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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros

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Danto
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MensagemAssunto: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime9/3/2018, 22:01


Sala de Estar:
Local: Monteriggioni,Castel Pietraio.
Data: 17 de Abril de 2016: Inicio da segunda noite do festival.

Enquanto vocês ainda estava deitados juntos naquela grama confortável e com os olhos nas estrelas, era possível ouvir a chegada de dois veículos na casa, julgando pela forma direta que estes tinham acesso, só poderiam pertencer a família! Assim, vocês três começavam a se arrumar sem nenhuma pressa enquanto já era possível ouvir a voz de Grazzi ecoar pela propriedade, por "sorte" a entrada estava totalmente do lado oposto a onde vocês estavam. Eva dava pequenas risadas e Alfie parecia estar vivendo um sonho maravilhoso, julgando pelo sorriso do mesmo.

-Chegamos! Loretta! Chegamos! Cadê o meu avô!? ALFIE!

A voz dela ecoava e era possível inclusive ouvir risadas acompanhando a lindíssima rosa. Em poucos instantes vocês estavam prontos e adentravam outra vez a casa, seus lábios ainda traziam o sabor de Alfonsus e o perfume dele havia se espalhado pelo seu corpo e isso era de certa forma, novo e animador! Já que o homem cuidadosamente lhe roubava um selinho sem nenhum aviso e sorria alegremente para adiantar o passo. Enfim vocês estavam outra vez na linda sala de estar, totalmente repaginada pela sua filha, ali era possível ver o restante da linhagem de Alfonsus! O gigante era prontamente abraçado por uma jovem ruiva, era a irmã de Fiore! Enquanto isso, Claudia que conhecia sua casa com a palma das mãos olhava ao redor, notando a diferença e perguntando:

-Uau! Quem foi o grande artista contratado? Preciso do contato do mesmo para o próximo festival, porque sinceramente, isto está tão belo e glamoroso! Fantástico!

Grazzi sem pensar duas vezes, ao vê-la ali na sala corria e se atirava contra você. A pequena loira lhe apertava dentro de um carinhoso abraço, os filhos mais novos de Claudia eram como sempre, mais quietos e atenciosos. Evangeline tratava de ir abraçar Claudia e em seguida saudar Nora, a ruiva alta que estava nos braços de Alfie.

-Ai que saudade de vocês! Eu acordei e não achei ninguém, muita falta de educação viu! Vou botar vocês dois de castigo!

Dizia Nora, Alfonsus ria e beijava a face da filha, para ir prontamente abraçar Claudia e enquanto isso ocorria, Eva dizia:

-Não precisa de tanto querida! Apenas fomos surpreender a nossa querida Loreta, alias, porque não vem aqui comigo para eu lhes apresentar?

Assim, Eva conduzia a jovem na sua direção. E Alfonsus abraçava Claudia com carinho, a relação dos dois que fora abalada por muito tempo, agora estava finalmente saudável e muito linda de se observar, pois diante do homem, a firme e experiente Claudia regressava a uma postura fofa de filha atenciosa e mimada.

A Rosas de Alfonsus:


Última edição por Danto em 14/3/2018, 13:16, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime12/3/2018, 17:00

Ouvindo o som de minha família chegando eu já ia estourando um enorme sorriso na minha face. Começava a andar animada, puxando meus amores para acelerarem o passo. O beijo antes da correria me fazia suspirar e falar bem baixinho o nome de meu Alfie no meio de um suspiro. Olhava tímida para Eva em seguida e fazia uma curta risada feliz e os ia puxando com minhas mãos chegando na sala. Escutando a gritaria da Grazzi já a respondia gritando também. Claro que a fala final soava em tom de sarcasmo, afinal era para nós uma grande alegria encher a casa de gritos felizes.

- Estamos aqui atrás! Mas nada de gritaria aqui em casa!

Assim que chegávamos ali na sala largava a mão de meus amores gentilmente e observava todos os presentes. Assim eu inicialmente ia até a Cláudia e a dava um abraço, mostrando o quão feliz eu estava de fato. Ali eu me enchia de orgulho e começava a fala em um tom animado. Esperando a reação tanto dela quanto da Grazzi.

- Ta lindo não?! Foi minha filha que decorou! Minha filha, sim! Aylena!

Observava com bastante carinho as reações da outra filha de Alfonsus, amando o que via ali. "As três devem ser muito felizes juntas." Então ria baixinho com a conversa dele ao casal que realmente me atacara no início da noite de forma tão maravilhosa. Então em tom brincalhão eu logo a respondia. No inícil fazendo um tom meio manhoso, para depois ficar mais animado e divertido.

- Não bota eles de castigo não Nora, por favor. Eles foram tão carinhosos comigo. Apenas garanta que eles lhe papariquem em dobro hoje, ou então pode puni-los sim.

Olhava para o casal soltando um risinho. E então esperava a Eva conduzir a Nora até perto de mim. Enquanto isso observava a linda reação de Alfonsus com Claudia me deixando bem aliviada, afinal eu tinha lembranças bem tristes sobre essa relação. Para então com um singelo sorriso comprimentar em silêncio os dois filhos dela com delicado gesto com a cabeça, afinal não gostava de forçar contra a timidez deles. Mas em seguida voltava para a presença de Nora e rapidamente a roubava num abraço.

- Em todo o caso, prazer Nora. Você já é uma de minhas pequenas rosinhas lindas agora, tá? Pufavorzinhu?

Fazia minha pergunta em um tom bem delicado e amoroso. Com um certo receio de receber um não, só que com coragem o suficiente para me abrir de qualquer forma. Enquanto esse abraço ocorria eu me recordava de Taddeo e sua arte. Para então eu o olhar em silêncio e fazer um gesto na direção para fora da sala. Sugerindo que em breve eu queria falar com ele.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime12/3/2018, 17:43

Cláudia sorria de maneira bem alegre ao abraçá-la, a moça de cabelos castanhos ouvia suas palavras com animação e curiosamente perguntava:

-Sua filha!? Loretta que linda notícia querida! Vou ter uma sobrinha, espera, Aylena!? A linda russa de Berlim?

Ela perguntava e já era respondia por Alfonsus que já vinha para abraçar a mesma:

-Exatamente ela, filha! Viu, por isso que eu não a abracei. Sempre soube que seria ela a filha de Loretta e veja só, eu estava certo!

Claudia protestava dando um tapa no próprio Pai em um tom de brincadeira para então abraçá-lo. A relação dos dois nunca fora tão bela de se poder assistir e acompanhar, era algo que fazia todos felizes, especialmente Grazzi que batia palmas felizes e como um turbilhão de alegria, corria para participar do abraço de Alfie e Claudia. Nora por outro lado era conduzida por Eva até você, rindo baixinho a ruiva recebia o seu abraço e ali, você sentia um doce cheiro de amoras!

-Oi Loretta! Finalmente eu pude conhecê-la não é? E só vou aceitar isso se eu também puder considerar você como uma das minhas rosas! Que tal? Seremos assim, do mesmo jardim!

Ela sorria feliz, havia algo especial nela que seus olhos não sabiam dizer exatamente o que era, mas ela irradiava uma sensação amorosa suave e confortável. Todavia, sua atenção buscava pelos dois rapazes ali presentes, o Marco passava uma mão pelos cabelos loiros e sorria de maneira tímida. Afinal, Eva abandonava você e Nora para correr até os dois rapazes, a timidez de Marco parecia subir as alturas, quando este era pego pelos braços de Eva e tinha suas bochechas mordidas! Claudia ria junto de Grazzi enquanto Alfonsus balançava a cabeça negativamente, porém, Taddeo suavemente se aproximava de ti e de Nora, o rapaz sempre atento e silencioso apenas se aproximava para dizer:

-Prazer em conhecê-la de maneira mais apropriada Nora, desculpe pelo silêncio, se meu irmão é tímido eu acabo por ser considerado um antissocial.

Nora o respondia com carinho.

-Tudo bem, não te preocupes Taddeo. Eu também sou um pouquinho tímida, minha irmã que é a mais radiante e confiante, a Lotta a conhece bem é a Fiore! Ela veio mais cedo também, estou começando a acreditar num padrão de abandono para comigo! Ninguém me ama sabe?

Ela fazia um pequenino drama, Taddeo sorria delicadamente para a jovem ruiva e com bastante empatia, apenas tocava no ombro dela. Era surpreendente como ele se comunicava tão bem através do próprio corpo. O rapaz então olhava na sua direção e a saudava com um sinal de cabeça.

