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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición

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Danto
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MensagemAssunto: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime12/9/2020, 01:03

Corredores de pedras negras de veios esverdeados, mornas ao toque e com o detestável odor característico de sua herança vulcânica. Um mar de areia branca, necrópoles construídas diante os olhos de todos que pudessem ver, o conclave dos arautos deveria ocorrer e aquelas areais brancas logo se avermelhariam diante os pecados desses. Os corredores de pedras negras e veios esverdeados se tornariam aglomerados confusos de sentimentos frustrados. Ali, naqueles corredores o inacabado se forjaria em novos grilhões, dezenas de centenas de arautos da causa, acusados de falha, julgados como culpados e sacrificados como rebanho. Quem são esses que os julgam? Quem são esses que os aprisionam nesses terríveis grilhões? E seus medos? Seus estudos? Seus desejos? Seus aliados? E suas máscaras?

Correr pelos corredores é pior do que enfrentá-los face a face, lamentar-se diante desses é o que lhes restou. Um a um, chamados por seus verdadeiros nomes, envergonhados, humilhados, todos são farsas, todos são falhas, todos merecem a máxima punição. Cercado pelos seus filhos, o pastor condena seu rebanho a perdição em prol de seu orgulho, de sua visão e sua própria falha moral. Não mais, o papel de um arauto não termina quando seu Pasto o chama de volta à casa. O conhecimento não pode ser enterrado por areias brancas ou confinado em paredes de pedras!

De pé em frente a um tortuoso salão rochoso, você via e ouvia, nomes antigos, faces desconhecidas, sentenças cruéis, pecados rasos, punições violentas e o mesmo resultado: O fim. A revolta crescia na face daqueles enfileirados por atenderem ao chamado daquele que os deveria liderar, traídos, enfurecidos, eles seriam os próximos e nada poderiam fazer. Cada corpo pálido que caia no chão representava o final de um arauto, de uma vida dedicada a causa! E cada um desses, trazia mais alívio e alegria a face do grande Pastor, delirante em seu ego e cercado por seus escravos sanguíneos, filhos serventes, cegos pela idolatria. E assim, os arautos foram forçados a cair no labirinto eterno, buscando por respostas para suas falhas, almas quebradas, fragmentadas e humilhadas. Dentro daqueles corredores de rochas e debaixo daquelas areias brancas foi construído o maior palácio de espectro já visto nesse mundo e tudo isso, todos esses horrores, passavam com o fragmentos pela sua visão, um turbilhão de informações complexas, arcaicas, confusas, embaralhadas, sem nexo aparente, faces e nomes... Havia tanta dor, tanta raiva! O lacre começara a se romper e aqueles que outrora foram empurrados pelo grande Pastor como párias, iriam retornar enfurecidos para punir aqueles que os enganaram por tanto tempo...
28 de Abril de 2010, Noite de Quarta-feira.
Pozuelo de Alarcón, 28223, Madri, Espanha

Propriedade da família Rossellini:
Quarto de Cora:

Seus olhos se abriam com rapidez e seu corpo inteiro reagia como se uma corrente elétrica corresse pelo mesmo, vinda dos pés e alcançando até as pontas dos dedos das mãos. Em uma fração de segundos, você se via de pé sobre a sua própria cama. Um cheiro forte de brasas se espalhava pelo local e uma boa quantidade de areia branca estava jogada ao redor da sua cama, com pegadas marcadas sobre essa mesma areia que iam da porta do seu quarto até a sua cama. Seu ouvido ainda conseguia ouvir murmúrios, resmungos e respirações daquela experiência estranha que você havia acabado de vivenciar ou testemunhar em seus sonhos ou pesadelos. Entre todas as vozes que se enfraqueciam a cada segundo, todas elas pareciam apostrofar contra a honra de um homem chamado "Caias".

Enfim, toda a euforia terminava quase que em sincronia ao som de alguém batendo a porta do seu quarto. As batidas eram firmes e pareciam afugentar todos os fragmentos daquela experiência sensorial do mundo além dos véus dos vivos. Esfregando os olhos, você se via de pé na sua cama, mas não haviam odores diferentes ou sequer qualquer grão de areia ali dentro! E enquanto seus sentidos se acostumavam com a realidade banal que você já conhecia completamente, a voz feminina e familiar de Iris perguntava por você diante da sua porta ainda fechada:

-Cora?

Outra batida era dada contra a porta e Iris falava outra vez:

-Cora? Você acordou? Esse barulho todo foi ai no seu quarto? É algum tipo de filme? Você precisa de ajuda? Devo chamar alguém?

Ela batia novamente na porta e enfim tomava a iniciativa de entrar, forçando a trinca da maçaneta com a naturalidade esperada pelo uso do vitae para amplificar a capacidade física, adentrando o quarto com um semblante preocupado, Iris olhava na sua direção e perguntava confusa e segurando o riso:

-Você sabe que não precisamos dormir de pé como morcegos né Cora?! Tá tudo bem contigo garota?

Iris então encostava a porta e se aproximava de ti com passos leves e atentos aos arredores.
Iris Navarra:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime12/9/2020, 13:41

Passo a passo meus pés me levavam em frente, olhar para atrás talvez apenas me revelassem um terror maior do que se apresentava aos meus olhos, sem respirar ou emitir qualquer som meus pés seguiam pelos corredores da necrópole branca que aos poucos ganhava o contorno fosco do sangue de seus criadores e filhos.

