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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros

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Danto
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros - Página 2 I_icon_minitime2/5/2018, 12:14


-Sim, nós não poderíamos estar mais felizes com essa demonstração de...

A fala de Letízia era interrompida por um levantar brusco de Marcella que empurrava a sua mão para longe do toque dela e subia no próprio sofá, ficando com os pés sobre o mesmo e puxando o ar com muita força através da boca que se abria por inteiro, era como se ela gritasse para dentro! A força era tão grandiosa que veias negras surgiam em seu pescoço, tracejando a pele alva da jovem de cabelos loiros até a direção e seus lábios que se enegreciam como apenas a mais profunda noite poderia ser.

-Merda!

Dizia Elifio em um tom de urgência. O rapaz prontamente se colocava de pé enquanto Letízia escondia a face com as duas mãos, cansada de ter de lidar com a situação. Rapidamente todo o ambiente começava a se escurecer enquanto os olhos de Marcella viravam, tornando-se totalmente brancos e suas presas eram expostas.

Cada pequena sombra que residia na varanda, se afiava em pontas angulares e perigosas. Os pés da jovem começavam a se levantar e dois braços tenebrosos, ensaiavam uma manifestação em suas costas, no entanto, Elifio movimentava rapidamente as mãos, em uma ação de puxar e dobrar, claramente manipulando as sombras do abismo que escapavam do corpo de Marcella que estava em a beira de um frenesi totalmente descontrolado.

-NÃO! Não compare os meus erros aos teus! Eu destruí minha prole porque ela era fraca e não porque eu sou fraca! Maldição! PORQUE TANTA DOR?

Urrava a jovem que caia novamente sobre o sofá. A queda dela ocorria porque Letízia movia a mão direita com força, arrancando as sombras que davam suporte a mesma, erguendo-se a poderosa matriarca olhava na direção da própria filha e dizia:

-É a dor que nos forja. Abra teus olhos filha, antes que seja tarde demais!

Elifio travava uma verdadeira batalha contra o abismo que ameaçava a todo instante, devorar a varanda onde vocês estavam! Seus olhos chegavam a perceber a variação de iluminação, o show de luzes havia começado no vilarejo e mal iluminava onde vocês estavam agora, apenas raios difusos tentava lhe dar uma suave perspectiva do ambiente enquanto uma meia luz negra dominava o ambiente. E ali, o frio crescia rapidamente! Assim como uma sensação estranha de observação, havia algo no abismo... Algo que atraia a atenção de Letízia que prontamente ordenava:

-BASTA!

A fala em tom imperativo dela vinha como um ordem que cessava finalmente totalmente a manifestação de trevas e abismo, culminando em choro intenso de Marcella, que derrubava suas lágrimas de sangue no chão da sua varanda, desolada ela se encolhia em posição fetal junto ao chão e ali ficava.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros - Página 2 I_icon_minitime4/5/2018, 20:27

Ela começava a reagir após minhas palavras. Eu sabia que tinha provocado muito. Estava na hora da besta dela a proteger. Porém nada estava perdido, afinal eu notava que Marcella buscava por ar antes de se apagar totalmente no meio daquele caos escuro. Eu então me recusava a recuar, me levantava e encarava os olhos dela sem piscar, mantendo o mais amável dos meus sorrisos ao observá-la. Focava em meus pensamentos para me dar inspiração a prosseguir lutando por ela.

"Pobre alma! Ela está em profunda agonia! Eu preciso resolver isso! Com todas as minhas forças! Se eu não for capaz de salvar essa pobre garota, como eu poderei salvar a minha irmã? Sem falar que ela é a filha de um novo amor que está nascendo no meu jardim, não posso ser fria agora. Jamais!"

Quando a jovem caía contra o sofá eu levava minha mão até ela para aliviar sua queda. Fazia o máximo para não ser esquecida da mente nebulosa dela desse momento. Expressava em minha mente apenas meu amor. Focava em pensar no primeiro beijo que Olympia me deu, no primeiro orgasmo que Letízia me proporcionou, no sorriso de Eva quando ela passou a me amar, no primeiro fascínio de Alfie ao me ver dançar nas uvas, nos olhos de tempestade russa de minha filha, no meu filho me chamando de mãe pela primeira vez, no brilho dos olhos de Aloísio similares a quando ele ainda era humano. Eu focava em toda minha família e isso me dava forças para não desistir de cuidar daquela família na minha frente.