-Boa noite Loretta, eu poderia buscar um pouco de vinho?

A pergunta era feita de maneria simples, ele deixava por meio desta claro que havia compreendido o seu convite e já estaria a se retirar da sala para fugir de Evangeline que ria ao provocar os ataques de vergonha do outro rapaz.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime15/3/2018, 12:13

Lembrar sobre minha nova filha já me deixava ansiosa com o momento que a imortalizaria. Era uma enorme emoção que me fazia encher meu pulmão enquanto esticava a coluna meio sem jeito. Só que era mais que ela, havia outra a ser filha minha. Talvez não, mas a possibilidade me deixava mais e mais ansiosa e falar sobre o assunto se tornara um dos meus tópicos favoritos.

- Na verdade você terá mais de uma sobrinha se Deus quiser. Mas a linda russa de Berlim será minha filha-herdeira!

Deixava bem claro minhas intenções para com Aylena. Para que ficasse claro para todos e não só para ela, o quão importante a mesma seria em minha vida. Eu pude ver no meio daquele azul tempestuoso do mar do ártico o quão dedicada ela será e o quão forte se tornara minhas raízes. Eram olhos que não escapavam de minha mente. Só que por hora desviava minha atenção para a amável Nora e depositava ali um pouco de meu amor e alegria. Sem pestanejar para a linda oferta dela, a respondia sorridente.

- Claro que eu serei sua também. Todas nesse lindo jardim!

Observava então silenciosa a Eva se aproximar dos dois filhos de Claudia. Era já de esperar o quanto ela deveria amar provocá-los. O que de certa forma era divertido de se observar. Porém eu já estava suspeitando dos planos de Grazi a respeito do Marco. O que me fazia logo pensar em somar as duas situações e com um sorriso mais divertido na face eu mandava uma mensagem para a cabeça daquela minha maravilhosa amiga.

Mensagem para Graziella:

Soltava um risinho no ar. Como se estivesse apenas rindo da cena que Eva fazia. Para depois observar a conversa que Nora fazia com Taddeo. Para assim que a pequena começava a fazer manha eu imediatamente a abraçava e ia para um tom meloso bem rápido. Imediatamente virando meus olhos para Alfonsus e ralhando com ele de forma suavemente meiga.

- Tadinha! Alfie, ame mais ela! Vai! Ame!

Após aquela fala imperativa dava um beijinho na cabeça daquela moça, mesmo eu tendo de me esticar para tal um pouco. Assim aproveitando que Alfonsus estava do meu lado dava uma mordida em seu braço, de forma e prosseguir com a brincadeira, mas sentir um pouquinho de seu sabor e deixar ali em minha língua por um pouco mais de tempo. Para então me focar em Taddeo que estava logo do outro lado. Meu plano para com ele era um pouco mais privativo e ligeiramente delicado para mim. Eu podia me sentir a me corar de leve, pensando com cuidado nas palavras que usaria assim que estivéssemos a sós. Então o respondia.

- Boa noite, mas é claro. Deixe eu te ajudar a escolher a safra ideal para a noite.

De forma bem natural eu começava a me retirar de cena junto dele. Sabia que seria difícil voltar para aquela sala sem esbarrar com outros membros de minha família ou outros convidados e essa era a melhor parte. Junto com a ansiedade que ia crescendo a respeito de quando a Letízia chegasse. Isso se o pedido da noite passada não tivesse sido pesado demais para ela e a mesma desistisse de vir hoje. Um terrível pensamento que eu abandonava em questão de instantes na medida que ia acompanhando o jovem Toreador até meu privado quarto de desenho.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime15/3/2018, 13:49

-Tadinha de mim papai! Acordei sozinha, sem nenhum recadinho, se não fosse a minha irmãzona eu nem saberia como chegar aqui! Ninguém me ama nessa casa além da Loretta!

Comentava Nora que encaixava a fala dela logo seguida da sua, fazendo uma enorme expressão chorosa a jovem rosa ruiva intensificava o pequeno drama encenado ali. Tudo isso ocorria ao mesmo tempo em que Evangeline estava a apertar as bochechas de Marco, enquanto Claudia e Grazzi se divertiam. A atenta loira filha de Claudia olhava na sua direção e piscava com o olho esquerdo de maneira bem discreta e ia até Eva e Marco, já muito bem intencionada.

Alfonsus se assustava com a mordida e olhava na sua direção surpreso, porem tentando não rir. Nora prontamente cruzava os braços e fazia um enorme bico!

-Espera, não foi exatamente assim que aconteceu nós deixamos... Tá certo, tá bem! Desculpa filha, seu Pai é um desnaturado, me desculpa...

Alfonsus sorria na sua direção e puxava Nora para um abraço apertado, mimando um pouco a própria filha enquanto olhava na sua direção e movimentava os lábios de maneira discreta para que uma segunda mensagem secreta chegasse aos seus ouvidos.

-Guarde um pouquinho dessas mordidas para o final da noite querida.

Essa fala vinha praticamente em sincronia com a de Taddeo e você só a entendia por ser realmente muito experiente nos jogos políticos da alta corte de Florença. O jovem rapaz a sua frente então concordava silenciosamente e com bastante educação, para timidamente se direcionar junto contigo até o pequenino quarto privado onde a sua arte manual era produzida.

Quarto de desenho:

Era você que abria a porta do quarto de desenho, um ambiente extremamente íntimo para você e que nem todos sabiam da existência do mesmo. Taddeo claramente parecia nunca ter visto o interior do mesmo e observava o arredor com curiosidade e encanto. Enfim o rapaz tirava as mãos de dentro do terno azul que estava a usar as esfregava brevemente, para olhar na sua direção. Era basicamente a primeira vez que você e ele ficavam de fato sozinhos em um ambiente, para sorte de ambos, nenhum de vocês ultrapassava uma grande estatura e o quarto os acomodava muito bem, afinal, Taddeo não era sequer dez centímetros mais alto do que você era e isso fazia dele o rapaz mais baixo dentro do Jardim.

-Obrigado por me permitir aqui neste quarto, Sig... Digo, Loretta.

Taddeo tropeçava um pouco nas palavras, era nítido como ele a respeitava bastante e não só pela própria timidez é claro, ele realmente nutria um respeito maior do que você esperava por ti. Ele enfim ajustava o relógio no pulso e respirava fundo, focando os olhos na sua face e esperando o assunto se iniciar, porém a cada segundo que o silêncio se intensificava, ele ficava mais corado até comentar.

-Seu sorriso está bem mais forte do que o usual, fico feliz por isso. Existe alguma forma em que possa fazê-lo ainda mais forte?
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime15/3/2018, 16:22

Estar ali dentro daquele meu refúgio com outra pessoa era algo que sempre me deixou bem envergonhada. Mas agora, era ainda pior, afinal era um artista ali para comigo. Podendo ver com seus olhosmeus desenhos e os julgar mentalmente. Isso por si só me deixaria desesperada se não fosse pelas primeiras palavras educadas e envergonhadas dele.

- Obrigada. Não é todo dia que costumo sorrir assim. Mas isso será mais comum de agora em diante.

Eu prontamente o respondia de forma educada. Concordando que era bom eu estar a sorrir mais. E era verdade, isso provavelmente se tornaria mais frequente de agora em diante. Assim eu suspirava de leve antes de focar nos olhos de meu sobrinho para então começar a falar.

- Eu... Esse quarto é onde pratico um pouco de desenho. Pode ver alguns rascunhos na mesa. Não é de longe um talento meu. Mas mesmo assim de tempos em tempos eu me vejo aqui a desenhar.

Era estranho eu falar sobre meu desenho. Não era um tema que eu praticava em minhas conversas. Até meus quadros mais especiais, dado em presente de natal em 92, foram feitos e refeitos varias vezes até eu ter coragem de oferecê-loas. Mas realmente tocar no assunto, nunca fui capaz. Assim ia buscando as palavras com certa dificuldade.

- Normalmente eu costumo desenhar a natureza. Aprendi alguns truques em aquarela e me foquei nisso.

Passava de leve minha mão esquerda por cima de alguns pincéis sobre minha mesa. Eu me sentia absolutamente corada agora. Só que prosseguia me expondo sem hesitar mais. Focava por um instante em meus últimos esboços sobre a mesa para prosseguir falando.