Lágrimas vermelhas escorriam por minha face, manchando-a da mesma forma que o vitae manchava a areia branca dos corredores negros, diante da imensa figura que um dia fora paternal, éramos nada mais do que erros, erros a serem corrigidos, falhas inaceitáveis que precisavam ser corrigidas, mesmo que a correção significasse a morte de tudo aquilo que um dia já havíamos sido, os orgulhosos aprendizes da eterna morte, e era a justamente a eterna morte que espera a todos nos braços do Pastor.

Ali diante de todos seus filhos, netos e descendentes a figura austera do Pastor se apresentava, o juiz de uma única sentença e carrasco da mesma, em sua face um sorriso doentio de alegria, uma alegria que contrastava com o terror e raiva daqueles que se apresentavam ao julgamento injusto que os esperava, as faces os nomes sussurrados, os gritos de dor e a agonia se estampavam a minha volta, ali as lagrimas apenas aumentavam em meu rosto, e o único som que escapava de minha garganta era um grito de dor por tudo que já havíamos sidos.

Enterrando sua própria criação o Pastor criava sua maior obra, um castelo da alma dos caídos, um sepulcro que os lacraria pela eternidade, uma eterna tumba aos poucos filhos perdoados pela bondade do Pastor. Porém das portas seladas o ódio, dor e toda a humilhação que aquelas almas quebradas haviam sofrido ecoavam, o eco por fim ganhava força e se batia contra os lacres que o prendiam em seu eterno castelo de desespero, o som do lento quebrar e desmantelar deu sua prisão me faziam gemer de desespero, aquele ódio e dor por tinham um objetivo, um objetivo que no fim apenas causaria destruição e morte.

De pé sobre o colchão de meu quarto eu tremia, meus olhos verdes percorriam cada centímetro do local confortavelmente conhecido, ainda assim o cheiro de brasa e a fina areia branca eram vividos demais para serem ignorados, isso se os gritos lamuriosos não roubassem minha atenção, o eco deles me dizia um nome, um que minha mente em momento algum conseguia reconhecer.

O tremor de meu corpo cessava assim como os gritos ao primeiro bater na porta, meus olhos se voltavam na direção em uma tentativa de reconhecer se eu ainda sonhava ou não, a voz de Iris por fim me fazia respirar enquanto meu corpo finalmente começava a reagir.

“Não éramos um rebanho de ovelhas... Quanto tempo demoraria para que as ovelhas percebessem que o pastor enlouqueceu e resolveu extermina-las? Quanto?”

O som do trinco se partindo me tirou dos pensamentos, a entrada de Iris por fim me fez suspirar, vendo suas risadas sendo seguradas e a clara mudança de postura na face de minha irmã, eu reunia forças para me sentar na cama, respirando com profundidade era com um sorriso forçado que a respondia de maneira debochada.

– Claro que sei sua boba, eu resolvi testar se conseguia correr enquanto dormia, ninguém nunca nos disse que não podíamos praticar maratona enquanto dormíamos!

Estendendo o braço na direção de Iris eu a convidava a se aproximar, apenas para puxa-la para a cama e abraça-la com força para enfim responde-la com seriedade.

– Eu... Eu vi, sonhei com o julgamento de Ashur... Acho que foi uma visão de algo que esta para acontecer. Os ecos repetiam um nome... Caias.

Soltando-a por alguns instantes era com preocupação que olhava para minha irmã mais nova, beijando sua testa minha pergunta era feita com carinho e preocupação.

– Eu te acordei? Desculpa eu não queria, mas não foi uma visão bonita de se ter.

Roupa usada:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime24/9/2020, 01:54

Aproximando-se da sua cama, Iris inicialmente te espiava com um semblante curioso e brincalhão, porém, diante das suas ações e falas o tom tipicamente esperado devido a natureza da relação que vocês nutriam entre si, a jovem deixava de sorrir para te observar com maior atenção e preocupação. Sentando na cama junto de ti, ela prontamente retribuía o abraço e recebia o beijo com um suave e gentil sorriso de candura, para enfim começar a lhe responder devagar:

-Não se preocupe, você não me acordou eu já estava a caminhar pelos corredores quando ouvi alguns barulhos... Imagino que realmente deva ter sido algo terrível de se testemunhar, consigo ver como isso mexeu contigo.

Segurando suas mãos por alguns momentos, Iris buscava seus olhos para lhe afirmar:

-Mas o que quer que tenha sido, não deixou de ser uma experiência que acabou, talvez tenha algo haver com a nossa herança amaldiçoada, talvez não, não sei quem é ou o que poderia significar esse nome que você disse e acho que é até mais sábio não ficar repetindo ele sem antes procurarmos por maiores respostas...

Soltando as suas mãos, Iris sorria e tomava a sua face para depositar um beijo em sua testa e sorrir confiante.

-O que importa agora é que estamos seguras. E por estarmos em segurança, iremos nos preparar para essa noite e procuraremos pelos mais velhos afim de entendermos essa situação, ou podemos ir diretamente para a biblioteca Cesare!

