howard tratava de ajustar os passos conforme a ferida em sua perna se fechava, os milagres da vitae realmente se mostravam surpreendentes, era dele que todos os Membros utilizavam seus poderes sobrehumanos, os Tremere retiravam sua feitiçaria e os Ventrue, principalmente, escravizavam vontades. Era o vitae que ligava laços de sangue, que criava carniçais, que muitas vezes demonstrava o poder particular de um Membro. Quanto mais concentrado fosse, maior era o poder e o desejos dos demais de possuí-lo.

A visão das duas anciãs pareciam confortável se comparado ao inferno que havia se passado dentro daquele teatro. Ao ver Helga abraçar Wilhelm, Howard entendia como era esse tipo de preocupação, queria sair daquele lugar e abraçar Olivia e Jessica onde quer que elas estivessem. As palavras de Hallveig lhe confortaram, estavam bem e acompanhadas da linhagem da anciã grangrel e ele logo as encontraria.

Olhando para a anciã, Howard respondia num tom de voz sério, mas muito mais calmo do que momentos antes:

"Olivia...Jessica...estou indo...o que?...minha fome se intensificou...a ferida era grave demais...preciso me alimentar esta noite, ou a próxima será um perigo oportuno a mim..."

- Fico muito agradecido pelo que faz por mim Sra. Hallveig, assim que me instalar na cidade corretamente, ficarei a sua disposição para tratarmos da maneira que lhe retribuirei esta enorme gentileza.


Estendendo a mão para beijar gentilmente a mão da anciã como os costumes do clã mandavam, ele volta-se para Wilhelm.

- Lord Wilhelm, não tenho palavras para expressar o que fez hoje por mim. Não obstante disso, como um Membro do clã, gostaria de lhe dirigir minhas mais sinceras desculpas por minha defesa tão falha e arrogante na noite de hoje. Tenho muito o que aprender, e estar nesta cidade próximo a um Ventrue tão honrado significa um aprendizado muito mais proveitoso.

Por fim, Howard Blake estende sua mão para despedir-se do grande Príncipe Wilhelm, aquele que passou os piores séculos de sua não-vida segurando os corações destruídos de seus próprios irmãos frente a um monstro megalomaniaco.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime19/8/2016, 02:03

A anciã Gangrel permitia a sua forma educada de agradecimento, apesar de demonstrar uma certa dificuldade com a etiqueta tradicional européia. Após o beijo na mão, ela dava um tapa forte no seu ombro e balança a cabeça indicando que iria sim ter uma conversa contigo a respeito da ajuda fornecida e se distanciava em silencio. Helga e Wilhelm finalmente terminavam o abraço, o ex-príncipe ouvia as suas palavras e as respondia enquanto Helga também se afastava junto com a gangrel.

-Você ainda é jovem Howard, mas eu espero que tenha aprendido uma valorosa lição e que jamais mencione o que vistes a ninguém. Entretanto, não acredito que seu pedido de desculpas deva ser direcionado à mim, apesar de compreender as obrigações socais que o fazem pedi-las e é por essas que eu digo, eu o perdoo. Mas reforço a ti, suas desculpas devem ser direcionadas as suas proles. Espero que nas próximas noites possamos conversar com mais calma, gostaria de conhecer suas proles e acredito que você terá que apresentar-se formalmente ao próximo Príncipe. Que acredito perfeitamente que será muito digno, muito mais do que eu jamais serei para essa cidade... Agora, com sua licença meu caro, não me restam mais forças...

Wilhelm se despedia de você com um forte aperto de mãos e um olhar firme. E enfim, se virava para caminhar junto com as duas anciãs até um carro que os esperava do outro lado da rua. Você também era capaz de ver um carro preto, um sedan, a sua espera. Era a hora de reencontrar suas proles e de recomeçar as relações.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime22/8/2016, 09:25

As palavras de Wilhelm faziam a cabeça de Howard girar no próprio eixo, ele sim deveria pedir desculpas as suas proles pelos atos hediondos que cometera pensando estar fazendo o correto e comum uso de seu sangue e influência. Mas as lições daquela noite, sejam elas dadas por Ilse, Wilhelm e o Arcebispo do Sabá jamais seriam esquecidas pelo ancillae. As noites de suas proles não seriam mais de terror e medo de seu Senhor, elas teriam orgulho dele e ele iria fazer de tudo para conquistar isso, começando por aquela mesma noite.