O abismo agora não me assustava. Eu já sentia que havia algo atrás de mim, mas agora não era a hora de encarar o mal. Era hora de trazer o bem para o coração dos que precisavam. Meu sorriso e meu afeto não me abandonavam de forma alguma, em momento sequer. Então eu permitia que a pobre Marcella fosse ao chão deitar de forma fetal. Assim eu decidia imitar ela, me deitando na frente dela na mesma posição que ela fazia. Tão frágil e vulnerável como eu nunca antes estive. Largada no chão e encolhida. Assim eu começava a falar.

- Não tem como comparar a dor que nós sentimos. Cada uma é unica e ninguém que não passou por isso pode compreender, muito menos comparar. O que podemos é nos unir para lutar contra esses tormentos.

Eu começava a respirar cadencialmente, na esperança de que com o tempo a Marcella fizesse o mesmo. Buscava os olhos dela de forma amena e falava em um tom bem leve e absolutamente sincero.

- Minha irmã, de sangue e abraço, a qual eu amo incondicionalmente a quinhentos anos, me pediu para devorá-la pois ela não aguenta mais viver. Eu estou agora devastada. Mas não podemos deixar nossa fúria interna resolver, pois ela não irá.

Ali eu me permitia chorar, como Marcella fazia. Ela tinha de notar que até os fortes podem chorar. Não era um choro em prantos, mas eu aliviava as dores que haviam dentro de mim. Só que não parava de respirar em momento algum, mesmo com a respiração destoada.

- Nem a sua besta quanto todo o abismo serão capazes de trazer sua prole de volta. Não adianta correr para a escuridão. Pois a dor não vai embora.

Fazia uma curta pausa enquanto buscava o foco dos olhos dela. Só que permanecia na mesma posição que ela, com meus olhos tão sujos quanto os dela. Lentamente me aproximando ao ponto de nossas pernas se tocarem e ela sentir meu calor. Eu me esforçava a ferver por todo o corpo, mesmo com a sede começando a chegar.

- Eu não posso entender exatamente como é a dor que arde em seu corpo. A única coisa que eu entendo é que devemos enfrentá-la, custe o que custar. Para isso precisamos nos abrir. Arrancar todas as cascas de nossas feridas, desenterrar todos nossos tormentos e aprender a lidar com isso. Ou um veneno se alastrará em nossos corpos e nos tornaremos realmente fracos.

Prosseguia falando bem devagar, com a intenção que mesmo no meio daquela profunda dor ela me entendesse. Que eu pudesse chegar fundo na cabeça dela e plantar a semente do que eu tinha a dizer. Fazia mais um suspiro, bem doce e delicado para prosseguir.

- Essa é a força dos humanos. Saber se adaptar mesmo no pior dos cenários. Diferente de nós, eles não tem para onde fugir.

Nesse momento levava meu braço que não estava esmagado contra o chão na direção dela. Para lentamente fechar em um abraço. A ação era bem lenta. Permitindo que ela notasse cada passo dos meus movimentos e não ficasse ainda mais acuada.

- Admitir suas falhas e o seus erros é o primeiro passo para se aceitar. E você já está nesse caminho. É um caminho extremamente doloroso, ardido e cruel. Porém esse caminho tem um final. Pois saiba, cada dia dói menos e cada dia você se torna mais forte.

Então eu completava o abraço de forma bem delicada caso ela permitisse. Me fazendo chegar bem perto dela, a poucos centímetros de seus olhos. Crescendo o ritmo de minha respiração com a intenção que ela começasse a me imitar. Enquanto levemente começava a acariciar os cabelos dela de forma bem leve,para enfim tocar minha testa na dela.

- Eu não posso te dar todos os passos desse caminho que deves seguir. Mas posso sugerir o primeiro... Olhe nos olhos da sua mãe.

Fazia uma pausa no meio de minha fala para então me afastar apenas alguns centímetros. Permitindo que a visão dela pudesse focar na presença de Letízia. Ali eu fazia um largo sorriso mais confiante e prosseguia falando, esperando lentamente na reação dela. E caso ela fosse se levantar, dando espaço para tal.