Afirmava Iris, claramente mais inclinada a se esgueirar pelo grande acervo de conhecimentos, livros e tomos que o mais velho dentre todos os membros da sua nova família, tanto se orgulhava de ter reunido e construído através dos séculos.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime25/9/2020, 22:03

Era com carinho que observava as pequenas mudanças de minha irmã, o sorriso semi escondido em uma possível brincadeira que dava ao lugar a preocupação, reações tão únicas de Iris em seu turbilhão de emoções vivas, ainda assim eram suas palavras que me faziam sorrir com carinho.

– Que bom que você estava por perto, eu teria demorado muito mais para compreender que finalmente havia despertado. Mexeu, não posso negar.

Tendo minhas mãos seguradas por minha irmã suas palavras me ajudavam a espantar o susto do início da noite, embora o peso das lembranças se mantivessem em meus pensamentos, a presença gentil e Iris aliviava qualquer mal-estar.

“O sangue dos traidores... Será que por eu ser uma Giovanni estarei à mercê deste novo julgamento?”

Ainda de mãos dadas era com atenção que escutava Iris, a falta de informação sobre o nome mencionado era de fato um empecilho complexo, porém as palavras de minha irmã estavam certas, algo que me fazia concordar ao responde-la:

– Tens razão, duvido que isso termine aqui, acho que essa visão foi um aviso para nos prepararmos, um do qual não podemos ignorar, principalmente se a figura citada for alguém de nosso clã.

Aceitando o beijo de Iris um suspiro escapava de meus lábios, apenas para uma risada escapar destes quando a menção da invasão da tão estimada biblioteca de Cesare era mencionada, abraçando Iris com força eu lhe apertava o nariz ao comentar ainda rindo:

– Sua espertinha! Vai me usar como desculpa para invadir a biblioteca de nosso tio!

Deixando claro que de certa forma eu havia aceitado a brincadeira, eu a empurrava para o colchão apenas para correr para forma da cama ao responder de maneira brincalhona.

– Melhor nos arrumarmos então, mas se cruzarmos com os mais velhos a invasão é cancelada está bem?

Esperando pela reação de minha irmã, eu corria em direção do armário em busca da roupa que passaria a noite, ainda que em meus lábios houvesse um riso, minha mente teimava em voltar para a figura do Pastor e seu rebanho.

Roupa escolhida:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime4/10/2020, 03:26

Iris ria baixo ao ser empurrada por você, para logo rolar pela cama e se colocar de pé após um movimento ligeiramente atrapalhado.

-Mas é claro que sim, oras, porque não?! Uma biblioteca enorme daquelas precisa ser lida por quem não a escreveu ou fez, ou se não, precisamos renomear o local para coleção pessoal e não biblioteca! É uma questão de utilidade e fundamentos!

Dizia Iris, que claramente manifestava as primeiras desculpas que lhe vinham em mente, para então pensar na sua condição final por exatos, três segundos e exibir um largo sorriso na face ao dizer:

-Prometo! Caso encontremos alguém, cancelamos a nossa invasão! Agora, me espere um pouco que já volto, preciso trocar de roupas né!

Rapidamente Iris saía do seu quarto, lhe dando o espaço e o tempo necessário para que você pudesse se trocar e refletir um pouco mais sobre aquela estranha experiência que havia vivenciado no inicio da noite. Por fim, momentos depois, a sua porta voltava a se abrir, apenas para revelar a figura de sua irmã de abraço confiante a lhe convidar com um aceno:

-Vamos!

E assim que vocês saiam do quarto, a jovem ao seu lado comentava em um tom baixo de voz:

-E não se preocupe, de verdade, não há reais razões para se preocupar com esse seu sonho Cora. Nós estamos bem seguras e se houver uma ameaça, podemos sempre contar com o vasto conhecimento de nosso Senhor. Se esse tal Caias for alguém importante, rapidamente saberemos dimensionar a situação e se tudo der errado, nosso Senhor consegue contactar pessoas ainda mais poderosas para nos proteger...

Fazendo uma pausa, ela virava para você e perguntava:

-Mas vem cá, será que isso que você viu pode ter alguma conexão com os assassinatos? Afinal, a morte costuma se comunicar conosco de maneiras inusitadas não é mesmo?!

Vestes de Iris:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime10/10/2020, 13:09

Era com um riso suave que via minha irmã rir também, as eternas pequenas brincadeiras entre nós duas eram um dos detalhes que mais amava em nosso relacionamento, suas palavras em uma desculpa mais do que preparada me faziam apenas rir um pouco mais, cruzando os braços eu a escutava com um sorriso nos lábios.

– Não acho que isso seja o suficiente para convencer Cesare, muito pelo contrário, ele tem seus motivos para ser tão protetor ou exigente com aqueles que tem o direito de acessar sua biblioteca. Mas hoje, só hoje podemos nos dar esse luxo.

Atenta aos pensamentos rápidos de minha irmã, era com um simples acenar que concordava com ela, afinal não queríamos irritar demais Cesare ou cria um mal-estar na família.

– Precisa mesmo se vestir, caso contrário teremos nossas orelhas puxadas por outros motivos.