- Porém eu sou minha pior crítica. Meus olhos rejeitam os traços que eu faço antes mesmo de completá-los. Sempre me sinto como uma terrível amadora que deveria trancar esse quarto de uma vez por todas. Mas eu não quero...

Era uma realidade a qual eu confessava ali enquanto esticava minha coluna. Minha crítica sobre mim mesma era muito pesada e não se mostrava justa. Só que mesmo assim eu sempre fazia e isso era um grande empecilho. Eu realmente precisava quebrar minhas barreiras e para isso eu precisava abordar minha pintura por outra face.

- Quero poder quebrar a barreira que meus olhos me criaram. Poder desenhar além disso. Apenas com meus sentidos expostos. Quebrar meus próprios limites sobre qual são meus estilos de desenho e principalmente rejeitar minha própria e pesada auto-crítica.

Era aqui que eu começava a pensar em Olympia novamente. O desejo dela por vendas somava junto de minha vontade de inovar meu desenho. Então meus olhos se voltavam novamente e unicamente para Taddeo para assim eu deixar bem claro o que eu almejava dele. Só que falava em um tom delicado, com a intenção de o deixar a vontade de dar a resposta que ele quisesse.

- Gostaria de aprender a desenhar o corpo humano. Mas não pelos seus traços naturais e sim pela sua aura. Sem precisar que meus olhos guiem meu caminho e cessem minhas expectativas. Você poderia me lecionar a isso?
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime16/3/2018, 17:23

O rapaz ouvia todas as suas palavras com uma expressão bem suave na face, em nenhum momento ele parecia julgar ou reprovar qualquer fala ou rascunho de desenho presente ali no local. A única ação que ele realmente tinha era a de girar o único anel feito de uma madeira bem escura no indicador esquerdo, seus olhos viam nessa ação algo similar ao seu esticar de coluna, era um espasmo que o rapaz parecia não controlar exatamente.

-Tenho que admitir, estou surpreso em vários aspectos. Sempre soube a respeito do seu senso crítico e da sua coleção de artes, sinceramente eu ainda não tive sequer coragem de lhe convidar para ver uma das minhas artes. Antes do meu abraço, eu era apenas um teórico, estudei na universidade de belas artes de Florença por anos. E quando me entendi como um vampiro, entendi que fazia parte daqueles que forjaram o legado artístico que revolucionou o mundo inteiro! Assim eu tentei desenhar, detestei tudo. Tentei tocar, todas notas saiam estranhas. Esculpir então, Deus que desastre. Como eu poderia ser um artista entre grandes figuras como Alfonsus, Pietra ou Sebastian? Isso sem citar outros tantos dentro da nossa família, incluindo você e a sua dança.

O rapaz respirava tranquilo enquanto falava, havia nele uma vida muito intensa, de perto o tom alvo da pele dele parecia realmente natural, assim como as bochechas suavemente tingidas de vermelho.

-Então eu decidi primeiro compreender todos vocês, digo, as artes de vocês. Até estrutura a minha, que se ergue por entre os espaços vagos dos sentidos. Afinal, o que há para ser visto com os olhos fechados? Ou para se escutar dentro de uma redoma de água? Porque a ausência dos sentidos nos assusta tanto, se somos capazes de superar os limites físicos, os sensoriais seriam apenas mais um passo não é?

Ele então fazia um sinal de que iria retirar o terno, mas antes removia o lenço que carregava dobrado no bolso frontal. O rapaz esperava a sua autorização para tirar a peça de roupa e assim que a obtinha, ele a dobrava e colocava sobre um cavalete vazio. Posteriormente ele caminhava na sua direção, parando na sua frente e respondendo com o lenço em mãos.

-Será uma honra poder lecionar a ti sobre como eu vejo a arte. Acredito que isso poderá sim ajudá-la em sua busca, mas isso irá exigir algumas experiencias diferentes. Podemos começar agora com algo básico, ou deixaremos para o futuro próximo, como preferir.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime19/3/2018, 23:39

Inicialmente ficava um pouco tensa com a ação inicial dele. O que me fazia esticar mais uma vez a coluna ali dentro daquele pequeno cômodo. Porém as palavras dele iam desenhando um delicado sorriso na minha face. Assim eu começava de leve a me identificar com ele, me deixando mais a vontade para prosseguir com aquela conversa. Só que logo que ele fazia uma pausa soltava palavras de conforto para ele.

- Não tenha medo de minha crítica, adoraria ver sua arte. Eu não mordo. Quer dizer... Eu não sou tão malvada assim. Apenas comigo mesma. Afinal eu não sou exatamente uma rosa...

No fim de minha fala me via a confessar uma pequena verdade que era um pouco amarga para mim falar em voz alta. Só que eu estava feliz demais com meu jardim para aquilo ferir minha expressão mais animada que eu estava a possuir naquela cena. Então compartilhava com ele um pouco do meus sentimento com uma de minhas artes favoritas, que era a criação de vinho e como eu compreendia a riqueza de usar todos os sentidos por entre todas as minhas artes.

- Sua visão da arte é maravilhosa. Quando eu trabalho com minhas uvas eu foco bastante no tato de senti-las pelo meu corpo, o sabor delas em minha língua e seu cheiro. Logo eu compreendo o que explorar todos os sentidos com nossa arte. Por isso ficaria muito feliz se você pudesse me guiar em sua pespectiva.

Em seguida eu dava permissão para Taddeo tirar aquele tecido. Sorria de leve para o dar a sensação de liberdade dentro daquele aposento. Até andava na direção do meu pequeno banco de madeira. Para então me virar para ele assim que ele terminava a ação dele, mas sem pegar o lenço da mão dele. Para assim o fazer se sentir mais a vontade ali.

- Lhe dou liberdade para se sentir em casa. Pode agir como bem entender aqui dentro. Não me trate como Signora, me trate como uma pessoa que você quer ajudar da forma que você achar adequada.

Assim que eu falava aquilo me focava no cavalete na minha frente. Então eu começava um pequeno movimento bem privado meu. Agindo como se estivesse sozinha naquele quarto. Passava minha mão esquerda delicadamente por cima de todos os meus pincéis que estavam arrumados alinhadamente. Tocava em cada um suavemente. Para no final do percurso chegar até onde a tinta roxa estava ainda exposta num pequeno pote no fim da mesa. Ali eu mergulhava de leve meu indicador na mesma e levava minha mão suavemente tingida até meu nariz. Para então inspirar bem fundo sentindo o cheiro da arte que me lembrava as uvas me deixando focada. "Uvas são roxas normalmente e essa é a cor que a Olympia representa para mim..." Assim fechava os olhos de leve e o respondia.

- Estou pronta. Assim que você desejar...
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime20/3/2018, 02:32


O rapaz agradecia por um sinal positivo de cabeça quando recebia a permissão para tirar o paletó. E em silencio, o tímido e perceptivo jovem parecia analisar cada pequena ação sua, não era nada crítico! Pelo contrário, a sua primeira fala havia claramente deixado o mesmo feliz e a vontade, tanto que ele demonstrava um notório encantamento por cada pequena ação que você fazia ali diante dele. Ficando então de costas, você logo ouvia os passos dele se aproximarem enquanto ele dizia:

-Eu entendo o que você fala Loretta, sabe, primeiro obrigado por tanta confiança. E para mim, a arte não é um dom. Essa perspectiva neoclássica a recebeu de braços abertos e foi para ti uma inspiração e uma censura, como para mim também foi. E não se deixe enganar por sua própria crítica Loretta, não existem dons e não existem apenas as rosas mais clássicas nos jardins desse mundo. A arte é algo que todos são capazes de se aproximar e fazer, basta livrar-se de seus próprios temores e você é sim uma rosa... Vamos começar e você nunca mais terá essa dúvida em ti. Prometo!

Com uma única ação suave e ágil, as mãos de Taddeo apareciam na sua frente com o lenço já posicionado para se tornar uma venda. Algo que ocorria em breves instantes, em seguida você ouvia ele dizer:

-A visão que nós possuímos não é só visual, ela é principalmente neural. É o nosso cérebro que nos diz o que nossos olhos realmente vimos e uma venda pode nos ajudar a deixar de ver, mas como vamos impedir que nossa mente crie imagens de nossas memórias?! A resposta é, use seu tato, sua audição, seu paladar e olfato. Posso pedir então para que você ative os seus dons de percepção?

Aguardando então a sua ação, ele levava a face até próximo do seu ouvido e falava para você, mas parecia se comunicar diretamente com o seu âmago.