"Não é o melhor para esta cidade...?...alguém que até hoje segurou o peso de todas aquelas atrocidades de Gustav nas costas...a morte de seus irmãos...a destruição de Membros a bel prazer...com certeza nos veremos Wilhelm...seré um novo eu...mais parecido com você e menos com seu antigo Senhor..."


Howard pensava enquanto caminhava até o sedan que o aguardava, a fome lhe incomodava, havia sido um choque aquele ataque vindo da matusalém mas lhe servia como um aprendizado que nenhum Ventrue da sua idade jamais teria ao longo de sua não-vida.

Enquanto segurava a maçaneta da porta traseira do veículo, do lado oposto ao motorista, Blake imaginava a reação de Jéssica ao vê-lo, Olivia com certeza devido ao seu laço de sangue estaria apavorada e em prantos. Haviam tantas coisas a fazer ainda em Berlim, mas o ancillae deixava pela primeira vez a prioridade em suas proles.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime23/8/2016, 09:57


O carro então se movimentava, deixando para trás memórias inesquecíveis e solidificando dentro da sua mente valores que você nunca sonhara em obter em terras tão distantes. A dor na perna era um incomodo mínimo se comparado a fome que crescia a cada instante, mas nada, absolutamente nada era mais importante do que duas únicas pessoas: Olivia e Jessica.
Quando o carro finalmente estacionava em frente ao local de refúgio que vocês haviam preparado e alugado semanas atrás, já não chovia mais em Berlim. A porta era aberta por suas próprias mãos e você sabia que estava sendo observado, haviam dois corvos no alto de um poste, os olhos das aves o seguiam até que você finalmente entrava no prédio e seguia para o elevador.

 Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry Howard10

E finalmente, você chegava em seu refúgio na cidade. Abrindo a porta do mesmo, você era prontamente recebido por uma calma visão, a sala estava inicialmente vazia, mas ao mesmo tempo preenchida por móveis e decorações de muito bom gosto. Após seus primeiros passos no interior da sala, do corredor principal se aproxima Olívia, com uma face aliviada no rosto a jovem sorri ao vê-lo.

-Meu Senhor, seja bem vindo! Estou profundamente feliz em vê-lo, temi pelo pior. As forças policiais locais anunciaram estado de emergência, os mortais acreditam que um ataque terrorista aconteceu no teatro do conclave...

Você conseguia ver no final do corredor, ainda dentro do quarto que estava com a porta aberta, Jessica sentada na cama. Ela não demonstrava o mesmo amor ou alivio em ouvir a sua chegada, ela sequer levantava a face para olhar na sua direção. Sentada na cama, ela utilizava o telefone, provavelmente em busca de notícias. A ligação dela com a humanidade ainda era muito forte.
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime29/8/2016, 14:16

Howard abria a porta do veículo letargicamente, a fome intensificava-se a cada momento e se não se alimentasse naquela noite, temia ser tomado pela Besta na noite seguinte ao despertar. De relance pôde ver os dois corvos sobre o poste, lhe acompanhando com os olhos, sua mente latejava, fosse pela dor ou pelos acontecimentos daquela noite.

"Eu deveria acenar para os animais..?...agradecerei nas noites que se seguirem...Olivia e Jessica, não há mais nada que possa passar pela minha cabeça neste momento...eu nunca fui bom em desculpas, principalmente minha arrogância frente as necessidades das duas...devo tanto a Wilhelm...e a Ilse mais ainda...ver todos os antigos suseranos destas terras caírem...por erros cometidos em prol da ambição e arrogância...não continuarei este legado corrupto que manchou o nome da Camarilla alemã..."

