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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini

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Danto
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MensagemAssunto: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime16/11/2019, 13:13


Imagens de referência de Ansoius:
Data: 10 de Maio de 1550
Local: Ansouis, Provença

O Château de Ansoius se localizava no topo da colina da pequenina igreja de São Martin d'Ansouis, era o local de refúgio da linhagem das rosas a qual você pertencia a não muito tempo. Aos seus olhos, haviam muitas familiaridades entre a região e as suas terras natais, a estrutura geográfica, os perfumes naturais dos campos, as simples pessoas que circundavam o Château e compareciam a missa. Todavia, ainda havia um vazio a ser preenchido...

Independente deste vazio, havia muito a se fazer em Ansoius, especialmente para você que ainda era jovem demais para seguir à corte sozinha. O ateliê de Adela era repleto de trabalhos incompletos, de quadros à esculturas e especialmente diante dos últimos acontecimentos definidos por ela como "Drama de corte", a presença de Adela havia se tornado praticamente diária em Ansoius.

Essa presença mais rotineira trazia uma mudança drástica para a pacata vila: A música. Não havia nenhuma noite sequer que não começasse ou terminasse com algum músico a se apresentar no Château. E era sob o som de uma suave e doce melodia que seu despertar se iniciava. Ainda a se espreguiçar, você sentia um firme e gélido puxão no seu calcanhar direito, olhando assustada para o que estava a lhe puxar para fora da cama, você imediatamente via a figura risonha de Adela.

-Vamos, eu vi seus olhos abrirem, não adianta fingir que será ainda pior!

Afirmava a antiga rosa de cabelos dourados e um largo sorriso na face, soltando seu calcanhar, a mulher apoiava as duas mãos na própria cintura e dizia:

-Teremos convidados a chegar e tenho mirabolantes ideias a colocar em prática! Preciso de suas mãos habilidosas para causar um verdadeiro impacto nos nossos convidados para as próximas noites! Pelo que Eloi tem dito nas cartas, as rivalidades esquentaram acima do esperado na corte e por segurança, o rapazote Pasquier enviará seus mais jovens para cá!

Parquier era muitas coisas, mas um rapazote era sem dúvida alguma uma certa ofensa velada direcionada ao ancião que fazia sua fama através do teatro por grande parte do sul da França. Mas Adela, prosseguia a falar como uma velocidade acima do esperado e difícil de ser acompanhada por sua recem desperta consciência.

-O que achas de fingirmos sermos rosas negras?! Espalhando obras macabras por todos os cantos e atirarmos um corpo falso de um mordomo sobre a mesa de recepção quanto os jovens entrarem?

Ela fazia a pergunta com um sorriso maligno e perversamente divertido na face, para sugerir em seguida sem aguardar a sua reação.

-Muito extremo né? Então que tal uma lei inesperada de vestimenta? Faremos a proibição do uso do corselete! Essa muito me agrada, muito!

Dizia a experiente rosa, com um largo sorriso na face e por fim, lhe dando uma chance de reagir ao turbilhão de informações.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime16/11/2019, 14:39

As semelhanças entre os campos de Ansoius e os da Toscana sempre me fazia suspirar, era muitas vezes em meio aos suspiros saudosos que eu adormecia, no amanhecer que se passará não havia sido diferente.

Os começos de noite silenciosos haviam ficado para atrás, a simples presença de Adela afetava a tudo a sua volta, e com isso a musica reinava constante nas noites que sua presença se fazia, por isso meu espreguiçar se fazia ao som de uma nova musica, porém o toque frio me impedia de terminar o que o movimento de meus músculos que se retesavam em um puro instinto de preservação.

A voz de Adela apenas fazia com que meu corpo inteiro relaxasse e imundasse meu peito com ar, abrindo os olhos eu claramente me encolhia em meio as cobertas apenas para ouvir suas torrenciais palavras.

“Céus como ela tem tanta energia? Ela se alimentou? Ela sempre fica mais euforia quando se alimenta!”

Resmungando palavras gemidas eu me encolhia mais por de baixo dos lençóis, embora a pequena e nada pratica brincadeira de Adela me chamasse a atenção eu ainda queria alguns minutos a mais na cama, algo que seria impossível dada a animação de minha senhora.

Ouvir sobre a proibição de corseletes me fez saltar na cama, tomando Adela pelos braços eu a puxava para a cama apenas para lhe beijar as faces e comentar rindo.

– Sim! Sem corseletes apertados e desconfortáveis! E para os rapazes sem sapatos! Isso com toda a certeza seria divertido! Melhor todos sem sapatos, eu adoraria correr pelos campos sem me preocupar de não perder os sapatos!

Apertando Adela em meus braços eu simplesmente implorava para que ela levasse sua ideia a frente, afinal seria divertido poder correr sem nada a me apertar nos pés, ou passar pelo desconfortável processo de vestir o corselete.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime18/11/2019, 22:41

-Sem sapatos?

Questionava a loira que nesse momento, estava de joelhos sobre a sua cama, com uma expressão pensativa e um sorriso animado na face.

-Certo, suas ideias são melhores! Não sei sobre correr pelos campos, mas também não há porque proibir!

Alegre, a sua Senhora ria baixinho dentro do seu abraço e ao final deste, a mesma se colocava rapidamente de pé, apoiando uma das mãos na própria cintura e falando novamente com você, mas claramente usando um tom levemente mais sério.

-Veja, os jovens que virão para cá são membros de uma linhagem aliada, mas não significa que eles devem ter regalias, afinal, estão vindo em busca de refúgio por causa dos erros cometidos pelos antigos deles. Lembre-se de que você ainda não foi apresentada ao Príncipe, mas que fostes criada dentro das regras sociais necessárias, está bem? Anatole tem mais informações sobre os convidados, eu esqueci de dar atenção as explicações dele...

Ela dava com os ombros e sorria de maneira debochada.

-Afinal, não teria porque me atentar aos dramas dessas crianças. É por isso que tenho proles! Você vai se importar por mim! Então, já que você aceitou a missão, pegue suas dicas com Anatole. E lembre-se, não comente e não dê assunto sobre a nossa herança até que você realmente confie em algum deles...

Dizia Adela, apontando o indicador na sua direção e dando algumas risadas, ela sempre arrumava alguma forma de delegar suas obrigações e fugir das necessidades sociais, normalmente, tudo caia sobre Éloi e Estelle, mas ambos estavam em Marseille.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime19/11/2019, 10:29

A pergunta surpresa de Adela apenas me fez concordar com um movimento exagerado de cabeça, ali diante das palavras da loira eu era incapaz de esconder o riso ou a alegria de simplesmente poder correr sem me sentir presa.

– Perfeito, Estelle vive a brigar comigo sobre isso, desta vez ela não poderá faze-lo afinal tenho sua permissão!

Comentava cantando uma pequena vitória em meio aos risos, a mudança de postura de Adela me fazia sentar na cama e prestar a atenção em suas palavras, era impossível não o fazer diante da viva figura de minha senhora.