Vendo Iris correr para ir se arrumar, era com calma que escolhia minha roupa para noite e penteava meus cabelos, embora a sensação de segurança finalmente voltasse as lembranças do sonho não me deixavam em paz, principalmente quando os espíritos clamavam pelo sangue dos traidores.

“O sangue dos traidores... Isso pode significar tantas coisas...”

Finalmente ao sair do quarto a presença de minha irmã se fazia presente, lhe apertando uma das bochechas era com calma que me colocava a andar ao seu lado, suas palavras em tom baixo me deixavam pensativa, principalmente sobre a segurança de nossa família.

“Mas e se eu por acaso acabar atraindo o perigo para nós?”

Ainda pensativa com o nome de Caias a pergunta de Iris me fazia encara-la por alguns instantes, tomando uma de suas mãos para gira-la em uma pequena brincadeira por fim eu lhe tomava um dos braços para só então responder a questão levantada.

– Dificil saber, como você mesma disse a morte tem um costume estranho de não ser clara quando se comunica. Porém é mais um bom motivo para deixarmos os mais velhos a par deste aviso. A experiência deles saberá melhor do que a nossa compreender o tamanho da situação que está se formando.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime19/10/2020, 14:47

Era com um sorriso no rosto que Iris participava das pequenas brincadeiras que você fazia com a mesma, a realidade era que essas brincadeiras, por menor que fossem, ajudavam ambas a solidificarem uma relação cada vez mais positiva e saudável. E prontamente, após uma breve caminhada, vocês adentravam a famosa biblioteca "proibida" da mansão, para logo notar que esta estava sozinha e em um perfeito estado de limpeza e cuidados, afinal, os livros eram os verdadeiros tesouros de Cesare e todos sabiam disso.

Biblioteca:

-Não é assim tão impressionante quanto eu esperava, não entro aqui já fazem alguns anos e você?

Perguntava a jovem que adentrava à sua frente no local, dando alguns passos para seu interior afim de fazer um rápido giro para observar por completo o ambiente.

-Certo, precisamos ser rápidas e objetivas! Vamos procurar sobre os tópicos que possam se relacionar, ou seja, tudo que envolva o nome da nossa antiga herança cainita, os Capadocios, certo!?

Indicava Iris, que logo se adiantava para iniciar sua própria busca por qualquer livro ou registro que as pudesse ajudar, reunindo o pouco que encontrava na próprias mãos, dedicando-se para encontrar algo que lhes fosse útil. Até que, por fim, alguns minutos depois ela lia em voz alta, enquanto empunhava um livro antigo aberto:

-O senhor da catedral de Erciyes, primogênito de nosso clã, Caias Koine, ou apenas Caias, era o mais fiel e verdadeiro entre os herdeiros de nosso Progenitor...

Surpresa com o que havia encontrado, Iris voltava os olhos assustados na sua direção e perguntava com receio:

-Cora, esse é o nome que estava presente nos teus sonhos certo? Isso quer dizer que você sonhou com memórias a respeito do primeiro cainita abraçado pelo antediluviano Capadócio?! O que agente faz agora?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime25/10/2020, 21:59

Eram as pequenas brincadeiras e risadas trocadas por Iris e eu que fortificava nossa relação, os quatro anos de diferença entre nossos abraços não nunca se fizeram presentes e com isso o sentimento de irmandade entre nós duas apenas aumentava com tempo.

Adentrar a biblioteca cuidadosamente construída por Cesare sempre me surpreendia, o local limpo e bem arrumado era m reflexo da personalidade de seu criador, de comportamento austero e confiante a biblioteca era muito mais do que aparentava ser.

– Não julgue o livro pela capa, seria chamativo demais se os livros aqui demonstrassem a natureza do que guardam. Acho que só entrei aqui uma ou duas vezes, mas nada muito memorável ou tão urgente.

Observando os movimentos de Iris era com um sorriso de confirmação que lhe acenava de forma positiva, sua linha de raciocínio sobre o que deveríamos procurar não estava errada, e com certa urgência eu me colocava ao trabalho.

Procurando por qualquer menção de quem poderia ser Caias, minhas mãos tomavam cuidado com os livros abertos e explorados, afinal eles eram relíquias das quais Cesare se orgulhava.

“Entrar sem permissão é uma coisa, causar algum dano a esses livros é outra totalmente diferente. Eu não gostaria de encarar a fúria de Cesare nesse último caso.”

A voz de Iris fazia com que eu interrompesse por completo meus movimentos, voltando meus olhos para minha irmã era com preocupação que ouvia o que esta havia descoberto e mais ainda, observava a surpresa se render ao receio.

Diante da pergunta de Iris minhas mãos colocavam o livro que segurava em seu devido lugar na prateleira, meus pensamentos se organizavam e estudavam as possibilidades que tínhamos pela frente, principalmente devido a importância do nome que os espíritos chamavam.

– Acho que já adiantamos um ou dois passos para os mais velhos, não podemos nos dar o luxo de que algum deles seja chamado aos deveres sem antes saber disso. É um nome de muita força e pode nos revelar muito mais do que já foi revelado.

Cuidando para marcar a página que Iris havia encontrado as informações sobre Caias, eu fechava o livro em suas mãos em um claro convite para que fossemos procurar nosso senhor, demorar demais para fazê-lo apenas aumentavam as chances dele já ter saído de casa.

