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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps

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Danto
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MensagemAssunto: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime25/8/2020, 22:28


Data: 20 de Maio de 1550
Local: Capela Tremere, Provença

Diante da sua indagação, Clara respondia de maneira breve enquanto guiava o caminho de vocês na direção oposta a da entrada da mansão, adentrando a floresta.

-Para que possamos conversar sobre o que realmente importa sem interrupções...

Por fim, vocês deixavam todos para trás e caminhavam para dentro da floresta. Não havia exatamente uma estrada ou caminho já aberto, isso dificultava o deslocamento mais fácil ou despreparado, o terreno úmido se misturava com raízes altas e fortes, assim como folhas e galhos quebrados que certamente se partiram da copa das frondosas árvores que os cercavam. Naturalmente, essas arvores faziam corredores irregulares e tortuosos, algo que não parecia impedir Clara de marchar com naturalidade, à passadas largas e confiantes, demonstrando saber a rota que estava tomando.

Quanto mais vocês andavam, mas escuro ficava e mais dependente da luz da lua sua visão também ficava. Haviam momentos em que a figura de Clara desaparecia por completo, para reaparecer ainda de costas, mas a sua espera para então retomar a caminhada silenciosa. Mais alguns minutos se passavam e você começava a notar marcações nas árvores, riscos, símbolos e formas geométricas começavam a ficar cada vez mais constantes. Dos galhos mais baixos, cipós serviam de cordas para suspender na altura do seus ombros, pequenos aglomerados de galhos secos e pelagens de animais.

Enfim, uma lareira começava a se formar a sua frente, em formato circular, essa abria um local mais iluminado dentro daquela escura e fria floresta. Desenhado no chão dessa clareira, haviam várias linhas circulares que levavam a uma rocha central cheia de musgos e bem larga, talhada pelo passar das era em um formato arredondando. Clara estava se ajoelhando próxima da rocha, para mexer em um braseiro de mármore já apagado e com rochas secas. Ela adicionava galhos secos no braseiro enquanto esperava você se aproximar.

Chegando mais perto de onde estava sua irmã mais velha de abraço, seus olhos agora com o auxílio da iluminação da lua e das estrelas, notava que haviam pequenos tocos de madeira que pareciam servir de assentos, todos voltados para a enorme pedra circular e o braseiro onde Clara estava, se localizava exatamente entre as madeiras e a rocha. Logo ao lado esquerdo da rocha, havia algo que lhe parecia um altar abandonado, uma construção de pedra já tomada pela vegetação em sua base, mas com a parte superior perfeitamente limpa e lisa, era um grande tampão longo e de bordas circulares, também feito de pedra, mas com inscrições e desenhos, um dos símbolos você reconhecia: pertencia ao clã tremere. Mas um deles, no centro, lhe chamava mais atenção, era o desenho de um triângulo forjado por três olhos. Esse mesmo símbolo também estava nas árvores que vocês haviam passado e pintado de branco na base da grande rocha.

-Aqui foi onde tudo começou... Acredito que seja importante que você entenda a minha origem e a de nossa Senhora, para que seus olhos não construam mentiras ou falsas impressões... Veja, você é um dos raros que tiveram acesso à esse local e espero que entenda que este não é somente importante ou nostálgico, mas para mim, é sagrado. Foi aqui, durante uma congregação que Elaine me tomou a vida e a esperança de alcançar meu verdadeiro destino...

Clara falava enquanto esfregava as mãos, assoprando essas em alguns pequenos intervalos até literalmente, começar a fazer pequenas fagulhas de fogo saltarem de seus dedos e caírem sobre os galhos do braseiro que prontamente começava a se aquecer e se incendiar, gerando uma fonte de luz mais agradável e levemente amarelada. Enfim, Clara se levanta para te olhar.

