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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps

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Danto
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MensagemAssunto: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime19/7/2022, 02:41


Domínio da Linhagem de Severus:
12 de Maio de 1580
Marselha - Chateau de Severus

Os cavalos atravessavam as noturnas paisagens rurais da região dos "Alpes Costa Azul", acessando as partes mais altas da geografia local, era possível acompanhar pelas janelas do veículo de madeira a cidade de Marselha se distanciar, junto dela a escuridão do mar azulado que agora só fazia parte das suas memórias mais antigas da cidade, já que sob a luz do luar, não havia mais a possibilidade de rever um azul tão intenso e profundo... A turbulência do começo da noite enfim parecia cessar, um silêncio confortável era o que melhor marcava o final do translado em direção as terras de domínio da linhagem do Patrício Severus.

O ponto de chegada era no alto de uma colina, na região rural da costa azulada, aproximadamente a trinta minutos à cavalo da cidade e seu antigo e frondoso porto. Certamente durante o dia, as partes altas do chateau deveria ter uma visão formidável da chegada das embarcações na cidade, porém, naquele começo de madrugada só era possível notar as luzes postas no entorno das muralhas da cidade e alguns poucos barcos. E assim que vocês se aproximavam dos portões da propriedade, era possível assistir a uma interação entre os vassalos: O condutor da carruagem onde vocês estavam conversava com dois soldados e apresentava uma carta, que após ser lida, dava a vocês a passagem para o interior daquela construção que era composta por cinco "prédios". Haviam dois pavilhões logo na entrada que formavam um corredor de terra batida, uma espécie de pátio aberto. Após o pátio, era possível ver uma praça com um jardim esverdeado e uma construção de muros baixos que desenhavam um circulo a frente da mansão central. Ao fundo, do lado direito da mansão central era possível ver uma segunda morada e ao seu lado uma capela com uma torre.

E era no pátio entre os dois primeiros pavilhões que a carruagem de vocês parava, Soleen, a capacitada sorcier estava atenta a absolutamente todos os detalhes. Durante as primeiras horas do caminho ela havia lhe contado sobre as várias horas que havia passado em suas primeiras noites na corte de Viena, onde aprendeu sobre as forças políticas que realmente fazem as engrenagens rodar ao redor do mundo europeu. Mas agora, Soleen descia de braços cruzados e olhava prontamente para a direção do casarão central, para já iniciar uma breve ação de sussurrar algumas palavras e fazer um risco com a ponta dos sapatos no chão, a mulher estava pronta e de guarda alta!

Porém, para a surpresa de Soleen e talvez a sua, as portas da mansão central se abriam e oito guardas saiam de seu interior em uma fila dupla, abrindo espaço e fazendo uma formação de semi circulo para permitir a passagem de uma jovem loira de baixa estatura, vestes verdes escuras e babados rosados. Seus cabelos dourados balançavam suavemente na presença da brisa gélida que percorria aquele belo inicio de madrugada. Sorridente a desconhecida jovem fazia um gesto, lhes convidando para se aproximarem da entrada dos jardins e ali, ela fazia uma gentil e precisa como uma flecha, saudação formal que parecia ser feita por uma tutora de rainhas e princesas.

-Sejam bem vindos, esse é o domínio do Lorde Cormier, herdeiro de Serverus e meu Senhor. Sou Victoria Brassard, protetora dessa morada e lhes saúdo com boas vindas. Aliados da Madame Vozzella tem sempre nossas portas abertas. Por favor, entrem, a noite esta se encaminhando ao fim, estendo a vocês as nossas mais hábeis recepções.

Ao terminar de falar, a linda e muito bem vestida jovem fazia um sinal de convite para que vocês a seguissem, porem tanto a anfitriã quanto a sorcier naturalmente olhavam na sua direção, esperando a sua resposta. Soleen havia deixado claro que apesar de ter bastante experiência, seria inevitável que os olhares centrais fossem todos direcionados à você, por ser herdeiro que quem era e ocupar o cargo que fora abraçado para ocupar. Ao fundo, você notava os soldados caminharem para abrirem mais espaço para a entrada de vocês enquanto alguns sinalizavam para a torre e algumas janelas dos pavilhões, deixando claro que vocês estavam dentro de um território militarizado e fortemente guardado.
Victoria Brassard:
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime21/7/2022, 22:04

Já fazia algum tempo que não saía do território de meu clã e muito menos adentrava os territórios de outro clã. Aquela era de longe minha missão mais importante desde que havia sido abraçado, se levarmos em conta a importância que ela tinha não só para nosso clã mas para nossa interação com toda a sociedade imortal.

Felizmente, ou melhor, graças a Clara, esta missão era compartilhada com alguém que eu não esperava, mas que tinha toda a capacidade e experiência que eu poderia pedir. Soleen, que na maioria das vezes era uma personagem que eu ignorava, agora compartilhava comigo informações que com certeza ajudariam em meu desempenho.

