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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps

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Danto
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MensagemAssunto: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime26/2/2020, 21:33


Data: 17 de Maio de 1550
Local: Arles, Provença

Sentado no interior da sala do capitão da guarda, você esperou pela entrada do mesmo por vários minutos. O ócio e a ansiedade se misturavam de uma maneira tão poderosa que os sons vindos do interior da casa que o faziam entender que os serviçais estavam preparando os detalhes do jantar, da decoração e os demais a fazeres da recepção, começavam a se transformar em ruídos passivos de serem ignorados.

E foi após vários momentos, já nos primeiros minutos da noite, que a porta se abria e por ela adentrava o capitão da guarda do lorde dessas terras. O homem estava vestido com uma roupa de viagem, botas e luvas de cavalaria, espada na cintura e uma capa longa, cujos ombros estavam fechados e interligado por uma corrente de prata que servia de suporte para um pingente do brasão do Lorde. Seu pai logo olhava na sua direção, demonstrando uma leve surpresa em vê-lo ali sentado a esperar.

-Boa noite George.

Saudava o homem que tirava as luvas de cavalgar e as colocava sobre a mesa dele, circundando a mesma para abrir uma das gavetas e retirar um cantil de ferro e bebericar do mesmo, para então passar as mãos pela barba e limpar o bigode dos resquícios do que ele havia acabado de beber, para olhar novamente na sua direção.

-O que passa rapaz? Não é possível que o nosso Senhorio tenha o dispensado diante de uma noite tão importante, o que aconteceu para deixá-lo aqui sentado e com essa cara toda?


Última edição por Danto em 1/3/2020, 20:48, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime28/2/2020, 13:31

Eu não era uma pessoa de me descontrolar ou tomar decisões precipitadas, portanto, me mantinha calmo na medida do possível e pensativo a respeito das coisas que havia descoberto durante esse dia. Então, quando meu pai adentrava em seu próprio escritório, eu prontamente o olhava de maneira séria, mas sem agressividade, e me levantava de sua cadeira para saudá-lo com um cumprimento rápido, afinal ele não deixava de ser meu superior.

- Boa noite. Não, ele não me dispensou, estou aqui por um motivo muito importante e que está diretamente relacionado com nossos senhores e ao jantar de hoje.

Como eu ja havia me levantado da cadeira, eu saia da frente dela, dando espaço para meu pai se sentar e ao mesmo tempo indicava com a mão para que ele tomasse seu devido lugar. Em cima da mesa eu deixava tanto a carta que já estava lá quanto a carta que eu havia interceptado com o primeiro valete.

- Sabe muito bem que eu não sou de fazer rodeios então irei direto ao assunto: depois de alguns problemas que eu e Gilles tivemos, comecei a investigar e descobrimos que o jantar de hoje reunirá alguns aliados poderosos do nosso Lorde, porém, alguns desses aliados não desejam o bem do mesmo, mas, pelo visto, o senhor já sabia disso não é?

Com calma eu dava tempo para que ele pudesse ler as cartas que estavam sobre sua mesa, mas logo em seguida eu continuava a falar enquanto andava lentamente pela sala e fazia questão de fechar a porta, se ele a tivesse deixado aberta.

- Eu não tenho posição para demandar nada de meu superior, mas o conteúdo dessas cartas fala explicitamente sobre você e até mesmo sobre minha pessoa, portanto eu acho que mereço uma explicação. - Novamente eu fazia uma brevíssima pausa para tomar o fôlego e complementar antes que ele perguntasse. - Ah, além dessas cartas, encontrei outras que eram encaminhadas ao nosso Lorde e uma para Cecile, mas essas estão com Gilles. E não, Gilles não tem conhecimento sobre as que estão aqui.

Eu tentava não ser petulante ou arrogante com meu pai, apesar de ter me acostumado a falar assim quando estava na dianteira dos acontecimentos, especialmente quando estava demandando informações, mas como ele era meu superior e meu pai, eu naturalmente me acalmava e conversava de forma mais franca.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime1/3/2020, 21:01

Seu Pai, o chefe da guarda do Lorde daquelas terras, tinha uma fama de ser um homem justo e um guerreiro inabalável em sua juventude. Era com muita calma que o homem, já no alto de sua idade e com os cabelos grisalhos bem penteados, ouvia tudo que você tinha a dizer enquanto se ajeitava na cadeira posicionada atrás da mesa central da sala que o pertencia.

Esticando a mão, ele buscava pelas cartas, lendo uma por uma com serenidade. Para enfim, olhar na sua direção e comentar:

-Cedo ou tarde, chegaríamos a esta conversa. Mesmo eu tendo me esforçado o máximo possível para evitá-la ou até mesmo, conseguir não fazê-la. Porém, nosso Lorde seguiu os planos de poder que o seduziram quando jovem e assim, todos sob sua tutela, arcarão com o destino que essas decisões causarão.

Respondia o homem, devolvendo as cartas sobre a mesa e sem tirar os olhos da sua direção, seu Pai seguia a falar de maneira clara e direta.

-Veja, nem eu entendo totalmente os nomes citados nessas cartas. Mas entendo que o nosso Lorde aceitou inserir essas terras dentro dos jogos das criaturas amaldiçoadas que vivem nas sombras do mundo dos homens. Bruxas, demônios, espíritos, são claro, parte das verdades da Igreja e dos homens santos, mas não são somente contos ou exemplos, eles de fato existem de maneiras diferentes e ainda mais malignas que a Igreja nos ensina...

Dizia o experiente guerreiro, fazendo uma pausa para respirar e assim seguir falando.

-Durante minha juventude, eu atraí a atenção de um desses seres que me fez um vassalo, um ser que teria acesso a algumas habilidades sobrenaturais, mas ainda seria em sua essência um humano. Isso ocorreu ainda antes de assumir o título que hoje possuo, e meu Senhor era Bertrand Allemand. E quando eu estava prestes e me tornar seu herdeiro, sua mãe me apresentou a notícia sobre a sua chegada... Escolhi ser um Pai de familia e aceitei esta função que tu cresceu a me ver cumprir... Esforcei-me o máximo para conseguir afastar o Lorde de sua própria ganancia, mas esta inevitavelmente acabaria por chegar a nossa porta e cobrar o que lhe é devido...

Levantando-se, seu pai olhava na sua direção e dizia:

-Eu não irei ler a carta que está direcionada à você, não irei tomar nenhuma decisão sobre o teu destino. Isso lhe cabe e como a própria carta diz, é hora de instruir você sobre quem são esses seres que seduziram o nosso Lorde que inevitavelmente irão seduzir Guilles e cobrar as dívidas hereditárias por tudo isso que nos cerca. Eles estão em um momento de crise e é nesse momento que os mais fracos sofrem... Tens certeza de que estas preparado para ouvir tudo?