“Eles devem ser tão jovens quanto eu. Ainda assim será bom ter visitas, embora eu tenha certeza que Adela vai conseguir assusta-los.”

Cruzando os braços ao perceber que aquela era uma tarefa dada a Adela mas claramente repassada a mim, eu segurava a reclamação que nascia em minha garganta, preferindo rir diante da maneira debochada que minha senhora escolhia para fugir de suas responsabilidades.

Levantando-me da cama eu lhe beijava as faces apenas para responde-la enquanto começava os preparativos para me vestir sozinha, algo que eu adorava fazer, mas era impossível com a presença de Estelle.

– Ficarei atenta a seus conselhos, além disso tenho certeza de que Anatole terá o cuidado de reforça-los e adicionar mais alguns.

Comentava ao escolher o vestido que usaria durante a noite, sem me importar com os olhares de Adela eu começava a simples ação de me despir e para enfim colocar o vestido escolhido.

– Dramas ou não, tenho certeza que monsieur Pasquier ficará feliz se suas proles forem bem recebidas. Terei permissão para deixa-las adentrar no ateliê?

Perguntava quando finalmente conseguia ajeitar o vestido simples em meu corpo, enrolando os cabelos e jogando para atrás eu fazia uma suave mensura a espera da aprovação de Adela quanto a minha roupa.

“No dia que me apresentar formalmente ao Príncipe será impossível esconder de quem sou prole, mas até lá terei o cuidado que Adela me pede.”

Vestido Escolhido:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime25/11/2019, 16:11

Adela sorria com brevidade em reposta aos beijos recebidos, para então, se sentar na beirada da cama e observar todos os seus movimentos com um olhar fixo, analítico e silenciosamente crítico, ela não era uma mulher de palavras duras ou censuras, no entanto, os olhos dela pareciam nunca deixar de buscarem o conhecimento, especialmente quando essa busca era em torno daqueles que herdavam o vitae dela. Não era raro você notar esses mesmos olhares que ela estava a manter sobre você durante a sua arrumação para a recepção das visitas, sendo aplicado à Éloi e Estelle, especialmente à Éloi. Como se os vários séculos de convívio ainda não tivessem sido o suficiente para Adela ter total certeza que havia conhecido totalmente seu primeiro herdeiro pós queda da cidade dourada.

-Adentrar o ateliê? Somente se uma dessas pequenas rosas tiver um real talento! Não acho justo apresentarmos nossas almas para quem é apenas bom ou regular, afinal, não criamos obras regulares! Haverá, sem dúvidas, o momento em que estudantes virão até nós e nessa ocasião, as portas do ateliê serão para todos eles e o quanto eles desejarem, nós ensinaremos. Mas, pelo que pude entender das mensagens de Éloi, são refugiados perdidos a chegarem à nossa porta. Não iremos destratá-los, mas precisamos compreender quem eles são. Tudo bem?

Explicava a atenta e experiente rosa, cruzando as pernas enquanto falava e movimentando bastante as mãos.

-Os rumores são de que a Príncipe de Provença cometeu alguns exageros em sua busca de vingança contra Paris. Não sabemos exatamente como serão esses desdobramentos, mas os primeiros incêndios começaram... Isso nunca é um bom sinal... Mas não se preocupe, não ficarei de mãos atadas. Não dessa vez.

Finalizava Adela, com um sorriso gentil e um olhar confiante. A mulher então se colocava de pé e tomava as suas mãos para beijar-lhe maternalmente na testa, ficando na ponta dos pés para tal e encerrar aquela conversa ao dizer:

-Agora, minha rosa, tome teu caminho até Anatole, que deve estar na biblioteca. Os visitantes não deverão demorar, já escuto os cavalos... Boa sorte e não se esqueça das novas regras!
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime25/11/2019, 20:12

Sorrindo de maneira animada meus olhos eram incapazes de ignorar o olhar analítico de Adela, aquele era um costume dado a todos seus descendentes, algo que no começo me era estranho, mas o tempo havia me acostumado, embora eu não gostasse muito de quando os olhos de Adela me estudavam daquela maneira.

“Seria impossível esconder qualquer coisa de Adela, acho que a forma dela nos dizer se estamos agindo certo ou não, sem Elói por perto é claro que seus olhos irão se focar em mim.”

Atenta as palavras de Adela eu as escutava enquanto cuidava de ajeitar o cabelo em uma trança apenas para enrola-lo em um coque simples, porém apresentável, algo que me acostumará a fazer com a presença de Stelle e sua sempre impecável cobrança de estarmos apresentáveis.

– Compreendo, tomarei o cuidado de avisar aos visitantes que o ateliê não é um local aberto, embora eles possam requisitar materiais se sentirem vontade de criar algo.

Os gestos de Adela sempre me chamavam a atenção, era como se suas palavras fossem diretamente complementadas por suas mãos, e com isso eu sorria a ouvi-la, mesmo que as noticias não fossem as mais agradáveis.

– Imagino que logo teremos noticias dos desdobramentos, um ataque desses sempre traz consequências, só espero que inocentes não sejam pegos no caminho das coroas.

Comentava com delicadeza, afinal política não era um assunto de minha dominância, ainda mais se tratando de uma briga de coroas. O simples ato de Adela de tomar minhas mãos e beijar minha testa me faziam sorrir com carinho, ali eu a ouvia apenas para rir diante de seu aviso de que eu teria pouco tempo, e meu riso apenas aumentava com a lembrança das novas regras.

Tomando as duas mãos de Adela eu as mordia de leve apenas par lhe beijar as faces e dizer.

– Biblioteca, certo, não vou esquecer das regras, mas se alguém reclamar mandarei a pessoa conversar com você!

Rindo eu tomava o cuidado de levantar as anáguas de meu vestido apenas para correr pelos corredores de nosso refúgio a caminho da biblioteca.

“Será divertido ver a cara de Anatole quando eu lhe disser par tirar os sapatos!”
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime30/11/2019, 21:58

Biblioteca - Sala de Leitura:

Adela sempre ria diante dos seus carinhos inusitados, o bom humor da antiga rosa era sempre esperado e raramente falhava, o único que parecia ter alguma memória a respeito de algum destemperamento dela, era Éloi e segundo o mesmo, ninguém ganharia nada caso essas ondas de mal humor retornassem. Assim, foi ao som das risadas de Adela que você deixava o seu quarto para trás e seguia tranquilamente pelos corredores e salões que faziam parte do interior do refúgio que os abrigava com luxo e muita arte por todos os lados, haviam quadros em praticamente todas as paredes, esculturas, tapeçarias, era como se cada pequeno centímetro tivesse sido produzido por alguma mão talentosa em algum momento da história.