“Um sonho ou um aviso?! Se Caias é o primogênito de Capadócio quer dizer que não morre de amores pelo usurpador Giovanni... Pelo menos esse seria o natural...”
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime9/11/2020, 00:41

A sua simples ação de fechar o livro que estava nas mãos de Iris já parecia ser o suficiente para o breve pânico que estava previamente nítido nos olhos de sua irmã, se dissipar para ser substituído por uma inconfundível preocupação.

-Erciyes... Caias... Porque esses nomes surgem agora? O que está acontecendo?! Você tem razão, é melhor mesmo irmos logo contar isso para alguém, é uma informação que não pode ser sigilosa em nenhuma hipótese!

Respondia Iris, fazendo um sinal positivo com a cabeça para então seguir ao seu lado, pelos corredores do casarão que era utilizado por vocês como morada e refúgio. E se havia algo que vocês duas sabiam fazer com facilidade era encontrar a figura do homem que havia as abraçado e apresentado a essa nova "vida", Marzio passava longe de ser uma figura complexa ou de difícil acesso, a realidade é que o mesmo as vezes era até "presente em demasia", como Iris definiria. Assim, julgando pelo horário em questão, ambas seguiam para seu escritório administrativo, para inevitavelmente encontrá-lo sentado em sua cadeira a terminar uma ligação.

Escritório Administrativo de Marzio:

Assim que vocês adentravam o local, o homem fazia um curto sinal indicando que iria finalizar a ligação, tapando a parte debaixo do telefone fixo com a mão:

-Boa noite, entrem, já estou terminando, só um momento...

Tirando a mão do falante do telefone fixo, ele então finalizava a ligação:

-Entendi, sim, sim... Senhorita Peteral, me perdoe a indelicadeza mas eu preciso atender a outras situações, podemos nos encontrar em algumas horas para finalizarmos essa conversa, o que me diz? Maravilhoso, perfeito, sim, uma boa noite e até mais ver.

Colocando o falante no gancho, Marzio sorria e se levantava para fazer questão de receber cada uma de vocês com um abraço fraternal e um beijo no alto da testa.

-Boa noite, Pai... Desculpe por interromper a sua ligação, mas é que não poderíamos deixar para depois o que temos para lhe falar, na realidade, é a Cora que tem a fala...

Sua irmã de abraço apontava na sua direção com a mão esquerda e assim lhe passava a palavra. Marzio prontamente se atentava a sua figura, focado na mensagem que você trazia consigo.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime11/11/2020, 22:19

Reconhecer o pânico nos olhos de Iris apenas me deixavam preocupada, porém o dissipar deste me fazia respirar aliviada, embora as questões levantadas apenas gerassem mais perguntas do que respostas.

“São nomes velhos e cheios de segredos, presumir algo sobre eles é quase impossível, mais impossível ainda ter certeza sobre qualquer coisa relacionada... Qual será o peso de sua vingança?!”

Em silencio eu concordava com Iris, era imprescindível que nosso Pai e senhor tomasse conhecimento do que minha visão e sonho revelava, principalmente sobre o peso dos nomes ali descobertos.

Acompanhando Iris pelos corredores de nossa morada e refúgio até o escritório Marzio, a figura de um eterno e presente pai que havia nos abraçado e acolhido como filhas de seu próprio sangue, sua presença constante eram motivo para uma birra quase eterna de Iris, mas em meu intimo era algo que eu adora.

Encontrar a figura jovem de Marzio em seu escritório me fez suspirar, adentrando na sala bem decorada era com um simples sinal que concordava com o pedido de Marzio, observando-o terminar a ligação minha mente se voltava para o sonho, as visões e até mesmo os gritos que meus olhos presenciaram ainda me eram nítidos e a cada momento mais macabros.

O abraço e o beijo de Marzio me faziam afastar os pensamentos, correspondendo-o com carinho eu ouvia Iris se pronunciar e diante de sua deixa eu encarava Marzio para responde-lo.

– Perdão pai, não queríamos interromper sua ligação, mas acredito que tenha sido inevitável. O que Iris quer dizer é que nesta noite ao meu despertar se deu de maneira abrupta e justamente pelo conteúdo de meu despertar que o procuramos. Eu sonhei, ou simplesmente visualizei o julgamento que nosso clã foi exposto por seu progenitor. Pude observar a justiça distorcida dele ser imposta na carne de seus descendentes, ouvi os gritos de agonia e dor daqueles que caíram e dos que foram forçados a ceifar as vidas de sua própria carne. Por fim quando os gritos cheios de dor e ódio clamavam um nome, foi esse nome que me fez despertar, porque o desejo incontrolável de vingança me atingiu em cheio, os caídos clamavam pelo nome de Caias, e por uma vingança contra os traidores.

De pé diante de Marzio eu não demonstrava medo, porém em meu intimo aquele desejo de vingança aterrorizava já que em minhas veias corriam o sangue dos Giovanni, os traidores de nosso clã.

– Achamos melhor vir lhe contar sobre, não seria certo manter isso em segredo já que é algo que abrange nossa família.