Indagava o homem que parecia aliviado por enfim poder lhe falar sobre essa verdade que parecia lhe pesar nos ombros.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime5/3/2020, 02:31

Muitas coisas não faziam sentido na minha cabeça depois do que havia acontecido hoje, mas ainda assim eu me mantinha tranquilo e tentava não reagir mais do que o devia para, no entanto, eu não estava completamente preparado para o que meu pai havia a me dizer. Quando ele começou a falar eu sentia um arrepio subir por meu corpo como nunca havia sentido antes.

“Nós realmente estamos nos envolvendo com bruxas e demônios? É isso que o pai do Gilles tem trazido para sua casa? O que deu nele para recorrer a tais métodos? Seria isso algum tipo de ação para punir o próprio filho? O que diabos está acontecendo!”

Minha respiração se acelerava um pouco e eu engolia em seco ainda abalado com aquelas informações. Passando a mão no rosto, limpando o pouco de suor que escorria pelo mesmo, e esfregando a barba no final, como um gesto que sempre fazia quando estava nervoso, eu continuava a ouvir meu pai sem responder nada.

As palavras do homem de idade então revelavam que ele também havia se envolvido com uma dessas criaturas demoníacas, mas, que de alguma forma ele havia recusado aquilo. Eu ainda não conseguia entender o que ele estava dizendo por completo porque ainda existiam buracos na história, buracos que eu não tinha a resposta, mas que a pessoa daquela carta tinha e ali minha atenção retornava para a carta.

“Afinal, como essa carta chegou aqui sendo direcionada para minha pessoa? Porque eu sei como chegar até ela, mas ao mesmo tempo não faço a menor ideia de onde ela esteja?”

Meus olhos então voltavam para meu pai, ainda mais em dúvida do que estavam antes, mas sem demonstrar medo eu balançava a cabeça positivamente. Eu havia aprendido a não temer nada e estar sempre preparado para todas as situações, mas naquele momento eu não sabia de nada e por mais assustador que pudesse ser as explicações que meu pai fosse me dar, eu precisava saber!

- Eu não sei como essa carta chegou aqui, não sei quem é essa Elaine, Severus ou Khadira que virão aqui hoje, mas uma coisa é certa, eu não irei encontrar com nenhum deles sem saber o que são eles! Assim como você jurou ao Lorde, eu jurei a Gilles que o protegeria!

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime7/3/2020, 19:12

Apoiando as mãos sobre a mesa, seu Pai se mantinha de pé e ouvia as suas palavras com atenção. Os olhos do homem a sua frente pareciam cansados, mas a expressão corporal dele estava relaxada e de certa forma, havia um certo alivio em enfim ele poder conversar com você sobre essas estranhas situações que corriam em segredo pelas terras do Lorde.

-Veja. Muitos desses nomes também me são desconhecidos, outros não. Mas antes de falarmos sobre esses nomes, precisamos falar sobre o que eles são. Aprendi a me referir a eles pelo termo: Cainitas, os filhos de Caim. Sabe, o homem lá da biblia, irmão de Abel, o primeiro assassino? Pois então, esses seres serem seus herdeiros, sabe-se lá como! Primeiro, achei que eles fossem um culto de bruxos e bruxas. Tentei avisar a Igreja sobre isso, foi quando conheci Bertrand Allemand. Ele me ajudou a entender o que estava ocorrendo... E a verdade que eu descobri é que o homem que jurei proteger, não era dono de sua própria vontade ou vida. Seu pai, havia feito um jogo com esses Cainitas e havia perdido. Essas terras pertencem, verdadeiramente a este homem chamado Constantius. E tudo que aqui está e todos que aqui servem, são propriedades deste homem, mesmo sem saberem...

Fazendo um pausa, o velho guerreiro se sentava e respirava fundo.

-Bertrand me ofereceu a liberdade dessas correntes. Ele iria fazer de mim seu primeiro herdeiro e isso me tiraria dos jogos desses Cainitas locais fazem por terras e que os nobres sempre, sempre, perdem... Por fim, não pude aceitar ao saber que sua mãe estava a sua espera... E decidi então criá-lo o mais longe possível dessas influências. Para que isso fosse possível, pedi para que Guilles recebesse ainda em sua infância uma ajuda de Bertrand, alguma proteção que o fizesse impossível de ser controlado da mesma forma que o meu Lorde sempre foi... O resultado disso é a personalidade que você conhece muito bem... foi o preço para que você não fosse como seu pai... O servo de um escravo.

Dizia o teu Pai, com uma expressão triste na face. Claramente havia muito mais a ser dito, ele mesmo indicava isso ao mexer os lábios, mas interrompia a própria fala para respirar fundo e lhe dar um espaço para reagir e compreender primeiramente o começo de toda a situação.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime8/3/2020, 03:23

Apesar das poucas palavras, em relação ao que eu esperava, havia muitas informações para serem digeridas ali e eu não conseguia esboçar uma reação simples de descrever. Eu não era o homem mais próximo da religião que existia na região mas eu a respeitava e acreditava, assim como sempre acreditei que existia um lado negro em nosso mundo, mas eu não estava completamente preparado para receber aquilo.

“Ele está mesmo falando sério? Não, ele não me parece estar sobre o efeito da bruxaria que há em nossa comida como Mathis estava e meu pai é, com certeza, a pessoa com o juízo mais certo que eu conheço, mas ainda assim…”

Meus olhos ainda incrédulos observavam meu pai com cuidado durante a fala dele. Não havia muitas situações onde eu não sabia exatamente como me comportar, mas aquela era uma dessas situações e impulsivamente eu me encostava no canto da parede e cruzava os braços de forma retraída por um momento. Enquanto o homem falava sobre quem eram aqueles nomes, meu coração se apertava com a pressão daquelas palavras. Bruxaria não era algo que eu esperava ver por essas terras, muito menos saber que criaturas amaldiçoadas por Deus comandavam essas terras.

Apesar do sentimento que me consumia, eu não me abatia completamente. Sacudindo a cabeça, tentando colocar os pensamentos em ordem, eu tentava me concentrar no que realmente importava ali e aquilo era o jantar e a segurança dessa família, afinal, o jogo dessas criaturas amaldiçoadas e diabólicas estava colocando a vida de Gilles e, até mesmo a minha, em risco.

- Hmm… Eu não sei bem se eu consigo aceitar a sua explicação, mas devido a gravidade da situação, eu vou me poupar dos detalhes sórdidos e tentar manter minha sanidade. Você lembra das outras cartas que eu consegui? Elas eram foram enviadas de múltiplos aliados do lorde. Constantius foi um dos nomes citados, juntamente de Severus, Kadira e outros que nem mesmo o Gilles havia ouvido falar, mas não é só isso.