Por fim, você adentrava a biblioteca que ficava no primeiro andar, a biblioteca era um dos últimos cômodos, ficando de frente para a floresta que ficava atrás do vilarejo mais próximo que os cercava. Com janelas amplas e longas que permitiam vistas maravilhosas durante os dias, ou isso era o que você poderia imaginar, já que pela noite, olhar as janelas era sempre encantador. Passo a passo, você adentrava a biblioteca, encontrando alguns livros abertos sobre mesas, assim como outras demonstrações de que alguém esteve  a utilizar a mesma para uma pesquisa a não muito tempo. Finalmente, você encontrava a figura de Anatole, o homem estava de costas para o corredor de acesso a sala de leitura que o pertencia, ou que ele gostava de acreditar que o pertencia, com um olhar fixo na janela a sua frente enquanto a mão esquerda do homem, escrevia com agilidade em um caderno aberto.

-Por favor, ouvi os risos de Adela, não me diga que ela irá aprontar algo grandioso demais essa noite, temos visitantes a chegar e eles estão atrasados...

Dizia o homem, levantando-se de maneira vagarosa e apoiando as mãos sobre a mesa para esticar o corpo na direção da janela fechada, afim de tentar ver melhor o horizonte, afinal, o começo da estrada de acesso ao vilarejo onde vocês estavam era possível de ser visto com o auxílio das habilidades sensoriais amplificadas que as rosas possuíam naturalmente.


Última edição por Danto em 3/12/2019, 13:07, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime30/11/2019, 23:23

O riso fácil de Adela me deixava feliz, eram os risos de minha senhora que marcavam sua personalidade alegre e suave, embora as palavras de Éloi deixassem claro que Adela também escondia um mal humor único, algo que eu desejava não despertar.

Ainda acompanhada pelos risos de Adela eu me retirava de meu quarto, caminhando pelos corredores do refúgio de minha linhagem eu me dirigia para a biblioteca, era impossível não sorrir ou admirar as artes que me cercavam, as mesmas artes que nos meus dias mais frágeis eram capazes de despertar suspiros e até mesmo alguns breves fascínios.

“Um dia terei esculturas minhas aqui expostas... Só espero que isso não demore muito.”

Adentrar na biblioteca sempre era algo que acalmava meus ânimos, afinal aquele era um dos lugares favoritos de Anatole e por respeito eu evitava o barulho desnecessário, ainda mais quando muitas vezes encontrava o próprio Anatole entretido em seus estudos.

Os livros abertos espalhados pelas mesas me fizeram sorrir, eles eram um indicio claro da presença de Anatole e pelos sinais era fácil prever que este estava a pesquisar algo importante, tomando o caminho para a sala de leitura o local onde que Anatole considerava como seu recanto eu não me surpreendia por finalmente encontra-lo.

Sorrindo diante de suas palavras eu evitava o riso, já que de todos os modos ele estava certo sobre Adela aprontar algo, me aproximando deste eu observava pela janela apenas para acompanhar o movimento de Anatole, já que minhas capacidades ainda não eram boas o suficiente para poder visualizar a estrada, algo que me fazia invejar um pouco Anatole.

– Bom, ela provavelmente estava rindo das mordidas que dei em suas mãos, mas isso não a impede de aprontar, não é?!

Eu perguntava ao dar espaço para que Anatole pudesse terminar suas observações sem minha interferência, meus olhos passavam por cima do livro curiosa com a pressa de escrever deste, porém não de demoravam demais em sinal de respeito a sua privacidade.

– Quanto a nossos convidados, Adela disse que já ouviu os cavalos, então devem chegar logo. Porém isso me lembra que, teremos novas regras de vestimentas, serão proibidos sapatos e corseletes durante a permanência dos convidados. Ou podemos voltar com o plano de Adela de fazer com que eles acreditem que nossas pétalas são negras, mas teríamos que jogar um fantoche de um dos vassalos na mesa para tal.

Eu comentava de maneira breve e defensiva, já que obviamente Anatole não aprovaria nenhuma das duas ideias, levantando as mãos eu sorria ao dizer.

– Os sapatos foram ideia minha não posso mentir, mas achei melhor do que a ideia de nos passarmos por rosas negras, o que me lembra que Adela passou para mim a responsabilidade de receber os convidados. Podes me informar melhor sobre eles meu querido Anatole?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime3/12/2019, 13:04

As sobrancelhas de Anatole pareciam dançar, variando entre o sentimento de surpresa, indignação, contentamento e riso. Afinal, ele não a interrompia mas reagia a cada uma das palavras e por menores que a sua fala continha, desaprovando totalmente a ideia de ser uma rosa negra e não entendendo as novas regras de vestimentas, até segurar um pouco um riso surpreso a respeito da ideia de atirar um fantoche sobre uma mesa.

Arrumando a gola das próprias vestes, o homem tomava alguns segundos para pensar e balançar a cabeça positivamente, indicando que iria lhe responder, todavia, ele pedia um instante com o indicador esquerdo e logo falava:

-Antes das informações... Porque os sapatos? O que você tem contra sapatos? Eu gastei uma fortuna nos meus!

Afirmava Anatole com uma notório tom inconformado, para logo em seguida respirar fundo e comentar de maneira mais leve e informal:

-Mas tudo bem, sei bem como é tentar contornar os impulsos dela, Adela tem uma mente inquieta, criativa e meio sem limites. Já houve um baile, onde ela obrigou os indivíduos que seriam fontes durante a noite à consumir ópio por uma semana inteira prévia ao baile, foi terrível...

Segurando o riso e balançando a cabeça negativa, Anatole tomava um tempo para se recompor e dizia:

-Certo, ficar sem sapatos e corseletes é bem mais fácil de lidar, você tem razão... Bem, até onde me foi informado por Éloi através das cartas, os mais jovens membros do Clã Toreador de Marseille estão à caminho, são os jovens herdeiros do Barão Volgirre de Lyon. Seus nomes são, Bruno Rochefort e Maeva Bourdon... Maeva é uma nobre cuja a família quase que por completo, foi alvo de disputa entre os altos clãs da corte dos membros de Provença, se não me engano, o Pai e os irmãos dela foram abraçados, cada um por um clã diferente. Não soube muitas informações sobre a arte, todavia, Éloi me informou que ela é uma mulher acostumada aos jogos sociais e bem versada nesses joguetes de corte e afins. Já Bruno é um rapaz dedicado ao teatro e a dramaturgia, ambos são proles de Killian, que foi alvo de um terrível assassinato que incendiou as rivalidades na corte e deu inicio aos conflitos que hoje explodem por todos os cantos da Província.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime3/12/2019, 17:49

Observar o pequeno baile que as sobrancelhas de Anatole faziam por si só teriam me feito rir, mas por respeito eu não o fazia, já que meu querido amigo não poupava palavras nas horas dos sermões intermináveis ao quais adorava empregar em todos a sua volta.

Porém suas palavras e o tom desgostoso deste finalmente me venciam, rindo com as mãos na boca eu levava algum tempo para responde-lo no mesmo tom queixoso.

