A Corte de Provença: As Hiearquias Políticas

As chamas da Revolução Anarquista começam a se apagar, deixando os antigos domínios e seus antes poderosos castelos e Senhores, em pilhas de cinzas e derrotas. A mudança causada pelos jovens filhos da Caim e alguns fanáticos de terras orientais, foi avassaladora e incontestável. Os Ducados Italianos foram invadidos, lavados em sangue e queimados por várias noites à finco, a Ibéria foi unificada pelas mãos dos Revolucionários, cuja ousadia, alcançou até mesmo as coroa mortais, dando iniciação a uma mais nova dinastia de incrível extensão territorial.

Porém, mesmo com tantas mortes e conflitos, três grandes cidades se destacaram como refúgios para membros opositores das tropas autarcas: Londres, Paris e Berlim. E assim, naturalmente, as três se levantaram como grandes pilares internacionais para a Camarilla e suas forças. Entretanto, dentro de cada uma dessas cidade, haviam poderes que não se ajoelharam com facilidade as mudanças apresentadas pela Camarilla, iniciando disputas que ficariam conhecidas como "As Guerras dos Príncipes".

As décadas se passaram e os primeiros anos do século XVI terminou com a resolução de todos esses conflitos, inclusive, finalizando os conflitos nas províncias menores, como foi o caso de Provença. A região ao sul de Paris foi palco de um importante Conclave que fez parte dos planos de execução da Torre de Marfim na direção de sua maior ambição: A conquista das três grandes cidades. Assim, o Conclave de Provença foi responsável pela renovação de uma Camarilla poderosa, capaz de se sustentar por séculos e com profundas conexões com a cidade de Lyon.

Porém, não foi apenas a Camarilla que se dedicou a colocar seus dedos em Provença. O Sabá, que recentemente erguia seu primeiro grande Império na Ibéria, estruturou uma pequena paróquia na cidade de Marseille, quando esta ainda estava mergulhada em caos e destruição. E essa paróquia só permaneceu por causa das ações ousadas da linhagem dos Dragões, que diante das reais ameaças feitas pelo Principado de Marsielle, declarou-se como uma linhagem Independente do Sabá e da Camarilla, porém, tomaria as Leis da Torre de Marfim como suas e reconheceria a figura de Violette Delcroix e sua coroa.

Apesar de todos os esforços da Camarilla e seus membros que passaram a integrar a Corte de Provença, localizada em Marseille, foi uma ação específica que tornou a ascensão de Marseille e por tanto, da Camarilla regional. O despertar da Grande Rosa Dourada. Adela Reinewif, uma antiga Toreador, herdeira de Michael de Constantinopla, era uma figura lendária e até mesmo mitológica para muitos. Porém, a mesma não só retornou a atividade, como escolheu Marseille como sua nova morada, inaugurando com as próprias mãos uma Corte das Rosas. A figura de Adela rivaliza diretamente com o próprio Imperador de Paris e Rafael de Corazon, os mais poderosos Toreadores ativos até então.

As Rosas Douradas cresceram suas raízes, cultivaram aliados e encantaram admiradores por toda Provença. Fazendo assim, reverberar uma nova tendência, uma espécie de revolução humanista, uma forma de olhar para a Eterna Maldição da Noite com esperança, alegria e positividade. Esse seria O Sonho, um conceito complexo, considerado um tesouro para As Rosas Douradas, mas que aos poucos tornou-se uma espécie de cultura de resistência em frente a presença e influencia de Paris e sua cultura imperialista.

A sociedade imortal de seres das sombras de Provença se concentra no centro urbano da cidade de  Marseille (Marselha), onde a corte tem seus domínios e reuniões. A Camarilla é notoriamente a Seita mais popular e influente, destacando-se por sua reconstrução e renovação de poderes, diferenciando-se dos outros grandes centros urbanos europeus.
Entretanto, Marseille não é a maior cidade da França e portanto, não é a corte de maior poder sob a corte francesa. O título de maior força urbana e cultura reside em Paris e é controlada pela linhagem Imperial dos Toreadores herdeiros de Villon, o Príncipe de Sangue de Paris e Imperador Francês.
Enquanto várias cidades, inclusive Marseille, sofreram com a Revolução Anarquista, Paris não viu sequer uma brasa dessa revolução, mantendo sua hegemonia e estrutura ancestral muito bem preservada. Assim, com a Convenção dos Espinhos e as novas estruturas de Poder se consolidavam, Paris e seu Príncipe simplesmente ignoravam as mudanças mundiais. Essa indiferença se transformou em rivalidade e posteriormente, em agressividade. Os emissários da Camarilla enviados à Paris eram executados e a grande Seita precisava de uma fortaleza em território Francês.
A primeira grande cidade na França a aliar-se à Camarilla foi Lyon. Fundada pelos Ventrue expulsos de Paris séculos atrás, Lyon estava pronta para receber os capitais e forças da grandiosa Torre de Marfim. E pouco a pouco, Lyon se tornou um ponto estratégico para que a influência da Camarilla carecesse em um território pouco amistoso.
Naturalmente, os punhos tradicionalistas da família imperial de Paris começou a afastar os mais progressistas dentre os vampiros franceses, assim como é claro, incentivava todos seus vários inimigos a buscarem alianças. Em poucos anos, toda região sul da França se aliaria à Camarilla sob a bandeira vitoriosa do Conclave de Provença.
O conflito avançou com muita velocidade no passar dos últimos anos, apesar de não ser abertamente bélico, vários assassinatos ocorreram e dentro desse caos de instabilidade, os novos Anarquistas começaram a se fortalecer, oferecendo "Paz" e "Neutralidade" diante desses jogos de política e intriga. Além dos Anarquistas, bandos do Sabá mais inteligentes começaram a estabelecer nos espaços vazios deixados por essa batalha social e voraz que se estruturou entre as forças da Camarilla, lideradas pelo famoso Rafael de Corazon e Villon de Paris.

Marseille e o Conclave de 1555

Um ponto militar fundamental no mediterrâneo, Marsielle foi governada por muitos séculos pela linhagem de Ventrue herdeiros do principado de Roma, porém, durante a Revolução Anarquista, a cidade foi invadida, queimada e saqueada por hordas violentas lideradas por membros do clã Lasombra e Assamita. A antiga linhagem de Suseranos se perdeu nas chamas e sua destruição trouxe uma preocupante instabilidade a toda região, membros do Sabá prontamente tentaram dominar a cidade de Marseille e a Camarilla foi obrigada a agir, antes que as forças de Paris chegassem e antes que a região se perdesse da mesma forma que as terras Ibéricas haviam se perdido.
Por tanto, o Conclave de Provença foi convocado em 1555. Grandes figuras da Camarilla estiveram presentes, incluindo o próprio Rafael de Corazon e Hardestadt, o Jovem. Juntos de outros anciões e grandes progressistas, a Camarilla movimentou suas forças para estruturar uma corte poderosa, jovem, moderna e ambiciosa. E diante desses adjetivos, os líderes do Circulo Interno da Camarilla escolheram o clã Brujah como novos Suseranos por direito às terras de Marsielle, nomeando assim o Primeiro Príncipe de Mariselle: Violette Delcroix, prole de Altamira.