Apesar de compartilharmos da mesma mentora e sermos do mesmo clã não era um motivo exato para que eu e Soleen tivéssemos muitas conversas, na verdade isso era óbvio porque eu evitava a mulher, e, por conta disso, aquela era a conversa mais longa, profunda e importante que eu havia com a mesma. Ainda que eu pudesse conhecer um pouco mais da persona dela, eu tomava cuidado com minhas palavras e até mesmo meus pensamentos ao conversar com ela, mas obviamente tentando não perder minha essência enquanto conversávamos.

Foi somente quando nos aproximávamos da residência dos Ventrue que a conversa foi chegando ao fim. A incrível paisagem que cercava os domínios daquele clã, que como Soleen havia mencionado era um dos mais influentes da Camarilla, era apenas uma introdução do que o domínio deles seria. Assim que a carruagem passava pelos portões da frente, meus olhos logo começaram a analisar o local e toda sua magnitude.

“Não é à toa que eles são um dos clãs mais influentes.” A diferença das estruturas entre nossos Clãs eram gritantes, mas, apesar de surpreendente, aquilo não era inesperado. - Enfim chegamos. - Pensava alto enquanto abria a porta da carruagem para minha companheira de viagem descer primeiro.

Assim que ela descia e começava a sua primeira preparação, eu me inclinava para fora da carruagem e aproveitava a altura da mesma para esticar meu pescoço por cima do teto dela e ter uma visão geral do meu arredor. Meus olhos procuravam pelo máximo de detalhes possível das estruturas e, principalmente, da quantidade de mortais que estavam presentes ali.

No entanto, nossas ações eram prontamente cortadas pela aparição do primeiro membro daquele clã. Assim como todas as aulas que tive sobre a corte, os clãs e as particularidades de seus membros, era possível ver o requinte do comportamento e na fala da mulher que se apresentava como prole e guardiã dos domínios do próprio Senescal de toda Provença.

- Agradecemos a hospitalidade do Lorde Cormier, e toda sua linhagem, em nossa visita inesperada e em meio aos tempos turbulentos como os que estão por vir. - Tentava ao máximo encurtar minha palavras para não deixar tão evidente minha falta de etiqueta para a situação e, logo após falar, fazia um sinal positivo com a cabeça para Soleen e para que pudéssemos seguir a mulher para o interior do prédio.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime26/7/2022, 23:42

-Como o Senhor Deschamps disse, somos gratos pela hospitalidade. Sou Soleen Thévenet, prole de Augustine d'Erlette do clã Tremere. E este ao meu lado é George Deschamps, herdeiro da Casa Calinot do Clã Tremere.

Afirmava Soleen com segurança, realizando as apresentações de maneira formal. A jovem e pequena Ventrue observava com atenção as palavras e gestos de Soleen, para responder a mesma de maneira simpática:

-Excelente, uma apresentação muito bem estruturada. É sempre bom receber convidados que tenham apresso pelas etiquetas e normas formais, por favor, venham, acredito que teremos muito a que conversar em um local mais confortável não é mesmo?!

Sinalizando para vocês, a jovem convidada vocês para o interior do casarão pertencente ao protetor daquelas terras.

Interior do Chateau de Serverus:

O interior da mansão era surpreendente, com uma arquitetura vanguardista, muito bem decorada e profundamente marcada pela presença de itens e pinturas brancas que traziam para o ambiente uma sensação muito reconfortante de tranquilidade. Em alguns instantes, você chegava a ter a impressão de estar entrando em um palácio ou castelo, porém, todas as proporções eram menores e adaptadas para a realidade de um casarão de campo.

-Bom, acredito que podemos começar, vocês certamente tem...

A fala de Victoria era interrompida pelo som de passos rápidos, alguém parecia se aproximar correndo pelo segundo andar. A figura que invadia a cena, prontamente chegava falando em alto e bom tom:

-Então os bruxos chegaram? Onde estão?! São esses dois? Esperava algo mais... caótico!

A anfitriã falhava em segurar a compostura, demonstrando um incomodo genuíno, ela olhava para cima e fitava indignada a figura feminina invasora.

-Eu disse expressamente que iria conduzir essa reunião, isso é importante Lucinde!

Soleen não conseguia disfarçar a surpresa e olhava confusa na sua direção.

-Pois bem, não irei atrapalhar nada, mas não posso conter a minha curiosidade em participar. Além disso, sou a prole mais jovem de Serverus não é? Isso me faz a autoridade desse território na ausência do seu Senhor.

A agora identificada como Lucinde então iniciava uma ação de descer as escadas enquanto Victoria, frustrada sinalizava os assentos para vocês e se sentava, respirando fundo na esperança de se recompor.

-Então, por onde começamos? Sim, o que os trás até nossos domínios?

Lucinde:
Vestes de Lucinde:
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime27/7/2022, 21:11

Era graças a Soleen que eu acabava não passando tanta vergonha com nossa apresentação. De alguma forma, eu havia esquecido de nos apresentar e era necessário minha companheira de viagem corrigir meu erro. Talvez eu tivesse assumido que ela já sabia quem éramos, e talvez esse fosse o caso, mas eu não deveria tomar nada como garantido.

“Ela não poupa palavras pelo visto.” Segurando uma expressão neutra, eu tentava ao máximo não expor o leve sorriso de canto de desgosto que havia ficado em minha boca após aquela cena. Portanto, quando ela tomava a liderança, deixava que Soleen a seguisse primeiro para ir após elas e me recompor.