-Elaine não foi a primeira Cainita que eu conheci. O homem que liderava esse culto, atendia por Javaniel, um judeu sábio que havia nascido antes mesmo de Cristo... Eu estava sendo preparada para ser sua herdeira, mas o clã Tremere tinha outros planos para os Salubri e o homem que deveria ser meu Senhor, foi atacado aqui, na frente de todas nós e suas cinzas, aprisionadas por essa rocha.

Contava Clara, expressando uma quantidade de sentimentos que até então, você não tinha visto na face dela. Ali, descalça e com as mãos sujas de terra, ela parecia ser verdadeira. E sua história era carregada de uma tristeza inesperada...
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime27/8/2020, 21:55

Seguir Clara no começo era um pouco difícil, não só pelo fato de que estava sendo um pouco mais cauteloso mas também porque o caminho era um pouco difícil devido a parca iluminação e a não existência de uma trilha formal. Se não fosse pelo fato de Clara saber exatamente para onde estava indo nós provavelmente iríamos no perder em pouco tempo.

“Onde será que ela está me levando? E teria Eloi algo haver com esse local ou o que ele falou a Clara não teve nada comigo e com o local que estamos indo agora.”

Algumas dúvidas surgiam em minha cabeça durante o caminho e elas se intensificaram quando símbolos começaram a surgir nas árvores. Tentando identificar algum padrão nos símbolos me fazia ficar um pouco para trás e encontrar Clara me esperando muitas vezes durante o caminho, porém, depois de alguns bons minutos andando nós finalmente chegávamos ao que parecia ser o local que ela queria me levar.

Aberta no meio da floresta e posicionada sobre linhas precisamente desenhadas que conectam as bordas com a rocha central, uma clareira certamente única se apresentava diante de meus olhos. No centro dela encontra-se uma rocha, ou melhor, um altar onde Clara prontamente se ajoelhava ao lado para acender magicamente o braseiro que ficava ao lado.

“Era isso que ela queria me mostrar? Bom, eu não sou nenhum estudioso da magia ainda, mas parece que esse local deve ter alguma conexão com isso, afinal, qual seria o sentido dela me trazer aqui se não fosse por isso.”

Apesar dos musgos e da vegetação estarem consumindo a rocha pela base dela, a parte superior estava completamente intacto, como se fosse intocável ao tempo e ambiente em que estava. Caminhando com cautela, me aproximava de Clara e do altar, colocando-me um pouco mais ao seu lado e alternando o olhar entre ela e o altar em nossa frente.

No começo era difícil de perceber por conta da iluminação natural, mas quando o braseiro se ascendia, ficava muito fácil de ver as marcações no altar. Vários símbolos se faziam presentes no altar, incluindo o símbolo da casa Tremere e os símbolos marcados nas árvores. Não precisava me esforçar por enquanto para tentar entender ou decifrar o que eram aqueles símbolos e como eles se relacionam pois Clara começava a falar e, novamente, minha atenção se focava na mulher ao meu lado.

“Verdadeiro destino? Espera um pouco… Então Clara era parte desse culto que seguia o Javaniel e que era um Cainita… Salubri? Seria isso o clã que representa esse outro símbolo neste altar?”

Colocando as mãos para trás do corpo e olhando diretamente para Clara, ficava mais fácil de entender quão importante era aquele local para ela. Depois de sua fala, me aproximava ainda mais do altar, praticamente parando do outro lado onde Clara estava mas sem encostar nele.

- O que era esse culto que você fazia parte, Clara? E porque Elaine e os Tremere vieram atrás de Javaniel? Se me permite perguntar...

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime2/9/2020, 00:41

Com um olhar atento, Clara observava todas as suas ações e até sorria diante da sua notória falta de conhecimento para conseguir aplicar algum valor ou significado aos símbolos já antigos e escondidos por musgos e raízes.

-Éramos uma espécie de pequena comunidade nômades formada por excluídos, falhos e perdidos. Acreditavamos nas palavras de Javaniel sobre uma cultura simples de adoração ao solo, o respeito a vida, a busca pela luz e o valor da palavra falada.