-Esqueça suas referências, me acompanhe nessa jornada. Você escolheu o roxo, não o violeta em sua clareza sensual. Mas sim o roxo, a cor de uma ametista. É uma cor que traz muitas forças, sua cultura católica pode lhe dizer que é a cor da quaresma, da melancolia e da penitência. A cor de algo que você quer ter mas não pode, a mistura do azul e do vermelho... Por quanto tempo você esperou pela inspiração que lhe fez escolher essa cor? O quão difícil foi esperar por ela? Não me responta, sinta. Mas não deixe de se lembrar da real razão dessa escolha, é o roxo que estimula o contato das nossas vidas com o transcendental, com o místico, é o que proporciona a purificação de nossos corpos e mentes, é a libertação dos seus medos e inquietações. É o teu urro por liberdade! O seu sopro de inspiração, o perfume da sua purificação.

As palavras do rapaz não eram ditas em um tom de voz comum, na verdade, nenhuma audição simples seria capaz de ouvir a ela. Elas eram acompanhadas de um barulho exótico que vinha de uma origem digital, algo que parecia empurrar a sua percepção para um lugar novo. Era como se ele soubesse usar uma frequência que apenas os seus poderes de sangue eram capazes de traduzir para a sua mente. E tudo era tão visceral e profundo, ele alcançava algo dentro de ti que ninguém alcançara antes, a sua essência.

-A penitencia chegou a seu fim, a melancólica memória do passado se foi, porque hoje, as linhas roxas estão a circundar a sua imaginação. Quem é essa pessoa? O que ela finalmente trouxe para a sua vida?! Não desenhe nada, apenas por favor, se levante. Sinta tudo isso de verdade...

As mãos de Taddeo então apertavam com mais firmeza as suas vendas, era impossível ver qualquer coisa com seus olhos! Mas ao mesmo tempo, esses estavam subjugados pelos outros sentidos naquela experiência surreal. De pé, você sentia a iniciativa de Taddeo de lhe despir, sem antes é claro seus ouvidos captarem a iniciativa dele de também se vendar. E com carinho ele levava o dedo até a sua tinta roxa, para molhá-lo e desenhar nas suas costas, um signo. Era um simples círculo! Mas sua pele inteira estremecia com o contato daquela tinta, o perfume de Olympia vinha a tua narina, o sabor dela vinha a tua boca e seu corpo inteiro parecia clamar pela presença dela, recordando-se da primeira noite que vocês haviam passado juntas. E essa gama de sensações, exatamente similares a da noite passada, dominavam o teu corpo e mente agora, o curioso era a dificuldade de lembrar da imagem...

-Vamos fazer apenas algo breve, sim? Apenas a face, O que me diz?! E por favor, se puder fazer gentileza de me responder, qual é o nome desse nosso primeiro rascunho, minha rosa?

Pergunta Taddeo que tratava de fazer pequenas ações com a boca, eram sopros leves que a impedia de desfocar, os pés dele tocavam o chão com delicadeza mas em um ritmo que ressoava pelo assoalho de madeira e a fazia se esquecer de onde estava, passo a passo, o rapaz criava uma atmosfera única! E o passo final foi a real aproximação dele de ti, pois o perfume dele conflitava com o de Olympia e a fazia se esforçar para encontrar e se focar no de sua amada.

Essa era a primeira experiência sensorial pela qual você passava e os estímulos eram todos únicos e incomparáveis, não havia lógica, era o que era! E a dor que antes havia dentro de ti, em relação ao toque masculino parecia ter ido embora!
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime22/3/2018, 14:30

Já de olhos fechados, sentada naquele banco eu apenas escutava as palavras de Taddeo. Já a fazendo ecoar dentro de minha cabeça. Tudo que ele me dizia fazia muito sentido e era de minha total vontade prosseguir absorvendo e compreendendo ainda mais o significado daquilo que ele tinha ame oferecer. Então eu concordava com um balançar da cabeça perante o pedido de amplificar meus sentidos. Para tal eu inspirava bem fundo, mas sem esticar minha coluna no processo. Era apenas um movimento relaxante. Me trazendo uma perspectiva melhor do ambiente.

Inicialmente ficava claro o som de pessoas conversando a algumas salas de distância, mas alguns segundos depois conseguia escutar o som do vento no jardim de minha casa. Para finalmente escutar o som de corujas a distância na floresta. O cheiro de tinta chegava forte inicialmente, mas era lentamente trocado pelo forte cheiro de vinho que estava espalhado por toda a casa, só que no final conseguia era sentir as fragrâncias que meus familiares soltarem por seus corpos e espalharam pelos corredores.

Minha pele sentia de imediato o breve frio daquele cômodo. Enquanto me permitia ser despida e me levantava para fazer meu vestido escorregar até o chão. Eu estava segura e tranquila. Apenas sentindo o arrepio de minha pela para com aquela tinta que tocava em minhas costas de forma tão profunda e suave. Já descalça, eu também sentia sob o assoalho de madeira o leve tremer dos convidados andando pelos corredores ao longe. O último sentido a se expandir era meu paladar. Trazendo uma grande fonte de sabores e lembranças. Afinal o sangue de Alfonsos brilhava com força ali dentro de minha boca. Junto do de Eva e todas as lembranças que os dois me traziam.Em seguida sentia o sabor de minha linda Fiore. Para finalmente vir o gosto de Olympia.

Ao focar no gosto de meu amor, todos os meus outros sentidos começavam a viajar junto deste. Meu tato me fazia me lembrar do frio do corpo dela enlaçado ao meu. Como se ela estivesse logo ali a me abraçar. Com aquela pele lisa e suave. Meus ouvidos escutavam as palavras de declaração dela, como suas risadas e até a música que tocava ao fundo na primeira vez que a conheci. Já o cheiro, era forte e único. Aquele aroma discreto e pouco doce que me lembrava de minhas uvas mais fortes e escuras.

Assim eu ia automaticamente até o pincel sob a mesa. Já sabia onde ele estava e o mergulhava sob o roxo do pote de tinta. Na tela na minha frente eu ia a fazer curtos círculos enquanto apenas focava naquele cheiro em minha mente. Minha intensão era trazer o cheiro de minha lembrança, junto com os das uvas escuras do meu campo. O verde era a próxima cor, ligando aqueles círculos com folhas que estavam a correr de um lado para o outro da tela. Só que era o preto que eu usava para unir aquele mosaico de cores. Era várias e várias linhas pretas por baixo das pequenas uvas. Era o cabelo de minha amada varado pelo vento com aquelas uvas a voar junto da canção das brisas da Toscana.

As cores mais escuras então desenhavam a tempestade dos olhos dela no meio da tela. Era como se a mesma estivesse a me encarar com aqueles olhos poderosos.Não era uma tempestade no meio do mar do norte como o de minha filha, mas era intenso como em um furacão intenso cheio de trovoadas. Que só quando completado eu ia de encontro ao pincel mais fino. Com esse eu ia fazendo os contornos da face dela, fechando os pontos por entre os cabelos e as uvas voavam pela tela e aqueles olhos me encaravam.

Por todo o momento do meu desenho eu não dizia nada. Não respondia a pergunta de Taddeo, mas o sentia a cada instante. Sem o ignorar, o usando e lembrando de suas palavras como profunda inspiração enquanto me expressava em todos os sentidos que a mim estava expostos agora. Para só quando os últimos contornos do rascunho terminasse sob o esboço, eu liberasse o pincel sobre a mesa. Ali eu suspirava suavemente e sem tirar a venda, finalmente respondia a pergunta do meu sobrinho.

- Brezza di Juno...
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime24/3/2018, 22:04

Todo o processo criativo lhe era novo, afinal, você não estava apenas vendada. Estava também completamente desnuda, isso incluía até seus pés! Assim sendo, haviam apenas as joias recém recebidas de Alfonsus em seu corpo e o pincel em suas mãos. Além é claro daquele movimento circular constante feito pelo indicador de Taddeo no centro das suas costas, algo que a ajudava a focar ainda mais em toda aquela experiência surreal.

Você já havia visto várias artes com seus olhos, já havia acompanhado a criação de várias obras e sido lecionada no berço das belas artes pelas mais talentosas mentes desse mundo. Mas nada havia lhe preparado para a profusão de emoções indescritíveis que corriam pelo seu corpo durante os minutos que passaram naquele quarto. O final da experiência chegava quando a sua voz anunciava o nome daquele pequeno ensaio.