Assim que entrávamos na casa, era notável o luxo e nobreza que aquele clã ostentava. Nas paredes, nas decoração, em seu comportamento, fala e até mesmo modo de se vestir, tudo deixava claro a classe social deles e eu não poderia esperar menos de um dos clãs fundadores da Camarilla. Diferente deles, eu vinha de uma origem muito humilde, mas com o passar dos anos a beleza material tendia a cada vez menos ofuscar minha vista.

Quando a anfitriã parava para falar, entrava em uma postura um pouco mais relaxada com as mãos para trás e começava a prestar atenção na mesma, porém, minha atenção ficava pouco tempo presa naquela que havia se identificado como a guardiã dos domínios que estávamos. Rompendo a fala da mulher e entrando sem qualquer apresentação ou introdução, uma nova mulher aparecia mas com o comportamento completamente diferente de Victoria.

A voz dela era ouvida primeiro do que a imagem dela aparecia, e, por conta disso, minha primeira reação era olhar e fechar as sobrancelhas em dúvida enquanto olhava para Soleen. O leve sorriso de constrangimento que escondia em meu rosto aparecia, mas dessa vez com um leve tom de diversão ao ouvir o modo como a pessoa havia nos chamado. “Fico imaginando como ela havia nos imaginado.”

Por um breve momento eu me sentia tranquilo e relaxado ao ponto de quase soltar uma resposta debochada como geralmente fazia ao falar com Clara, mas ao ouvir o nome que Victoria falava, meu rosto se fechava novamente para observar a exuberante figura de Lucinde aparecer. Apesar de saber quem Lucinde era, pelo nome e por ser prole de quem era, nunca havia a visto em pessoa e eu podia facilmente dizer que a primeira introdução visual era, no mínimo, impactante.

Após uma breve discussão entre as duas anfitriãs, meus olhos voltaram novamente para Soleen e se cruzaram com a face de surpresa da mulher. Assim como ela, a surpresa também era minha primeira reação, mas com um toque de felicidade, afinal, além da belíssima presença, Lucinde parecia trazer um tom mais “informal” que era muito bem vindo para alguém com pouca instrução social como eu.

Assim que as duas terminaram de discutir e Lucinde direcionava a palavra para nós, dava um passo para frente e a respondia. - É uma honra conhecer a prole e herdeira de Severus. Sou George Deschamps, prole de Elaine Calinot e guardião de minha linhagem. Ao meu lado, Soleen Thévenet, prole de Augustine d’Erlette e uma das mais proeminentes Magus de nosso clã presente em provença. - Ao fazer a introdução, esticava minha mão para cumprimentar Lucinde e em seguida começava a andar até uma das cadeiras ou sofá indicado por Victoria.

- Sentimos muito por não atender às vossas expectativas - começava falando com um leve tom divertido, mas meu tom e expressão se alteravam completamente para algo bem mais sério quando terminava minha fala. - e sentimos mais ainda por nossa visita ser motivada por algo tão nefasto. - Nesse momento, fazia uma pausa e olhava para Soleen, como se estivesse confirmando que iria entrar direto no assunto.

- Na noite de hoje, nosso clã sofreu um ataque covarde de uma força maligna. Por muito pouco, um de nossos membros quase chegou ao seu fim eterno quando foi atacado. O problema desse ataque é o fato de que ele foi arquitetado e executado por meio de uma feitiçaria maculada e sórdida e em conjunto de forças inimigas da Camarilla. - Fazendo uma pausa, deixava que elas absorverem o que havia sido dito e deixava o espaço aberto para que Soleen falasse caso ela quisesse. - É justamente esse é o motivo pelo qual estamos aqui hoje. Após nossa investigação e com as informações que vieram dos próprios Malkavianos, acreditamos que o vosso clã pode ser um dos alvos diretos dessa ameaça pois estamos falando sobre um provável retorno dos Sussurros em conjunto com um culto de infernalistas e os autarcas. - Fazendo mais uma pausa, deixava o espaço aberto para Soleen complementar mais uma vez antes de retornar. - Devida a situação, nosso Clã enviou nós dois para prover uma proteção contra um possível ataque, tendo em vista que esses ataques não são executados de forma física e medidas convencionais não serão efetivas.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime9/8/2022, 02:15

Lucinde apertava a sua mão com uma firmeza inesperada, desenhando um sorriso misterioso nos lábios em seguida, a jovem herdeira de Serverus caminhava praticamente ao seu lado em direção aos assentos mais próximos de Victoria. E assim que você dava inicio aos assuntos, era possível ver como cada uma das nobres Ventrue ali presentes reagiam. Enquanto uma demonstrava curiosidade e fascínio, outra não escondia o espanto e o senso de preocupação diante das ameaças apontadas.

-Os Sussurros? Se não me engano, esse é o título de um antigo matusalem chamado Constantius. Meu Senhor sempre afirmou que esse título jamais seria capaz de trazer um bom sinal, por muito pouco esses Sussuros não conquistaram totalmente o Sul da França em um passado recente. E agora vocês me dizem que eles tem auxiliado algum tipo de grupo de feiticeiras maculadas? É terrível.