– Eu não tenho nada contra sapatos! Só não gosto de ter minhas orelhas puxadas por Stelle quando os esqueço nos campos! Além do mais você sabe o quão desconfortáveis os meus são? Se soubesse adoraria perde-los de proposito como eu faço!

Colocando a mão na cintura para dar ênfase as minhas palavras, eu segurava o riso em vão, já que diante de Anatole era impossível faze-lo com rapidez ou medo de ter as orelhas puxadas, algo que não acontecia diante de Stelle.

“Que ele não conte a Stelle que eu perco os sapatos de proposito! Por céus eu prefiro lidar com o mármore oco do que lidar com Stelle e os sapatos de baile!

Tomando meu próprio tempo para parar de rir, eu respirava fundo e balançava a cabeça afastando as brincadeiras que tentavam se instaurar em minha mente, fazendo sinal para que Anatole continuasse, era com incredulidade que ouvia sobre a brilhante ideia de Adela.

– Não consigo sequer mensurar o quão errado as coisas deram...

Dizia a Anatole enquanto ajeitava meu vestido afim de não o amassar, atenta as informações que me eram passadas, eu sentia um leve frio na espinha ao saber sobre a herança nobre de Maeva e seu convívio com os jogos sociais, algo que sempre me deixaria inquieta.

“Devo tomar cuidado, caso contrário serei o prato principal da corte quando tudo isso acabar, e eu nem fui apresentada ainda.”

Em silencio eu tomava meu tempo para ponderar sobre as informações ali compartilhadas, era claro que a corte estava em polvorosa com os recentes conflitos e a perda de um de seus membros.

– Perder o senhor dessa maneira. Não consigo imaginar como os dois devem estar se sentindo agora, ainda mais se mantivessem uma boa relação com Killian. De qualquer forma temos que ao menos nos esforçar para que se sintam seguros aqui, não posso garantir que eles estejam dispostos a produzir algo, mas materiais não lhes faltaram.

Comentava de maneira calma, apenas para apontar para os pomposos sapatos de Anatole e lhe resmungar de maneira manhosa e quase fazendo um bico ao cruzar os braços.

– Mas agora, vamos tirando esses sapatos caros! Tenho certeza que Adela deixará que usemos eles em dias de chuva, até lá meu caro as regras são claras, sem sapatos! Assim não irritamos Stelle porque não temos como perde-los.

Rindo com isso eu fazia questão de saltitar no mesmo lugar apenas para revelar meus próprios pés descalços, minha mente porém ainda trabalhava na questão da chegada dos convidados.

“Bruno e Maeve... Espero que eles possam aqui recuperar suas forças, eu sentiria a partida de Adela, ou a de Elonzo, mesmo ele não sendo meu senhor.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime9/12/2019, 00:25

Anatole, em primeiro momento, cruzava os braços e virava a face em um sinal negativo, tentado escapar da regre recém imposta sobre as vestimentas, todavia, diante do seu saltitar e da intensidade dos resmungos, o homem acabava cedendo, fazendo um sinal a contra gosto para você esperar e caminhando até uma cadeira próxima, para ali se sentar e pacientemente iniciar a remoção dos próprios sapatos.

-Só você para me obrigar a essas situações, francamente, se soubesse de antemão teria ao menos escolhido algumas vestes mais longas, mas enfim, já não há mais tempo para tentar construir uma escapatória não é mesmo?!

Dizia o homem que já esperava uma reação negativa e por fim, terminava de tirar os sapatos e os colocava logo abaixo da mesa onde ele estava sentado anteriormente. Para então apoiar as mãos na cintura e comentar:

-Você sabe que eu farei em hipótese alguma, nenhuma forma de caminhada ao lar livre, certo?

Ele a questionava sorrindo, todavia, logo após a sua resposta Anatole chamava a sua atenção ao apontar para a janela, uma pequena iluminação em movimento na estrada começava a ficar nítida, era uma carruagem sendo puxada por dois cavalos em ampla velocidade.

-Eles estão enfim chegando, quer que eu a acompanhe na recepção deles? Aliás, tenho certeza que a moça, Maeve, ficará sem reação sobre a proibição, isso será impagável! Vamos?!

Um sorriso animado e debochado surgia na face de Anatole que não disfarçava a alegria em imaginar como a jovem de herança nobre iria reagir a uma exótica imposição não anunciada de vestimentas.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime9/12/2019, 12:04

Incapaz de me irritar com Anatole, eu apenas me limitava a continuar a birra que havia iniciado, afinal eu sabia bem que Adela nos chamaria a atenção caso meu querido amigo não o fizesse, cruzando os braços eu esperava pelas reações deste, algo que realmente não demorava a acontecer.

– Não mesmo, as regras são bem claras neste ponto querido.

Comentava rindo diante da pergunta feita por este enquanto retirava os sapatos, ouvindo suas reclamações finais sobre não existir a mínima possibilidade de que ele andasse por vontade própria pelos campos eu me limitava a concordar com leveza.

– Você já está sem seus amados sapatos, eu não o faria sofrer mais, mas não posso prometer nada quanto a Adela.

Beijando uma das faces de Anatole, eu ria ao imaginar meu amigo a cruzar os campos por insistência de Adela, algo que sempre existia a possibilidade de acontecer devido aos caprichos de minha senhora.

Atenta aos movimentos deste, era com curiosidade que observava a carruagem que se aproximava, a velocidade indicava uma certa urgência, já que ali os mais jovens estariam relativamente seguros, salvo é claro sobre os caprichos da espevitada Adela.

“Deve haver algum medo de que eles sejam alvo ainda em viagem... Isso explicaria tamanha pressa.”

Um tapa suave pousava no ombro de Anatole diante da clara intenção de espezinhar a jovem nobre, ainda assim eu ria diante deste e comentava de maneira simples e brincalhona, embora houvesse um pedido sincero em minhas palavras.

– Vamos! Mas não a atormente tanto, pelo menos não enquanto ela se mostrar gentil conosco. Caso isso não aconteça, não serei eu a protege-la de você Anatole.

Tomando seus braços apenas para incentiva-lo a correr comigo até a porta, eu ria ao agradecer-lhe.

– Obrigada, eu sempre sinto que deixo a desejar quando tenho que ser a anfitriã.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime11/12/2019, 23:21

Já sem sapatos e com um largo sorriso na face após o tapa recebido, Anatole ajeitava os botões de sua camisa para então virar-se na direção da saída da biblioteca, mas ainda parado no mesmo lugar, o sempre atento e sagaz Toreador a observava por alguns momentos, para enfim comentar:

-Houveram momentos em que eu me questionava porque ela a escolheu, mas devo admitir que existe algo especial dentro de ti que será deverás importante para o nosso plano maior, até lá prometo que lhe ajudarei a ser uma anfitriã impecável.