-Loretta! Permita-me trazê-la de volta querida...

A voz de Taddeo vinha junto com uma suave, porém agil ação de interromper os sons eletrônicos e da ação do mesmo remover a própria venda, seguida de alguns instantes onde ele se posicionava por trás de ti e removia as suas vendas, ali você sentia que o rapaz tinha uma técnica elaboradíssima de nós, pois seus olhos só eram capazes de captar a escuridão e desfazer o nó demorava um pouco. Mas no fim, a venda era retirada e ele dizia:

-Vamos juntos, olhar para a Brezza di Juno!

E nesse momento, a face de Taddeo ficava bem próxima da sua, porém na altura do seu ombro direito e vocês dois encaravam o quadro. Não era um desenho exato, não haviam linhas precisas, mas havia arte! Uma arte tão pura que você sequer sonhou em um dia alcançar, mesmo não estando em sua máxima excelência por ser apenas sua primeira experiencia, o rascunho a fazia viajar dentro de sua própria mente e sentir as suas emoções mais poderosas, as emoções de quando teu amor foi enfim aceito e amado por Olympia. Parecia até mesmo que fora outra pessoa que havia feito aquela pintura, uma pessoa sem censuras e autocriticas, uma força livre e pronta para amar e ser amada. Você chegava a sentir o fervilhar de um sutil fascínio pela sua obra, mas este não evoluía porque Taddeo, de maneira muito inteligente, intervia:

-E estamos apenas começando! O que achou?

Outro ponto curioso era a forma com que Taddeo lidava com a sua nudez, nenhuma única emoção diferente era esboçada, ao seu entendimento, o jovem continuaria a lhe tratar da mesma forma como antes, uma sensibilidade rara para homens no geral.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime25/3/2018, 18:55

Não havia receios dentro de mim. Sequer um pingo de incômodo pelo toque masculino. Ou por estar nua naquele quarto. O foco na arte me deixava serena em relação a todos esses elementos que em outros cenários me deixariam constrangida. Aqui eu apenas sentia liberdade. Liberdade essa que eu podia ver em minha Brezza di Juno. Meu sorriso rasgava minha face ao eu analisar aquele quadro. Pois eu não sentia em espaço nenhum dele algo que me fizesse ter como crítica. Cada curva, cada linha, cada gota de tinta, refletia um sentimento diferente em mim. Só que todos os sentimentos eram maravilhosos e eu ficava quase que paralisada se não fosse pela pergunta de Taddeo. A qual me fazia respondê-lo.

- Tão singelo... Eu nunca vi nada assim antes! São traços tão soltos e tão carregados de tudo que eu estou a sentir. É como poder ver a essência de minha alegria nesse quadro. Não sei se outras pessoas veriam o mesmo que eu estou vendo. Mas esse é sem sombra de dúvidas o desenho que mais me cativou desde sempre.

Eu me sentia a querer chorar de alegria. Mas preferia apenas permanecer a observar aquele esboço enquanto inspirava bem fundo para sentir o cheiro da tinta que trouce vida à minha alegria. Era engraçado como pela primeira vez eu me sentia de fato orgulhosa em observar uma arte dentro daquele cômodo. Realmente orgulhosa e feliz. O que me fazia me virar para Taddeo com um delicado sorriso na face. Para começar a falar em um tom bem doce e delicado.

- Eu achei uma experiência incrível. É como se eu colocasse meus medos para longe. Eu me senti como uma brilhante rosa com essas vendas cobrindo a minha censura.

Enquanto falava, ia lentamente pondo minha roupa novamente. Fazia a ação de forma bem lenta, sem pressa alguma. Pois eu não estava incomodada em estar naquela forma. Afinal eu me sentia profundamente feliz e não conseguia desviar por muito tempo meus olhos daquele belo quadro. Mas no final, quando já estava vestida, me virava para meu sobrinho. Assim com um sorriso singelo fazia meu pedido para ele.

- Fico muito agradecida pela experiência que você me ofereceu. Logo gostaria de pedir que você pudesse com uma frequência positiva prosseguir me guiando nessa arte de liberdade. Você me ajudaria Taddeo?
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime26/3/2018, 13:34

Havia um largo sorriso na face de Taddeo, era a primeira vez que você realmente via aquele rapaz feliz e livre das próprias travas que normalmente o fazia encolher-se para dentro dos próprios ombros e evitar olhares diretos. Ali ele parecia um jovem alegre e criativo, uma nova brisa de inspiração para a arte secular das grandes rosas da toscana.

-Sabe, nós somos ensinados dês de pequenos a sofrer por causa de nossas limitações. Crescemos ao desenvolver nossos medos e atribuir a eles grandes significados, mas deixamos de valorizar as nossas próprias virtudes...

Comentava o rapaz que se aproximava mais uma vez de ti, para interromper a sua ação de subir o vestido acima da cintura. Rindo um pouquinho, ele tocava na sua mão direita para indicar com a mão esquerda dele:

-Ainda tem tinta nas suas costas Loretta, um instante!

O jovem que agora estava com a camisa de mangar elevadas, dobradas até os cotovelos e dois botões abertos na parte frontal, parecia estar o mais a vontade possível. Ele então iniciava uma ação de limpeza dos círculos que haviam sido pintados em suas costas para fazer um alegre sorriso na face outra vez.

-Será uma honra! Meu deus, isso é verdade?

Brincava o rapaz, deixando algumas risadinhas escaparem dos próprios lábios.

-Essa é a primeira vez que eu me sinto verdadeira capaz! Claro que sim! Vai ser uma honra sem igual poder auxiliá-la!

O rapaz agora ousava se aproximar como nunca antes havia feito, para passar um braço a sua frente e levantar a sua face, cuidadosamente ao tomá-la com a mão livre para lhe beijar a bochecha e sorrir alegremente, para enfim retomar a limpeza da tinta com calma e firmeza para que não houvesse nenhuma chance dessa tinta manchar seu vestido.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime29/3/2018, 22:56

- Eu sempre valorizei as virtudes que para mim eram clara. Como produzir minhas uvas e dançar em cima delas. Só que nunca achei ser capaz de desenvolver uma nova virtude unicamente porque assim eu quero e não porque sempre me foi fácil tê-la.

Olhava Taddeo agora com novos olhos. Olhos que reconheciam que havia ali mais que um parente na minha frente, tinha um artista. Um talentoso artista. Me deixava impressionada como apenas uma pequena ajuda dele e eu já pisei em lugares que nunca imaginei ser tão capaz. Então eu suspirava alegremente, me sentindo bem a vontade pela primeira vez naquele cômodo. Olhava para todos os componentes daquela sala agora sem um pingo de vergonha de os ter ali. Então voltava a falar.

- Hoje me sinto a um passo bem largo em direção da minha idealização ideal para com minha arte.

Só no fim de minha fala me virava novamente para taddeo e sorria confiante. Mas então ele parava minha ação de me vestir e eu ria timidamente ao notar que tinha tinta ainda na minha pele. O toque dele não me incomodava de forma alguma. Só que claro que me sentia um pouco corada no meio da ação dele. Tentava então esconder aquela pequena vergonha respirando fundo e me focando em olhar para meu próprio quadro.Assim que ele respondia ao meu pedido sem muita confiança eu já o respondia rapidamente.

- Claro que sim!

Deixava bem claro para meu sobrinho o quanto eu de fato queria aprender aquela arte. Me ajudava de formas acima das quais eu viera aqui a buscar. É o que a arte de fato nos faz, abre portas que sequer conhecíamos. Então,já vestida, eu levantava meus ombros no meio de uma ação de suspiro profundo e em seguida o respondia com bastante emoção em minha voz.

- Fico feliz em poder lhe passar tanta confiança de seu dom. Você fez o mesmo por mim.

Dava para Taddeo então um último sorriso antes de começar a me movimentar sugerindo uma saída daquele aposento. Não por não querer mais ficar ali, eu estava empolgada na verdade. Poderia ficar lá dentro praticando mais a noite toda. Só que eu perdera a noção de tempo enquanto fazia aquele esboço.Assim eu já estava ansiosa em encontrar meus convidados. De tal forma, ia de encontro com a maçaneta da porta.

- Agora melhor irmos. Já passamos um bom tempo aqui e os convidados devem ter chegado.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime30/3/2018, 16:36

-Claro! Claro! Vamos sim Loretta!