Afirmava Victoria. Que era logo seguida pela fala de Soleen:

-Estamos no olho da tempestade, essa é a verdade. Os inimigos do Clã Tremere se uniram aos inimigos da Camarilla e tem ganhado forças, conquistado poder e acima de tudo, estão dentro da cidade e prontos para concluir suas agendas macabras. São herdeiros do sangue sujo e vil dos malditos Baali. E como foram as forças de Serverus que outrora derrotaram os Sussurros, acreditamos que vocês, seus herdeiros serão alvos.

Victoria prontamente esperava o término da fala de Soleen, assim como o termino das suas falas para voltar a se expressar.

-Somos eternamente gratos por esse envio de reforços, mesmo que não solicitados, significa muito para nós e demonstra o quão importante é a preservação dos valores da Camarilla. Não podemos permitir que esses monstros continuem a existir e a caçar pelas noites, devemos proteger a Máscara e os mortais. Vocês tem a nossa total autorização para realizar qualquer tipo de ação de proteção nessas propriedades, por favor, considerem-se em suas próprias casa enquanto estiverem aqui conosco. E saibam que nossos cofres e influências estão a disposição de vocês, para fortificar vosso refúgio que já foi invadido.

Afirmava a mais formal e tradicional Ventrue presente naquela sala.

-Maravilha, vou pegar a minha espada! Agora que o mestre não está mais aqui, posso voltar a usá-la como antes!

Victoria virava os olhos e olhava em seguida com reprovação para a figura de Lucinde.

-Não é assim que nós agimos Lucinde...

A orgulhosa e teimosa jovem prontamente responde:

-Eu não sou igual a vocês, se é para ser uma liderança, serei nos frontes. Eu jamais aceitaria uma liderança sentada em um trono e protegida por uma coroa, verdadeiros líderes são forjados junto de seus guerreiros. Não vou me curvar de medo desse Sussurro ou dessas bruxas, nada nesse mundo vai me colocar de joelhos.

Victória levava uma mãos na face em sinal de desistência.

-Vamos fazer assim, eu levo o George até os nosso soldados e explico como as nossas defesas funcionam enquanto você e a moça feiticeira conversam sobre as estratégias políticas e místicas. Tá bem? Vamos.

Lucinde fazia um gesto com a mão esquerda, claramente lhe convidado para sair do local.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime17/8/2022, 21:19

Assim como ela, um leve sorriso surgia no canto de meu rosto. Além da beleza exuberante dela, era nítido, desde o primeiro momento, que ela não era uma mulher ordinária e, por isso, minha curiosidade estava ainda mais atiçada. No entanto, por mais empolgado que estivesse, era fundamental manter as aparências e assim o sorriso sumiu antes mesmo de chegarmos nas cadeiras indicadas por Victoria.

Assim que o assunto era trazido à tona e a conversa se iniciava, esperava e ouvia tudo que elas haviam para falar sobre o assunto. Começando por Victoria, a experiente Ventrue reagiu da maneira mais esperada e preocupada ela compartilhava algumas informações que nem mesmo Lorraine havia falado da primeira vez. “Então os sussurros estão realmente ligados aos Lasombras. Não tinha como ser outra coisa. A descrição daquele soldado era clara e agora podemos confirmar que eles realmente estão envolvidos.”

Depois de Victoria, era Soleen que tomava a fala para adicionar ainda mais urgência e importância à notícia que trazemos. Assim que Soleen terminava de falar, Victoria retomava a fala e eu esperava para falar logo após o término de sua fala, no entanto, a resposta de Lucinde mais uma vez pegou a todos de surpresa. Lucinde era, até o momento, o Ventrue da linhagem de Severus que mais parecia se aproximar da fama “guerreira” que o titan havia. Por mais que eu não fosse próximo de todos os membros daquela linhagem, os boatos que ouvia sobre Jules era o que via em Victoria.

Deixando que a cena se desenrolasse, ouvia as falas de Lucinde e as reações de Victoria para enfim expor um sorriso um pouco menos contido. Assim que Lucinde fazia o convite, me levantava com calma e falava. - Por mais que no cenário ideal a Camarilla resolvesse essa crise sem uma intervenção direta e sem expor nossos próprios membros, é importante ter a consciência que estamos entrando em uma guerra e que nossos inimigos virão mais fortes do que antes. Portanto, será inevitável usarmos nossa força, especialmente de alguém como Lucinde. - Da mesma forma que Clara havia falado, a força de alguém como Lucinde e como eu serão fundamentais para as noites seguintes.