Em seguida ela olhava com um longo pesar na direção do braseiro e voltava a se atentar à você.

-O passado do Clã Tremere é obscuro. Ainda quando este era apenas uma casa de bruxos, eles traçaram um plano de poder que envolvia tomar o Vitae e o lugar de um clã pacifico, que não se importava com o poder dos humanos e que estava enfrentando dificuldades em sobreviver em uma realidade de Caça as Bruxas. Assim, a Casa Tremere fomentou a caçada da Igreja e a fama de estranhos, exóticos, sórdidos e crias do demônio sobre a figura do clã Salubri, que infelizmente, possuía a característica física de ter três olhos.

Pacientemente, ela esperava um momento para que você pudesse compreender aquelas informações estranhas e novas. Então ela o deixava sozinho por enquanto, para andar até a rocha central e tocar na mesma por alguns momentos, para enfim retornar após alguns momentos até a sua frente e desenhar um pequeno sorriso na face.

-E apesar de todos esquecerem, eu não consigo esquecer. Hoje eu faço parte da casa que caçou aquele que eu considerava como Pai. Que matou meus irmãos e os atirou no fogo e eu só sobrevivi porque Elaine teve piedade do meu estado e por causa das minhas habilidades arcanas, que eu sequer conhecia na época. Enquanto todos se esforçam para proteger essa família, em honrar o nome dessa Casa... Eu me vejo a deriva, ainda sem um real propósito e toda essa força que tenho... Me parece inútil... E é por isso que Lorraine é tão mais querida, importante e dedicada, porque eu quis dar a Elaine a prole que eu nunca fui.

Fazendo uma curta pausa, ela terminava olhando nos seus olhos:

-E partir dessa noite, você será eternamente meu irmão. Queria deixar claro que não é nada contra a sua presença, mas sim sobre a minha própria solidão.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime3/9/2020, 22:35

Era difícil imaginar o motivo pelo qual Clara era parte de uma comunidade de nômades excluídos. Talvez fosse algo muito antigo, enraizado nela desde o começo, mas ela com toda certeza não se portava como uma excluída e de simples ela não tinha nada, ou pelo menos não mais.

“Deve-se fazer tantos anos desde essa época que Clara já não é a mesma pessoa que era.”

Pouco à pouco ia relaxando e acalmando enquanto ouvia a história de minha irmã. A tensão do começo, por ter interrompido o momento íntimo dela, já deixava lugar para uma sensação mais empática ao que ela estava me dizendo. Além de empatia, a curiosidade se fazia cada vez mais presente quando ela explicava a relação dos Tremere com o Clã Salubri.

“Então foi assim que eles se tornaram um Clã de cainitas? Tomando o poder de outro clã. E no meio de tudo isso, Clara foi escolhida por aqueles que destruíram os que lhe eram mais próximos.”

O fato dos Tremere terem atacado outro Clã para obter o vitae deles não me era estranho ou pelo menos não me fazia sentir nada de diferente. Na verdade era até normal, considerando a família de Gilles e tudo que havia sido feito em seu nome. No entanto, a última declaração de Clara me deixava um pouco preocupado. Parando, respirando profundamente e olhando para Clara, minhas palavras saiam com calma enquanto me aproximava para encostar uma mão em seu ombro.

- Eu sinto sua perda, Clara, e imagino o sentimento que você carrega até hoje. Sinceramente, não sei como suportaria se tivesse acontecido comigo, mas fico agradecido por você se abrir e me contar sua história.

Por um momento fazia uma pausa e caminhava um pouco pelo espaço em que estávamos, ficando de costas para Clara por um instante, para me virar e continuar a falar.

