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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini

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Danto
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MensagemAssunto: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime21/12/2021, 21:00


Domínios de Pietra:
12 de Maio de 1580
Marselha - Corte das Rosas

A corte das Rosas havia demorado várias noites para ser concluída. Sua obra foi monitorada por perto pela própria Rainha das Rosas Douradas, sua Senhora e o resultado não poderia deixar de ser deslumbrante, um novo símbolo cultural para a corte e um marco na história do Clã Toreador. "A nova Constantinopla", era o que muitos diziam pelos corredores da recém reformada portuária de Marsella. E assim como sua grandiosidade era incontestável, sua fama também atraia admiradores e invejosos de todos os pontos da Europa.
Sua divisão obedecia a seguinte lógica: O palacete central chamado de "Palácio dos Três Corações". Onde os três grandes salões de festas eram localizados e interligados. Em sua sequência, haviam as três torres: Bathalos (centro), Pakourianis (sul) e Anthemios (norte). Cada torre era inspirada em suas próprias musas artísticas; A escultura, a pintura e a arquitetura. As torres funcionavam como morada dos membros oficias da corte, assim como, refúgios temporários para os membros de passagem ou em curso de alguma arte/tutoria. Por fim, na parte mais alta, se encontrava o a Corte de Petronius, o coração da corte, onde as reuniões são realizadas e o trono da Rainha das Rosas de Ouro se encontra. Havia ainda um último cômodo, o mais desejado de todos e mais exclusivo, aquele que apenas a linhagem da Rainha e seus mais próximos aliados tinham acesso: Os Salões do Sonhar.

Naturalmente, as três torres que serviam de abrigo para os membros da Corte das Rosas e seus convidados eram profundamente marcadas por singelas e importantes hierarquias. Quanto mais alto na torre você estava, melhor era seu posicionamento diante os olhos da Rainha e inevitavelmente, o seu quarto estava localizado no último e mais alto andar da torre de Bathalos.

As mudanças que outrora eram estranhas e assustadoras, agora eram naturais e corriqueiras para o seu corpo. Era óbvio que tudo havia mudado, porém, também era incontestável que a maior de todas as mudanças que lhe havia ocorrido nos últimos anos era o avanço dentro do seu legado de sangue. E era o custo dessas proezas e belezas que a fazia levantar todas as noites pronta para se alimentar imediatamente!

Por sorte ou preparação, assim que você despertava para mais uma noite faminta, seus olhos percorriam o interior dos seus domínios para encontrar a figura de Théodore, seu único vassalo, a terminar de servir sobre a mesa central uma larga e generosa taça de sangue. Atento, o jovem olhava na sua direção e sorria, dando um passo para trás e fazendo uma breve reverência educada e formal. Para então dizer:

-Boa noite, Senhora Rafaldini. A dama Serre fez a candura de deixar-lhe um pouco de si para seu despertar dessa noite. Peço desculpas caso tenha a acordado, mas tentei ser o mais discreto possível. Além disso, trago algumas palavras que foram ventiladas nos corredores essa tarde... Parece que os refugiados de Florença enfim chegarão à corte essa noite. Quer que eu faça alguma preparação exclusiva ou me atente a algo importante a cerca desse assunto minha Senhora?

Questionava o rapaz, sorridente, enquanto mantinha um tom calmo de voz e gentilmente apontava na direção da taça de sangue na intenção de acalmar as suas presas que se faziam presentes e famintas, como sempre faziam a qualquer tipo de consumo de vitae que teu corpo fizesse.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime22/12/2021, 15:08

A inocência da casa de verão havia ficado para atrás, em muitas noites em meio a corte criada e idealizada por Adela era essa mesma inocência que me fazia suspirar saudosa, mas as paredes grandiosas e magníficas que nos cercavam pareciam não deixar que a inocência voltasse a habitar entre nós.

Sob a proteção da Corte das Rosas criada por Adela, os salões ricos e decorados haviam se tornado nossa morada, nosso refúgio e até mesmo nosso maior tesouro atraindo os olhos admirados e invejosos de toda Marseille, olhos que inclusive não estavam em Marseille.

Se a inocência havia acabado a experiência de ter vivido na corte de Florença se fez valer com rapidez, embora isso me fosse cansativo era o melhor que conseguia fazer para evitar qualquer tipo de desavença sobre o nome de Adela, nome que havia se firmado com soberania como a única rainha das rosas douradas e eu como uma de seus brotos me esforçava para estar a altura deste renome.

O despertar em meu quarto no alto da torre de Bathalos ocorria mais uma vez, acompanhado da fome única que parecia sempre me consumir sem descanso, porém saber que aquela era apenas uma sensação passageira. Respirando profundamente ainda em meio as cobertas de minha cama no primeiro andar da torre, era com curiosidade que observava o trabalho de Theodore meu único vassalo e de certa forma um amigo.

“Para muitos anciões deve ser engraçado lembrar que os papéis já foram invertidos, muitos deles foram vassalos antes do abraço.”

Sentindo minhas presas inquietas era sentando na cama que sorria para Theodore, sua reverência me fazia virar os olhos apenas para rir baixo, voltando meus olhos para o rapaz era com curiosidade que ouvia atentamente suas palavras, incapaz de esconder minha surpresa sobre os refugiados de Florença eu apenas sentia minhas presas mais inquietas em minha boca.

— Buona notte Theodore, espero que seu dia tenha sido bom. Janine não se dou demais não é? Sempre temo que ela o faça sem perceber e não é justo que ela tenha que sacrificar seu próprio bem-estar para me prover.

Respirando com calma eu me levantava da cama apenas para bater de leve a camisola que estava usando e ir até à taça cuidadosamente preparada por Theodore, fazendo um breve sinal de paciência para o rapaz era com cuidado que tomava o primeiro gole da taça, lutando para controlar minhas presas teimosas era apenas quando a sensação urgente de fome se acalmava que, por fim, respondia a Theodore.

— Perdão mio amato, é mais fácil pensar e falar quando a fome se acalma. Não fizeste nenhum barulho, então não é preciso se desculpar por isso, até porque estas fazendo seu trabalho com perfeição.

Comentava apenas para com calma bebericar da taça e ponderar sobre as notícias trazidas por Theodore, saber que Elonzo havia finalmente chegado me deixava ansiosa e de certa forma saudosa, afinal ele havia sido meu primeiro senhor e a delicadeza dos anos de serviçal sobre sua tutela ainda me eram frescos na memória.

“Nós mudamos não é? Será que Elonzo mudou o suficiente para não me reconhecer ou esquecer de nossa amizade?”

Balançado a cabeça a fim de afastar os pensamentos eram sorrindo para Theodore que, por fim, respirava satisfeita.

– Duvido que essas palavras ventiladas pela corte não tenham um fundo de verdade, ninguém seria ingênuo de fazê-lo sem um bom ressalvo. O patriarca da linhagem refugiada de Florença já me foi muito próximo, eu o servi como vassala em minha juventude, então muitos olhos estarão atentos a essa possível retomada de contato.

Respondia enquanto brincava com a taça em minhas mãos, mantelas ocupada era uma forma de controlar a ansiedade que tomava gradualmente meus pensamentos, respirando com força era sorvendo os últimos resquícios do vitae ali contido para só então depositar a taça sobre a mesa que minha atenção finalmente se voltava completamente para Theodore.

— Já que teremos muitos olhos atentos, é bom estarmos preparados. Existe um vestido carmesim com as mangas brancas, ele é fácil de se reconhecer pelo tecido ser florentino. Usarei ele está noite, acredito que a corte já tenha se preparado para recebê-los, mas se ainda conheço algo de Elonzo e Masdela é que eles amam música, seria então de bom-tom preparar uma das salas reservadas para isso. Mais do que isso eu não poderia me adianta sem saber exatamente o que Adella planeja.

Respirando com delicadeza eu me aproximava de Theodore para me colocar na ponta dos pés e lhe beijar a testa com carinho, apenas para lhe apertar a o nariz e comentar de maneira brincalhona.

— Eu já lhe disse que não gosto do Senhora Rafaldini ou reverências! Sabes bem que entre nós não há necessidade de formalidades, antes de meu vassalo és meu amigo Theodore. Mas nem pense em tomar liberdades na frente de Estelle, ela puxaria nossas orelhas sem nenhum pudor no meio do salão de bailes.

Rindo eu esperava pelas reações de Theodore para lhe indicar ser hora de começarmos a nos mover.