Fazendo uma pausa, eu andava até a mesa do meu pai, já com um semblante mais preocupado, e continuava falando, em volume ainda mais baixo.

- Eu não sei até que ponto você sabe do que se trata esse jantar, mas as cartas falavam que é um pretexto para recebê-los aqui pois algo aconteceu. Ou seja, essas pessoas, elas são essas coisas amaldiçoadas que você chama de cainitas? Por que se for, elas todas estarão aqui hoje a noite. E o pior de tudo, elas estão tramando contra si mesmas.

Fazendo mais uma pausa eu passava a mão sobre meu rosto, limpando o suor que escorria do mesmo e respirando um pouco.

- Descobrimos que Cecile é enviada de uma dessas pessoas que é aliada do Lorde, mas, apesar dela ser aliada do lorde e dos outros que virão, ela está agindo para colocar Cecile no poder e se livrar de Gilles e sua família. Elas estão usando bruxaria contra essa casa! Estão envenenando nossa comida e trazendo essa feitiçaria macabra para dentro desta casa.

Depois de despejar aquelas informações para meu pai, eu me sentia mais aliviado, mas ainda muito preocupado e por isso eu puxava a cadeira e me sentava de frente ao meu pai, do outro lado da mesa, para continuar.

- Por causa da “proteção” que o seu… amigo Bertrand colocou em Gilles, ele se tornou uma pessoa fria, vingativa e instável, que sabe tudo que eu lhe contei aqui. Ele sabe da traição de um desses aliados, traição essa que quase o levou a ser assassinado hoje de manhã. O que você acha que ele irá fazer no jantar? Quando todas essas criaturas demoníacas estiverem na mesma mesa que ele?

Levando minha mão até a carta que havia sido escrita para mim, eu a tocava com o dedo indicador e falava:

- Eu não sei quem é Elaine, nem o porque ela escreveu isso para mim, mas se você não souber como ajudar o Gilles nessa situação, eu vou precisar ir até ela!

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime8/3/2020, 22:15

-No mundo de verdade, aquele que existe além desses muros, todos colhem o que plantam. É inevitável... Entendo que da sua posição, jovem, descrente, preparado para sobreviver a qualquer custo, as ações, as explicações e as motivações parecem vagas, fracas, vazias. Mas espero que quando a idade lhe chegar, você possa entender porque eu agi da forma que agi. Não falarei sobre correto ou errado, mas sim sobre o necessário e eu acredito completamente ter feito de tudo que estava ao meu alcance para que o necessário fosse feito... Só de saber que Guilles é quem é e você é quem é, tenho certeza que conclui o que me propus a fazer...

Respondia seu Pai, em primeiro ponto, fazendo uma curta pausa para olhar na direção da carta e refletir sobre os assuntos sobre bruxaria que você havia apresentado.

-Eu sinceramente nunca ouvi falar neste nome, Elaine. Mas se essa mulher se apresenta como uma resposta que eu certamente não possuo, recomendo que vá em busca dela... Eu não entendo absolutamente nada sobre bruxaria, mas consigo entender o risco que ela trás aos inocentes que vivem aqui. A vida do meu Lorde eu já não posso salvar, especialmente se os convidados estiverem a vir aqui afim de cobrar o que lhes pertence... E é uma pena saber que Cecilie está envolvia nesses jogos, eu acreditava que ela era apenas uma peça infeliz por ter sido enviada para cá, mas não me surpreender saber que ela faz parte de um plano desses Cainitas... Eles estão sempre jogando uns contra os outros em busca de poder e ouro.

Seu pai então se levantava, ajeitando a postura ele olhava na sua direção e afirmava:

-Vá em busca de algo que salve a você e a Guiles. Eu prometo que farei meu máximo para que vocês não sofram pelas falhas que nós, os mais velhos, cometemos em nossas vidas.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime10/3/2020, 12:31

Não podia negar que estava decepcionado em ouvir aquilo, mas ao mesmo tempo eu compreendia, de certa forma, o que meu pai falava. Por conta de suas ações do passado, eu e Gilles corríamos perigo nesse jantar, mas infelizmente controlar Gilles é algo impossível e por isso eu devia procurar ajuda fora de nossos muros. A igreja já não era mais uma opção em minha cabeça, já que meu pai já havia recorrido a esta, o que me restava apenas a misteriosa mulher da carta.

- Eu entendo, meu pai. Proteja Gilles o quanto você conseguir hoje a noite, tentarei ser rápido e voltar assim que possível. Eu tenho a impressão que o caminho até essa mulher não é tão longo.

Pegando a carta que havia sido destinada a minha pessoa, eu a guardava em minhas roupas e me colocava a caminhar na direção da saída daquele aposento, mas antes de abrir a porta eu parava e falava.

- Eu tenho a impressão que Cecile tentará algo novamente com bruxaria na comida, afinal nós interceptamos a carta que ordenava que ela parasse.

Depois de falar eu saia sem dar tempo para despedidas e imediatamente me dirigia até onde meu cavalo estava. Eu não tinha mais tempo a perder se quisesse voltar antes do pior acontecer e por isso seguia sem parar para nenhum funcionário.

“Preciso ser rápido aqui e voltar antes de algo ruim acontecer. Só espero que essa Elaine realmente possa me ajudar, se não eu não sei o que poderá acontecer.”

E sem mais delongas, eu subia em meu cavalo e partia, deixando minha intuição maluca me guiar no caminho que eu não fazia ideia de onde iria me levar, mas que tinha certeza de que era o caminho certo.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime12/3/2020, 22:07

Seu pai não lhe oferecia mais nenhuma resposta direta, além de uma expressão cansada e ao mesmo tempo, determinada. O seu velho Pai o deixava ir sem trocar mais nenhuma palavra contigo, apenas sinalizando com a cabeça que havia entendido o que você havia dito.

Livre para se direcionar para a saída daquelas terras, você buscava pelo seu cavalo para então partir pela noite a fora, deixando pela primeira vez em alguns dias a segurança das terras que você havia jurado proteger, para seguir um instinto novo que parecia pulsar cada vez mais forte dentro de seu âmago a cada metro que você se distanciava daquelas terras, deixando o muro para trás.

Galopando pela noite e primeiramente por uma longa planície, você reconhecia o trajeto, pelo menos essa primeira parte. Você estava indo na direção da cidade de Arles, porém, após a primeira hora ao invés de adentrar a estrada real que o levaria diretamente a cidade, você sentia um impulso de guiar o cavalo para dentro da floresta, dentro desta, você deixava o animal após quase meia hora de uma cavalgada mais atenciosa e lenta, amarrando o animal a uma árvore, seus pés não precisavam andar mais do que vinte metros para encontrar uma cabana construida no meio da floresta, ali era o seu objetivo.