- Depois de ouvir tudo isso, eu consigo te compreender um pouco mais e sei que deve ser difícil fazer parte de algo que te causou uma perda tão grande, mas eu gostaria de dizer isso: talvez Elaine tenha te escolhido não somente pelo seu potencial arcano ou por pena.

Novamente fazendo uma pausa, dessa vez dava um passo a mais na direção de Clara, me inclinando a voltar mas ainda me mantendo um pouco distante enquanto a olhava como se estivesse estudando-a.

- Só fazem algumas horas que eu conheço vocês, mas dá pra ver que não só de estudos e magia vive essa família. Talvez você não tenha se tornado o que Lorraine se tornou, mas quem sabe se Elaine não havia visto algo a mais em você. Algo que você e seu pai compartilharam e que ela queria trazer para essa família. As pessoas respeitam poder e conhecimento, mas elas também respeitam caráter. Claro que Lorraine vai ser aquela que iremos procurar quando se tratar de algo voltado a magia ou aos estudos, mas você como a mais velha da linhagem de Elaine, será aquela que iremos procurar por orientação.

Me colocando a andar, dessa vez na direção de Clara, retribuía o olhar direto nos olhos e falava com calma.

- Posso estar falando alguma besteira por não conhecer vocês e o clã o suficiente, mas é isso que eu vejo. A questão é, o Clã agora está mudando. Estamos entrando em uma aliança com a Camarilla e juntamente disso eu fui trazido para cá. Talvez seja um momento de mudança e renovação e por que não renovar sua missão nessa família? Por que não tentar fazer dela um lugar melhor para que coisas como as que Elaine fez não voltem a se repetir? Memórias serão sempre memórias, mas o futuro será escrito e por que não escrevê-lo como seu pai lhe ensinou?

Finalmente sorrindo, depois de falar tudo isso, eu pegava uma de suas mãos com a minha e falava de forma até mais bem humorada.

- E como seu irmão mais novo eu vou estar aqui para te apoiar e, obviamente, te proteger... mesmo que eu seja um completo inútil sem o conhecimento dos meus poderes...

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime7/9/2020, 23:22

Clara era uma mulher de postura e imposição corporal e isso você já havia aprendido sobre ela, uma tempestade contida dentro de um pequeno corpo, ela não tinha nada muito em similar com as mulheres que já haviam passado pela sua vida, unicamente por ser um constante enigma para os seus olhos. E esse enigma olhava profundamente nos seus olhos e silenciosamente, após ouvir tudo que você tinha a dizer, segurava a sua outra mão, entrelaçando seus dedos calmamente, um a um. Para então lhe falar:

-É verdade, você não tem nenhum conhecimento sobre seus poderes e está apenas à algumas horas entre nós e a conviver com sua própria nova realidade e condição, tudo ainda é muito novo, toda informação é surreal, misteriosa e complexa e mesmo assim, você se esforça para fazer parte, ser notado e acima de tudo, retribuir da forma que consegue encontrar.

Desenhando um leve sorriso nos lábios, Clara então fechava os olhos e voltava a dizer, apertando carinhosamente suas mãos com as dela.

-Mas antes que eu o agradeça pelas palavras e o responda de maneira apropriada, quero que veja algo verdadeiro sobre mim...

Assim que terminava de falar, Clara começava a movimentar a musculatura facial de maneira única e confusa para sua atenção. Era como se algo estivesse acontecendo na testa da jovem, algo fantástico e perturbador, uma linha ocular se manifestava e por fim, se abria ao revelar um terceiro olho de pupila dourada que emanava uma presença especial, pura, poderosa e harmoniosa, era algo assustadoramente divino!

-Esse é o legado que o Clã Tremere varreu desse mundo e eu sou uma dos poucos sobreviventes, queria deixar claro que nosso clã não é estruturado por boas pessoas e que a nossa raça também não é. A realidade é que existem muitas criatura poderosas entre nós e elas estão em um conflito constante e os inocentes são os que pagam por tudo isso...