“Espero que tudo ocorra bem… Masdela e Elonzo não procurariam refugio aqui sem motivos ou bons olhos para conosco… Só espero que no fim não seja tudo apenas politica.



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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime8/1/2022, 04:10

Theodore se mantinha sempre atento a todas as suas falas e ações, sua dedicação ainda não havia prado de lhe surpreender, especialmente quando o assunto era suas vestes ou as suas necessidades ao despertar, pareciam ser os tópicos mais importantes para o rapaz que sempre tinha algo preparado para essas ocasiões. Quando questionado sobre os esforços necessários para o preenchimento da taça que você utilizava para se alimentar, o jovem rapaz apenas sinalizava com a cabeça de maneira negativa, para logo responder à você sobre os tópicos que o próprio havia levantado anteriormente.

-Perfeito, música, irei instruir os demais vassalos a respeito disso. Ainda não temos nenhuma indicação vinda da Vossa Senhora, porém, acredito que ela manterá assim até anunciar diante aos olhos de todos, apenas para ver como Estelle irá reagir. Não é mesmo!?

Sorrindo, o rapaz indicava positivamente com a cabeça e prontamente seguia na direção dos seus armários, abrindo-os como se os mesmos lhe fossem de total conhecimento, para retirar o vestido requisitado em pouquíssimos instantes.

-Cá está o vestido, uma belíssima escolha!

Orgulhoso por ter encontrado o vestido com celeridade, o rapaz era pego desprevenido pela sua ação de beijar-lhe a testa. A face do rapaz era inundada pelo avermelhado engraçado e suas primeiras palavras tropeçavam em sons inusitados que faziam o rapaz rir baixo e sozinho, completamente desajeitado por causa da surpresa.

-Entendo, jamais faria algo assim em frente aos olhos dos demais, especialmente dela. Porém, não uso esses termos por não considerar nossa amizade, eles apenas soam de maneira natural, mas prometo me esforçar para encontrar formas menos formais. Fico agradecido e lisonjeado pela oportunidade de poder manter uma relação como esta. Ouvi muito relatos sobre relações de Senhoria e Vassalagem e devo assumir que sou privilegiado por ser teu vassalo.

Dizia o rapaz, de maneira sincera e honesta, para então terminar de preparar todas as camadas necessárias pra sua ação de colocar o vestido.

-Deseja um corselete mais justo ou com amaras mais suaves? Aliás, a sen...você quer a ajuda de algumas das moças para se vestir ou eu mesmo posso prover essa ajuda?

Questionava a rapaz, demonstrando sem nenhuma vergonha o fato de não dominar ainda todos os limites de seus serviços e ações como seu mais novo vassalo.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime10/1/2022, 16:40

Atenta as palavras de Theodore, era inevitável que um riso suave tomasse meus lábios diante das palavras ditas sobre minha senhora, afinal Adela era um espírito livre que se divertia imensamente em se rebelar contra as leis e ordens rígidas que regiam Estelle.

— Adela não seria ela mesma se não o fizesse mio amato.

Comentava de maneira brincalhona ao rapaz que se virava para ir buscar o vestido que havia lhe requisitado, observar Theodore em suas tarefas me faziam lembrar do tempo em que eu mesma já executará aquele mesmo papel, por isso quando lhe depositava o beijo na testa o fazia com ternura, apenas para rir diante das primeiras reações do rapaz.

“Sempre existirá a distância natural entre senhor e vassalo… Mas fico feliz em saber que posso ao menos tratar Theodore com o merecido respeito, ele um dia será um cainita e eu gostaria que este tempo juntos lhe fosse bom.”

Ainda rindo das reações de Theodore era com delicadeza que depositava o vestido sobre a cama, observar o tecido confeccionado em minha terra natal fazia com que meu coração suspirasse de saudades, ainda assim era olhando para o rapaz que por fim dizia com um sorriso carinhoso.

— Eu conheço os efeitos do vitae sobre um vassalo, sei que muitos cainitas se aproveitam disto e quando estivesse neste mesmo papel também tive medo do que as histórias me diziam. Por sorte fui vassala de alguém que se preocupava com meu bem-estar e seria crueldade minha não seguir seu exemplo. Então mio amato Theodore, entre nós dois sempre existirá algo além do encanto natural de signore e vassalo, existirá uma amizade. Um dia tu terás a oportunidade de ser um cainita também, isso fará com que esta lembrança seja eterna então eu lhe peço encarecidamente que sempre me lembres de nossa amizade.

Respirando fundo apenas para olhar o vestido novamente, era com calma que penteava meu cabelo enquanto Theodore aprontava os detalhes da complexa tarefa de me preparar para a corte, levantando meus olhos para este quando sua pergunta era feita, era com um sorriso simples que lhe respondia.

— Amarras mais suaves, e por favor me ajude, as moças me obrigariam a usar o corselete mais justo e deus sabe como eu adoraria não ter que usá-los de maneira nenhuma. Mas isso com toda a certeza deixaria toda a corte empolvorosa e não queremos isso.

Levantando-me para ajudar Theodore nos últimos detalhes era com calma que lhe explicava como amarrar o corselete de maneira mais confortável e ainda assim dentro dos padrões que Estelle tanto amava manter.

“Com toda a certeza o corpo masculino é mais livres de pudores, eu nunca senti dificuldades em ajudar Elonzo a se aprontar, mas é claro que a vestimenta masculina é muito mais fácil do que a feminina.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime23/1/2022, 14:35

-Esse vestido é muito bonito!

Afirmava Theodore, retornando com o mesmo nos braços para então ouvir com atenção as suas palavras enquanto sorria ao receber a sua total atenção, mas independente dos carinhos e intenções das suas ações algo que você havia dito parecia ter surpreendido o jovem rapaz, os olhos deles chegavam a brilhar como se o mesmo tivesse a imaginar alguma coisa.

-Ah sim perdão, certo, amarras mais suaves!

Com cuidado ele começava então a seguir suas instruções, apesar da intimidade necessária da cena, Theodore seguia com um pequeno sorriso constante nos lábios e um olhar sonhador.

-Tens razão, não saberíamos lidar com a tempestade que Estelle criaria se todos os corseletes fossem banidos ou queimados!

Enfim, você estava prontíssima para sair pelas portas do seu quarto, mas o assunto que havia deixado Theodore tão ansioso e até mesmo sonhador vinha a tona, de maneira espontânea e sem nenhuma meia palavra dita:

-Signora! Eu terei a oportunidade de ser um cainita, um como vocês são?!

Questionava Theodore assim que abria a porta para permitir a sua saída dos seus próprios aposentos. A expressão que o jovem fazia após a fala era a de surpresa, havia sido uma pergunta feita de maneira impulsiva e até mesmo ansiosa, ele certamente não tinha raciocinado o suficiente em torno dos pensamentos que havia solidificado as palavras ditas, porém, ele continuava ali e de pé, ansioso para ouvir a sua resposta.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime24/1/2022, 20:59

O elogio feito por Theodore ao vestido escolhido me fez sorrir feliz, a meu ver, aquele singelo elogio também se referia a minha terra natal, já que aquela era uma vestimenta da corte da Itália, com um suspiro saudoso eu me adiantava para começar o processo de me vestir com a ajuda de Theodore.

“Espero que eles não vejam essa escolha como uma chacota ou uma piada de mal gosto, e sinceramente espero que este vestido não irrite Estelle.”

Entretida no processo de me vestir meus olhos captavam o brilho sonhador nos de Theodore, sorrindo de leve era com cuidado que controlava minha própria curiosidade, afinal algo que eu havia lhe dito o deixará assim e seria descabido querer saber sem que Theodore quisesse revelar.

A pequena brincadeira dita por Theodore me fez rir, concordando com um breve aceno para lhe responder com um sorriso.

— Não desejo mal nenhum a Estelle, mas adoraria ver esta cena bem de longe e de preferência sem um corselete.

Era ainda rindo que, por fim, arrumava os últimos detalhes de minha aparência, quando a porta de meu quarto finalmente se abria eram as palavras de um sonhador e ansioso Theodore que me surpreendiam.

Em silêncio eu encarava o jovem por alguns instantes, apenas para me aproximar deste e tomar-lhe as faces com minhas mãos para lhe beijar com carinho, ainda o segurando era com calma que respirava ao respondê-lo.