Afirmava o rapaz com um sorriso gentil na face, fazendo apenas um sinal com o indicador pedindo alguns instantes, afinal ele ainda tinha que limpar a mão e vestir novamente o terno. Assim, vocês dois saiam daquele comodo com sorrisos suaves nos lábios, afinal, ambos haviam vivenciado uma experiência que envolveu timidez e ao mesmo tempo, uma potente descoberta de potenciais. E isso era de certa forma curioso, pois você conseguia agora entender perfeitamente um dos conceitos mais poéticos dentro do clã das Rosas: O encontro de rosas. Quando as artes unidas confeccionavam algo novo, era exatamente isso que havia ocorrido, mesmo que seu sobrinho não soubesse disso.

Assim sendo, vocês retornavam para a sala de estar e era ali que uma nova surpresa estava a encantar os seus olhos: Os primeiros convidados haviam chegado!

Quem os recebia junto a porta era, sua própria filha que naturalmente assumia a responsabilidade de saudar os membros da família Francesco que se adiantavam a adentrar a sua sala de estar. No mesmo ambiente, estavam as figuras de Alfonsus, Evangeline, Sebastian e Claudia. Seu filho logo sorria na sua direção em uma saudação alegre e breve, assim também fazia Claudia que estava sentada ao lado do rapaz. Na realidade, Sebastian estava sentado em um dos sofás triplos, entre Claudia e Evangeline. Alfonsus em uma das poltronas se erguia para receber apropriadamente os convidados, mas algo em seu âmago lhe dizia que os olhares inicias eram inesperadamente amistosos!

-Loretta!

Afirmava Letízia em plenos pulmões, com um largo sorriso na face. Os olhos dela então encontravam a figura de Alfonsus e os dois sorriam um para o outro.

-Não acredito que é você mesmo que está aqui, o senhor não estava a morar nas gélidas terras bávaras para toda a eternidade Masdela?

Alfonsus fechava a expressão, ele detestava o nome do meio dele e isso era uma informação que apenas os mais próximos do alastor sabiam.

-Francamente, Letízia...

A loira de cabelos curtos sorria e já se adiantava:

-Perdão, perdão. Eu realmente estou surpresa em revê-lo, afinal, a última situação envolveu uma guerra e cá estamos de novo próximos a uma, estou começando a associá-lo à...

O próprio Alfonsus a interrompia:

-Lhe garanto que não estou aqui em missão minha cara. Estou apenas a cuidar de minha família, assim como você está não é mesmo?

Ela concordava e por fim, apresentava os próprios filhos a todos mas especialmente a você, afinal ela sorria extremamente feliz em poder vê-la novamente.

-Então vamos as formais apresentações! Estes são meus filhos, Elifio e Marcella.

O jovem que estava ao lado direito de Letizia então se colocava a frente, fazendo uma reverência primeiro a você e em seguida a Alfonsus e para discretamente saudar Claudia de maneira mais informal, algo que era retribuído e fazer um aceno de respeito a Sebastian. Já Marcella, encolhia-se de maneira tímida e apenas sorria um pouco, os olhos dela percorriam o ambiente e finalmente chegavam em ti, havia algo estranho nela e era impossível de negar esse fator.

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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime30/3/2018, 17:02

Teste de Percepção + Empatia, Especializado em Emoções, 9d10 [Letízia]

Teste de Percepção + Empatia, Especializado em Emoções 9d10 [Marcela]

Teste de Percepção + Empatia, Especializado em Emoções 9d10 [Elifio]
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime30/3/2018, 17:02

O membro 'King Jogador' realizou a seguinte ação: Rolagem de Dados


#1 'D10' : 2, 9, 5, 2, 8, 4, 9, 6, 6

--------------------------------

#2 'D10' : 9, 10, 10, 4, 9, 7, 3, 4, 2

--------------------------------

#3 'D10' : 4, 1, 1, 8, 7, 8, 8, 4, 7
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime3/4/2018, 14:30

Seus olhos treinados começavam a buscar por maiores informações nas expressões dos convidados, primeiramente, era possível observar a pessoa que você melhor conhecia ali. E essa era a sua acácia, Letízia sorria e esperava por seu abraço com um misto de emoções, você conseguia notar uma forte dedicação na maquiagem para esconder um possível inchaço da face por causa de choro recente, mas também conseguia ver que ela estava genuinamente aliviada e feliz em poder vê-la. Assim como captava uma suave felicidade nela em ter conseguido trazer os dois filhos, já que ela olhava por alguns instantes para ambos e se sentia feliz em ver que os dois haviam realmente a acompanhado. E o último detalhe interessante era em relação aos sentimentos dela para com Alfonsus, era como se houvesse uma velha rivalidade que havia avançado para um companheirismos que se perdeu com o avanço dos séculos, algo bem positivo.

Em seguida, era possível observar com mais atenção Marcela. O que ocorria praticamente simultâneo a sua análise de Letízia, a jovem estava acuada e receosa de interagir com praticamente tudo ao redor dela! Havia uma pesada sensação de culpa e uma vergonha enorme em estar exposta ali, os ombros se encolhiam com força enquanto os olhos percorriam o ambiente em busca de qualquer face familiar. O grande ponto de conforto dela era o irmão, afinal, a cada instante ela se aproximava mais do rapaz em uma tentativa irracional de se esconder junto dele. Ela demonstrava tristeza, arrependimento e confusão.

Por fim, sua atenção encontrava a figura de Elifio, o jovem tinha traços de confiança e segurança. Estava de guarda alta e pronto para não só proteger a irmã, mas como também a mãe. Ele olhava com atenção para as figuras de liderança da sala, isso obviamente a incluía e com bastante calma o mesmo parecia buscar por traços e demonstrações de que o ambiente era seguro. Ele era sem dúvida a figura mais saudável e estável entre as três que ali se apresentavam, mas a expressão cansada dele indicava que ele estava exausto ou que havia sido exposto a um forte stress recentemente.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime6/4/2018, 21:28

Ficava inicialmente a curtos passos de distância a observar a aproximação de Letízia. Ao invés de esticar minha coluna, apenas enchia meu pulmão de ar. Vê-la me trazia lembranças maravilhosas da noite passada e os meus lábios iam para um formato de sorriso profundo. Degustando em minhas memórias tudo que eu conseguia buscar. Só que enquanto isso começava de leve a analisar a cena. Principalmente a relação do Alastor de Florença com aquela bela mulher antiga membra do Sabá de Milão.

"Impossível esses dois não terem tido suas rivalidades. Mas juntos todos nós reconstruímos e unimos esse país. Logo deve ser um misto exótico de sentimentos que eles tem entre si."

Eu sorria com o tom da conversa dos dois. Fazendo uma curta risadinha com a provocação da moça. Ainda mais com a típica e divertida reação do meu Alfie. Então me aproximava dele e passava de leve minha mão pelo braço dele antes de começar a comentar num tom divertido.

- Francamente Masdela. Você ficou a tomar vinagre germânico por um bom tempo. Mas acho que agora que ele rever os vinhos de verdade, não vai conseguir ir embora mais. Né querido?

Meus olhos se depositavam então na jovem Marcella. Evitava olhar diretamente para a mesma ou me aprofundar dentro do que eu via para não a intimidá-la. tentava manter minha face no tom mais dócil possível. Só que logo notava que a sala estava com mais pessoas que o ideal para a deixar confortável.

"Esta jovem está exposta demais. Tenho de fazê-la ficar mais a vontade. Tem pessoas demais nesse aposento para ela infelizmente. Preciso dar um clima um pouco mais espaçoso para eles."

Então a apresentação finalmente ocorria e eu fazia uma delicada mesura para os dois. Meu sorriso mais puro ia na direção do irmão da jovem. Afinal era ele agora que eu queria que sentisse mais a vontade. Afinal em breve eu iria começar a interagir com a jovem e sinto que abrirei algumas feridas no processo.

- Encantada em lhes conhecer, Elifio e Marcella. Ouvi muito sobre você Marcella. Como também de você Elifio, fico feliz em finalmente nos encontrarmos.

"Até o guardião delas está cansado. Isso não está bom. Preciso focar só neles agora. Não quero vê-los mais assim tão... Tão tristes e quebrados."

Após a apresentação me aproximava finalmente de Letízia para prendê-la num delicado abraço. Ali eu ia na direção do rosto dela e depositava um carinhoso beijo exatamente na parte da face dela onde eu notava o inchaço. O beijo demorava um segundo a mais que o esperado. Então eu mergulhava no meio dos olhos dela numa bela fixação enquanto a convidava com minha mão erguida e um suave sorriso no rosto.