Localização de Elaine:

Você adentrava a casa, com uma mão na espada, preparado pra lidar com qualquer ameaça e atento o suficiente para ver que não existia nenhum sinal de ameaça no interior da mesma. Era um casebre simples, com o piso coberto por peles de animais e um cheiro notável de uma panela pendurada acima do fogo da lareira, dessa panela, era possível ver um vapor escapando pela tampa e esse mesmo vapor perfumava o interior do casebre com traços de alecrim.

Sentada em uma cadeira de madeira, você notava a figura de uma mulher de cabelos negros que se levantava, sorrindo ao notar que era você a adentrar a casa que parecia ser a residência dela. Ela estava vestindo um vestido simples, de tom roxo claro e gasto, com costuras adicionais feitas de retalhos e linhas de lã tingidas. Ela não possuía nenhuma joia, tão pouco parecia ser de qualquer nobreza. Havia apenas uma simples aliança em seu anelar direito, com um rubi entalhado no metal dourado.

O interior do local não possuía nenhum detalhe chamativo, todos os móveis eram feitos de madeira, junto da lareira havia um pequeno fogão a lenha, acima deste, algumas carnes secas penduradas e panelas, assim como utensílios de cozinha, se empilhavam em um armário pendurado acima das carnes defumadas e secas. Alguns barris, alguns caixotes, uma mesa central, quatro cadeiras de madeira, uma cama abaixo da janela esquerda, com vários cobertores e um único travesseiro posto sobre esta. Haviam várias pedras no interior da casa, pedras que pareciam construir desenhos e formas geométricas como triângulos, quadrados e assim por diante. Além de uma enorme presença de incensos postos sobre a mesa central.

Nessa mesa central, você via vários jarros de geleia, alguns pães secos. Haviam também cumbucas de madeira com água em seu interior, uma jarra de vinho e dois copos de barro. Não existia nenhuma arma no local, apenas facas de cortar carne ou frutas. A mesa central tinha vários desenhos exóticos e esses desenhos também eram encontrados por várias partes da casa, entalhados na madeira da parede, teto, janela... Era com se um artista entediado estivesse preso naquela casa e só tivesse uma faca para entalhar para passar o tempo.

A mulher olhava na sua direção, apontando para uma cadeira próxima da mesa.

-Prazer em conhecê-lo, sou Elaine de Calinot. Feche a porta, está frio lá fora e por favor, sente-se. Temos muito a conversar, correto? Me digas, o que exatamente você busca?!

Elaine de Calinot:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime13/3/2020, 00:22

Montado no cavalo eu seguia aquele instinto estranho que me guiava cegamente pela cidade de Arles de uma forma como eu nunca havia feito antes. Eu conhecia aquela cidade de uma ponta a outra, havia passado quase 30 anos aqui e poucas vezes havia saído, mas, mesmo assim, o caminho era para mim uma completa incógnita por mais que eu tivesse certeza que era o caminho certo.

E assim, as cegas, eu segui cavalgando por mais de uma hora até que em certo ponto da estrada principal que levava à Arles, eu sentia que meu caminho não seria mais por aquela estrada e sim pela floresta ao meu lado. “Meu Deus, onde eu estou indo.” Respirando fundo, eu olhava para o interior da floresta na noite escura e com um certo receio eu puxava a guia do cavalo para entrar nela e continuar meu caminho.

Após alguns tempo seguindo apenas minha intuição, por um caminho nada fácil entre as árvores, eu acabava chegando a uma cabana no meio da floresta. Novamente eu respirava fundo e descia da garupa do cavalo para amarrar a guia numa árvore próxima e caminhar lentamente na direção daquela cabana.

“Depois de bruxaria, criaturas demoníacas e forças ocultas, eu vim para numa cabana no meio do nada…”

Completamente tenso e com a mão pronta para sacar minha espada, eu entrava na cabana com muita cautela e a observava minuciosamente o interior da mesma. Meus olhos passavam pelos móveis rústicos, a panela no fogo e até pelos desenhos que havia nas paredes do interior da casa até chegar na mulher de cabelos negros.

Apesar do meu medo naquele momento, de entrar num ambiente desconhecido, propício para bruxaria e coisa do tipo, ao olhar na direção da mulher e ver o que havia no interior da casa, eu me acalmava um pouco e relaxava a mão que estava próxima de minha espada. A ausencia de armas no local também era um fator importante para me deixar mais calmo naquela situação, mas, assim como meu pai, eu era uma pessoa centrada e calma, completamente diferente de Gilles.

“Ela não parece ser uma pessoa hostil, além do mais, por que ela seria se ela me chamou aqui querendo me ajudar?”

Fazendo a troca de olhares inicial e ouvindo as palavras tranquilas da mulher, a sensação de segurança se ampliava e assim eu fechava a porta para poder me sentar sem muita cerimônia.

- O prazer é meu, madame Calinot, e sim, nós temos, pois hoje foi um dia cheio de eventos duvidosos como saber chegar até aqui sem nenhum mapa ou guia.

Demonstrando o mesmo respeito que ela havia demonstrado a minha pessoa, eu a respondia tranquilamente e tentando não ser rude como eu era com subordinados da guarda. Ali eu tratava aquela mulher como eu me dirigia a meus senhores, apesar dela não ter nenhum ar de nobreza, ela possuía um ar misterioso.

- Me desculpe se soei rude, pois como falei, hoje foi um dia bem atípico, com muitas surpresa e revelações que eu não esperava acontecer nem em meus sonhos mais fantasiosos. Justamente por conta disso e da sua carta, que de alguma forma foi endereçada a minha pessoa, eu vim até aqui para obter alguma ajuda e respostas para o que está acontecendo.

Fazendo uma leve pausa para recolocar os pensamentos em ordem, eu continuava a falar após uma respiração mais brusca para tomar fôlego e falar.