– Ouça bem mio amato, eu ainda sou jovem e não tenho louros dos quais posso me orgulhar de ter conquistado, então quando eu for mais velha e tiver a devida permissão olharei para ti com carinho. Mas me escute bem, devido ao peso de minha linhagem sempre existirá a possibilidade de abraços políticos, estes eu não posso controlar embora possa negá-los, mas sim mio amato Theodore, um dia terás tua oportunidade de se tornar um cainita, eu nunca lhe negaria tal coisa, e quero que saibas que não estás puramente limitado a mim, não seria justo contigo limitar-lhe tanto.

Beijando com suavidade a testa de Theodore, era com carinho que arrumava seu cabelo para tomar-lhe as mãos e beija-las apenas para então morde-las.

— Mas vamos dar tempo ao tempo, eu ainda sou jovem e inexperiente, além disso, o tempo que terás como vassalo não será perdido, este mesmo tempo lhe valerá como experiência.

Esperando pelas reações de Theodore era com carinho que indicava que deveríamos nos apresentar aos mais velhos, já que a recepção daquela noite seria do interesse de todos.

“Per i meii figli tentarei ser a melhor mãe possível, mesmo os olhos claros de Theodore não me impedirão de abraçá-lo se o momento chegar.”
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime12/2/2022, 18:51

O vestido caia perfeitamente em seu corpo e de certa forma, parecia ser capaz de levá-la a um passado que ainda lhe trazia conforto e várias memórias nítidas. Saber que uma boa porção dessas memórias que antes pareciam ser apenas isso, era certamente uma profusão de ansiedade e sensações. E era após a sua reconfortante fala com seu mais próximo e querido vassalo que o mesmo a ajudava a finalizar as preparações e assim, você enfim atravessava pela porta do seu cômodo pessoal em direção aos salões de festa, onde as recepções sempre ocorriam.

Era possível ver vários valetes e camareiras, cruzando caminhos e carregando malas, para todos os lados, em uma agilidade estonteante, afinal, você teria que fazer uma boa caminhada para descer do alto da sua torre. E durante grande parte dessa caminhada, só havia o silêncio do vento gélido percorrendo as passagens de ar, dos seus passos batidos contra as rochas escuras e da movimentação do seu belíssimo vestido. Mas assim que você colocava o primeiro pé para fora da sua torre, em direção aos salões, uma voz familiar atravessa o ar em direção aos seus ouvidos.

-Boa noite, demoiselle Rafaldini.

O tom rouco, típico de um homem já de idade avançada e um sotaque resultante de um francês polido e enriquecido por muitos estudos linguísticos, só poderiam vir de um experiente membro da corte de Lyon e seus olhos prontamente buscavam, já certos de quem iriam encontrar: Doran, o representante do clã Ventrue no Conselho dos Primogênitos de Provença. E como sempre, o homem estava vestido com suas roupas sóbrias, desprovidas de estampas, em tonalidades escuras e fechadas. A cruz simétrica dourada pendendo em seu tronco e uma expressão calma em sua face.

-Perdão por quebrar os protocolos e estar aqui a sua espera dessa maneira.

Dizia Doran, que parecia estar de pé a frente do acesso a sua torre a lhe esperar há alguns momentos, dando um passo a frente e cruzando os braços para trás do próprio tronco.

-Diante dos próximos acontecimentos dessa noite, não poderia de prestar-lhe uma breve assistência e também, é claro, sinto-me na obrigação, considerando tudo que já possa ter feito para com meu protegido, em lhe retribuir na mesma moeda. A chegada de Elonzo e seus herdeiros à Provença provocará um desequilíbrio entre os seus iguais, essa noite poderá marcar o começo de uma violenta disputa entre as forças de Paris e Lyon. E eu imagino que vossa senhoria já possa imaginar onde eu e meus aliados estaremos colocados. Por isso e sendo extremamente direto, rogando por teu perdão por essa indelicadeza...

Doran dava mais um passo na sua direção, era a primeira vez que o austero Ventrue ultrapassava o distanciamento de formalidades que sempre existiu entre vocês.

-Nós precisamos da sua presença e da aliança com Elonzo Santarelli. Esse pedido ainda será debatido na Corte, mas as forças de Paris podem influenciar a decisão final, não posso correr esse risco. E é por isso que estou me colocando a sua frente, é o momento de começarmos a agir. Quais são as suas impressões, pensamentos e vontade a cerca de toda essa situação? Sei que és a mais nova herdeira de sua Senhora, mas entendo que já possui a expertise necessária para não ser tratada como um neófito.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime13/2/2022, 11:22

Deixando a companhia de Theodore para atrás era com calma que me dispunha a executar a longa tarefa de descer os degraus que compunham as escadarias da torra na qual habitava, meus olhos podiam se dar ao luxo de observar a constante movimentação dos criados e, por fim, imaginar o trabalho árduo executado longe dos olhos dos convidados.

“Em qual torre eles serão colocados? Espero que não seja na de Estelle, seria difícil me aproximar sem que ela notasse.”

Era ainda com os pensamentos mais simplistas me permitia parar no último lance das escadas e suspirar, as velhas lembranças das companhias de Elonzo e Masdela teimavam em saltar diante e minha mente, algo que o vestido que havia escolhido apenas incentivava, rindo comigo mesma era sussurrando que me colocava a descer as escadas novamente.

– Não crie expectativas, você pode se arrepender por esperar demais...

Já em silêncio era com certa surpresa que me virava na direção da voz tão conhecida de Doran, a presença do antigo patrício era um ponto fora da curva e em minha face eu não escondia isso, ainda assim assumindo a postura mais educada possível era com calma que lhe escutava.

“Tolice minha imagina que não haveria joguetes políticos nesta noite.”

Lançando um olhar curioso diante da estranha quebra de protocolos dos quais Doran sempre fora um defensor ferrenho era com um suspiro que por alguns instantes meus olhos se fechavam em uma batalha de decisões e obrigações, por fim ainda indecisa era com calma que indicava com um leve gesto que seria melhor que Doran e eu nos mantivéssemos em movimento.

Tomando o cuidado de educadamente tomar o braço direito de Doran era com calma que o guiava pelos corredores do castelo, afinal estar diante da porta que levava até a torre que eu habitava era um lugar chamativo e a certeza de que Doran preferia a descrição era a mais correta.

– Buona notte monsiuer Doran, de fato esta é uma conversa pela qual eu não esperava.

Respirando profundamente era com calma que por fim respondia a Doran, ainda estranhando aquela nova proximidade.

— Antes de mais nada gostaria que o monsieur saiba que Nathanael me é um querido amigo, e que tudo que possa ter feito por ele o fiz com carinho, não com segundas intenções, embora deva admitir que algumas das vezes que o roubei de suas aulas foi para ter uma desculpa cabível para correr pela chuva sem que a culpa recaísse apenas sobre mim. E infelizmente esta é uma tática da qual não posso me valer sempre que desejo porque isto atrapalharia os estudos de Nathanael, e não monsieur Doran, não estás sendo indelicado.

Parando em frente em uma das janelas que levam para o jardim, era encarando o verde sob a luz noturna que suspirava ao comentar de maneira calma e delicada.

— Sabe uma parte de mim, adoraria não ser tratada como uma neófita, mas a outra ainda o quer e realmente não desejaria pensar sobre assuntos políticos que nos fogem do total controle.

Um breve suspiro escapava de meus lábios diante da janela e da brisa noturna, voltando meus olhos para Doran era em sua língua natal que o respondia.

— Eu o admiro muito senhor Doran, por isso vou respondê-lo da melhor maneira que posso. Sei sim, de qual lado tu e teus aliados estarão postos nas forças que se movem ao redor de Adela, e devo admitir que pessoalmente é o lado que mais nutre meu apreço, mas isso não significa muito já que dentro de minha linhagem ainda sou nova e talvez eu não tenha tanto poder de escolha quanto alguns acreditam. De qualquer forma, é difícil compreender totalmente o que minha senhora o quer ou deseja, mas o conselho que posso dar é, se compreenderes o Sonho de minha senhora compreenderás os motivos de suas escolhas, e talvez a experiência que tens seja melhor que a minha para compreender.

Falando com calma diante de Doran, era com cuidado que demonstrava meu respeito e educação para com sua figura, ainda assim aquela era uma conversa da qual não estava muito segura ou confortável.

— Quanto a presença da linhagem de Elonzo me é uma completa incógnita, lembro me bem de seu contato com a corte de Paris, mas não posso imaginar como sua retirada das terras italianas se deu ou como isso pode tê-lo feito mudar de pensamentos. Acredito que esta talvez seja a grande questão que tira a paz de todos.