Antes de alcançar a maçaneta da porta de seu refúgio, o mesmo olhava para seu Rolex, estava quase amanhecendo e isso não era um sinal bom para o próximo dia. A menos é claro que alguém soubesse do ocorrido no teatro, o que era praticamente impossível dando-se aos fatos.

Então, a porta se abre e a face de Olivia ilumina aquela noite de trevas que Berlim havia lhe apresentado, o ancillae tenta se conter e caminha a passos rápidos em direção a sua prole mais velha e fiel graças ao desagradável Laço de Sangue imposto a mesma.

Quando próximo o suficiente, enquanto ela terminava de falar suas braços envolviam-se no corpo da mesma, o queixo tocava o ombro da ruiva e da face escorriam pesadas lágrimas de sangue. Seus braços a seguravam com força, não queriam deixa-la ir para onde quer que fosse, por um momento deixou de sentir a solicitação de alimento que era imposta por sua Besta, sua voz saiu tremida e fraca, seus olhos fecharam-se em um breve momento de calmaria. Quando tornaram a abrir-se, vislumbravam Jessica distante como sempre fora.

- Olivia, me desculpe...peço perdão pelo que fiz com você...espero com todas as forças poder retratar este mal...

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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime31/8/2016, 01:21

Olivia prontamente retribuía o seu abraço, apertando-o com força com os braços e o envolvendo com um enorme carinho. Com uma voz calma e suave, como sempre apresentara, a jovem falou.

-Não se preocupe meu Senhor, não precisa pedir desculpas para mim, não reconheço nenhum erro que possa ter sido cometido por ti e reconheço perfeitamente os erros que por mim foram. Está tudo bem agora, você está exausto e precisa descansar...

Jessica se levantava no quarto, olhando a cena com um desprezo enorme ela bate a porta com muita força e logo em seguida é possível ouvir a tranca da porta se fechando. E de fato, havia algo muito superficial naquela cena, afinal como saber até onde as palavras de Olívia eram sinceras e até onde estavam elas a merce do laço de sangue...

[Off: Ultima ação para o final do Ato]
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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime6/9/2016, 09:54

As palavras de Olivia doíam nos ouvidos de Howard, era o mais esperado do laço de sangue, amor e contemplação. Era inevitável aquele sentimento imposto pelo poder do vitae, mas ele acabaria em breve como Howard desejava. Gustav prendia suas proles ao laço e repetidas vezes cometia atos hediondos com os mesmos.

"Katherine...minha nossa...é dificil até pensar o que ela passou...agora com a mente mais aliviada do Conclave de proporções épicas que ocorrera...tenho sido um monstro desde o laço de sangue com Olivia e desde o abraço de Jessica...tenho trilhado o caminho do Kaiser profano de Berlim...sem me dar conta...como Wilhelm mesmo disse, minhas desculpas serão direcionadas àquelas que mais sofreram e ainda sofrem com este estado...a vontade que tenho é de derrubar esta maldita porta e lhe pegar em meus braços, mas além de minha fraqueza momentânea seria apenas mais um ato a ser odiado por você, não é mesmo Jessica..?"

O ancillae desvencilhou-se do abraço de sua prole mais antiga e caminhou até a porta, ficou um breve momento de pé em frente a mesma. Conhecia Jessica, apesar dos muitos erros, e sabia que ela não abriria.

Olhou em volta para ver onde ficavam os possíveis pontos de luz solar daquele lugar, sentou-se no chão ao lado da porta esperando ficar longe de qualquer iluminação do dia que chegava. Apoiou as costas na parede, cotovelos nos joelhos e as mãos ao redor da cabeça. Havia muita informação, a culpa lhe consumia e o medo de perder as duas proles era imenso.

- Eu preciso muito me alimentar, a fome amanhã será poderosa e temo pela segurança de vocês. Olivia. Jessica. Preciso lhes contar o que aconteceu no Conclave após a chegada de Hardestadt.

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MensagemAssunto: Re: Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry    Ato III - Narrativa de Howard: Desperate Cry I_icon_minitime

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