Abrindo os seus dois olhos naturais, Clara a olhava com os três olhos que possuía e afirmava:

-Mas você tem razão. Elaine nos escolheu e não demorará a cair sobre nós a total responsabilidade de reger e decidir sobre o futuro de nossa família e independente dos desejos do nosso clã, nós precisamos nos estruturar para sermos uma família forte, única, inovadora e resistente. Eu sou uma herdeira dos antigos Salubri e você, o primeiro não feiticeiro a ingressar nossa família, se isso não simboliza que Elaine planeja algo diferente, eu não sei mais o que pensar!

A mulher então sorria e respirava fundo, fechando o terceiro olho mágico e divino que possuía e este sumia como se nunca tivesse existido no corpo da mulher que estava a sua frente e se esticava para lhe dar um beijo na face e soltar as suas mãos, ao dizer:

-Vamos retornar ou queres desbravar mais a floresta?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime10/9/2020, 21:17

Diferentemente das outras vezes, a sensação de ansiedade parecia mais contida do que o normal, mas mesmo assim ela não ficava ausente. Clara era uma mulher com anos, décadas e séculos de vida e seria impossível conhecê-la em apenas algumas horas. Por isso, fazer uma suposição sobre ela era arriscado e, apesar de ter confiança em minhas palavras e em minha análise, não queria começar com o pé errado. A verdade é que por trás de minhas ações havia uma tentativa de surpresa, de mostrar um pouco mais sobre mim ali e de que tudo que queria era uma oportunidade para começarmos bem.

Mesmo querendo ser a surpresa, era difícil competir com Clara naquele momento, pois sua resposta me pegava com uma reviravolta inesperada. Por um momento meus olhos não acreditavam no que estavam vendo. E quando eles finalmente acreditavam, era simplesmente difícil de compreender como aquele olho conseguia estar ali e exalar uma energia tão pura e poderosa como aquela.

“O-o quê!? Clara tem... como ela tem esse olho!?”

Em choque com aquela revelação, meus ouvidos se atentaram a fala de minha irmã enquanto meus olhos estavam fixos na imagem que se apresentavam diante de mim.

“Agora eu entendo mas eu não sei como isso pode ser considerado uma característica demoníaca. Isso é completamente divino.”

Poucas foram as vezes que a palavra divino haviam saído de minha boca ou simplesmente pairado sobre minha mente, mas ali, não existia outra palavra para definir o que era estar de frente para aquele olho e poder sentir o poder dele de tão próximo. Minha atenção só se dispersava quando Clara fechava seu terceiro olho e uma reação estranha me acontecia. Apesar de descobrir que não precisava mais respirar, depois daquele momento divino meus pulmões se enchiam de ar para recuperar o fôlego que nunca mais seria necessário.

“Clara não só é uma Tremere como ela é uma Salubri. Ela é o passado e o futuro numa só pessoa.”

Um sorriso largo se abria depois de sentir o beijo em meu rosto. Apertando sua mão pouco antes de soltá-la, me colocava ao seu lado para agora oferecer meu braço e começar uma caminhada tranquila no caminho de volta.

- Elaine me prometeu um futuro diferente do que eu teria se tivesse continuado a ser um mero cavalariço, agora eu consigo ver um pouco dele. E bem, há menos que você me mostre um lugar tão impressionante quanto esse eu acho que podemos voltar…

Deixando que ela indicasse o caminho de volta, ou não se ela quisesse me mostrar algo mais, minha voz novamente se fazia presente quando começamos a caminhar.

- Agora, eu tenho algumas dúvidas, se me permite. Como exatamente você manteve o legado dos Salubri? Se Lorraine é sua prole, ela também consegue ou somente você? E, por fim, Elaine e Eloi sabem? Bom, Elaine deve saber, afinal eu estava certo, não é!? Mas Eloi? Foi isso que ele te falou antes de ir embora?