Sorrindo com mais delicadeza era retornando para o francês que, por fim, comentava.

— Espero que minhas palavras tenham o elucidado de alguma forma monsieur Doran, já que elas foram as mais sinceras possíveis.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime2/3/2022, 02:41

-Essas fugas ainda irão lhe causar problemas, senhorita Rafaldini. Mas posso ao menos entender as motivações por de trás das mesmas, apesar de não compartilhar da mesma necessidade.

Afirmava Doran, que caminhava ao seu lado, permitindo que você conduzisse a caminhada para o destino que assim desejasse.

-Posso lhe garantir, minha cara, que tuas palavras trouxeram mais calma aos meus ouvidos. É sempre importante reforçar os laços de simpatia e quiçá, alianças, em situação políticas tão complexas. Toda Corte tem falado sobre a chegada de Elonzo e seus protegidos. Um Duque que teve suas terras invadidas pelos Autarcas, um Príncipe sem Coroa...

As palavras de Doran eram interrompidas, pois vocês dois estavam alcançado agora a saída dos corredores que davam acesso a torre onde você descansava todas as noites. Prontamente parando a caminhada, o Patrício tomava a liberdade de parar a sua frente e olhar diretamente para seus olhos.

-Você será uma peça fundamental, Pietra. És o elo de ligação que os lados que disputam procuraram. Eu, particularmente, preciso ser sincero em assumir que ainda não pude me tornar completamente familiar com o Sonho que tua linhagem defende com tanto esmero. Porem, rogo a tua atenção que leve essa promessa diretamente aos ouvidos de vossa Senhora. Nós, da casa de Lyon, estamos abertos à jurar lealdade ao Sonho do Grande Patriarca.

Em seguida, o homem fazia uma mensura de despedida.

-Por hora, me despeço. Mas antes, a reunião acontecerá diante do trono de sua Senhora, tente não se distrair no caminho até lá. Acredito que encontrará com uma figura do seu passado fora do contexto formal, se conseguir se apressar... Obrigado por suas palavras e atenção, Pietra. Até breve.

Afirmava Doran, pronto para ouvir suas palavras e assim, se despedir por completo e deixá-la livre para seguir o caminho que desejasse.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime5/3/2022, 22:03

As auteras palavras de Doran sobre minhas pequenas fugas me faziam apertar seu braço com delicadeza ao cuidadosamente abafar uma risada, ainda assim sorrindo de maneira marota era com calma que o respondia:

– Tenho consciência disso monsiuer Doran, então quando os problemas chegarem não me restará saída, terei que lidar com eles, afinal terá sido eu a causá-los. Mas saber disso não me impede ou faz com que a necessidade destas fugas diminuam, afinal é um ímpeto que nasce da minha alma de artista, e afogá-lo seria o mesmo que poder minhas inspirações.

Atenta as reações de Doran, era com calma que escutava suas palavras, ali era inevitável perceber a semelhança do destino do patrício ao meu lado e Elonzo, suas coroas haviam sido roubadas.

“A coroa de Doran lhe foi negada, mas será que Elonzo não preferiu deixar a dele para atrás em busca de segurança? A diferença é que no caminho de Elonzo não existe um Villon a guardá-la como um colosso em seu castelo.”

Suspirando com leveza, era com curiosidade que observava os movimentos de Doran, a simples intimidade da qual o patrício usufruía naquela noite não nos era costumeira, mas de certa forma compreensível já que as novas peças no jogo da corte eram importantes demais para serem ignoradas.

Ouvindo suas palavras com atenção era com um sorriso educado que respondia à mensura de despedida de Doran, tomando o cuidado de não lhe faltar com respeito eu tomava uma de suas mãos para beijá-la com carinho e respondê-lo de maneira sincera.

– Grazie por tuas palavras monsiuer Doran, tens minha palavra que as levarei a mia signora, mas tenho certeza de que ela dará muito mais força a estas palavras quando fores tu a pronunciá-las. Deixo contigo meus votos de esperança, que com o apoio da Casa de Lyon o sonho do Grande Patriarca se torne realidade e possa contemplar aqueles que tanto se esforçaram para defende-lo.

Respirando ao novamente fazer uma mensura educada era com certa informalidade que por fim agradecia a Doran.

– Trono de Adela, prometo que não irei esquecer ou me entregar a uma fuga de última hora, não posso imaginar quem de meu passado poderei encontrar, mas espero que seja um bom encontro. Aliás, monsiuer Doran, grazie por nesta noite me tratar como alguém mais experiente do que sou, isto me deu muito o que pensar e a certeza de que ainda preciso aprender muito.

Por educação eu esperava as últimas palavras de Doran para então me colocar a caminho da sala do trono, atenta aos passantes e principalmente ao conselho de Doran sobre o possível encontro.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime10/4/2022, 02:12

Nos últimos instantes antes de se despedir formalmente, o experiente Lorde Doran fazia uma curta pausa para olhar diretamente nos seus olhos, para afirmar com a convicção que poucos homens poderiam possuir nesse mundo:

-Você faz certo, minha jovem, ao entender as intenções de minhas ações e escolhas de tratamentos, sempre há o que se aprender e sempre há como se aprimorar. Agradeço sua atenção, por hora nossas obrigações nos clamam, mantenha sua mente sempre afiada e preparada, os jogos de corte começaram e serão brutais.

Doran então fazia uma curta mesura de despedida e seguia um caminho diferente do seu. Seus passos a levavam em direção ao trono de sua Senhora, a construção central de toda a magnificência arquitetônica que havia sido estruturada sob a tutela afiada e precisa de Adela. Era curioso e encantador ver pela primeira vez a sua Senhora tão ativa, era uma surpresa que parecia se espalhar para toda linhagem, com a exceção óbvia das duas figuras mais antigas: Elói e Estelle.

Mergulhada em seus pensamentos, você seguia de maneira ágil até a entrada da sala do trono da corte das rosas de Mariselle. Para então sentir uma suave brisa que trazia consigo um perfume que seu olfato jamais seria capaz de esquecer, era o perfume dos campos de girassol. Por breves instantes, você sentia ser capaz de fechar os olhos e ver novamente as lindas flores que cresciam selvagens e livres pela longa costa da Toscana, o perfume do vento, o sol a lhe tocar a pele, o cheiro de terra molhada após uma breve chuva... Imediatamente, seus pés paravam de andar, pois diante a longa escadaria de acesso ao trono de Adela, havia uma figura que virava os olhos para lhe ver novamente após muitos anos.

-Pietra Rafaldini...

Uma simples frase, ditas pelos lábios de um fantasma do seu passado que fazia o tempo presente simplesmente congelar completamente. A brisa da sua terra natal se dissipava, seus olhos percorriam a face de traços suaves e joviais do eterno adolescente e belo Elonzo. Os segundos de silêncio que se passavam após a fala do rapaz pareciam durar uma eternidade... Muito poderia ter ocorrido, sua mente logo se movimentava e se colocava a construir cena´rios: Ele poderia odiá-la, ele poderia considerar suas ações uma traição, poderia haver tamanha amargura entre vocês que o mesmo poderia estar ali a serviço das forças de Paris, pronto para punir suas atitudes e caçá-la! Vocês poderiam passar o restante da eternidade como inimigos, rivais, opositores, o quão terrível não seria saber que Elonzo a odiava? Uma tragédia poderia estar prestes a acontecer! Mas também poderiam haver outros cenários, na realidade, não havia nenhuma lógica na presença do famoso e querido Arquiduque de Florença estar fora de seu território, sem seus soldados, sem seus lacaios... Quando foi a última vez que seus olhos viram Elonzo sozinho dessa forma? Em roupas tão simples? As chances de uma história de terror e angústia entre vocês começava a se dissipar, afinal, ele não parava de sorrir!

-Silêncio, curioso. Compreensível, mas deveras maldoso de sua parte, afinal não somos estranhos somos? Ah minha cara, o destino nos preparou uma verdadeira cena não é mesmo? Aqui estou, ansioso para subir essas escadas e encontrar uma das mais poderosas rosas que já caminharam por esse mundo e aquelas velhas sarcásticas se dedicaram para tecer a realidade onde essa Rosa, é sua Senhora e eu, apenas uma figura das suas histórias de origem.

