Rhys F. Zachary - Ato II - The Rock Against Evil

A canoa chegou em um mar de cruzes. O cemitério estava totalmente inundado. Devia haver um metro d'água em todo o perímetro. E a escuridão reinava. Mas era possível ver muitas velas acesas em cima das tumbas. Com guardas chuvas, os membros se protegiam da chuva apreciando suas velas. Estavam todos cabisbaixos. Deveria haver mais de vinte crianças da noite ali. Todas espalhadas pelas covas.

A canoa atracou na frente de uma cripta ao qual uma mulher toda decorada de pinturas faciais estava esperando. Era Lidya Drowner, a Baali era uma excêntrica em todos os detalhes possíveis. Dês de seu misterioso sotaque até o estalar de seus dedos. A mesma parecia uma caricatura de um livro de terror. Totalmente caracterizada como o espírito da morte mexicano. A mesma percebe a presença de vocês para finalmente se pronunciar com sua voz grave, mas ao mesmo tempo estranhamente delicada.

- Finalmente chegaram. Já estava achando que as crianças iam cansar da chuva e sair do cemitério. Mas para nossa sorte eles ainda estão ali. Normalmente se reunem aqui uns quarenta membros. Mas vinte já basta. Se preparem está na hora da chacina.

Lidya Drowner:

- Jack, Jack. Sei que você não está interessado em violência sem motivos, afinal o motivo é apenas para nós duas. Logo lhe peço apenas que deixe seus crocodilos brincarem e fique atento à inimigos de verdade. Estamos perto demais da sede da Camarilla para ficarmos descuidadas. Mesmo com esse dilúvio em nossas cabeças.

Faustina parecia séria pela primeira vez naquela noite. O olhar dela estava quase que brilhando e dava para sentir a besta dela começando a acordar. O sentimento era parecido de sua companheira. As duas pareciam estarem se concentrando para o embate, enquanto Nemo se aproximava de ti esperando instruções.

Sua aparência agora ainda era grotesca. Só que não horripilante como costumava ser. O que seria bom para andar entre humanos. Mas seu foco agora era outro. Assim você foi pulando de lápide em lápide até achar a mais alta no topo de uma crípta. Deveria ter uns quatro metros de altura. O seu grunido animalesco foi o suficiente para que todos os animais em seu comando rodeassem o cemitério. A água borbulhava por toda a rua. Enquanto os pseudo-góticos se mantinham quietos, apenas apreensivos com o som que ouviram. Assim você permaneceu observando o cenário até ver. Ver aquilo que jamais esperaria ver com os próprios olhos. Sua besta se calou por alguns instantes.

Lidya Drone, aquela que você sempre trabalhou sem questionar, mesmo achando ela um pouco fanática demais para se conversar muito. A pele dela estava escura. Negra como o ébano. Absolutamente lisa e desnuda por quase toda a superfície de sua pele. Apenas a suas pernas não se mostravam de um toque liso, estavam escamosas, com pontas negras pontiagudas se projetando para fora da mesma. Já seus pés eram uma abominação. Eram patas animalescas, como cascos. Só que não podia vê-los deireito. Pois um fogo estava crescendo ao redor do mesmo. Um fogo negro que a água não apagava e sequer feria a pele da Baali. Mas estas não foram as únicas mudanças em seu corpo. Suas mãos eram garras e as pontas de suas unhas pareciam brasas vivas. Uma coleira de ouro tomava seu pescoço e seus olhos eram inundados de uma luz vermelha demonizada. Seus cabelos pareciam tentáculos presos à sua cabeça. A orelha rasgada se escondia por entre as tranças negras daqueles fios tentaculares aos quais tinham anéis de ouro presos no mesmo. Completando a obra demoníaca estavam as suas asas. Eram escarposas e negras. Quase com metade de seu tamanho. As pontas da mesma eram escuras como a mais tenebrosa das noites. Havia uma cauda escamosa que corria até os seus pés. Uma aura demonizada cobria o corpo dela que brilhava com o fogo infernal.