Mais do que surpreso, eu estava curioso e empolgado e mais do que nunca duvidas e teorias começavam a surgir em minha mente. Antes mesmo de Clara responder, eu já conseguia montar algumas teorias do que poderia ter acontecido sem nem mesmo entender como poderia ter acontecido.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime15/9/2020, 22:58

Clara tomava o braço que você a ofertava e prontamente começava a guiar o caminho de volta, era fascinante ver como ela no meio daquela floresta, descalça e após se revelar sobre aquele misterioso olho, ela não parecia ser a mesma mulher amargurada e ácida que você havia conhecido nas primeiras interações que vocês tiveram.

-Eu não fui abraçada com uma promessa de mudança. Mas Elaine ficou, nas noites anteriores a ida dela para Marseille e os feudos próximos, falando incansavelmente sobre a necessidade de trazer elementos novos.

Seguindo o caminho de volta, Clara demonstrava uma naturalidade enorme em se locomover pela floresta e todo aquele ambiente mais selvagem. Ainda abraçada com o braço que você havia lhe oferecido, a mulher ria quando ouvia todas as suas perguntas.

-Dessa vez você pareceu aquelas crianças pequenas perguntando incontáveis coisas ao mesmo tempo...

Recuperando-se dos risos, ela seguia para falar:

-Eu não se explicar como essa herança permaneceu em mim. Lembro de ter me alimentado do vitae do meu antigo Senhor, ele era uma figura paterna muito querida e naturalmente, o vitae dele nos era ofertado para a manutenção da nossa saúde. E bem, Elaine sabe, Lorraine também, mas a minha prole não herdou essa essência, tão pouco os demais. E bem, Éloi não faz a menor ideia e eu não sei se um dia irei contar para ele... Por tanto, não nada sobre isso que ele falou comigo por último, na realidade, ele pediu desculpas pela falta de tempo.

Sorrindo brevemente ela dizia:

-Dizem que todo Tremere de sucesso é em sua essência um eterno curioso, pelo visto, Elaine não errou em lhe escolher! Mas deixe-me lhe dar um conselho, não se esqueça do teu passado, ele irá retornar, cedo ou tarde, ele irá. Recomendo que esteja sempre pronto para rever alguém ou alguma coisa relacionada ao mesmo, acredito que faz parte da nossa Maldição, somos eternos e o passado nosso companheiro intimo.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime22/9/2020, 00:00

O sorriso tranquilo não saia do meu rosto enquanto caminhávamos e com bastante atenção ouvia as palavras de minha irmã. Somente quando ela comentava sobre minha disposição para curiosidade no momento, o sorriso se abria para uma risada mais tímida. Meus olhos divergiam um pouco dos dela enquanto procurava por uma resposta para aquele comentário.

- Acho que eu já entendi que eu sou o irmão mais novo, mas uma criança!?

Minha resposta saia em tom divertido, aproveitando que ela já estava em meio a uma risada incomum com a postura dela, até o momento. Porém, quando ela se recuperava e voltava a falar, minha atenção se focava em suas palavras mais uma vez. Era com muita atenção e tranquilidade que a ouvia.

- Nesse caso eu sou um dos poucos agraciados com a visão dessa herança maravilhosa. - Nesse momento meus olhos se voltavam aos dela para falar com convicção. - Em retribuição a sua confiança, em me revelar esse segredo, eu juro que darei todo meu esforço e minha vida para protegê-las e para garantir que o que aconteceu, com nossos antepassados e com Lorraine, nunca mais se repita novamente.

Novamente eu ouvia Clara, porém, dessa vez meus olhos se voltavam ao caminho a nossa frente enquanto me colocava a pensar no passado recente. O que Gilles iria achar quando soubesse o que eu fiz. Como ele iria reagir? Além disso, como eu iria me encontrar com Cecile novamente sabendo que ela era de verdade uma bruxa. Aquilo tudo ainda não havia passado por minha cabeça mas aos poucos ia acontecendo.