Elonzo então dava um passo na sua direção e por fim parava de sorrir, ao dizer:

-Então, Pietra Rafaldini, como iremos escrever nossa história daqui em diante minha cara? Somos iguais pelo vitae que nos faz quem somos, quão interessante isso não é? Devo admitir, estou admirado! Você sequer parece ter sido abraçada, a minha sensação é que você nunca saiu de Florença em direção à Paris!


Elonzo Santarelli:
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime10/4/2022, 18:11

A convicção de Doran e suas palavras me surpreendia, ainda assim era inegável que o patrício mais velho demonstrava ser um excelente professor com aqueles que este adotava como pupilos e aprendizes.

“Nathanael tem sorte de tê-lo com mentor, e eu fico feliz de Doran enxergar minhas tentativas de aprender com sua experiência, seria um desperdício do qual eu não me perdoaria.”

Respondendo à mensura educada de Doran era com uma breve e educada despedida que observava Doran partir.

– Buonna cera.

Parada por alguns instantes era com calma que anotava mentalmente a importância daquela conversa, por fim sorrindo com um leve suspiro seguia meu caminho pelos corredores dos domínios de Adela. A nova face que a grande rosa havia, por fim, revelado aos mais novos de sua linhagem ainda era uma novidade, e a cada noite o trabalho para solidificar o sonho de nosso Patriarca era feito com afinco pelas mãos de Adela.

Perdida em meio aos meus pensamentos era o cheiro inconfundível de minha terra natal que invadia meu corpo e alma, uma saudade imensa invadia meu coração quase a ponto de faze-lo doer, mas a dor não surgia, pelo contrário a saudade a impedia e assim como a figura eternamente jovem de Elonzo se apresentava nas escadarias que levavam a sala do Trono de Adela.

Ali parada diante daquele que havia sido meu primeiro senhor eu paralisava, minha mente me pregava peças severas e até mesmo o medo ameaçava a criar raízes em meu coração, mas aquele largo e eterno sorriso, por fim, venciam o medo e a voz única de Elonzo por fim afastava os pensamentos ruins para longe.

– Estás sorrindo mio amato…


Respirando de forma profunda era com esforço que controlava minha mente, balançando a cabeça apenas esconder o leve marejar de meus olhos era sorrindo que por fim respondia a Elonzo em nossa língua natal.

– Menino Santarelli! Acredito que me conheças bem o suficiente para entender meu silêncio como surpresa, e não como um ato maldoso!

Ainda sorrindo era com rapidez que subia as escadas apenas para abraçá-lo com força, aproveitando-me do fato de Elonzo estar nos degraus mais altos era com carinho que tomava suas faces em minhas mãos para beijá-lo na testa com delicadeza.

– Perdão meu querido senhor, sabes bem que eu nunca deixei de tê-lo em meu coração… Perdão se o medo de tê-lo magoado me fez ser covarde, mas minha mente se encheu de cenários onde tu não me perdoaria por ter sido abraçada. Por não ser mais sua menina…

Segurando as lágrimas era voltando a abraçar Elonzo que, por fim, respirava aliviada e sem medo.

– Sabes muito bem de onde continuaremos a escrever nossa história, afinal sempre o terei guardado com carinho em meu coração, um carinho que espero que possamos continuar a nutrir um pelo outro.

Afastando-me para tomar as mãos de Elonzo eu as beijava para encara-lo em busca de suas reações.

“Por favor perdoe meu medo meu querido menino…”
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime17/4/2022, 02:54

Não havia uma única alma tão apaixonada pelos fonemas e maneirismos dos dialetos latinos estruturados nos campos da Toscana quanto a que habitava a sorridente criatura a sua frente, que exibia uma revigorante alegria ou lhe ouvir novamente após tantos anos, mais uma vez a falar sua língua materna. Elonzo prontamente dizia, com seu mais puro, verdadeiro e rico sotaque latino:

-Na ausência do medo existe apenas a inexistência do sentimento. Não há motivos para desculpar-se, assim é a vida, assim ela foi escrita. Posso não gostar? Claro, posso protestar? Devo! Mas é como deve ser, pois se assim não fosse, como estaríamos agora?!

As palavras sempre escapavam os lábios do eterno jovem, como pedaços de filosofia e reflexão que somente uma mente brilhante poderia construir. Elonzo era antes de tudo, inspirador e isso não parecia ter se acabado. Assim como sua desavença com abraços, afinal, prontamente o jovem se esquivava de todos com a agilidade de um felino! E como você já havia ouvido milhares de vezes antes, ele protestava:

-Pietra, minhas roupas!

Dizia o rapaz, ajeitando-se novamente para então sorrir de maneira gentil quando tinha as mãos tomadas e beijadas por ti.

-Não estamos nesse mundo para odiar e nos amargurar, temos muito a viver minha querida, talvez agora com muito mais liberdade do que os primeiros laços do destino quiseram. Não seremos Senhor e Prole, podemos ser simplesmente nós. E por isso, serei eternamente grato a vossa Senhora. Agora, por favor, sem chorar, estamos em uma cena feliz! Me conceda a honra de adentrar os salões da herdeira do grande Patriarca como sua companhia nessa noite?

Questionava Elonzo, oferecendo-lhe o braço em um convite direto para lhe conduzir pelas escadarias que os aguardava logo a frente.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime18/4/2022, 21:07

Mesmo depois de tantos anos sem usá-lo com recorrência, meu italiano fluía com naturalidade e de certa forma saudade de ser usado, nos olhos do eternamente Elonzo era possível vislumbrar a paixão tão conhecida pelos sotaques e dialetos existentes no italiano e em qualquer outa língua latina, ainda assim era só depois de suas palavras reconciliadores que meus braços em vão tentavam abraçá-lo, apenas rindo ao tentar capturar o rapaz era colocando a mão na cintura e batendo os pés em um claro protesto que ria daquela tão velha e conhecida frase.

— Mas menino você parece um gato escaldado!

Ainda rindo disto era com carinho que observava as reações de Elonzo diante de meus carinhos, ali era impossível não sorrir feliz com suas palavras e muito menos ignorar a tentação de capturá-lo por aquela noite, porém se eramos iguais às responsabilidades pesavam igualmente sob os ombros de Elonzo.

— Sabes bem que eu sempre serei grata pelo carinho que tiveste comigo, e agora este carinho pode ser finalmente demonstrado em sua total liberdade. Meu querido menino, sei bem que odeias quando o chamo assim, mas não posso evitar fazê-lo.

Tomando as faces de Elonzo para beija-lo na testa era com carinho que arrumava as madeixas do jovem apenas para rir no processo, já que aquilo era algo que muitas vezes eu fizera com a figura mais jovem de meu irmão.

“Eu devia dar um jeito de jogá-lo no lago, mas isso ele com toda a certeza não me perdoaria, muito menos Estelle!”

Olhando em volta com atenção, era me colocando ao lado de Elonzo que, por fim, aceitava seu braço, ainda rindo com aquela curiosa cena o respondia com carinho.

— Prometo que não haverá lágrimas de minha parte. Nada me deixaria mais feliz do que o guiar pelos salões de minha senhora, e desejo de todo meu coração que possas conhecê-la assim como ela possa conhecê-lo da forma que os conheço. E por favor meu querido, não se surpreenda caso Adela quebre as tradições.

Comentava ao guiar Elonzo pelo restante da escada, prendendo a respiração era sorrindo que me mantinha ao seu lado.

“O destino quis que fossemos iguais, mas isso me faz diferente de Masdela?”
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime1/5/2022, 13:54

-Essa roupa foi feita por uma adorável senhora de Milão, você com todos esses apertos e abraços pode amassar essas vestes e isso não vai acontecer, senhorita!

Respondia Elonzo, em defesa a sua reclamação. Sorridente, o jovem Príncipe, ajeitava as próprias vestes, certificando-se de que ela estava em perfeito estado e sem nenhum amassado sequer. E era nesse momento em que você se aproveitava para lhe tomar as faces e beijar-lhe na testa mais uma vez, Elonzo fazia uma breve careta, como uma criança certamente também faria, uma careta que só se desfazia quando seus dedos prontamente começavam a ajeitar os cabelos dele.

Por fim, de braços dados vocês iniciavam uma breve caminhada, subindo as escadarias em direção ao trono da Corte das Rosas de Marsielle.