Última edição por Jess em 27/11/2020, 22:02, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime26/11/2020, 00:55

A face de Marzio sinalizava várias emoções no decorrer das suas palavras, a primeira dessas poderia ser confundida com uma espécie de curiosidade, mas você já o conhecia o suficiente para entender como apenas atenção, o mesmo tinha o costume de olhar dentro dos olhos daqueles que lhe compartilhavam algo. E era com total atenção nos seus olhos que ele demonstrava um enorme incomodo em ouvir sobre as torturas sofridas por aqueles que sofreram o julgamento injusto descrito por ti. Esse incomodo se expandia para um notória preocupação contigo e um total asco e desprezo pelo nome citado, Caias.

-Minha filha, não é justo que essas visões venham a te assombrar, você não é uma traidora do Clã, tão pouco, é culpa por qualquer uma dessas mortes e torturas arbitrarias. Veja, houve um tempo em que os Progenitores dos Clãs eram venerados e estes colocavam suas proles tendenciosas como seus olhos e punhos sob as linhagens que se expandiram pelas terras... O progenitor do nosso Clã não era um homem perverso, ele era um sonhador ambicioso que não soube entender a fúria de seu herdeiro mais jovem, preferindo valorizar todos aqueles que incentivavam seu ego.

Iris então indagava:

-Mas Pai, não devemos fazer nada? E se esses seres de fato ressurgirem e decidirem caçar a Cora?

Marzio fazia um movimento de negação com a cabeça e esticava a mão na direção do ombro de Iris, apertando-o de maneira carinhosa na intenção de transmitir calma, para então afirmar:

-Nós carregamos o vitae do único herdeiro verdadeiro do Progenitor que não compactuou com seus sonhos e delírios, o único que não atendeu o Chamado, aquele que desafiou Caias. Nós jamais seremos alvo dessa possível caçada, independente de nossos nomes ou sobrenomes, o vitae é nosso maior tesouro.

Voltando os olhos na sua direção, Marzio se aproximava para tomá-la com um abraço paternal firme e caloroso.

-Minha filha, eu realmente sinto muito por você ter sido testemunha de tudo isso. Mas lhe garanto, não há o que temer. Muito provavelmente essas memórias buscaram pela sua mente porque elas devem estar a procura dos verdadeiros culpados e todos eles, são Giovanni. Imagine, por um momento, o quão violentos não devem ser aqueles que sofreram nesse Tribunal Ilegal para com aqueles que realmente tem culpa neste? Você foi uma observadora, posso crer que os culpados sentiram na pele cada morte. Prometo a ti que faremos proteções em seu quarto para que isso não volte a ocorrer, mas também preciso da sua atenção... Caso algo a mais venha a sua mente a respeito dos antigos de nosso clã, nos informe por celeridade... Digo isso porque nosso progenitor, Lazarus está acordado e à procura de outros, como Byzar e Mahatma, seus irmãos que não estavam acordados durante a perdição de Ashur, o progenitor do clã. Assim como a figura de Angelique, sua primeira prole...

Iris colocava as mãos na cintura e indagava mais uma vez:

-Eu ainda não me conformo com essa ideia de apenas esperar! Quem é essa tal Angelique? E porque esses outros dois citados por ti não tem culpa? Ashur não teria ordenado a todos seus herdeiros a obedecerem suas visões? Porque Lazarus não atendeu as ordens de alguém tão poderoso?

Marzio terminava o abraço em ti para sorria na direção de Iris e responder a jovem:

-Você nunca ficará sem perguntas não é mesmo?! Bom, todas essas histórias precedem o meu nascimento e talvez o nascimento de todas as nossas famílias. O que eu pude aprender sobre Lazarus é que este nunca foi aprisionado ao Laço de Sangue, por ser um espírito indomável, exatamente como você é... Agora, sobre os demais, eu realmente não tenho muitos conhecimentos. Mas irei entrar em contato com meu Senhor e pedir por clarificações. Por isso, as peço que por hora, não alimentem essas memórias. Está bem?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime28/11/2020, 11:38

As reações tão costumeiras de Marzio teriam me feito sorrir, mas sua preocupação apenas ajudava a realçar meu próprio desconforto sobre o tema que discorria, ainda assim era possível descobrir mais do que presumira anteriormente pelas simples reações de meu pai.

– É de certa forma difícil imaginar o contrário sobre a figura do progenitor de nosso clã, ainda assim consigo compreende-lo como alguém que se perdeu, uma pena e que sua fúria tenha recaído sobre seu próprio sangue.

Comentava a meu pai e Iris com calma, mais relaxada diante das palavras de Marzio a pequena conversa que se seguia de extensas explicações minha mente se focava a examinar as informações que nosso senhor nos cedia, o abraço carinhoso deste porem me fez sorrir, apertando a figura de Marzio era com um riso brincalhão na face que comentava sobre a única e inesquecível Iris.

– Tenho certeza de que no dia que faltarem perguntas na boca da Iris, algo de muito errado aconteceu ou está para acontecer.

Mostrando a língua para minha irmã eu a abraçava antes de receber sua fúria, mas minha atenção se focava em Marzio e suas palavras.

“Caias... O nome que eles clamavam não era do seu vingador... Mas de seu executor.”