- Pelo que estava escrito na carta, você já deve saber de antemão do que se trata minhas dúvidas, imagino eu e minha única missão aqui hoje é ajudar meu senhorio e meu Lorde a se livrarem dessa situação. Principalmente meu senhorio…

Minha preocupação com Gilles era muito maior depois do que meu pai havia falado sobre o que ele havia feito quando éramos pequenos. Eu não havia entendido muito bem o que ele havia dito sobre aquilo, mas se ele realmente estava sendo sincero naquilo, Gilles poderia estar em grandes problemas e, apesar dos pesares, eu prezava pela vida dele.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime21/3/2020, 00:28

Os olhos castanhos de Elaine o observavam com tranquilidade. Sorrindo com suavidade, ela não escondida o fato de ter aprovado a forma com que você escolhia se sentar, assim ela também sentava para ouvir suas palavras, levantando apenas no final da sua última fala para se aproximar da lareira onde uma grande panela de ferro estava pendurada sobre o fogo, para pegar um pequeno amarrado de ervas perfumadas e secas e colocá-las com gentileza dentro da panela, iniciando a própria fala ainda distante de ti:

-Sim, você tem razão eu sei do que se tratam as suas dúvidas, isso é de fato incontestável e entendo que questionar o óbvio pode ser enfadonho ou desnecessário. Mas, eu vejo óbvio como uma prisão inconsistente que cada um de nós, confortavelmente, se esconde...

Ela então se sentava na mesma cadeira que ocupava antes de se levantar, para olhar na sua direção e dizer com tranquilidade:

-Você é um homem feito para servir, isso lhe foi dito e ensinado e isso faz de você um estudante de qualidade. Certamente se tivesse nascido em Paris, estaria a servir em algum grande palácio e inevitavelmente estaria a servir um lorde milhares de vezes pior do que aquele que clama vossa servilidade.

Fazendo uma brevíssima pausa, ela desviava os olhos na direção de uma das janelas.

-Mas eu lhe pergunto, antes de lhe responder o que você honestamente me questiona. Como você irá se livrar dessa situação? Quando foi, meu caro, a última vez que a vossa segurança e a vossa vida teve um real valor?! Será que oferecer a salvação em troca de sua vida é válido?

Voltando os olhos na sua direção, ela sorria novamente, como se já soubesse a resposta.

-O Pai de Guilles é um serviçal, preso a vontade de um Lorde do Sangue. Ele é um escravo de alto nascimento, cuja vontade já não mais existe. Seu Lorde de Sangue atende por Constantius e este, tem seus inimigos e amigos milenares... Guilles tem a proteção garantida pelos pactos que seu Pai fez para poupá-lo do mesmo destino que ele teve. Ser o Protetor de um escravo... Nesta noite, amigos e inimigos estarão reunidos por causa dos incêndios que derrubaram a segurança de Marseille... É aqui que minha verdadeira pergunta se apresenta, que tipo de Protetor você quer ser George? O Protetor de um Tirano? O Protetor de um Escravo? O Protetor de um Homem sem Alma? Um Protetor de um Rei Esquecido, O Protetor de uma Revolução ou o Protetor de uma Família?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime23/3/2020, 16:50

Com cuidado, mas respeitosamente, eu observava a reação e movimentação da mulher a minha frente. Com os olhos eu a seguia até a panela na lareira e também não deixava de notar o aroma que exalava dela, afinal, eu ainda não tinha certeza se ela era uma bruxa, ou algo do tipo, ou se ela apenas tinha informações sobre mim.

Era com calma que eu ouvia a mulher, mas logo sua primeira frase me mostrava que ela não era uma pessoa qualquer, afinal ela falava com a mesma profundidade que o pai de Gilles. Porém, não era a sabedoria dela ou o comentário dela sobre como eu seria se tivesse nascido em uma cidade maior que me chamava a atenção e sim a pergunta que ela fazia para mim.

Olhando-a firmemente, eu tentava não ceder completamente e engolia em seco enquanto pensava numa resposta adequada para a primeira leva de perguntas dela. Felizmente ela não esperava pela minha resposta imediata e continuava a me bombardear com mais perguntas que me levavam a esticar a coluna em um visível desconforto.

As palavras dela penetravam em minha mente e me colocavam encurralado, pensando e refletindo sobre o que havia sido dito antes de falar qualquer coisa que viesse a minha mente. Então, após alguns segundo, levantava minha cabeça para olhar na direção dela e respondê-la com franqueza e calma.

- Madame, eu sirvo a família de Gilles pois esse foi meu destino quando eu nasci. Minha família deve tudo à eles. Eu não tive opção de escolher o que faria e assim que eu descobri isso, eu me foquei em fazer o melhor que eu pude em meu trabalho e, por conta dele, eu cometi atrocidades que me afastaram da minha mulher e filhos.

Fazendo uma pausa, eu relaxava um pouco mais, escorando minhas costas na parede da casa se esta estivesse perto, mas sem perder a postura completamente.

- Ainda assim, eu cresci junto de Gilles, sua família me forneceu um teto e tudo que eu precisava ao custo dos meus serviços no futuro. Por conta disso eu consegui garantir alguma segurança de vida pros meus filhos, mesmo que ao custo de nunca mais vê-los. Então eu posso dizer que minha vida foi valorizada de certa forma, porém, depois dos acontecimentos de hoje, eu sinto como se todo meu trabalho e tudo que eu pudesse fazer para ajudar Gilles não valesse de nada.

Depois de tocar em um assunto delicado, que era minha família, eu respirava fundo, fazendo mais uma pausa, para retomar a fala ainda sem perder a postura de seriedade e respeito.

- No entanto, apesar de estar preocupado com Gilles, o que você falou tem sentido, afinal Gilles de alguma forma não será a mesma coisa que seu pai, ele ainda terá sua vontade, e, ainda por cima, ele é mais inteligente e tem provas para defender sua família daqueles que querem seu fim, como os inimigos do lorde de seu pai. Eu vim aqui porque… eu queria poder fazer mais para ajudá-lo. Eu não tinha a menor ideia do que fazer depois que meu pai me contou sobre os aliados do lorde serem pessoas com habilidades sobrenaturais e que controlam tudo que teoricamente seria do pai de Gilles.

Eu defendi essa família porque eu acreditei que Gilles poderia ser melhor que seu pai, mesmo sendo mais maluco que ele, mas agora… Eu sei que não depende de Gilles, ou do pai dele, e sim da vontade daqueles que o controla.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime25/3/2020, 22:38

-E mesmo após toda correnteza que se passou, você permanece como uma rocha. Sólida em seu posicionamento, indiferente diante a passagem das memórias, dos sonhos, dos navegantes e suas ambições. Interessante...

A mulher o olhava de uma maneira diferente agora, ela parecia interessada e por alguns momentos ela chegava a parecer uma estátua, tamanha a intensidade que ela o observava. Você até chegava a se surpreender com a falta de respiração que ela apresentava nesses instantes, porém, ela logo se levantava a contornava a mesa, indo diretamente na sua direção enquanto falava.