-Já conheci muitos antigos, diversos anciões, figuras de grande prestígio e influência. Afinal, apesar dessa eterna aparência, tenho meus séculos de experiência... Mas devo ser sincero em admitir a ansiedade de conhecer uma prole do próprio Miguel, o eterno Patriarca da Cidade Dourada de Constantinopla. A sua Senhora representa um legado que todos nós, do clã das Rosas, acreditávamos ter sido perdido eternamente pelas marés das Guerras do Sangue nas noites de Sombras e Fogo... Quando a notícia de seu retorno chegou aos meus ouvidos, em Nice, não pude resistir em vir conhecê-la pessoalmente...

E assim, vocês dois entravam, lado a lado pelas portas já abertas da sala do Trono da nova Corte das Rosas em território Francês. A primeira corte fora dos territórios dos autoritários e centralizadores herdeiros de Paris e sua linhagem tradicionalista.

Sala do Trono da Corte das Rosas:

A sala do Trono aparentava estar vazia, silenciosa e extremamente limpa. Elonzo caminhava ao seu lado com atenção, os olhos joviais do experiente membro do clã das Rosas percorria todo os espaços, observando as decorações, estruturas, analisando as escolhas de tapeçaria, cores e tudo mais que fosse possível.

-Boa noite.

A voz de Adela surpreendia à vocês dois, a matriarca surgia por de trás de uma das colunas como um passe de mágica! Sorridente e confiante, ela trajava um vestido que rompia com várias regras da alta corte, ausente de corselete, sapatos, luvas e com as costas basicamente totalmente à mostra, o que trazia um teor sensual e uma força feminina para a figura de Adela que só não era avassaladora, porque ela não escolhia ser assim. Na realidade, havia uma delicada naturalidade em toda a expressão corporal de Adela, a Matusalém estava confortável como nunca.

-Vejo que a ansiedade realmente é uma de suas características mais marcantes, jovem Elonzo. Afinal, chegastes antes de ser anunciado, com a minha prole a lhe conduzir...

Elonzo prontamente respondia:

-Perdão pela insolência, mas Vossa Senhoria tem razão em apontar a minha inquietude, é sem dúvidas minha mais qualidade e meu maior defeito. Assim que cheguei a essas terras e soube de vossa presença, me apresentar diante Vossa Senhoria tornou-se minha maior ambição.

Adela parava a breve caminhada que havia se originado por de trás de uma das colunas logo a frente de vocês, ainda distante do trono. Para exibir um sorriso divertido nos lábios e falar:

-E pelo brilho dos seus olhos, superei suas expectativas.

Caminhando até você, sem se preocupar com qualquer tipo de formalidade, Adela esticava a mão esquerda e tocava a ponta do seu queixo com o indicador, levantando a sua face e dizendo.

-Sua pele precisa de mais cuidado, passaremos e adotar alguns banhos de leite nas próximas noites. Mas seus cabelos estão impecáveis.

Adela então a puxava pela sua mão livre para lhe abraçar de maneira maternal e firme, sussurrando em seus ouvidos:

-Seu antigo Senhor é um encanto. Boa noite minha Princesa.

Soltando-lhe do abraço, Adela parecia ter tido uma brilhante ideia! Afinal, os olhos dela brilharam e os lábios dela desenhavam um sorriso que você, após os anos de convívio, havia aprendido a interpretá-lo como um sorriso de "improviso e diversão".

-Bom! Vamos fazer isso de uma maneira diferente! Por que não viajamos ao passado e assim, posso entender melhor como funcionava a relação entre vocês dois? Perfeito não é?! Então, vamos lá! Por favor, Pietra, apresente Elonzo e em seguida, Elonzo, apresente sua companhia, Pietra. Vamos minha filha, você começa!

Adela dava um passo para trás e aguardava, como uma criança a esperar um presente de seus entes queridos.
Vestido de Adela:
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime4/5/2022, 18:21

Sorrindo com carinho diante das reações de Elonzo era com calma que sentia uma onda de alivio se apossar de meu coração, afinal o medo havia ficado para atras e ali diante de meu antigo senhor um novo caminho estava sendo escrito.

– Está bem, não irei abraçá-lo hoje, mas estas me devendo alguns abraços menino e isso eu faço questão que seja pago!

Caminhando ao seu lado ao subir as escadarias era com um sorriso suave que concordava com as palavras de Elonzo sobre Adela, muitos haviam imaginado que o legado de Miguel se perderá na guerra e nas cinzas, e por muito tempo a própria corte de Marseille imaginara que Adela era apenas uma história, mas minha senhora fizerá questão de destruir aquela história e se erguer como uma defensora de seu legado.

– Não posso imaginar quais antigos tu conheceste, e muito menos estimar sua experiência, mas posso dizer, com certeza, de que Adela é muito mais única do que os boatos dizem.

Em silencio ao adentrar na sala do trono, eu deixava que Elonzo tomasse seus próprios estudos do ambiente, mas a presença que se revelava por entre uma das pilastras me fazia suspirar surpresa.

“Pelo menos é ela e não Estelle, espero que ela não fique brava.”

Fazendo uma mensura rápida e educada a Adela, era com uma careta que sentia o toque em meu queixo e ouvia suas palavras sobre os banhos de leite, ainda assim era inevitável que meus braços a apertassem quando está me puxava para o abraço.

– Fico feliz em ouvir isso mia regina

Respondia a Adela ainda em seus braços, soltando-me do abraço era com um suspiro que logo reconhecia na face de minha senhora mais uma de suas ideias, ao ouvi-la era impossivel não rir ou imaginar que nossas orelhas estariam em risco diante de Estelle e suas tradições da corte.

Ainda rindo era com uma suave mensura que respondia a Adela.

- Já que não posso negar um pedido de minha própria signora.

Estendendo a mão para Elonzo em um convite, eu nos colocava a frente de Adela para fazer uma exagerada mensura para então dizer a apresentação de meu antigo senhor.

- Mia amata Regina, este é Elonzo Santatelli, eternamente jovem, mas experiente como poucos, e dono de um sotaque florentino que deixaria muitos italianos invejosos, assim como um eterno apaixonado pelas palavras, cultura e arte. Este é o ragazzo que me tomou sobre seus cuidados e me educou com vassala, mas nem por isso descuidou de minha arte e posso dizer com orgulho que tive sorte de tê-lo com um de meus tutores.

Levantando-me para beijar o alto da cabeça de Elonzo, era com carinho que sorria aos dois cainitas esperando pelas reações de ambos.

“Está será uma noite atípica para a corte… Uma que ficara marcada.”
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime15/5/2022, 22:51

A apresentação que você fazia de Elonzo para Adela era ouvida por ambos, o pequeno e jovial rapaz ao seu lado não escondia o sorriso e aceitava com gentileza o beijo que você depositava no alto de sua própria cabeça, para então se virar na direção de Adela e fazer uma enorme mesura, havia um notório orgulho na face de Elonzo, um sentimento que você acreditava ser o motivador do sorriso alegre de Adela naquele momento.

-Muito bom! Muito bom! Agora, sua vez Elonzo.

Concordando com um sinal positivo de cabeça, Elonzo se direcionava à Adela:

-Como um único girassol a nascer em um campo esverdeado da Toscana. Esse é a artista que escolhi para ser minha segunda prole. Todos os passos foram tomados, eu soube que ela seria minha herdeira quando a conheci ainda pequena a brincar com pequenos brinquedos de madeira. Certifiquei-me de regar os jardins que a circundavam, estruturei as possibilidades e a deixei escolher seus próprios caminhos. Mas a vontade de nosso Criador, em seu altíssimo trono, não era a mesma que a minha. E hoje, tenho enorme orgulho em dizer que a minha escolhida, também foi escolhida pela herdeira do Grande Patriarca. Assim, apresento a você, Pietra Rafaldini, a próxima Rainha da Corte de Marselha!

O rapaz terminava a sua apresentação que era prontamente aplaudida alegremente por Adela.

-Incrível, realmente maravilhoso! Agora consigo entender como um rapaz tão jovem pode alcançar tanto poder político e ser alvo dos interesses dos lideres do clã por tantos anos. É uma alegria receber você, Elonzo e sua linhagem inteira em nossos domínios, não é mesmo Pietra?!

Adela se aproximava e esticava a mão na direção de Elonzo, que prontamente tomava a mão de Adela para depositar um gentil beijo na mesma de maneira cortês.

-Fico grato. Infelizmente a maré da guerra varreu a península por completo. A queda de Milão foi violenta e cruel, sabendo que o avanço das tropas seria inevitável, decidimos procurar por segurança e assim que a Torre de Marfim estiver pronta para a reconquista, estaremos retornando ao nosso Lar em Florença.