– Infelizmente muito sobre nossos antepassados foi perdido, ainda assim irei me atentar a qualquer nova informação que esses presságios possam revelar. Mas pai, se aqueles que tombaram na catedral estão conseguindo se fazer ser ouvidos, não é melhor avisarmos Lazarus? Não imagino este aviso chegando aos Giovanni que são leais aquela escória, suas defesas sempre estão levantadas, pode ser algo que seu senhor consiga alguma vantagem ou informação sobre aqueles que ele procura.

Respirando com força eu balançava a cabeça aliviada, sorrindo para Marzio e Iris por fim eu comentava.

– Não sei se conseguirei não alimentar esses pensamentos, o que pude ver foi mais real do que um simples sonho, porém você está certo, não adiantar pensar naquilo que não consigo compreender por completo e se lhe faltam informações o certo é esperarmos por elas. Sei que nenhum mal me será feito, eu não cometi os pecados daqueles que carregam o nome Giovanni, e acredito que o peso da vingança dos caídos será mais do que merecido por eles.

Voltando meus olhos para Iris era com um sorriso maroto que lhe puxava a bochecha reclamando um pouco.

– Sua boba, nada de ficar alimentando essas minhocas que acham que eu vou ser caçada, onde já se viu mocinha!?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime16/12/2020, 20:05

Escapando o mais rápido que conseguia do seu puxar de bochechas, sua irmã mostrava a língua na sua direção e tentava se defender em seguida:

-Não é nada disso! Eu só estou preocupada e quero que todos estejam prontos pra caso aconteça alguma coisa! Só isso!

Marzio ria da situação, levando a mão até a própria face e fazendo movimentos negativos com a cabeça, para então dizer:

-Bom, inicialmente não há muito que podemos de fato fazer, certamente precisamos fortificar a nossa casa para dificultar que esses ecos da terra dos mortos não venham até nossas mentes com tanta facilidade. E sobre o homem nomeado, farei pesquisas e se for necessário, contactarei o nosso progenitor para obter informações claras...

A porta do escritório era então aberta pela figura de Arianna, que batia levemente no batente da mesma, chamando a atenção de todos.

-Boa noite meninas, boa noite meu querido... Me desculpem pela interrupção, sei que o assunto era certamente deveras primordial e crucial, mas tenho que lhes informar que Marius Atkinson, membro do Triunvirato de Los Reyes enviou uma mensagem, algo como uma profecia, que precisa ser repassada. De acordo com o mesmo: O Vitae dos líderes santificados está sob a ameaça das verdadeiras abominações que nasceram de cada um de seus erros captais.

Marzio fazia um sinal, convidado Arianna a adentrar o escritório e fazia questão de saudar sua esposa com um carinhoso beijo, para então, ao lado desta comentar:

-Me desculpem, minhas filhas, mas tenho que entrar em contato com Maria e algumas outras figuras. Enquanto isso, peço para também se encontrem com seus aliados, acabamos de receber uma ameaça de inimigos desconhecidos, precisamos saber se todos estão em segurança antes de agirmos.

Marzio então esperava apenas pelas reações de vocês para se retirar do ambiente com uma notória pressa, já Arianna se aproximava de vocês duas, para lhes cumprimentar com um abraço gentil e um beijo no alto da testar.

-Pude ouvir por alto, eu mesma farei algumas proteções para que você deixe em seu quarto para evitar esses tais pesadelos novamente, está bem?

Arianna:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime18/12/2020, 22:41

Um riso claro escapava de meus lábios diante da reação de Iris, fazendo uma leve menção de uma possível perseguição era ainda rindo que cruzava os braços para responder a Iris.

– Preocupada, sei!

Voltando meus olhos para Marzio era com um gesto simples para minha irmã que deixava claro que ela estava segura, já que as palavras de nosso pai deixavam claro que ele procuraria por respostas.

“Os ecos... Eles não teriam se mostrado sem motivo algum, espero que Lazarus possa ter alguma resposta, ou que o conhecimento sobre esses ecos possam lhe ajudar de alguma maneira.”

A entrada de Arianna me fazia sorrir com carinho e de certa forma curiosa, a sempre atenta Arianna sempre levará seu trabalho a sério e era uma figura de extrema importância para nossa família.

As palavras desta porem me faziam cerrar o cenho de forma pensativa, aquela profecia era de certa forma inquietante principalmente devido ao assassinato de membros da espada, membros do alto escalão e possuidores de uma força única.

Mesmo que preocupada era o pequeno beijo de Marzio e Arianna que me faziam sorrir com carinho, éramos uma família e isso me alegrava muito, diante das palavras de meu pai eu concordava com um breve aceno para responde-lo.

– Não se preocupe pai, sabemos que tens seus deveres a cumprir, apenas trouxemos esse assunto ao senhor porque sabíamos que você teria interesse nele. Se possível irei me encontrar com Kian ainda hoje, então acredito que as Serpentes se manterão atentas.

Tomando o cuidado de beijar uma das faces de Marzio era com um ar preocupado que observava sua partida, porém a presença carinhosa de Arianna me fez suspirar. Fechando os olhos diante de seu beijo em minha testa eu sorria feliz diante de sua preocupação, tomando uma de suas mãos eu a apertava para comentar.