- Letízia. Eu preparei uma pequena surpresa para vocês. Gostaria de me acompanhar até a sacada lá em cima para eu te mostrar?
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime9/4/2018, 15:17

A sobrancelha de Alfonsus se arqueava diante da sua fala, o grande e forte homem então cruzava os braços e cerrava um pouco os olhos, afinal, ele realmente detestava o uso de seu nome do meio e isso ficava bem evidente.

-Você tem razão Loretta, não existem vinhos melhores nesse mundo...

A voz dele vinha com um suave tom de protesto, mas o mesmo sequer conseguia manter a pose séria por muitos instantes, deixando um sorriso leve se manifestar para aliviar o clima da situação que parecia preocupar bastante a figura protetora de Elifio. Todos os ali presentes então observava a sua recepção à Letízia com curiosidade, afinal, havia uma notória intimidade nos toques e nos olhares.

-Eu adoraria querida!

Respondia Letízia com um sorriso feliz na face, seus olhos estavam tão conectados aos dela que você conseguia ver como ela estava se sentindo aliviada e feliz por estar ali nos seus braços. Tanto que ela tinha uma real dificuldade de desviar o olhar para convidar os próprios filhos.

-Venham queridos, vamos ver qual é essa amável surpresa que nossa anfitriã nos preparou!

Marcella instintivamente tomava um dos braços de Elifio para si, apertando-o com força e encostando a cabeça no ombro do rapaz que silenciosamente, respirava fundo e acenava positivamente com a cabeça, indicando assim que iria acompanhar vocês duas. Letízia enfim voltava os olhos para você e sorria bem alegre e cada vez mais a vontade na sua presença:

-Vamos então! Até logo, Alfonsus e demais queridos!

Dizia ela acenando brevemente para Alfie e os outros membros ali presentes.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime10/4/2018, 23:37

Assim que a Letízia concordava com meu convite eu pegava o braço dela delicadamente e enrolava junto do meu. Para assim poder seguir com ela de forma o mais próxima possível. Fazendo antes uma curta inspirada do ar para poder sentir o cheiro daquela bela mulher. Finalmente, antes de começar a caminha, olhava discretamente para Evangeline. Apenas para ver se ela estava observando concentradamente minhas ações. Em todo o caso sorria para ela. como também para Taddeo e demais pessoas no aposento. Mandando no final com minha mão livre um beijinho na direção do Alfie e assim começando a andar.

- Vamos então querida. E preciso dizer logo que amei profundamente esse seu vestido. Combina muito com essa sua maquiagem mais rosada.

Andava a passadas curtas para me certificar que os filhos dela iam me acompanhar de perto. Era importante mostrar para os dois o quanto eu legitimamente gostava da mãe deles e de como eu me preocupava com ela. Assim sorria de leve para os dois enquanto começávamos a subir as escadas em direção da varanda superior. Ali eu notava a respiração do Elifio e ficava um pouco pensativa sobre qual era o guia moral do mesmo naquela complexa família dos Francescos. Mas meu foco era agora especialmente na Matriarca La Sombra.

- Já estava ficando ansiosa. Que bom que vieram cedo. Essa noite não teria graça nenhuma sem um cheiro de Acácias...

Acariciava de leve a mão dela com a minha que segurava a mesma.Já com a minha mão livre ia de encontro com o celular e rapidamente mandava uma curta mensagem para Andrea. "Faça o espetáculo de Strove por gentileza." escrevia rapidamente para não desviar muito a atenção dos ali presente. Terminando o lance de escadas fazia um gesto apresentando os sofás voltados para a vista do lado de fora. E assim fazia um gesto para sentarem, com a Letízia claramente ao meu lado e a Marcella do outro caso possível por minha movimentação. Então me encostava no sofá e assim começava a falar.

- Noite retrasada te mostrei estes meus campos ardendo com chamas. Mas nem todas as noites são para violência. Me permita mostrar uma dança de luz e sombras... Só olhem para o vilarejo na colina e apreciam por um momento.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime12/4/2018, 17:15

Evangeline, que estava agora sentada ao lado de seu filho, não desviava os olhos de ti. Atentamente ela retribuía a piscadela de maneira bem discreta, apenas para passar os olhos pela figura de Letizia que agora estava ao seu lado, de braços dados e um sorriso mais aberto e leve nos lábios. Todos reagiam positivamente a sua breve despedida, inclusive Alfonsus que não se contentava apenas com a sua ação de lançar um beijo na direção dele, o homem dava alguns passos mais largos para lhe alcançar e se despedir silenciosamente com um selinho nos seus lábios. Uma ação que fazia Letízia olhar surpresa e feliz, assim como atraía olhares de aprovação, especialmente de Sebastian.

Por fim, o caminho se iniciava, Elfilio certificava-se de olhar claramente na sua direção. Fazendo um sinal positivo com a cabeça o homem indicava que estava junto contigo e trazia consigo a figura fragilizada e silenciosa da irmã.

-Ah Lotta, obrigada querida! Tentei vir o mais cedo possível, por sorte existem vantagens em acordar logo no começo da noite não é mesmo? E devo assumir, estive com muitas saudades...

A sua mensagem era escrita sem desafios enquanto Letizia se pronunciava, afinal, o contato direto e simplificado entre o seu celular e o de Andrea era muito bem localizado na tela do seu aparelho. A mensagem era visualizada e isso já era o suficiente, assim, vocês iam se acomodando na varanda enquanto Letizia não saia do seu lado, ela parecia um pouco pensativa e até curiosa sobre o que iria ocorrer, os olhos dela se voltavam para o horizonte enquanto você se ajeitava entre ela e Marcella. Elfilio acabava por sentar-se em uma das poltronas, uma situação que parecia deixar a jovem Marcella afoita, encolhendo-se ela olhava para os próprios joelhos.

-Fico feliz e aliviada em saber que essa noite não será uma de fogo e chamas, estamos precisando de um pouco de esperança de noites melhores querida.

Afirmava a mulher que parecia ter ainda mais coisas a falar, mas que no entanto tinha a atenção totalmente dominada pelo espetáculos de luzes que se iniciava no vilarejo próximo. Para sua surpresa, havia uma clara interferência artística no posicionamento de luzes, indicando que alguém havia facilitado a vida de Andrea nessa pequena missão. Eram luzes azuis, brancas e amarelas que se misturavam, abrindo arcos, iluminando casas e por várias vezes, eram direcionadas sobre os lindíssimos campos da sua terra natal. Um espetáculo que fazia Letízia suspirar, que atraia os olhos de Elfilio, que aliviado relaxava a postura e por fim, conseguia fazer a cabeça de Marcella se levantar pela primeira vez!
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime22/4/2018, 16:32

Concordava de leve com a pequena pergunta de Letízia. Quando em seguida ela dizia que sentiu muita saudade, eu enviava a mensagem de meu celular e depositava um suave beijo na bochecha dela sorrindo suavemente. Então nos acomodávamos no sofá e assim eu observava de leve as ações dos três ali. Era notável como a Matriarca dependia de minha presença para se sentir melhor. Assim eu jamais iria a privar disso. Já que a recíproca era real. Notava como Marcella também dependia de uma presença para se sentir melhor e no caso era o irmão. Agora ela estava mais exposta. Assim eu a esperava finalmente levantar a cabeça para começar a falar.

- É tão lindo essas luzes né? Me permite ver mais distante dessas terras que tanto amo... Ainda lembro como se fosse hoje desse mesmo horizonte cheio de campos de trigo e vinhedos quando dei a vida para minha Ermínia. Era uma linda garota, mesma depois de adulta nunca perdeu os charmes da juventude e parecia uma eterna criança pura e imaculada.

No começo eu falava unicamente olhando para as luzes brincando pelo horizonte. Deveras era lindo poder ver aquela vista pelos campos que eu tanto amava. Algo mais saudável que ver as chamas da guerra. Era impossível não sorrir ao longo de toda minha fala. Suspiros de alívio e muita felicidade iam ficando mais frequentes em minhas pausas. Afinal minha mente ia indo para o passado positivamente.

- Ela faleceu sorrindo, feliz por ter dado a vida gêmeos e poder alegrar seu marido mesmo depois da morte. O legado dela, assim o meu legado, a única coisa bela que eu trouce ao mundo, prosseguia existindo, agora na forma de dois garotos.