Após falar, fazia uma leve reverência para Victoria e Soleen, como uma breve despedida, e começava a seguir Lucinde. Assim que saímos do ambiente e deixamos as duas mulheres para trás, tomava a liberdade de falar. - Devo confessar que você é muito mais intrigante do que eu esperava, Lucinde. Para ser honesto, Victoria se encaixa perfeitamente nas descrições de um Ventrue mas, com todo respeito, você parece ser alguém completamente diferente. - Com um tom mais leve e descontraído, tentava quebrar o ar diplomático que havia ficado da reunião para fazê-la se soltar ainda mais e descobrir mais sobre a intrigante mulher que guiava o caminho.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime24/8/2022, 09:09

Deixando a sala de estar para trás, onde ficavam reunidas Victoria e Soleen, você caminhava ao lado da figura intrigante da herdeira mais jovem do lendário Serverus. A jovem Ventrue de cabelos loiros ouvia a sua fala e arqueava uma das sobrancelhas, desenhando um sorriso pequeno no canto dos lábios, se mantendo em silencio até vocês fazerem a primeira virada no corredor, deixando totalmente impossível ver o ambiente anterior. Logo no inicio do corredor, havia a estátua de um soldado templário completamente armadurado, ajoelhada a escultura mantinha as mãos oferecidas aos céus. Todavia, sobre as mãos abertas, estava equilibrada uma espada guardada em um coldre de couro enegrecido, conectado a um cinto cravejado de pequenas safiras escuras.

-Completamente diferente você diz, eu prefiro o termo: única.

Sorridente, a jovem pegava a lâmina e a prendia em torno da própria cintura, enquanto falava:

-Em um mundo de Reis e Rainhas, Damas e Cavaleiros. Eu prefiro ser a guerreira que nasci para ser, o abraço não foi para mim o equivalente à uma morte. Pelo contrário, me ofereceu a verdadeira chance de me livrar dos vestidos, das joias, de ser transformada em uma mercadoria entre homens velhos carcomidos e covardes. Não me entenda mal, eu respeito a construção dessa figura da Rainha ou da Dama que muitas irmãs de Clã ostentam, preservam e impõem. Mas eu não jamais serei resumida as expectativas masculinas e cristãs sobre quem eu sou ou como eu deveria ser, o abraço me libertou.

Falava Lucinde em um breve monologo que era dito tanto para você, quanto para a estátua ali presente que anteriormente segurava a espada que agora, por fim, estava bem firme na cintura da mulher que parecia muito mais confortável agora com a lâmina em sua cintura.

-Agora, me diga, George. O Tremere que não é um feiticeiro, quem é Gilles Broullat? Esse é o novo herdeiro de Fabrizio Canyelles, o líder dos Lasombra locais.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime28/8/2022, 11:19

Ao caminhar ao lado de Lucinde, meus olhos a observavam com cuidado e curiosidade. Assim como ela sorria ao ouvir minhas palavras, um leve sorriso surgia ao ver a mulher pegar a espada exposta na estátua e responder de forma ainda mais surpreendente.

Parado em posição de descanso, com as mãos entrelaçadas atrás de meu corpo, a olhava de frente enquanto ela prendia a espada em sua cintura e a ouvia falar. Assim que a mulher terminava de prender a espada na cintura, a ouvia fazer sua última pergunta, mas dessa vez não era um sorriso que aparecia em meu rosto, afinal, a lembrança de Gilles havia se transformado em uma má lembrança após alguns anos de abraço.

De forma respeitosa, fazia um sinal com a cabeça indicando que iria me aproximar, e, assim como fazia quando era cavalariço de Gilles, andava ao redor da mulher, observando se a lâmina estava bem presa em sua cintura, e, ao ficar frente à frente, me aproximava um pouco mais para segurar na cinta da bainha e dar um puxão para conferir se estava perfeitamente preso.

O puxão também servia, obviamente, para aproximar-me ainda mais da mulher e ali eu aproveitava para respondê-la. - A figura de guerreira certamente lhe cai bem. - Após falar, me afastava e assumia a postura de antes para continuar a falar. - Quando me tornei cavalariço de Gilles ele não sabia nem mesmo prender a espada na cintura. Mas o que ele falhava em ser o herdeiro que o pai dele queria, ele compensa na astúcia e perspicácia.

Depois de responder, fazia mais um movimento com a mão pedindo para que a mulher indicasse o caminho para continuarmos nossa caminhada antes de voltar a falar. - Assim como você falou que o abraço te mudou e te libertou de uma vida que não queria. Eu tenho certeza que Gilles se sente dessa forma, afinal, ele era um prisioneiro de seus próprios desejos que a sociedade mortal não aceitaria de forma alguma. - Por fim, fazia mais uma pausa e dessa vez olhava na direção da mulher com o canto do rosto e com uma sobrancelha arqueada e um meio sorriso no rosto. - Agora me diga, quem disse que eu não sou um feiticeiro?

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime10/9/2022, 19:19

Lucinde não impedia sua aproximação, curiosa a jovem de sangue azul observava suas ações com atenção. Assim que as suas mãos puxavam o pequeno corpo da própria Lucinde na sua direção, a mesma mudava completamente de postura, os olhos dela buscavam os seus e pareciam conter na profundidade daquele azul real e magnífica, uma energia inspiradora e respeitável, era como olhar diretamente para uma chama de coragem e orgulho. Sem recuar ou hesitar, mesmo com a notória diferença entre os seus tamanhos e aparentes forças físicas, Lucinde não desviava o olhar enquanto você notava que a espada estava perfeitamente presa e afivelada. Em silencio ela ouvia todas as suas palavras e apenas reagia a todas elas com um pequeno sorriso delicado no canto esquerdo dos lábios.