Respondia o homem que prontamente iniciava a corrida a porta, para diminuir aos poucos a velocidade em direção a sala de recepção daquela confortável e luxuosa residência/ateliê que para todos os herdeiros de sua Senhora, era um santuário pacifico e receptivo. No caminho, Anatole a perguntava enquanto vocês desciam as escadas para chegarem no hall e ali ficarem a esperar a chegada dos convidados que já pareciam ser recepcionados pelos funcionários da área externa.

-Depois, mais ao final da noite, quando tivermos um tempo maior e os refugiados estiverem bem instalados, me lembre de contá-la sobre as novidades que chegaram da sua terra natal. Certo?

Dizia Anatole, com um sorriso gentil na face para enfim, se virar e aguardar a entrada do mordomo que anunciaria os convidados.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime12/12/2019, 11:58

Diante de Anatole e seu largo sorriso, eu me limitava a sorrir de maneira calma e de certa forma brincalhona, apesar de meus pés coçarem desejando ardentemente correrem, nem que seja a curta distancia até a sala.

Ainda assim era o comentário de Anatole que e surpreendia, meu semblante não fazia questão de esconde-lo, já que meu amigo poderia muito bem ler minha aura ou perceber isto de outra maneira.

“Algo especial? Eu espero que você esteja certo Anatole, eu realmente espero que esteja.”

Em silencio eu me colocava a correr ao lado de Anatole, o silencio é claro não demorava a desaparecer assim como os sentimentos vazios que sempre cercavam minha criação na linhagem de Adela, já que os risos da pequena corrida logo os afastavam sem remorsos nenhum.

Atenta as palavras de Anatole, eu concordava com um aceno rápido e claro, aquilo apenas fazia com que o riso aumentasse, ansiosa pelas noticias era no final da corrida que eu tomava a iniciativa de beijar a face direita de Anatole e responde-lo.

– Vou lembra-lo sim, prometo. Obrigada por compartilhar comigo, eu sinto falta de Florença, mas não posso reclamar de estar aqui. Porém os deveres primeiro não é? Assim não corro perigo de Stelle tentar arrancar minhas orelhas!

Parando ao lado de Anatole, minhas mãos cuidavam de afastar qualquer dobra que a pequena corrida possa ter feito a meu vestido, respirando apenas acalmar meus ânimos e controlar o desejo de meus pés em continuar a correr, eu sorria com calma ao esperar por nossos convidados que já estavam a ser recebidos pelos empregados da casa.

“Florença... Será que o pequeno senhor Elonzo já conquistou aquilo que desejava? Como estarão ele e Masdela? Angelo... Athos... Como vocês estão meus amados?”
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime15/12/2019, 12:52

Anatole apenas sorria de maneira divertida e concordava silenciosamente com um sinal positivo de cabeça em resposta as suas últimas palavras. Logo que vocês tomavam seus últimos preparativos para a recepção dos convidados, as portas duplas e largas de madeira que protegiam o interior da sala da estar dos ventos noturnos, eram abertas e por elas adentrava um dos mordomos locais, um homem alto e magro, de nariz protuberante e uma educação ímpar. Você sabia que haviam vários refugiados religiosos acolhidos por sua Senhora que eram posteriormente educados e transformados em serviçais, este era um dos casos, o homem era nitidamente um judeu. E este então anunciava:

-Aos anfitriões, apresento os convidados: Bruno Rochefort e Maeva Bourdon, os jovens herdeiros de Killian de Marseille. Membros da linhagem do notório Barão Philippe Vollgirre de Nantes.

O homem então abria espaço e fazia uma reverência à vocês, seguida de uma reverência aos dois membros que adentravam a casa após serem anunciados. Ambos estavam vestido roupas simples, carregando com as próprias mãos suas malas e claramente surpresos com o "refúgio" que encontravam. Bruno, era notoriamente o mais impressionado, os olhos dele pareciam com os de uma criança curiosa. Já Maeva, atentamente notava as peculiaridades das vestimentas de vocês, especialmente a falta de sapatos, mas antes que ela falasse, era o espontâneo Bruno que iniciava a interação entre vocês:

-Se este é o refúgio de campo que vocês possuem, imagino que a residência oficial seja um palácio!

Anatole sorria e preparava uma resposta, já Maeva claramente encarava o irmão de abraço dela com uma expressão de desaprovação, mas que não parecia afetar em nata a empolgação do jovem rapaz.

-Sim. Você está coberto de razão, mas não é somente de luxo que este refúgio é feito, você encontrará arte e inspiração a cada metro que desbravar. Enfim, sejam bem vindos...

Nitidamente, Anatole estendia a mão na sua direção, tocando com cuidado nas suas costas, passando à você a palavra de recepção e o controle daquela interação.

Npcs em cena:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime15/12/2019, 17:17

Sentindo uma leve ansiedade sobre a chegada dos convidados, eu respirava fundo enquanto esperava ao lado de Anatole, não ser capaz de imagina o que Anatole pensava era algo que as vezes me incomodava, por mais que fizéssemos parte da mesma linhagem, era difícil ter certeza sobre as ações deste, ou os cainitas que compartilhavam a descendência de Adela.

“Será que um dia esse sentimento de não pertencimento irá minguar?”

A entrada do serviçal fez com que meus pensamentos se calassem, o homem de origem judia me deixava atenta, suas palavras e apresentação eram impecáveis, algo que me fazia sorrir em resposta a sua suave reverencia.

“Adela tem um coração gentil, imagino que as escolhas dela sejam reflexos de sua história. Será assim quando eu também for mais velha e experiente?”

A entrada dos convidados me fez respirar profundamente, as roupas simples e o gesto de carregar a própria mala me chamavam a atenção, eram claros sinais de pressa ou poucas posses, algo que em nenhum dos casos eu julgaria. Ser observada por Maeva não me causou o medo que havia imaginado, já que a jovem diante de Adela podia ser muito bem um cordeiro, afinal entre todos ali Adela era com toda a certeza a mais velha e experiente, além de possuir uma força única.

Diante das palavras de Bruno eu ria baixo, a espontaneidade deste me ajudou a respirar com calma e controlar a ansiedade que sentia, observando a pequena represália silenciosa feita por Maeva eu permanecia em silencio ao ouvir as palavras de Anatole, diante de seu suave toque eu respirava ao fazer uma suave mensura e por fim me pronunciar.

– Sejam bem-vindos, esperamos que a viagem tenha sido ao menos confortável. Eu sou Pietra Rafaldini e este é Anatole Piaget, seremos os responsáveis por sua estadia aqui.

Sorrindo de maneira calma eu voltava meus olhos para Anatole apenas para lhe indicar que me sentia confortável, tocando de leve os calos de minhas mãos eu continuava a me pronunciar de maneira clara e educada.

– Para que a estadia de vocês seja agradável temos duas regras em vigor. A primeira se refere ao ateliê, ele se manterá fechado a pedido de Adela, porém qualquer material para a criação de alguma peça lhes será provido sem complicações, apenas pedimos cuidado e paciência já que as vezes eles podem demorar a serem repostos nos estoques. A segunda se refere a vestimentas, o uso de sapatos e corseletes não serão permitidos, desejamos que todos permaneçam confortáveis e que as pequenas amarras que estes objetos representam não nos atrapalhe nas próximas noites.