-Seu pai teve a ousada ideia de negociar com uma entidade de real poder. Kadira Sahnoun. E nesta noite, ela irá cobrar por tudo que foi garantido a Gilles. Teu velho pai fez o que ele considerou ser o melhor, tenho conhecimento do estado de seu próprio Senhor... Porém... Você não foi considerado, ele esperava que o mesmo chamado que o fez fazer o contrato, o da paternidade, também fosse forte o suficiente para afastá-lo definitivamente.

Parando a sua frente, Elaine esticava a mão esquerda e tocava a sua face de maneira gentil e maternal, a mão da mulher era gelada e apesar do estranhamento havia algo diferente nos olhos dela, eram olhos que buscavam vê-lo por quem você realmente era e não somente o que você fazia ou quem você representava.

-Uma tempestade circunda esta região por inteiro, são os ecos que nasceram em Paris e buscam por seus iguais... Marseille está em chamas e outras cidades passarão por essa tormenta, não serão todos que irão sobreviver. E para que a minha família tenha um futuro próspero, nós precisamos de uma rocha sólida que se mantenha resiliente ao passar dos séculos.

Desenhando um sorriso tranquilo na face, a mulher caminhava para as suas costas, depositando a mão esquerda sobre seu ombro para lhe perguntar:

-Feche seus olhos, George e encontre o teu maior sonho e me diga: O que você sacrificaria para ser reconhecido e ter seu valor admirado?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime26/3/2020, 22:57

Novamente as palavras da mulher demonstravam sabedoria e me faziam questionar ainda mais quem era aquela mulher, pois ao meus olhos, ela não parecia uma mera camponesa que morava no meio da floresta. Ainda durante aqueles poucos minutos, eu também conseguia notar uma mudança no comportamento dela, na verdade, na sua reação corporal.

Aquela era a primeira vez que eu reparava em tais detalhes nela, mas meus olhos não me enganavam: sua pele estava pálida como uma estátua e sua respiração sumia por um tempo que homem qualquer poderia sustentar.

“Ela definitivamente é algo a mais!”

Um pouco confuso naquele pequeno momento, eram novamente as palavras dela que me tiravam daquele pequeno transe que me colocava para tentar entender o que se passava com ela. Quando ela se levantava da cadeira, meus olhos novamente a acompanhavam e olhavam diretamente para seus olhos enquanto conversávamos, mas foi o toque em meu rosto que chocou por um momento.

Fazia muito tempo que minha mãe havia me deixado e há muito tempo que alguém me tocava daquela forma. Meus olhos se arregalavam um pouco, surpreso com aquela ação, mas eu não me espantava ou rejeitava aquilo. Com aquele toque, mais uma vez eu percebia algo que não fazia sentido: a temperatura de seu corpo. O toque em meu rosto era gelado como o de um defunto, mas ainda assim ela conseguia transmitir a empatia que desejava e meu corpo reagia a isso, se acalmando ainda mais e entrando nas palavras delas.

Meus olhos agora se voltavam para frente, buscando nada em específico e se perdendo pelos elementos da casa enquanto meus ouvidos prestavam atenção e deixavam os pensamentos fluirem em minha cabeça. Ela parecia estar me guiando para algum canto, por mais que eu ainda não conseguisse entender completamente, porém quando ela me fazia sua última pergunta, meus olhos se fechavam e minha mente começava a trabalhar.

“Quando foi a última vez que eu me dei o direito de sonhar? Ah sim, eu lembro, ainda no começo de minha jornada com Gilles eu sonhava com as glórias da guerra e com o deleite do poder que poderíamos conquistar. Eu esperava que ele fosse mais que seu pai e que eu pudesse ser mais do que apenas… um cavalariço. Um cavaleiro? O mais temido guerreiro da região? Ou quem sabe de toda frança? Mas a que custo!?”

Meus olhos então se abriam e de minha boca saiam a resposta daquela pergunta. Uma resposta que era a continuação de meus pensamentos que eu havia tido ainda no começo de minha carreira como cavalariço, antes mesmo de meu primeiro casamento.

- O que mais eu precisaria abdicar para tornar aqueles sonhos realidade? Eu ja abdiquei de meu passado, deixando minha história para trás. Abdiquei do futuro, desistindo de ser um pai de família como meu pai deseja. A única coisa que me resta, é a minha vida.

Sim, eu não possuía bens, nem terras, muito menos títulos. Minha vida era meu único ativo para, por meio dos meus esforços, me tornar alguém maior.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime27/3/2020, 19:14

-Todas as escolhas tem um peso, mas esse jogo de escolhas e seus efeitos é um jogo injusto, nós não sabemos o real valor de cada ação até vivermos para ver suas consequências. Isso é verdadeiramente frustrante... A vida é um tesouro inquestionável que é muitas vezes diminuído e diluído por nós mesmos.

Dizia Elaine que nesse momento estava de pé atrás da sua cadeira, ali a mulher apoiava uma mão em cada um dos seus ombros e respirava profundamente antes de lhe falar:

-Todavia, a vida de nada vale se não houver tempo. E o tempo pode ser vencido... Esses seus primeiros sonhos, George jamais ocorrerão. Mas se você tiver tempo para viver, poderá encontrar novos sonhos e dessa vez, agir em prol destes.

Fazendo uma curta pausa na fala, Elaine soltava seus ombros e terminava de dar a volta por trás da sua cadeira e parava agora de frente para você. Apoiando as duas mãos sobre a mesa e buscando olhar no fundo dos seus olhos, para finalizar:

-Eu posso lhe dar outra chance de viver uma vida que será regada por muito tempo, uma existência longa, que o colocará, se você souber se ouvir dessa vez, em um patamar que você jamais imaginou. Eu posso lhe dar a chance de ser formidável! Seria uma vida ao meu lado e ao lado da minha família, tu seria a nossa rocha e nós te valorizaríamos por suas ações reais. Aceitas?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime30/3/2020, 13:39

Fazia muito tempo desde que eu havia feito uma avaliação profunda sobre meu passado e futuro dentro daquela família e essa reavaliação foi importante, pois agora, mesmo que nada acontecesse ali, eu já sabia que não voltaria para Gilles. Pelo menos não a tempo e, por conta disso, com a cabeça em uma estaca.

Era com muita atenção que eu continuava a ouvir, porém, logo quando ela começava a falar eu reparava que algo não estava certo. Por um momento eu achei que havia falado aquilo sobre meus sonhos do passado, mas eu havia certeza de que aquilo tinha ficado somente em minha cabeça. Assim que ela saia das minhas costas e se direcionava para próximo da mesa, meus olhos a olhavam com ainda mais dúvida e surpresa.

“Como ela sabe o que eu acabei de pensar? Ela realmente não é uma pessoa normal. Ela é… formidável!”