Assim que você a soltava, a mesma dava um passo na sua direção e afirmava:

-Um homem prisioneiro de seus próprios desejos não passa de um covarde, um fraco entregue a seus privilégios e distante de seus deveres.

Recuando então um passo a jovem abria um sorriso mais divertido na face e se virava para começar a andar enquanto respondia a sua outra questão de maneira informal:

-Sua companheira é uma feiticeira, ela tem diversas relíquias consigo, anéis, símbolos, ervas, dedos com marcas do peso e contato com papiros velhos e mofados. Já você, se comporta como um soldado, um guardião talvez. Talvez seja o começo de uma nova cultura do seu clã, o que sinceramente , vejo com bons olhos. Nenhum clã é feito somente por sua primeira face. Imagine se todos os Ventrue fossem grandes líderes e verdadeiros Reis, não haveriam coroas suficientes nesse mundo, entende?

Continuando a caminhada, confiante que você estava a acompanhar, Lucinde lançava então outra pergunta:

-Agora, me diga, quem é Cecile Hemart? As informações de meu irmão mais velho de abraço dizem que apesar de ser Guilles o herdeiro do clã Lasombra e por tanto, das tropas revolucionárias e sangrentas que assombram a região. É a lady Hemart que puxa todas as cordas de Guilles. E seu abraço foi motivo de uma disputa violenta entre os inimigos...
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime13/9/2022, 01:18

Com o olhar fixo em mim quando eu checava a fivela de sua bainha, era impossível nossos olhos não se encontrarem e o contato visual se mantinha até eu terminar minha checagem, afinal, era impossível desviar o olhar da profunda cor azul de seus olhos. Mesmo que fossemos seres “mortos” era possível ver a intensa chama da vida em seus olhos.

Ao terminar, um leve sorriso surgia no canto de meu rosto, seguido de uma expressão de aprovação pelas habilidades da mulher. Esta era mais uma prova de que Lucinde realmente era a guerreira que afirmava ser. Assim que me afastava um passo para trás, ouvia a resposta dela sobre Gilles e inclinava a cabeça levemente.

- Eu concordo com você, mas sinceramente, na situação dele, enquanto era mortal os desejos deles colocavam a sua vida diretamente em perigo e por isso ele mantinha aquilo em segredo. Além disso, o status de seu pai o garantia uma segurança extra, mas ainda assim, não era algo simples. Agora que ele foi abraçado tenho certeza que isso não importa mais e ele deve fazer tudo que ele quer da forma como ele é, especialmente por não ter alguém para impedir as loucuras dele.

Depois de respondê-la, ouvia-a mais uma vez mas, dessa vez, um sorriso debochado surgia no rosto. - Como assim eu não pareço um feiticeiro? E esse anel aqui, é uma relíquia do meu clã, sabia? - Falava apontando para o anel sinete de minha organização e que não tinha nada de mágico ou sequer era uma relíquia tremere. Minha fala era rapidamente seguida de uma leve risada, entregando o óbvio daquela mentira, para enfim continuar. - Podem até faltar coroas, mas se tratando de Tremeres, mais um feiticeiro é sempre bem vindo. Mas sim, ter uma variação é importante, mas ainda seremos a exceção da regra. Não que isso signifique algo ruim, muito pelo contrário, eu me sinto muito bem em ser diferente dos demais.

Ao terminar de falar, um sorriso orgulhoso surgia em meu rosto e me fazia recordar de minhas primeiras noites da importância que minha senhora havia colocado em meu abraço. Porém, o sorriso mudava um pouco para uma expressão curiosa. “Primeiro Gilles e depois Cecile. Essa mulher claramente não está brincando comigo.” Por um momento me mantive em silêncio e uma de minhas memórias surgiu. “Agora que parei para pensar, na noite que fui abraçado uma reunião iria acontecer na residência da família de Gilles. Na época eu não conhecia os nomes que li nas cartas, mas agora eu sei e não consigo acreditar que pelo menos dois matusaléns e uma quantidade considerável de anciões estiveram presentes naquela noite, incluindo Severus e Clara.”

- Bom, antes de lhe responder isso, acho que você pode me responder o porque está me perguntando exatamente sobre esses dois indivíduos. Não é uma coincidência que você pergunte sobre eles dois diretamente para mim, não é mesmo? Se você me disser o que sabe sobre eles, eu posso responder essa pergunta. - Assim que falava, meus olhos buscavam os dela imediatamente e a olhava com a mesma intensidade que ela havia demonstrado anteriormente. Ela poderia ser uma Ventrue bem conectada, mas eu não iria me deixar levar apenas por um rosto bonito.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime22/9/2022, 01:14

A caminhada de vocês em direção aos quartéis das terras que pertenciam a linhagem Ventrue em questão era interrompida outra vez, mas agora eram as suas palavras que faziam com que Lucinde colocasse as mãos para trás do pequeno corpo e lá entrelaçasse os dedos das mãos para então girar e olhar na sua direção com um sorriso despreocupado nos lábios.