Procurando o melhor meio de dar razão as brincadeiras de Adela, eu voltava meus olhos a Anatole indicando que era sua vez de se pronunciar. Esperando pelas palavras de meu companheiro de tarefa eu me aproximava de Maeva para indicar a mala e lhe perguntar.

– Eu posso?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime18/12/2019, 23:39

O seu nome prontamente causava reações em ambos os convidados. Bruno arregalava os olhos e abria um empolgado sorriso na face, iniciando um movimento com as mãos para falar:

-Tu és a mais nova prole da Madame Reinewif!? É um a verdadeira honra poder conhecer a herdeira de tamanha tradição, talento e renome.

Já Maeva parecia endurecer ainda mais a postura, verificando em rápidos movimentos se as próprias vestes estavam em perfeito estado e fixando os olhos dela exclusivamente em ti, deixando claro que era a sua presença que ela deveria reconhecer como autoridade. Por outro lado, o sempre atento e sagaz Anatole apenas observava tudo em um silencio que você sabia ser profundamente sarcástico.

Diante da sua fala sobre as vestimentas, os olhos de Maeva vibravam de uma maneira desconfortável, a mesma respirava fundo pela primeira vez e buscava por Bruno que, sem nenhuma cerimônia concordava com você e removia os sapatos com a naturalidade de quem removia as próprias luvas.

-Eu não sabia... Bruno...

Maeva balbuciava as primeiras palavras e Bruno a olhava sorrindo.

-Regras são regras irmã!

Meava balançava a cabeça negativamente e ao olhar para a sua direção outra vez, notava a sua aproximação e respondia com um leve incomodo de não saber como reagir:

-Claro, claro... Mas por favor, me perdoe eu não sabia sobre as regras de vestimentas, como devo proceder?!

Anatole retrucava como uma lâmina de esgrima ao cutucar verbalmente:

-Aqueles que mais rapidamente se adequam as regras da Senhora dessa casa, cairão em suas graças, já as outras... Quem sabe?! Se estivesse no teu lugar, já teria feito como Bruno o fez...

Maeva engolia seco e ajeitava a postura, para então fingir não ter ouvido as palavras de Anatole e esperava a sua resposta, enquanto Bruno pegava as próprias malas para guardar os sapatos no interior de um delas.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime19/12/2019, 01:25

As diferentes reações apresentadas por Bruno e Maeva me deixavam curiosa, o jovem não escondia sua animação com meu nome e herança, já a jovem reagia de uma maneira que eu nunca esperaria.

“Ah, ela tem medo? Deve ser de minha geração... Curioso...”

Sorrindo com calma na direção de Bruno, eu sentia a tensão que Maeva apresentava e mais ainda o conhecido comportamento sarcástico de Anatole, meu querido amigo é claro já estaria a procurar por brechas e palavras desconfortáveis para lançar assim que possível.

– Obrigada por suas palavras Bruno, faço votos para que nossas linhagens compartilhem desta amizade com bons frutos.

Tomando o cuidado de ser educada, diante dos convidados eu sentia minha postura relaxar, afinal diante da reação de surpresa que Maeva demonstrava eu estaria segura. A facilidade com que Bruno retirava os sapatos me deixava feliz, ainda assim era com a jovem que me preocupava.

Aproximando-me com calma de Maeva, eu sorria de maneira calma tentando deixar claro que não havia problema em suas dúvidas, algo que era interrompido pelas palavras afiadas de Anatole, virando os olhos para meu companheiro eu me limitava em não responde-lo ou dar-lhe o gosto de continuar a provocar.

– Não esperávamos que vocês conhecessem as regras de vestimentas, posso dizer que elas são notoriamente recentes.

Era meu primeiro comentário a Maeva, respirando com calma eu franzina o cenho ao procurar por uma solução para aquele impasse, algo que Bruno fazia sem reais problemas por já estar a guardar seus sapatos em suas malas.

– Hummm eu não sou muito mais alta do que você.

Comentava ao delicadamente usar uma de minhas mãos para medir a diferença de altura de Maeva e minha, mais tranquila com isso por fim eu sorria com calma ao responde-la.

– Façamos assim. Primeiro nos livramos de seus sapatos, infelizmente eles não são uma opção. Quanto as suas vestes, você pode se trocar assim que se acomodar em seus aposentos, caso não tenhas trazido vestimentas que se adequem as regras, eu posso lhe emprestar alguns vestidos. Prometo que não será incomodo nenhum, e isso a deixaria em pé de igualdade na conquista das graças de Adela.

Tomando a iniciativa de pegar uma das malas, eu indicava um assento para que Maeva pudesse se sentar para retirar seus sapatos, voltando os olhos para Anatole eu perguntava calma.

– Mio caro nipote não saberia quais os aposentos foram preparados para acomodá-los, saberia?

As palavras em italiano eram usadas de forma divertida, já que eu nunca ousaria chamar Anatole de sobrinho sem esperar por represálias, voltando meus olhos para Maeva eu ainda comentava com calma e delicadeza.

– Não se preocupe, não irei oferecer passeios pelos campos, sei que nem todos gostam disso.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime25/12/2019, 00:39

Anatole desfazia o sorriso sarcástico da face, para sinalizar positivamente sobre a sua questão a respeito das acomodações. O experiente artista no entanto não respondia de imediato, deixando um espaço de silêncio para que você pudesse interagir o suficiente com Maeva. A jovem neófita então respirava aliviada e respondia:

-Certo, obrigada pela compreensão. Acredito que tenha alguns vestidos, mas não muitos, que se encontram dentro das regras de vestuário, mas de qualquer forma, fico verdadeiramente aliviada... Com sua licença...

A jovem então se direcionava até o irmão, pedindo ajuda para ele em um tom baixo de voz, algo que Bruno prontamente fazia e enquanto ele tirava e guardava os sapatos de Maeva dentro da mala que havia aberto, Anatole se aproximava de você com sutileza.

-Os quartos deles serão os dois últimos no segundo piso, após o corredor que dá acesso a sala de música. Os que normalmente são destinados aos estudantes que vem de Paris, sabe quais são? Pois acho que já causei a impressão que queria nos convidados, voltarei às minhas leituras!

Dizia o seu sobrinho, que se virava e despedia-se em silêncio dos dois neófitos recém chegados e virando para caminhar na direção da biblioteca, Bruno então perguntava quando Anatole já não estava mais presente:

-Todo dia terá uma regra nova para as vestes ou serão essas por toda a nossa estadia?