Mesmo nas partes tristes da história de minha pequena filhinha, ela estava feliz. Logo não havia como contar tal passagem de minha vida sem refletir o amor e carinho que minha própria filha tanto possuía. Meus olhos então iam para de encontro com o de Marcella finalmente. Imaginando a encontrar um pouco confusa no meio de sua atual fragilidade, afinal ainda não tinha chegado no ponto da questão.

- Perco a conta de noites que corria atrás daqueles pestinhas quando corríamos nos campos ao redor de Florença. Foi uma infância maravilhosa que eles tiveram. Pena que a severa doença que eles tiveram os levaram quase que para o reino dos mortos. Mas como eram meu único legado, os abracei. Eles estavam adormecidos, fracos e bem delicados, então cheguei perto e comecei a cantar uma suave canção de ninar enquanto os trazia para o nosso mundo eterno.

Sorrisos percorriam minha face nas partes lindas de meu passado. Enquanto um semblante mais triste passava em minhas feições pelos pontos negativos. Porém era unicamente para negar uma frieza naquele conto, afinal era uma história em mistura de alegria e tristezas. Não me permitia me mostrar fria, ignorando as dores, mas também deixava claro toda a alegria que eu possuía sobre aquela memória. Assim até eu fazer um último suspiro e prosseguir em um tom mais lento.

- A duas noites, um de meus netos, Alonzo, sucumbiu a besta. Veio para cima de mim tentando tirar a minha vida. Então o derrubei no chão e o esmurrei até poder enfiar uma estaca em seu coração. Sequer tinha certeza se daria certo, afinal eu usara muita força no golpe, ele poderia ter morrido na minha frente. Mas por pouco sobreviveu e prossegue empalado. Logo aqui no quarto ao lado...

Meus olhos agora focavam profundamente nos olhos de Marcella. Enquanto minha mão esquerda acariciava de leve Letízia numa esperança de fazê-la se sentir segura com o que eu estava a fazer. Havia um esforço em minhas feições e tonalidade da voz em não demonstrar frieza em minhas ações da noite passada. Pois eu precisava mostrar o quão humana eu era. Afinal era essa humanidade que me fizera erguer a cabeça depois de toda essa horrível cena. Por isso então eu fazia uma delicada pausa na minha longa fala e ia diretamente para a ferida. Forçava a demonstrar profunda empatia e delicadeza em minha voz para não permitir que aquela jovem se escondesse em sua trilha. Tinha de deixá-la exposta na dolorosa e ao mesmo tempo poderosa humanidade.

- Acho que estou falando muito de mim. Então deixe-me perguntar algo para você Marcella. O que houve com o delicado netinho de Letízia?
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime23/4/2018, 14:56

O show de luzes acontecia enquanto você compartilhava com os três membros da família Francesco ali presentes, Letízia não se contia e não somente aceitava o seu toque como se aproximava o máximo que podia, fisicamente de ti. Ao ponto de suas pernas já estarem se tocando completamente enquanto ela encostava a cabeça em seu ombro, assim, o show de luzes ia acabando temporariamente quase que em uma perfeita sincronia com a sua pergunta direcionada a Marcella.

-Perdoe-me, mas eu não sei se esse assunto é de fato apropriado. Digo, respeito muito vossa história Loretta, mas minha irmã...

Pronunciava-se Elifio, afinal, Marcella encolhia-se e apertava os próprios braços em uma posição defensiva diante da sua pergunta. No entanto, a fala protetora do rapaz era interrompida pela própria Letízia.

-Não há razões para isso querido, de verdade, nós podemos confiar em Loretta.

Elifio respirava fundo e se mantinha atento, assim inevitavelmente, após alguns instantes Marcella levantava a voz para falar:

-Não sei porque... Não sei porque eu me sinto assim. Ele não era um rapaz totalmente incapaz, mas ele chegou até a minha casa após um fracasso, após fazer o nome da família passar vergonha. Ele chegou descalço, falando como um fracassado, expondo-se como uma falha enorme... Eu... Eu... A raiva me subiu a cabeça, o arpão de caça acabou por atravessar fundo demais em seu peito e nada mais restou. Ele está morto. E a culpa é minha.

Confessa Marcella, que agora olhava para as próprias mãos, como se estivesse tentando se convencer de que era realmente culpada pelo que havia feito.

-Irmã...

Dizia Elifio, preocupadíssimo com a irmã ele ameaçava se levantar, mas Letízia que apesar dos olhos marejados, se mostrava firme! Levantando a mão ela indicava a ele que estava tudo bem, afinal, caberia a você ajudar a filha dela.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime30/4/2018, 14:19

Inicialmente eu inspirava profundamente sentindo a dor que estava agoniando o coração de Marcella e ao mesmo tempo o calor especial que minha amiga me dava ao se encostar em meu ombro. Então, eu me esforçava para sorrir educadamente para o irmão mais velho da jovem. Entendia profundamente a reação dele, afinal eu estava tocando num tema extremamente delicado. Assim apenas esperava minha querida Letízia falar e como esperado ela dava espaço para Marcella começar a falar.

Ali eu escutava aquelas palavras tão dolorosas e não permitia que aquela moça tão perdida se sentisse sozinha. Olhava diretamente na direção dela com um tom delicado e amoroso. Isso até eu notar que a visão dela mudava de foco para aspróprias mãos. Assim eu delicadamente levavav minha mão direita até a aproximação de um toque. Só que a intenção agora era só me mostrar presente e não ainda tocar nela. Assim eu inspirava profundamente após a fala hesitante do irmão dela e começava a falar.

- Sim, a culpa é sua.

Fazia assim uma curta pausa. Aquela pausa infelizmente era para deixar a dor crescer dentro da jovem. Ela não poderia apenas receber um cafuné na cabeça. Por mais que todo o meu corpo me obrigava a isso, eu lutava contra, afinal precisava ajudar ela alutar contra a própria dor. Não havia remédios e essa é a maior maldição de não renegar a humanidade. Pois não existe caminho fácil para aceitar suas próprias ações. Só que aqueles que as aceitam são mais fortes que qualquer ser desumanizado. Assim eu prosseguia falando.

- Essa culpa é horrível e dolorosa e nunca irá embora. Eu lido com essa culpa todos os dias de minha vida, sobre vários diferentes problemas. A questão é que não adianta escondê-la e sim aceitá-la de braços abertos.

Eu relaxava meus próprios ombros e me abaixava um pouco. Diminuindo o timbre de minha foz e mais uma vez suspirando profundamente. Lentamente eu ia diminuindo minha presença na sala, me mostrando menos expansiva ou dominante. Não era espaço para mostrar minhas forças e sim para mostrar que ela poderia seguir meu exemplo e mesmo sendo bem frágil, possuir uma força especial. Assim eu revelava aquele meu lado mais delicado e profundamente empático e então prosseguia falando.

- Você agora não me parece muito diferente de sua falecida prole. Se sentindo cheia de falhas e fracassada...

Falava essa sentença no meu tom mais frágil e empático na intenção de não soar como uma provocação e sim uma constatação. Era importante ela projetar o sentimento dela em outras pessoas. Como também deixar exposta ao máximo em sua própria ferida. Só que sem querer ser cruel com ela, eu imediatamente prosseguia.

- Mas entenda algo importante. Sequer eu ou especialmente a sua mãe estamos agora envergonhadas de estar ao seu lado. Muito pelo contrário. Só os verdadeiros seres fortes tem capacidade de admitir seus erros como você fez agora e dar sua cara a tapas. Não fugir daquilo que profundamente te machuca.

Nesse momento eu finalmente tocava na mão dela. De forma delicada, dando espaço para ela afastar a dela caso quisesse. Eu sorria ainda olhando na direção dela e dava mais uma profunda suspirada. Não elevava minha voz em momento algum, permanecendo em um tom amável e bastante sereno. Para enfim completar minha linha de raciocínio.

- Me sinto muito feliz de estar ao lado de alguém com tamanha força de mostrar suas próprias fraquezas e falhas sem medo de retalhações. Imagino que a Letízia acha o mesmo, não é meu amor?

A palavra final escapulia de minha boca em profunda inocência enquanto terminava minha fala indo a olhar para Letízia. Esperando escutar alguma palavra dela. Só que ao mesmo tempo profundamente atenta para garantir que ela iria prosseguir com aquela conversa firme e forte. Minha mão na perna dela acariciava amavelmente na esperança de ajudar a dar força para a Matriarca prosseguir.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros I_icon_minitime

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