-Eu acredito, sinceramente, que é fundamental que sejamos diferentes de nossos Senhores e parentes próximos de sangue, se não, corremos o grande risco de sermos apenas mais um nesse numeroso entrelaçado de linhagens de criaturas amaldiçoadas que caminham ou caminharão sobre essa terra sofrida e competitiva.

Era então diante da sua mais direta e importante questão que ela se via obrigada a responder, mas sem antes olhar diretamente os seus olhos e deixar um riso breve e até mesmo debochado lhe escapar dos lábios.

-Vocês são, no fim, todos iguais. Independente do tempo de abraço, do posicionamento, da herança, do título. Homens sempre reagem de maneira passional quando seus romances e suas paixões são expostas, é uma cruel necessidade de sempre demonstrar controle não é mesmo? Mas enfim, não me leve tão a sério assim meu caro, eu não tenho porque construir joguetes contigo e sequer tenho paciência para essas palavras meio ditas.

Apoiando as mãos na cintura, Lucinde olhava na sua direção com confiança e sem nenhum receio. Havia naquela pequena mulher uma personalidade gigantesca que não parecia ser tão simples de navegar...

-Estou a perguntar a você sobre esses nomes porque você conviveu diretamente com eles, meu Senhor me contou sobre o seu pai e a relação que o mesmo tinha com um finado Lorde mortal dessas terras. Por pouco não compartilhamos do mesmo Senhor meu caro, por muito pouco... Foi a Sua Senhora que interveio e fez cumprir alguns tratos antigos. Por fim, hoje temos na figura de seu antigo Senhoria e sua esposa inimigos do Principado e jovens lideranças do movimento anarquista.

Fazendo uma curta, pausa, ela enfim finalizava:

-Eu pergunto por curiosidade, quero entender quem são meus inimigos, mas outros, vão tentar associar a sua figura a deles. O passado de vocês é recente demais e é provável que eles tentem entrar em contato contigo. Fique atento, teu destino está entrelaçado com os deles e isso você não pode impedir... Por isso eu pergunto, o que você fará quando vê-los? Irá atender as vozes de seus antigos Senhores e caminhar junto do fogo dos Anarquistas que erguem suas bandeiras de guerra ou permanecerá fiel a tua Casa, a tua Corte e à Torre. Quem você irá escolher ser?
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime2/10/2022, 20:05

A reação inicial de Lucinde provocava um sorriso em meu rosto. Ver como a mulher havia “batido o pé” e mostrado a sua intenção me deixava animado. “Talvez ela realmente não seja como os outros.” Era com muita atenção que eu a observava e a ouvia explicar o motivo pelo qual perguntava sobre minhas relações com Gilles e Cecile, no entanto, a mesma explicação provocava um sentimento diferente do sorriso inicial.

Uma repulsa crescia abruptamente dentro de mim em meio aos sentimentos bons que havia coletado até o momento. O sorriso sumiu, dando lugar a uma expressão mais fechada, séria, e o motivo era um só: “Então realmente existe essa dúvida sobre minha fidelidade e isso não deve ser algo somente entre os Ventrue… Não… Obrigado por ter me enviado, Clara.”

Parando de andar, eu me virava completamente na direção de Lucinde e, com uma expressão mais controlada e neutra, eu a respondia. - Minha vida mortal e as relações que estabeleci nela ficaram totalmente para trás. Gilles é para mim um inimigo e eu não hesitarei em cortar-lhe a cabeça quando o vir. Ele é a prole daquele que já atacou minha casa e quase matou um de nós e agora ele está mais uma vez do lado errado dessa guerra. Cecile nunca foi minha esposa, minha esposa morreu há algum tempo depois que fui abraçado e meus filhos já estão velhos. Cecile era para mim a mesma coisa que eu fui para ela, uma distração. Ela pode ter sido disputada por vários para ter seu abraço, mas para mim, ela foi e sempre será… - Fazendo uma pausa, eu claramente tentava controlar minha raiva ao lembrar dos acontecimentos do passado e, principalmente, ao falar o nome daquele ser imaculado novamente. - uma vassala de Kadira. Somente esse fato é o suficiente para você saber que tipo de reação eu terei quando encontrá-la novamente.

Meus olhos e minha postura corporal complementaram a intensidade de minhas palavras. Eu não estava brincando e nem mesmo medindo palavras. Se ela queria saber, ela iria saber de uma vez por todas.

Após terminar de falar, me virava na direção que estávamos andando, quebrando o contato visual. Tomando um breve momento, tentava acalmar meu corpo e minhas emoções, apagando a imagem da traição de Cecile e a imagem de Kadira de minha mente para retomar a conversa do jeito que estávamos antes.

- Inclusive, eu não esperava trazer esse assunto tão cedo assim, mas já que já estamos nele… O nome de Gilles é um dos primeiros de minha lista e eu já tenho me movimentado no reduto onde a família mortal dele atua. Arles sempre foi uma região de alta volatilidade entre a sociedade imortal e um território muito disputado pela Camarilla e Sabá, mas o nome de Gilles nunca deixou Arles, mesmo após o abraço dele, portanto, é bem capaz dele ainda se esconder na região… - Fazendo uma pausa, deixava ela absorver o que havia falado para então continuar. - O meu ponto é: logo mais eu irei atacá-lo, com ou sem guerra, e se eu tivesse ajuda de uma guerreira como você e com a mobilização dos nossos Clãs, tenho certeza que podemos retomar aquelas terras, reafirmar o controle da Camarilla e dar um golpe forte naquele que é a prole de um dos grandes nomes dos nossos inimigos.