Respondia Elonzo.

-Não se preocupe, aqui a guerra não chegará. Não essa... Mas antes de falarmos desses assuntos políticos e que as demais linhagens cheguem para as apresentações. Eu tenho uma dúvida... Por acaso, vocês dois já foram mais íntimos? Afinal, as idades de abraço de ambos não é tão distante assim é?

Indagava Adela, trazendo a tona uma pergunta que deixava Elonzo surpreso!
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime17/5/2022, 15:34

As reações gentis e orgulhosas de Elonzo apenas me faziam sorrir com mais carinho, apesar dos anos afastados era inevitável sentir carinho por aquele que fora um querido amigo, saber que poderíamos reatar os antigos laços de amizade me deixavam feliz, mas ainda era necessária a aprovação de Adela.

Pelas reações de minha própria senhora era fácil entender que o jovem Elonzo havia conquistado sua parcela de atenção, embora a ansiedade de descobrir qual havia sido a atenção que o jovem conquistará eram as palavras ditas por este que me chamavam a atenção.

“Ele me escolheu quando eu ainda era uma criança? Mas que menino impertinente e abusado! Ainda assim serei eternamente grata a ele por ter cuidado de minha família!”

Respondendo a apresentação de Elonzo com uma breve mensura a Adela, era mostrando a língua ao rapaz que o respondia de maneira divertida.

– Espero que está coroa seja o do meu própria ateliê, essa sim eu carregaria sem nenhum medo.

Atenta a troca de palavras e gentilezas de Adela e Elonzo era com um suspiro que respirava aliviada, de certa forma ele havia conseguido a aprovação de minha senhora, assim o convívio na corte seria muito mais tranquilo e até aprovado por Eloi e Estelle, porém eram as palavras de minha própria senhora que me faziam balançar a cabeça e cruzar os braços em uma demonstração de desgosto.

– Oh mio dio, come faccio a metterti il giudizio nella testa!

Respondia em meu velho italiano ao descruzar os braços e pedir por paciência a Elonzo com um breve aceno, respirando para então responder a Adela.

– Mia amata, estás a ignorar uns bons 200 anos de diferença de idade, embora nossa aparência seja próxima eu já conheci Elonzo com idade o suficiente para considerá-lo um belo rapazote, além do mais eu já havia escolhido com quem eu fora intima e o amei por muitos anos, mesmo que distante. Elonzo se parece muito com Athos quando ele tinha essa aparência, e isso faz com que meu coração o veja como um irmão, mesmo que este belo rapazote seja muito mais velho e experiente do que eu.

Respondia apenas para ir até Adela e lhe morder a bochecha com carinho.

– Não seja tão má com nós crianças mia amata, sei que para você sempre seremos crianças, mas alguns de nós os mais jovens já tem algumas centenas de anos em sua bagagem.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime12/6/2022, 03:28

Elonzo não conseguia esconder a surpresa, tanto que sequer conseguia verbalizar qualquer resposta e enquanto o jovem e experiente Toreador apenas observava vocês, Adela aproveitava para rir e se divertir com todo o desenrolar da cena, até diante da carinhosa mordida recebida, Adela apenas seguia rindo e se divertindo com as suas reações e falas.

-Eu já sabia a resposta, mas a reação de vocês foi simplesmente maravilhosa! É por isso que eu adoro esses encontros e reuniões!

Elonzo ainda estava se recuperando do susto e da vergonha que demonstrava sentir com o assunto escolhido por Adela, enquanto a mais antiga de todas as rosas ainda sorria, enquanto tomava uma das suas mãos e comentava:

-Enfim, perfeito! Já entendi tudo que precisava e foi maravilhoso poder ver como o passado e o presente podem se encontrar e construir algo novo e positivo, afinal, meu retorno pode ser compreendido da mesma forma não é mesmo?! Agora, vamos nos recompor! Temos a chegada das outras lideranças e os jogos de corte vão começar...

Elonzo, já recuperado prontamente se afeiçoava com a nova escolha de assunto e agora, mais confortável voltava a se expressar:

-Sobre esses jogos. Permita-me iniciar o assunto compartilhando o que já pude aprender sobre os convidados...

Esperando o sinal positivo de Adela, que logo vinha com um gesto simples e afirmativo com as mãos, Elonzo continuava enquanto Adela caminhava até a cadeira que serviria como um simbólico trono, sem ainda soltar a sua mão.

-Bernard Lafaille, é prole do Imperador Francês, Villon. Seu Senhor é um antigo com costumes severos, seus inimigos podem com facilidade afirmar que o mesmo tem traços tirânicos e que talvez seja até justo compará-lo a qualquer Príncipe do Sangue dos tempos das noites de Sangue e Trevas. Eu sinceramente acredito que Villon é uma cria da Guerra dos Príncipes e que suas Proles são como guardiões de seus interesses. Bernard é um político talentoso, um verdadeiro arquiteto de complexas histórias e alianças. Sua presença aqui tem um objetivo claro: Criar uma aliança com a vossa linhagem.

Fazendo uma curta pausa, Elonzo seguia a falar enquanto Adela colocava você sentada no trono e dava dois passos para trás, cruzando os braços e analisando a sua figura.

-Gaël Brasseur, é prole de Rafael de Corazon. Rafael não é tão antigo quanto Villon, mas isso não faz dele uma figura pequena nas novas noites, pelo contrário. Você deve saber exatamente quem é a Senhora de Elonzo, mas agora... Quem abraçou Rafael não é importante, pois foi o próprio Rafael que conquistou a fama para sua linhagem. Ele é o rosto da Camarilla, o idealista da Lei da Máscara. E naturalmente, todos os mais antigos Príncipes da Europa torcem seus narizes para a ascensão da Camarilla e seu principal emissário. Cidades como Paris, Londres, Berlim, Madrid, Lisboa... todas elas possuem suas dificuldades de lidar com as mudanças dessas noites mais recentes. E posso afirmar que o Gael é um homem inteligente, paciente e um verdadeiro artista. Ele não está aqui a mando de seu Senhor, ele está aqui por um desejo pessoal: A queda da hegemonia da linhagem de Paris.

Adela olhava por cima do ombro na direção de Elonzo e o agradecia:

-Obrigada pelas palavras e apresentações, elas são consideradas, lhe garanto. Agora, preciso perguntar a nossa princesa: O que fazia Doran, do clã Ventrue aqui antes das reuniões se iniciarem? E como vamos encaixar essa figura no nosso quebra cabeça de poderes estrangeiros?
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime15/6/2022, 11:39

As reações risonhas de Adela me faziam rir por fim, as brincadeiras de minha senhora eram sempre únicas e por vezes não respeitavam limites e mais vezes ainda nos deixavam em situações complicadas, porém ao lado de Elonzo aquela era apenas mais uma das inumeras diversões de Adela.

“Céus, Estelle teria fingido um desmaio se esta pergunta fosse feita no meio da apresentação.”

Sorrindo de leve era com curiosidade que deixava Adela me guiar, as palavras de Elonzo que ganhavam vazão sobre o tema que este dominava tão bem o deixavam mais relaxado o que por sua fez também acontecia comigo.

“Tão pouco tempo e ele já entendeu o jogo que está acontecendo… Não é a toa que ele fez seu nome em Florença, agora entendo porque sua chegada pode ser uma mudança nas forças que aqui estão, mas isso não quer dizer que sejamos passivas a elas.”

Surpreendida ao ser colocada na cadeira que representava o trono de Adela, era arrumando a minha postura que a respondia com um breve mostrar de língua, embora a coroa daquela Corte das Rosas pertencesse a nossa linhagem, era com certa certeza que me via despreparada ou até mesmo não digna o suficiente daquele trono e suas responsabilidades, ainda assim era a pergunta de minha senhora que me fazia sorrir e relaxar um pouco, mesmo que questionada.

– Eu sabia que a visita de Doran não passaria despercebida, ele sempre foi muito austero com nossa relação e eu não posso negar que me surpreendeu.

Comentava ainda sorrindo para me ajeitar e colocar as mãos sobre as pernas deixando claro a minha senhora que aquela cadeira não era de meu agrado, respirando com calma eu a respondia com um sorriso simples mas sincero.

– Doran é o sexto de sua linhagem e sua linhagem carrega consigo o nome de Alexander o primeiro príncipe de Paris. Alexander por sua vez idealizou e criou a primeira corte das rosas, costume que nosso clã segue, pode-se dizer que Alexander foi o primeiro patrício, ou um dos primeiros, isso até a linhagem de Villon tomar Paris e as terras francesas sobre seus domínios.