A proposta da mulher não faria muito sentido se fosse tirada do contexto do que havia acontecido naquela noite. Eu jamais aceitaria a oferta de uma mulher que vive sozinha no meio da floresta, mas, ela não era apenas aquilo. Ela tinha mais sabedoria do que o pai de Gilles, apesar de ser mais jovem que ele; conseguiu me encontrar sem nunca termos no visto antes; me trouxe até aqui sem me dar nenhuma indicação e ainda conseguiu ouvir meus pensamentos. Esse era o tipo de pessoa formidável que ela era e que ela estava me oferecendo.

“Isso é muito mais do que Gilles e a família dele jamais puderam me oferecer.”

Por mais que a oferta fosse tentadora e eu estivesse completamente disposto a aceitar, uma dúvida ainda permanecia.

- Madame, sua oferta é… irrecusável e eu fico honrado em ter sido reconhecido por vossa senhoria. Eu jamais perderia a chance de ser próximo do que você é, pelo pouco que eu a pude observar, mas ainda há uma grande dúvida em minha mente: o que tu és? e quem é a tua família?

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime30/3/2020, 18:24

A parte inicial da sua resposta à Elaine faziam a mulher desenhar um delicado e alegre sorriso nos lábios que seguiam cerrados, aguardando a sua fala se finalizar. Mantendo a mesma posição de pé e com as duas mãos apoiadas sobre a mesa, ela seguia a lhe ouvir atentamente e confirmava com um sinal positivo de cabeça, indicando que havia compreendido a natureza da sua pergunta.

-Certamente posso lhe responder essas questões...

Removendo as mãos da mesa, a mulher dava dois passos para trás e aguardava alguns segundos em silêncio, com os olhos focados na sua direção. Esses momentos breves que se passavam eram fundamentais para o que quer que estivesse sendo fervido dentro da panela ao fundo da sala, pudesse subir fervura e soltar um suave som agudo, do vapor escapando pela tampa de ferro da panela. Esse vapor prontamente espalhava pelo interior daquele casebre um perfume adocicado de Rosa-canina.

-Arbitrium Vincit Omnia, traduzindo do Latim, A vontade conquista tudo. Esse é o mote que constrói a essência da família a qual eu pertenço. Pertenço a casa Tremere e sou a progenitora da minha própria família, minha herança hoje trabalha em prol da construção da nossa própria Capela. Sei que muito disso não lhe soa familiar e sinceramente, não deveria, nós somos antes de tudo, feiticeiros e feiticeiras que transformam suas vontades em armas poderosas. E não se engane, a feitiçaria não é bruxaria. Ela exige dedicação, estudo, controle, vontade. É uma arte!

Os olhos de Elaine brilhavam em uma verdadeira demonstração de orgulho e pertencimento, ela falava com propriedade, confiança e acima de tudo, paixão.

-E ao contrário do restante dos nossos semelhantes, nós não somos criaturas amaldiçoadas, perdidas dentro das trevas e dedicadas aos jogos inúteis de controle e poder sobre as massas. Nós escolhemos cada passo dado, estudamos e o realizamos com um intuito. Por tanto, George, a resposta para a sua pergunta é: Eu sou uma feiticeira da Casa Tremere que escolheu se tornar imortal através da maldição do sangue dos homens chamada Cainismo. Em um jargão popular, um Cainita é um Vampiro.

A mulher então terminava de falar, para abrir levemente os lábios e exibir duas poderosas e longas presas brancas como marfim! A pele dela acelerava um embranquecimento inusitado, ela perdia coloração e ficava pálida como um cadáver congelado. O ar dentro do casebre se tornava rarefeito, seus pulmões trabalhavam rapidamente e seu corpo passava por um estresse anormal, era uma sensação de estar a subir uma gigantesca montanha nos alpes! As chamas que iluminavam o ambiente trepidavam e se enfraqueciam.

Elaine então movimentava as mãos, fazendo rápidos sinais com elas, para então fazer com que toda a mobília do interior daquele casebre começasse a levitar, incluindo a cadeira onde você estava sentado! E ela fazia tudo isso sem tirar os olhos de ti.

-A feitiçaria existe no mundo dês de seus primórdios... Homens capazes de abrir os mares? Transformando água em vinho? Derrotando gigantes? Curando os enfermos?! Seu poder é primordial e este, em combinação com a disciplina, a hierarquia, a tradição e acima de tudo, a vontade, se torna incomparável! E é isto que eu estou a verdadeiramente lhe oferecer, a chance de ser único.

Os objetos começavam a retornar a seus lugares com uma simples ação feita pelas mãos daquela magnífica mulher que o observava com atenção e curiosidade, mas falava com uma verdadeira adoração e total certeza de cada palavra pronunciada. A presença dela se tornava aos poucos menos desconfortável e o ambiente começava a regressar a sua naturalidade, mesmo diante da figura real de Elaine, com presas a fazerem volume no interior de sua boca e a pele extremamente pálida e sem vida.

-Existe muito mais profundidade dentro de tudo que lhe disse agora, mas a breve real resposta é esta. O que me diz?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime1/4/2020, 17:06

Talvez se eu já não tivesse ouvido algumas coisas totalmente estranhas da boca do meu pai, a pessoa mais sensata que eu já havia conhecido, eu teria processado aquelas informações de uma maneira diferente, mas eu já estava me acostumando a uma nova realidade que se abria para mim naquela noite.

Ainda assim, era com muita surpresa que eu recebia aquelas explicações, principalmente quando os objetos e móveis da sala começavam a levantar e quando a mulher se revelava ser uma feiticeira e vampira. Por um breve momento eu realmente associava feitiçaria com bruxaria, mas, havia algo que me fazia ouvir com atenção a mulher a minha frente e a encarar aquilo de uma forma diferente.

Talvez o respeito que eu havia criado por ela naquele pouco tempo que havíamos conversado tinha sido o suficiente para que eu pudesse aceitar mais facilmente o que estava ouvindo e, por conta disso, eu nem sequer tocava na minha espada como fazia quando estava em uma situação difícil de entender.

Por mais que colocar a mão no cabo de minha espada não fosse necessariamente uma ação de ameaça mas sim uma reação a uma possível ameaça do desconhecido, eu parava para pensar melhor no que estava acontecendo e na proposta final da mulher a minha frente.

“Ela é muito mais do que eu esperava. Eu sempre me achei… poderoso… por conta da minha habilidade com a espada, mas esse poder dela… vai muito além de tudo que eu poderia conquistar durante toda minha vida.”

Apesar do nervosismo e ansiedade que havia me consumido quando a mulher havia revelado sua verdadeira natureza, meus olhos estavam recheados de admiração e também de curiosidade. Fazia bastante tempo que eu não sentia um desejo tão forte no meu coração pela oportunidade que estava a minha frente. Ali, eu poderia me tornar muito mais e o medo do desconhecido ficava em segundo plano.