Enquanto Bruno falava, Maeva dava alguns passos sobre o carpete, acostumando-se com o andar descalço, algo que ela claramente não deveria fazer com frequência alguma.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime25/12/2019, 11:32

Um certo alivio se apossava de minha expressão diante do suave concordar de Anatole, seu sorriso sarcástico também o deixava, algo que poderia ser tanto bom quanto ruim, sempre uma incógnita a ser descoberta. Voltando meus olhos para Maeva eu sorria com calma diante de suas palavras, concordando com um breve aceno eu ainda a respondia.

– Não à necessidade de agradecimentos, vocês não tinham consciência das novas regras, então nada mais justo do que a compreensão. Ainda assim a oferta sobre os vestidos será mantida, apenas caso o tempo não nos ajude a mantê-los secos e limpos.

Eram minhas palavras antes de dar espaço para que Maeva a Bruno pudessem se ajudar, atenta a aproximação de Anatole eu sorria a meu sobrinho com carinho, e talvez um suave pedido de desculpas por te-lo chamado assim, ouvindo sobre os quartos destinados aos dois jovens eu concordava ao comentar.

– Sei sim, irei leva-los até os quartos. Anatole, obrigada pela ajuda eu me sinto mais confiante agora.

Tomando uma das mãos de Anatole eu a beijava com carinho antes que esse este fosse se recolher a suas leituras, algo que eu estava acostumada.

“Uma mente afiada precisa ser cuidadosamente alimentada não? As vezes creio que a mente de Anatole poderia derrubar reinados se ele assim desejasse.”

Observando os movimentos de meu sobrinho, meus olhos se voltavam curiosos para Bruno diante de sua pergunta, vendo Maeva já sem sapatos a andar pelo carpete eu sorria com delicadeza ao comentar.

– Não saberia dizer Bruno, Adela tem rompantes criativos únicos e ninguém consegue predizer quando surgirá um novo. Mas prometo que vocês serão avisados prontamente quando algo novo surgir.

Estendendo a mão para que me acompanhassem eu sorria ao dizer com mais calma e claramente mais relaxada.

– Venham, vou leva-los aos quartos e apresentar a casa, assim imagino que não se sentiram tão perdidos nas próximas noites.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime1/1/2020, 17:34

-Obrigada...

Respondia Maeva, que andava com um certo receio, não por medo ou dor, mas sim por uma notória falta de costuma de andar descalça, algo que não era demonstrado pelo rapaz que tentava caminhar mais ao seu lado, enquanto a moça ficava à um passo atrás, exatamente por não andar com passos largos.

Vocês seguiam então pelos lindos corredores do casarão, ali haviam tantas obras que os olhos de Bruno pareciam perdidos em meio a tantas maravilhas, já Maeva se atentava mais ao caminho em si. Você os guiava até o segundo piso, subindo as largas escadas de madeira, para em seguida atravessarem os saguões de festa e dança, virando após passaram pela porta fechada da sala de música, para enfim, deixar para trás uma pequena sala de chá e pequenas reuniões, para chegar no corredor dos visitantes de Paris. Eram quatro quartos, dois de cada lado, os pares eram conectados por suas varandas e seus interiores eram bem similares, simples mas aconchegantes. As portas às esquerda estava entre abertas, indicando que seriam ali os aposentos dos dois visitantes.

-É como se vocês morassem em um pequeno museu, ou uma galeria. É incrível, não consigo imaginar um lugar como este em Marseille. Tudo aqui foi feito por vocês?

Perguntava Bruno. A pergunta do jovem era acompanhada de um olhar de desaprovação de Maeva, mas esta logo se virava na sua direção para lhe questionar:

-Desculpe a indelicadeza mas de onde a senhorita é? Tem algo diferente em seu sotaque...
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime1/1/2020, 23:41

Era com um sorriso suave que acenava para Maeva, não havia necessidade de que jovem sofresse pelas regras impostas por Adela, embora as regras muito me agradassem do que a ideia de fingir ser uma rosa negra.

“Eles concordariam com a sorte que tiveram... Mas bem algumas coisas são melhores se tiverem seus segredos.”

Dando alguns instantes para que Maeva pudesse se acostumar com o fato de seus pés estarem descalços, eu finalmente tomava a iniciativa de guia-los pelo refugio até as acomodações que lhes era destinada. Tomando o cuidado de não usar um ritmo de passo rápido demais para que Maeva acompanhasse, eu mantinha um sorriso educado no rosto, embora a curiosidade sobre os dois hospedes deixasse meus pés e mente inquieta.

Sem pressa eu passava pelos corredores conhecidos, ali era com surpresa que via a sala de musica fechada, algo raro embora talvez se desse pela presença dos dois convidados, ainda assim era com cuidado que fazia o caminho mais limpo possível para que tanto Bruno quanto Maeva pudessem se guiar sem problemas, já que em meus primeiros anos ali aquela havia sido minha maior dificuldade, ainda assim notar que a jovem se atentava ao caminho que seguíamos me deixava relaxada, afinal seria constrangedor caso eles adentrassem em algum cômodo que não fosse adequado.

Feliz com a chegada ao corredor que era destinado aos visitantes de Paris, eu sorria satisfeita ao ver as duas portas esquerdas abertas, uma indicação suave de que aqueles cômodos eram destinados aos dois visitantes.

“Os quartos já devem estar arrumados, espero que eles possam ao menos descansar com calma aqui.”

Voltando meus olhos para Bruno diante de suas palavras eu sorria com o elogio não intencionalmente feito, porém antes que pudesse responde-lo eram as palavras de Maeva que me chamavam a atenção.

– Obrigada, tenho certeza que Adela gostará de ouvir esse elogio, mas não nem todas as obras são nossas, algumas são de visitantes ou convidados. Eu mesma ainda não consegui fazer algo que seja digno de estar exposto, embora passe muitas noites a fazer esboços e rascunhos de ideias.

Voltando a atenção para Maeva eu sorria ao comentar de maneira calma e até sincera.

– Você percebeu? Não é indelicadeza, afinal é difícil a uma italiana perder o sotaque, embora eu fique feliz em saber que meu francês não mascarou completamente meu idioma natal, além do mais nós que nascemos na Toscana temos certo orgulho de nosso sotaque.

Ainda sorrindo eu apontava para os quartos a esquerda adentrando na primeira porta entre aberta.

– Estes aposentos foram reservados para vocês, as varandas estão interligadas para a comodidade, só peço que se atentem as cortinas quando o amanhecer se aproximar, elas são pesadas, mas devem estar bem fechadas para a segurança de todos.

Virando-me para ter certeza que ambos haviam entendido as instruções, eu esperava pelo momento certo de me retirar sem que soasse descortês.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime9/1/2020, 00:14

-Será uma enorme honra conhecê-la! E não se preocupe com isto, a exposição é só mais um passo no caminho de um artista e nós somos todos aprendizes, certo!?

Respondia Bruno, que não deixava de observar cada pequeno detalhe, andando até alguns passos atrás  e por algumas vezes, dando pequeninas "corridas" para não ficar muito para trás. Diante dos quartos, o rapaz sorria de maneira educada e esperava por Meava tomar a iniciativa.