Fechando os olhos por alguns instantes a fim de lembrar das milhares de informações que Anatole me havia feito saber era com um suspiro que continuava a falar ainda de olhos fechados.

– Prole de Gaius Marcellus soldado romano que fez fama na luta contra Cartago, Doran é um estudioso e filósofo, herdeiro de uma flâmula que perdeu poder e força com a ascensão de Villon, mas, ainda assim, herdeiro dos mesmos objetivos culturais de Alexander, por isso mesmo que de Lyon a cidade da qual ele se orgulha de amar, Doran ajudou no financiamento da primeira Corte das Rosas que não possui a benção de Villon, por isso ele aceitou se mudar para Marseille e aqui tentar impedir que hegemonia de Villon continue a se expandir.

Abrindo os olhos era relaxando que, por fim, terminava minha linha de raciocínio.

– Então no começo desta noite Doran veio me questionar sobre a figura de Elonzo já que sua chegada causaria um desiquilíbrio na tênue batalha que acontece dentro desta corte. Me deixou claro que sua lealdade está com Lyon e a Camarilla, afinal Doran é um defensor ferrenho desta ideologia que tem se mostrado um verdadeiro espinho nos dedos dos antigos príncipes e consequentemente de Villon. Além do mais ele me fez o favor de me alertar que eu não conseguiria me manter afastada desta batalha, já que minha ligação com Elonzo fará que com que eu me torne um dos alvos de conquista. E o mais importante Doran veio me pedir para avisa-la de que ele e Lyon estão dispostos a jurar lealdade ao Sonho de nosso Patriarca, mas eu lhe disse que estas palavras teriam mais força se ele realmente compreendesse o Sonho e lhe dissesse pessoalmente. Por fim foi o aviso de Doran que me fez encontrar Elonzo antes da apresentação e de certa forma serei grata a ele por isso.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime8/7/2022, 00:51

-Doran é herdeiro de Alexander... Interessante. Ainda me lembro de alguns rumores que ouvia sobre o mesmo, um dos maiores patriarcas da antiga Roma, sempre com suas roupas púrpuras e sua paixão pela arte e cultura. Será que cheguei a conhecê-lo? Não tenho total certeza...

Afirmava Adela que parecia falar consigo mesma logo após o termino de suas palavras. Elonzo seguia a poucos passos de distância de você e de braços cruzados não escondia o semblante pensativo e reflexivo. Porém era Adela que voltava a falar em seguida:

-Então, certamente teremos alguns conflitos de interesse acontecendo nas próximas noites. Pergunto-me até onde a ganância e o orgulho levarão as forças de Villon, afinal, eu farei questão de deixar bem claro que só irei parar dessa vez quando destruir a coroa que ele usurpou.

As palavras de Adela eram firmes e convictas, porém o sorriso no canto esquerdo dos lábios de Elonzo era o que realmente fazia os seus instintos ficarem em alerta. Não que uma jura ou ameaça da poderosa Adela não fosse forte o suficiente, mas você sabia como poucos nesse mundo que as maquinações de Elonzo traziam resultados e costumavam deixar os seus rivais à mingua.

-E se eu declarasse o meu apoio à Villon e seu emissário?

A fala de Elonzo atraia um raro olhar confuso e levemente irritadiço de Adela que a cada noite que se passava, estava mais expressiva e ativa como você nunca tinha visto.

-Veja, por favor, não me entenda de maneira equivocada. Eu tenho motivos que podem justificar essa escolha. A Camarilla falhou em fornecer apoio a tempo viável aos principados italianos, incluindo o meu. Eu perdi minhas terras para os rebeldes do Sabá e nada ainda foi feito, porque Milão também foi tomada e a Torre de Marfim precisa se recompor. Porém, se existe uma força que é publicamente indiferente à Camarilla mas é veementemente contrária ao Sabá, essa força é a linhagem de Villon, com o auxilio dele, eu conseguira forças e aliados para reconquistar meu Principado. Porém...

Elonzo fazia uma curta pausa e então completava, antes que Adela se pronunciasse:

-Essa aliança seria falsa, no primeiro momento em que eu conquistasse a confiança desse emissário e sua linhagem, o golpe seria desferido. E a mensagem seria clara: Acabaram-se as noites imperiais, a França agora é um território da Camarilla e de seus Príncipes.

Adela arqueava a sobrancelha e então sorria.

-Compreendi, esse movimento é realmente inesperado. Você tem uma mente afiada meu jovem, parabéns. Então eu tenho uma missão, que irá considerar essa exata estrutura. Pietra, nós vamos precisar conquistar a confiança de todos as conexões antigas de Alexander. Assim, enquanto Elonzo e sua linhagem estarão abrindo um espaço, nós estaremos esculpindo as lâminas que irão apunhalar nossos rivais. Você será enviada as terras de Doran e Lyle, não só para fixar essa aliança, mas também para trazer os Grangrel Romanos para o nosso lado, soube que a irmã do atual Justicar Gangrel está em contato com esses dois Ventrue já citados, como minha filha mais jovem e instintiva, acredito que você está pronta para isso. O que me diz minha cara?

Questionava Adela, aguardando sua resposta de maneira paciente, enquanto Elonzo aprovava a fala de Adela com um sinal positivo de cabeça.

[Off: Ultima ação para o final do ato]
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   2º Arco - 1º Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime10/7/2022, 00:45

Um sorriso simples se fazia em minha face diante da primeira reação de Adela, era um fato que as inúmeras horas escutando Anatole declamar as linhagens das principais figuras que adentravam na corte de minha senhora havia se demonstrado proveitoso, mas, ainda assim, imaginar que a própria Adela poderia ter conhecido Alexander me deixava surpresa.

“Por quantas figuras históricas Adela passou sem ao menos saber?”

Respirando com calma diante das palavras resolutas de Adela, era com um aceno breve que concordava diante da menção aos conflitos, era inevitável que as forças de Villon iniciassem um cerco em busca de aliados com o único objetivo de manter o poder sobre a coroa usurpada de Villon, mas era claro que as forças opositoras também não ficariam paradas, e no centro do interesse estaria a figura de Elonzo… Elonzo com aquele pequeno e inusitado sorriso arguto capaz de desmontar a pose dos mais antigos e surpreendê-los da mesma forma que um mágico faria com uma criança.

Diante da reação tão humana de Adela era com rapidez que me colocava ao seu lado segurando sua mão em um pedido de calma, já que conhecendo o jovem Elonzo sua mente afiada ainda se revelaria por completo.

“Ele não tem uma aliança formal com Villon, e embora Paris seja forte, a influência de Villon começa e termina em Paris…”

Ainda segurando a mão de Adela era com atenção que ouvia as palavras de Elonzo e as de minha senhora, sorrindo de maneira calma meus olhos se voltavam para o simples trono onde até então estivera sentada.

“Doran estava certo, de agora em diante serei vista como uma peça nesse baile de rosas em busca de poder, já não tenho como escapar dessa responsabilidade.”

Suspirando com profundidade, meus olhos se voltavam para Adela e Elonzo, sorrindo com leveza era tomando a mão de minha senhora para beijá-la que a respondia com calma e delicadeza.

– Mia amata madre, embora uma parte minha queira recusar seus desejos e permanecer longe desta batalha… Mas eu não seria digna de ti se o fizesse. Acredito em seu julgamento e farei meu melhor para faze-lo real.

Tomando a face de Adela eu depositava um beijo suave em sua testa para lhe sorrir com carinho ao continuar.

– Farei meu melhor para que esta aliança se consolide, e para quando nossas laminas estejam prontas, elas machuquem da mesma forma que lhe machucaram, assim saberei que fiz bem meu papel como sua filha. Mas por favor, não se afogue na vingança, sei que é inevitável que o vitae escorra desta batalha, mas o sonho de teu pai não irá se erguer em um campo de sangue, os frutos dele não seriam belos. O sonho de Miguel é puro, e os frutos verdadeiros dele seriam a maior das afrontas aqueles que ousaram acreditar que o sonho havia se perdido completamente.

Voltando meus olhos para Elonzo era com um pequeno mostrar de língua que ria ao lhe dizer.

- E tu mio amato ragazzo, a ti não tenho conselhos, apenas um pedido para que se aproveite bem das regalias que as forças de Villon poderão lhe render!
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