- Madame…

Respirando fundo, engolindo meu meus receios e olhando unicamente para um futuro diferente, porém muito mais poderoso e glorioso do que eu já havia imaginado, eu segurava com força nos braços da cadeira para me levantar com calma e falar com toda educação que havia recebido.

- Poucas foram as vezes que eu pude sentir me sentir inspirado como eu estou agora. Durante todo meu tempo servindo, eu sempre o fiz pelo mero motivo ter achado que era aquele era meu destino, mas nunca de fato tive a real oportunidade de ser algo a mais, como você mesma falou.

Colocando a mão sobre o peito esquerdo, eu a olhava nos olhos para continuar a respondê-la.

- Eu aceito sim a tua proposta, Madame Calinot, e prometo que farei o máximo para cumprir com suas expectativas sobre minha pessoa!

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime2/4/2020, 19:21

-Fantástico!

Respondia Elaine, assim que você terminava de fazer a sua promessa. Sorridente a mulher caminhava novamente na sua direção, contornando a mesa e estendendo as duas mãos em um convite para que você se colocasse de pé. Ainda com as mãos esticadas aguardando a sua ação, ela dizia:

-Veja, você viveu o suficiente meu caro. Houve amor, dor, violência e paz. Não acredito que lhe falte experiência, vejo que cada uma das suas ações são firmes, advindas de vivências e entendimentos... Mas nessa noite, você dá seu primeiro passo para uma nova vida...

E assim que você estivesse de pé, Elaine parava por alguns segundos para olhar no fundo dos seus olhos e fazer assim a última pergunta:

-Porém, eu não poderia levá-lo comigo sem antes fazer essa pergunta. Nesta noite, se existe alguém ou algo que você acredite que deva ocorrer, me diga o que é e eu mesma farei em teu nome. Seja proteger ou matar alguém, garantir o futuro ou até mesmo levar uma mensagem. Qual é o teu último desejo para esta vida, George?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime5/4/2020, 15:39

Um sorriso surgia em meu rosto quando ela reagia positivamente e, logo após ela indicar, eu me levantava e segurava em suas mãos enquanto a ouvia falar. Balançando a cabeça positivamente, eu entendia o que a mulher estava a dizer, mas ao mencionar uma nova vida uma pequena dúvida surgiu em minha cabeça.

Uma dúvida que foi imediatamente sanada pela continuação da fala da mulher e que me fazia perceber que tudo estava realmente para mudar e eu teria de deixar para trás tudo, levando apenas minhas experiências para me reinventar e seguir um novo propósito.

“Então eu terei de me tornar um deles por completo e deixar para trás o passado.”

Por um momento eu parava e pensava a respeito da pergunta que havia sido feita. Matar? Não, eu já havia feito isso sozinho, mas proteger e garantir o futuro de alguém era algo que poderia me ajudar.

- Meus filhos e meu pai são as únicas pessoas a qual eu poderia chamar de família e por mais que minha relação com ambos não seja a melhor, eu gostaria de garantir a eles alguma segurança nesse caos que se tornará Arles. No mais, eu pediria para ajudar Gilles de alguma forma, mas ele está completamente envolvido com os assuntos do pai dele e no meio de todo furacão. Além do mais, eu tenho certeza ele deverá conseguir contornar a situação de alguma forma…

Por mais que eu realmente quisesse ajudar Gilles na situação que ele estava, eu não tinha certeza se ela conseguiria e tão pouco iria abusar da oportunidade que havia me sido ofertada.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime7/4/2020, 16:03

-Seus filhos, seu pai e Gilles. Certo, eu ouvi as suas palavras e peço para que escute as minhas. Eu farei o máximo que estiver no meu alcance para garantir a segurança desses apontados por ti.

Falava Elaine com um tom sério e verdadeiro de voz, fazendo uma espécie de jura direcionada à você. Para então aguardar a sua resposta e assim que essa fosse dada ou demonstrada, ela se aproximava de ti e de maneira gentil e materna, tomava a sua face com as mãos e ficava na ponta dos pés para beijar a sua bochecha esquerda. Recuando a face para olhar diretamente nos seus olhos e desenhar um sorriso sincero na face.

-E por agora, seja bem vindo e descanse.

Abrindo levemente os lábios, as presas de Elaine se manifestavam outra vez. E ali em uma ação extremamente rápida e inevitável, ela avançava contra o seu pescoço e você sentia um beijo quente, que fazia seu corpo inteiro vibrar em uma sensação positiva e reconfortante, relaxando sua musculatura e fazendo com que sua força fosse gradativamente diminuindo... Elaine fazia uma curta pausa, para olhar na sua direção e nesse momento você notava os lábios e o queixo ensanguentado da mulher, sua mente chegava a entender que ela estaria a tomar do seu sangue, mas lhe faltava voz, força e capacidade de reação física. Logo ela voltava a praticar aquela ação que agora começava a amortecer a sua mente e consciência, para enfim, o sono chegar.

Era uma espécie de fim, mas não parecia ser uma morte. Não ocorria nada que os mais velhos costumavam dizer sobre a morte. Não lhe vinha nenhuma memória, nenhuma retrospectiva, nenhuma forma de transcendência... Havia apenas um adormecimento confortável e seguro.

[Off: Ultima ação para o final do ato]
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime8/4/2020, 10:45

- Eu agradeço de coração por acatar meu pedido e, novamente, por me dar essa oportunidade.

Com um singelo sorriso no rosto eu aguardava para ver o que aconteceria em seguida e logo na primeira ação da mulher eu me surpreendia. Quem diria que aquele sentimento surgiria logo agora, onde todos os meus sentimentos e sentidos começavam a ser suprimidos pelo beijo quente que a mulher deposita em meu pescoço.

Enquanto meu corpo começava a ceder, perdendo força e deixando todos as outras sensações para trás, uma delas permanecia até o fim daquele processo, até tudo se tornar uma escuridão completa. Sim, aquele primeiro beijo materno despertava algo que eu nunca havia tido: uma mãe.

Como havia perdido minha mãe muito cedo, eu nem sequer havia memórias dela para saber como era ter uma e, por conta disso e do meu futuro, eu fui criado por meu pai como um soldado desde o começo de minha vida. Ainda assim aquele beijo marcava não o meu rosto mas sim a minha alma.

Mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, de uma forma geral, muitas coisas ficavam em minha mente até o sono profundo me derrubar por completo e, ainda assim, a marca daquela sensação persistia até o fim até que não havia mais nada.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps   1º Arco - 2ª Ato: Narrativa de George Deschamps I_icon_minitime

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