Depois de falar, meus olhos se voltavam mais uma vez para a mulher ao meu lado. - Mas, não precisa me responder agora. Afinal, nós já temos uma tarefa para o momento, não é mesmo? - Falava e esperava a mulher retomar a liderança do caminho.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime13/10/2022, 02:19

Atenta, Lucinde ouvia suas palavras. Atenta a sua postura e a todas as variações de tom que você expressava, a pequena mulher de cabelos dourados apoiava as mãos na sua cintura e se mantinha calma durante todas as suas palavras, por alguns instantes, a mesma parecia realmente interessada em saber a sua posição. Essa expressão calma e centrada da herdeira de Serverus só se modificava quando o convite era feito, a postura séria era completamente abandonada como se nunca tivesse sido feita, com uma naturalidade surpreendente e inspiradora, Lucinde lhe respondia:

-E eu tenho cara de quem demora em dar uma resposta dessas? Jamais! Faço questão de estar presente nessa batalha, não tenho mais a menor paciência para aturar esses joguetes sujos que Guilles vem incentivando junto da sociedade mortal de Arles, é por causa dos rumos dessa região que a cidade de Marseille se encontra mais uma vez fragilizada, essa permissividade com o Sabá é intolerável.

Afirmava a jovem que prontamente se colocava a andar mais uma vez, fazendo um sinal para que você a acompanhasse.

-Você tem razão, temos realmente algo a resolver. Precisamos levantar as fortificações dessa morada e nos certificar das operações dos guardas, acreditamos que essa noite será preenchida por vários ataques das forças inimigas... Porém, antes... Acredito que tenha alguém que você gostaria muito de rever. O nome Louise Guyot, significa algo para você certo? Pois bem, se eu lhe dissesse que ela está na ferraria dessa morada, o que você diria? Bom, a realidade é que lhe falta pouco tempo e basicamente tudo que aprendi sobre o seu passado foi com ela. Afinal, a senhorita Guyot foi escolhida por um lobo do clã Gangrel.

Dizia Lucinde assim que vocês saiam pelos fundos da mansão e começavam a ver finalmente o quartel dos guardas, assim como a ferraria e o estábulo, ambas construções feitas em pedra e localizadas entre o quartel que era um prédio de dois andares e de grandes dimensões, o suficiente para uma guarda de talvez quarenta homens.

OFF: [Ultima ação para o final do ato]
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime22/10/2022, 16:13

Era com um olhar sério e um meio sorriso que eu recebia a resposta positiva de Lucinde a minha pergunta. Assim como eu, ela também parecia já estar sondando a região e já estava ciente das ações de Gilles e do Sabá. Não apenas isso, mas a fala dela também confirmava o que eu já esperava, os Ventrue realmente possuíam um interesse na região.

- Fico feliz em ouvir isso. Como você falou, não podemos deixar que a região caia nas mãos do Sabá e Arles é um ponto estratégico de conexão para a entrada de tropas inimigas em Marseille, tanto por mar quanto por terra.

Com o sutil sorriso no rosto, caminhava juntamente da mulher enquanto a ouvia falar, mas imediatamente parava o movimento ao ouvir o nome de minha ex-mulher. O nome dela causava espanto, mas saber que ela estava nas imediações e no território de um Clã diferente me congelava.

Por um momento meus olhos encaravam Lucindo com muita seriedade enquanto minha mente tentava entender se era um blefe, uma mentira divertida como Clara fazia ou se era verdade. Infelizmente, Lucinde não tinha motivos para blefar ou mentir, sobrando assim a verdade. Eu via na mulher uma possível aliada, e talvez algo mais do que isso, mas aquela informação me dava um calafrio enorme. “Porque Louise estaria aqui e porque ela foi escolhida por um Gangrel? Será que Lucinde a trouxe para realmente obter informações sobre mim ou será uma coincidência indesejável?”

A verdade é que eu não sabia o que fazer naquele momento. Para mim, Louise já havia morrido, se não, já deveria estar no fim de sua vida, mas esse não era o caso, afinal ela estava ali. “Será que ela foi escolhida como um lacaio de algum vampiro? Será que aconteceu algo com ela e com a família para que ela chegasse até aqui? O que aconteceu com meus filhos?” Muitas perguntas surgiam em minha mente e me tirava de minha faculdade mental por um momento.

Apesar das dúvidas, eu não poderia me deixar levar pelo impacto e assim fechava os olhos e pressionava minha testa com a ponta dos dedos para aliviar a tensão, organizar a mente e responder a Lucinde. - Não esperava essa notícia. Por favor, leve-me até ela e explique-me como e porque ela está aqui e quem a escolheu. - Dizia em um tom neutro e calmo e preocupado.

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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps    2º Arco - 2º Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime

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