– Obrigada mãe, sei que suas proteções dificilmente terei novos pesadelos. Iris e eu trouxemos o assunto a Marzio porque sabíamos que o encontraríamos aqui e que ele avisaria os tios e você sobre o contexto do que sonhei.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime7/1/2021, 00:00

Marzio por fim, saía da sala com uma certa urgência, deixando vocês no escritório onde vocês haviam o encontrado. Arianna sorria ao ouvir a sua fala sobre o sonho, juntando suas mãos ela gentilmente as apertava e respondia de maneira tranquila, enquanto Iris caminhava até a cadeira de Marzio e se sentava na mesma durante a conversa entre você e Arianna:

-Vocês fizeram certo minhas caras, é sempre importante trazer essas experiências para a atenção de Marzio, as vezes, por mais distante ou antiga que possa ser a memória, ela pode trazer significados negativos ou positivos, mas sem dúvida é que o silencio diante dessas experiências é a pior decisão. O progenitor de nosso clã acreditava ser capaz de interpretar e lidar com as próprias visões e sonhos, o resultado não poderia ter sido pior...

Iris então perguntava curiosa:

-Ainda não tive nenhuma dessas previsões ou pesadelos, na verdade, só uma vez durante as primeiras noites após o abraço mas não foi nada assim, tão grandioso ou terrível. Será que tem haver com o nome Giovanni?

Arianna claramente reagia de maneira negativa ao ouvir o nome da família da qual você havia nascido, era uma rápida expressão de raiva que era facilmente compreendida, afinal, a mesma havia servido por incontáveis anos aos Giovanni e nenhum escravo jamais olharia pra seu antigo Senhor com alegria e compaixão. Todavia, a raiva de Arianna era curta e não era direcionada à você, assim ela respondia:

-Veja, apesar do nome Giovanni ser um nome manchado por vários pecados, eu não acredito que seja esta a questão. Não existe um fator que possa definir ou prever quando um herdeiro do Vitae de Ashur será alcançado por suas falhas, mas a verdade é que suas falhas sempre chegarão em níveis diferentes e em momentos diferentes para todos nós que herdamos sua herança. E apesar de serem usurpadores dessa herança, os Giovanni também estão fadados ao mesmo destino que nós, em algum momento as previsões chegarão para cada um de nós e é o que nós fazemos com elas que nos fazem diferentes e muito mais coerentes do que os antigos.

Iris apoia os cotovelos sobre a mesa do escritório, ouvindo todas as palavras de Arianna que eram sérias, mas mesmo assim, eram claramente escolhidas com cuidado para trazem consigo uma lição ou ao menos uma explicação.

-Menos mal, eu acho né, pelo que eu entendi estamos todas destinadas a sermos assombradas pelos erros dos homens de outrora, nada mais típico não é mesmo?!

A fala de Iris vinha munida de um humor ácido e moderno que claramente pegava a serena Arianna despreparada, que ao ouvir a fala de Iris, arregalava os olhos e não conseguia segurar o riso.

-Mas é verdade, todas as maldições que temos são por causa dos erros e orgulhos de homens que se achavam os maiorais! Enfim, quem mesmo você disse que vai visitar Cora? Quer que eu vá contigo?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Cora - Sangre y Tradición I_icon_minitime11/1/2021, 18:20

O carinho sereno que Arianna tinha em nossa relação me fazia sorrir, suas palavras calmas e prudentes eram um porto em meio ao caos que qualquer noite na vida de um cainita podia se tornar, assim minhas mãos se entrelaçavam a de Arianna com carinho e respeito, enquanto minha mente cuidava de compreender suas palavras.

“Sim manter esse tipo de visão escondida dos mais velhos apenas nos colocaria em perigo.”

Abrindo espaço para que Iris mesmo sentada pudesse participar da conversa era com interesse que escutava as palavras de minha querida irmã, o fato dela não ter sido alcançada por visões anteriores me surpreendia, mas não era um real problema já que nossa natureza se apresentava de forma diferentes nos cainitas.

– Não acho que eu estivesse preparada para receber este sonho, mas provavelmente estava no lugar certo, imagino que a sensibilidade e capacidades de cada um de nós influencia nisso, então não se preocupe Iris, no tempo certo você também será visitada.

Comentava com calma após a fala de Arianna, era inevitável que o ódio pelo nome Giovanni mudasse a face daquela que eu considerava minha mãe, mas eu já não era uma Giovanni e apesar de ter o nome aquele ódio era direcionado a corja que havia deixado para atrás.

As palavras de Iris que surpreendiam Arianna me faziam rir, era inevitável já que a personalidade de minha irmã tendia as explosões de velhos pensamentos e costumes velhos demais em sua própria visão de mundo.
– Duvido que não seriamos alcançados pelos mesmo erros se o progenitor de nosso clã fosse uma mulher, a figura de Caim sempre me pareceu pouco benevolente com os erros alheios ou com seus próprios erros.

Comentava ao me aproximar de Iris e lhe beijar a testa com carinho, apenas para responde-la sobre quem encontraria naquela noite.

– Vou ver o Kian Hurts, é o jovem serpente, e se você quiser vir não vejo problema nenhum.

Voltando meus olhos para Arianna eu sorria ao lhe perguntar com calma.

– Você precisa de algo meu para o ritual?
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