-Quando mais nova, meu professor de dança era de Florença, é um sotaque marcante, não pude deixar de notá-lo e lembrar um pouco do meu passado, um pequeno tesouro que ainda não me foi tirado ou redefinido.

Havia na fala da jovem uma mistura complexa de sentimentos, tristeza, cansaço, melancolia, nostalgia e alegria. Porém, sem se aprofundar na própria fala, Maeva fazia uma curta reverência para você, em agradecimento.

-Obrigada pela atenção, iremos nos acomodar e precisarei de um certo tempo para organizar minhas roupas diante das regras. Com sua licença Senhorita Rafaldini...

Dizia a jovem, esperando a sua ação para adentrar o quarto. Bruno então dizia:

-Muitíssimo obrigado Senhorita. Até breve!

O rapaz se despedia de maneira simpática e adentrava o outro quarto, dando-lhe espaço suficiente para também se retirar. E assim que você começava a descer as escadas de acesso ao segundo andar, seus olhos eram surpreendidos pela figura de Lambert Saunier, o filho mais jovem de Estelle. O rapaz estava extremamente bem vestido, perfumado, com os cabelos escovados e uma expressão confusa na face. Ao vê-la, ele questionava:

-Onde estão os convidados? Anatolle me disse que eu teria tempo suficiente para... Ele me enganou de novo!? Não estão chegando grandes nobres de Marsielle! Maldito! Aquela víbora!

O rapaz estava vestido para um jantar com um membro Real ou algum grande ancião, ou talvez para um baile... E diante daquela cena, você era capaz de imaginar Anatolle rindo de se acabar da expressão de raiva extremamente dramática que o jovem Lambert fazia naquele momento.
Vestes de Lambert:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime9/1/2020, 13:52

As palavras de Bruno me faziam concordar com este, era inevitável que um dia eu criasse alguma obra que me deixasse confiante o suficiente para pedir a permissão de Adela para expô-la, até lá eu faria meu melhor para que meus traços e obras ganhassem sua própria forma.

– Sim somos aprendizes e temos uma bela porção de tempo para aperfeiçoar nossa arte.

Respondia a Bruno enquanto observava seus movimentos e pequenas corridas para nos acompanhar, a resposta de Maeva me fez estuda-la por alguns instantes, haviam diversos sentimentos ali contidos, sentimentos que respeitosamente eu evitava mencionar ou despreza-los.

– Fico feliz que se lembre com carinho de seu professor, nós italianos somos orgulhosos de nossos sotaques.

Seguindo o caminho até os quartos meus pensamentos se voltavam para as pequenas características únicas dos dois jovens que guiava, era estranho estar em minha posição, ainda mais quando a própria Maeva tinha sangue nobre.

“Nem tudo na vida são pétalas suaves, ela já teve sua porção de espinhos... Faça seu melhor Pietra, um dia será você a enfrentar sua própria coroa de espinhos.”

Sorrindo diante da despedida ali feita, era com uma suave mensura que os respondia de maneira educada, porém sincera.

– Por favor me chamem de Pietra, nossas idades não são tão diferentes assim e eu me sentiria menos tensa. Descansem o tempo que for necessário, aqui vocês estão sobre a proteção de Adela. Até breve.

Me despedindo de maneira calma de Bruno e Maeva, eu tomava meu próprio caminho pela casa, haviam ainda alguns esboços a serem terminados embora a possibilidade de não os levar a frente ainda estivesse a me corroer a mente.

“Acho que escolhi um péssimo momento para voltar aos esboços. Talvez algo mais concreto, ou algum material menos duro do que o mármore...”

Perdida em meus próprios pensamentos a figura de Lambert me surpreendia, algo que se acentuava diante da bela vestimenta que este trajava, ouvindo suas palavras eu evitava o sorriso que se formava em meus lábios. Balançando a cabeça eu sorria com carinho diante da clara expressão dramática de Lambert.

– Acho que não faltaram motivos para Stelle arrancar as orelhas de Anatolle quando ela retornar. Mas venha, temos novas regras de vestimentas escolhidas por Adela, embora eu deva dizer que existe dedos meus nas escolhas dela.

Tomando o braço de Lambert eu o guiava até a cadeira mais próxima apenas para começar a lhe tirar os sapatos enquanto comentava de maneira suave.

– Os convidados que chegaram são as proles mais novas da linhagem do monsieur Pasquier, Bruno Rochefort e sua irmã de abraço Maeva Bourdon.

Terminando de retirar os sapatos de Lambert, eu me levantava ao enquanto continuava a dizer.

– A pedido de Adela nenhum corselete e sapatos devem ser usados durante a estadia dos convidados, e sim os sapatos foram sugestão minha. Agora venha, me deixe aproveitar o fato que você está impecavelmente vestido para fazer alguns esboços! Assim não damos o braço a torcer completamente, não?

Estendendo a mão em um claro convite, eu ainda fazia um pequeno bico indicando que seria eu a iniciar um drama se Lambert não o aceitasse.

"Céus a lista de coisas a serem reportadas a Estelle já começou a crescer, quando ela retornar nem minhas orelhas estarão livres!"
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime13/1/2020, 00:31

-Como você consegue escapar dessas enganação de Anatolle? Já estou cansado delas e sequer posso ser considerado um neófito!

Protestava Lambert que a seguia para a sala de estar, onde lá você poderia sentar o rapaz enquanto o mesmo ainda exibia uma face fechada e emburrada, cruzando os braços e resmungando algumas palavras baixas enquanto você falava e retirava os sapatos dele. Não dando muita importância para os nomes citados, o rapaz ajeitava os cabelos loiros e olhava na sua direção e concordava, para então afirmar:

-Você tem razão, se eu ficar perdendo meu tempo dando mais motivo para aquele chato rir, não vou conseguir fazer absolutamente nada! Nada de dar o braço a torcer!

Segurando a sua mão, o rapaz se levantava e afirmava:

-Não precisa fazer esse bico, jamais dispensarei a chance de servir de modelo para a mais talentosa artista dessa casa!

Ele afirmava com confiança e alegria, para então sorrir e deixar totalmente de lado a birra breve de antes, dando alguns passos a sua frente, ainda de mãos dadas contigo, virando-se de frente para você, ele então a questionava:

-Aliás, já estou me acostumando com essas regras repentinas, mas queria lhe perguntar, como tem sido a sua adaptação? Afinal, Mãe é francesa, eu sou, quase todos aqui são, com a exceção de Adela é claro... Acho que se eu estivesse no seu lugar, eu estaria um pouco triste, sabe? E ainda mais sendo tia de Anatolle, deve ser um desafio!

O rapaz, sempre muito atento e sensível, sempre tentava se conectar com aqueles que o rodeavam, algo que você já estava acostumada a vê-lo fazer com os vassalos da propriedade, mas era a primeira vez que ele realmente parecia tentar se aproximar de você de uma maneira genuína.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini   1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Pietra Rafaldini I_icon_minitime

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