- Olha profundamente nos olhos dela e diga qual é o sentimento mais profundo que você tem por ela. E então, nunca mais esqueça desse momento. Está na hora do próximo passo.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros - Página 2 I_icon_minitime10/5/2018, 14:29

O filho de Letízia permanecia por todos os segundos que aquela cena ocorria, em total preparo e com a guarda alta. Pronto para o pior, ele não sabia exatamente como reagir e ele só não interferia com mais vigor por causa da presença da própria Letizia, que ali, se mostrava mais firme do que você conseguiria imaginar que ela era, afinal, era a filha dela que estava agora encolhida em seus braços e a imitar discretamente todas as suas ações, inclusive as respiratórias. E assim que a sua fala terminava, incentivando-a a falar com a própria mãe, Marcella respirava fundo e iniciava uma verdadeira abertura de seu ser, com os olhos totalmente concentrados em Letízia:

-Dos meus pés até a minha cabeça, estou cansada de tudo isso! Você me criou para ser a tua guerreira, para ser a lâmina que cortasse junto da carne dos inimigos! Mas fecho meus olhos e não consigo entender... A luta já acabou! Meu bando não está mais aqui, ela se foi... Qual é a minha função agora? Estou farta disto! Dessa necessidade de ser a mais forte, de ser a violência de ser... De ser vazia! Essas trevas apertam meu coração com tanta força e violência, que meus olhos se fecham e eu não sei o que fazer a não ser, me abraçar a essas trevas!

Focando os olhos dela nos olhos da própria mãe, Marcella terminava a fala:

-Muitos jamais irão ter a capacidade de assumir os próprios erros e encará-los. Mas... Eu sinto os meus em minha carne e em meu sangue. Mãe... estou assustada!

Letízia sorria para a própria filha e prontamente se direcionava até a mesma, para abraçá-la com carinho. E nesse momento, era a figura do rapaz que se aproximava de ti, lhe ajudando a ficar de pé novamente, ele sorria enquanto mãe e filha choravam juntas.

-Obrigado por essa ajuda Loretta. O nome da família Giovanni é muito importante para Marcella, ver novamente essa presença viva em um certamente a ajudou, mas quero que saiba que tens minha eterna gratidão por cuidar das mulheres da minha vida. Obrigado.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros - Página 2 I_icon_minitime10/5/2018, 14:58

Ajudava a Marcella com sua respiração fazendo um ritmo bem lento da minha para que ela conseguisse me acompanhar com facilidade ao longo de todo o processo. Ficava ali até ter certeza que ela teria forças para olhar nos olhos de Letízia e começar a falar. Assim eu escutava atentamente sem chegar a me levantar, permanecia sentada ao chão como uma igual para com a jovem. Na pausa que a jovem dava eu olhava para o horizonte e começava a falar de forma tranquila.

- Uma nova era chegou, uma era onde a paz se prosperará sem a necessidade das trevas mais profundas. Mas isso não significa que sua luta terminou, pois não é sua capacidade com o mundo do abismo que sua mãe almeja de você.

Inspirava profundamente e olhava para Letízia querendo entender melhor as reações que estariam a passar pela face dela agora. Sorria de forma amorosa e prosseguia com minha fala, dando curtos intervalos para caso minha amada quisesse falar algo. Assim olhava mais uma vez para Marcella.

- Ela almeja unicamente quem você é, quem você era quando foi abraçada. Ela almeja que você se permite olhar para esse horizonte e aproveitar da beleza dessa terra que já lutamos tanto para manter tão próspera quanto está agora.

Me afastava lentamente quando aquele belo abraço ocorria. Podia sentir um brilho em meus olhos pela alegria que me vinha ao saber que eu havia feito algo de positivo. Era doloroso todo o processo, era tenebroso, mas podia haver uma luz no final. Assim eu suspirava e olhava para o horizonte mais uma vez e falava em tom mais baixo e de forma mais poética.

- Use a força que você tem para dar a sua mãe o mesmo amor que ela tem por você. Lhe garanto que isso ajudará em sua profunda dor. Não irá sarar imediatamente, mas cada dia doerá menos. E a cada dia que passar, você se sentirá mais livre de toda essa obrigação que outrora você possuía. Seja livre ao lado de sua mãe.

Finalmente aceitava o convite de Elifio para me levantar e assim fazia de imediato. Dando espaço para aquelas duas poderem ficarem ali por mais um tempo. Dava alguns passos na direção da varanda, no máximo quatro, esperando que aquele galante protetor das duas viesse comigo. Assim ficava a observar a cena da mãe e filha enquanto escutava as palavras dele. Ali eu ficava um pouco intrigada e então o respondia o olhando delicadamente nos olhos. Para só depois voltar a focar naquela singela cena na minha frente enquanto me debruçava de costas na mureta da varanda.

- Não precisa agradecer, eu amo a Letízia e faria tudo por ela.... O Nome de minha família é importante para Marcella mesmo? Pensei que havia apenas rivalidades... Fico feliz em saber que não sou a única que preza por vocês, caro Elifio.
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MensagemAssunto: Re: Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros   Primeiro Arco de Loretta: Ato X - Família e Tesouros - Página 2 I_icon_minitime

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