Lidya Drowner:

A outra visão foi tão profana quanto. A epiderme não existia. Os fios de cabelo estavam em frangalhos quase inesistentes. Os olhos esbugalhados e a mandíbula podre revelando os dentes pontiagudos e serrilhados por detrás da mesma. Faustina estava apenas com alguns trapos de roupa. Suas pernas revelavam o osso e algumas camadas de pelo seco. Apenas a cartilagem mantinha tudo junto. Já seus pés eram puras patas de besta, cascos profundos e rígidos. Bastantes afiados e com uma presa traseira. Seus braços também se revelavam apenas em osso com um pouco de cartilagem ligando as partes. Suas garras eram profanas. De puro osso que deveria se extender por vinte centímetros ou mais. Só que eram finas e pareciam mais afiadas que qualquer adaga que você já vira. O tórax da mesma se mostrava fino e rotrcido. Degradado e apodrecido. Completando estavam suas asas. As mesmas eram puro osso com grandes garras saindo destes. O que restara de um tecido de couro ligava os ossos expostos das asas. O cheiro de túmulo e a aura do reino dos mortos estavam em demasiado saindo dela.

Faustina:

E assim as duas se prepararam para voar contra a multidão de jovens que se abrigavam da chuva. Uma coisa você sabia, não haveria misericórdia e o inferno havia chegado ao mundo dos vivos.

OFF - Final da Ação fazer Teste de Percepção + Prontidão, Dificuldade 7, pode usar FV

Parecia que não havia nada. Talvez não houvesse. Mas seus olhos nunca lhe deixaram enganados. Havia algo em cima de um mausoléu, uma estátua. Ela não estava lá antes. Ou talvez estava, mas só agora que você notou ela. Olhar para a mesma requeria um esforço. Pois sua mente tentava lhe dizer que nada havia ali. Mas sua vontade superou a razão e então ficou claro que havia sim uma estátua. Mais claramente uma gárgula. Feia como um demônio vomitado. Com uma tonalidade de cinza carvão. A mesma aparentava olhar para você com os olhos negros dela. E então sorriu. Bateu os pulsos um contra o outro e veio voando na sua direção com sua enorme asa. Era a Gárgula da Camarilla, Titan.

Titan:

A criatura se envolve ao seu redor com muita força e potência. Podia sentir uns estalos em seu corpo. Todavia a potência de sangue do mesmo lutava para que seus ossos não rachassem com o impacto. Felizmente seu corpo muito esguio deixou sua cabeça para fora do aperto. Tendo uma clara vista do pescoço do demônio.

Sem esperar nenhum segundo, a criatura se impulsionou para os céus. Quebrando o telhado da cripta que você estava em cima. Com uma asa feria a mesma subiu fazendo um espiral. Era claro que o dano que vós causastes na asa da Gárgula foi profundo. Mas a mesma não hesitou em subir até uma altura de talvez cinqüenta metros. Para então fazer um mergulho profundo de volta para o cemitério.

Um gurnido alto e forte foi o máximo que conseguiu entender da gárgula depois de você se pronunciar. Então quando a altura máxima foi alcançada, a mesma entrou em um mergulho com toda sua intensidade para cima das lápides do cemitério. Iria deixar um estrago majestoso.

- Morra infernalista!

O grande urro de ódio da criatura pôde ser ouvido enquanto o chão se aproximava de vocês em uma velocidade incrível. Mas sua mente estava se concentrando no barro e na lama que havia logo na zona de impacto. Assim sendo a sensação foi como a de um mergulho dentro de um mar de lama. Não tão agradável como esperava-se que fosse. Todo o seu corpo trepidou ao adentrar a terra do cemitério. Mas nenhum dano foi causado. E pôde se ouvir o colossal impacto que fora causado do lado de fora. Por um instante parecia que você havia escapado da criatura. Mas a sensação durou pouco quando a mão da mesma achou seu pescoço o puxando para fora. O arrancando da terra e lhe colocando cara a cara com a criatura. A besta era mais alta que você e o manteve com os pés acima do chão. Os olhos de pedra da mesma agora brilhavam em um tom vermelho como se fossem rubis.

- Animal esperto... Hora de morrer como a besta que é...

OFF - Teste de Percepção + Prontidão, dif6

Se você respirasse já estaria sufocado com aquela garra de pedra em seu pescoço. Era claro que a qualquer segundo aquele demônio rochoso iria arrebentar sua cabeça. Era como se o mesmo estivesse fazendo força para lhe decepar com um só golpe. Todavia algo lhe bateu na vista. Era uma mancha vermelha no tórax da criatura. Não era algo que você criara na batalha. Era uma cicatriz entre as escamas de pedra. Um defeito natural. Vós como Nosferatus de longa data sempre soube que muitos de seus irmãos possuíam cicatrizes como aquelas. Marcas de dor que nunca se fechavam por completo. Pontos fracos ao qual faziam de tudo para esconder. Só que no calor da batalha aquele ferimento estava exposto. Suas mãos não conseguiriam alcançá-los, porém...