- Muita coisa da minha antiga vida ficou inacabada, por assim dizer, e algumas pessoas que me eram importantes também tomaram o mesmo destino que eu. Eles eram claramente pessoas excepcionais, uns até mais do que outros… - Falava pensando em Cecile. - e eu realmente não sei como seria um reencontro nosso no futuro. Além disso, eu ainda tenho que pensar na minha família de sangue e como minhas ações podem afetar eles, mas isso eu irei descobrir com o tempo, graças a Elaine que me ajudou com essa questão.

Fazendo uma pausa para organizar os pensamento em minha mente, voltava a falar antes mesmo de Clara tomar a palavra.

- A verdade é que eu não quero pensar nisso por enquanto. Minha vida passada teve muitos desfechos tristes e minha saída talvez seja benéfica para aqueles que eu amava. Agora meu foco está no presente e no futuro, mas é claro que jamais deixarei o passado para trás e tão pouco o deixarei me atormentar. Portanto voltemos a falar de nossa família: além daqueles que conheci, ainda há mais? Sinceramente, por sermos eternos, eu me levei a crer que seríamos muitos, mas eu não sabia da situação hostil que nossa família estava.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime23/9/2020, 20:32

Clara ria sobre a sua pequena reclamação sobre o fato dela o chamar de criança. E em sequência a jovial mulher lhe ouvia com atenção e ao final de tudo que você dizia, ela tocava no seu ombro com gentileza e lhe respondia:

-Entendo o que você diz e particularmente, acredito que você esteja correto. Ainda haverá muito para que você possa aprender, assim como, entender e desenvolver. O futuro está distante e chegará quando tiver que chegar, o presente é fundamental e sem ele nós não chegaremos lá... Seja lá onde for...

Voltando a caminhar, Clara pensava sobre a sua última questão e após alguns instantes, retomava a fala:

-Bom, acredito que faltam apenas os mais jovens de fato. Você chegou a conhecer Thérèse, correto? Ela, por sua natureza afoita e arrojada, para não falar outras palavras mais explícitas, acabou por se envolver e nos trazer jovens herdeiros diretos, frutos dessas relações. O primeiro é Yvon Pasteur, um cientista fascinado pela biologia e medicina; Depois veio Claude Gainsbourg, um judeu inteligente e sarcástico que tem um tino natural para uma percepção social e política única; E por último, Colette Devereux, uma jovem de Paris de poucas palavras e muita dedicação e esmero. Acredito que faltem apenas esses para que você tenha de fato conhecido todos nós. Mas houveram alguns que já não mais estão entre nós...

Dizia Clara, enquanto vocês ainda caminhavam, já conseguindo ver a Mansão surgir à norte por meio das árvores metros à frente.

-Eu fui a primeira a ser abraçada por Elaine, vi Mattias Giavetti, um promissor feiticeiro acabar por perder-se em meio a seu próprio potencial e ser executado pela Príncipe de Marseille. E bem, em seguida houve a questão de Kadira Sahnoun... Que não encontrou seu fim, como Mattias, mas se rebelou e manchou o nome de nosso Clã e família, gerando todas as problemáticas que nos assombram até a presente noite.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime1/10/2020, 18:58

Durante o caminhar calmo que seguíamos, meus olhos alternavam entre olhar para a trilha e para Clara, porém, quando ela comentava sobre os outros membros da família, que ainda não havia conhecido, meus olhos focavam em minha irmã com um arregalo de surpresa. Parando de caminhar por alguns segundos, meus olhos buscavam pelos de Clara para confirmar se ela havia falado aquilo corretamente e quando tinha a confirmação, retomamos a caminhada.

“Eu já havia percebido que ela era bem mais indiscreta do que o normal, mas pensar que Thérèse se envolveu não com, mas com suas três proles, e, dentre esses eles, uma mulher… a única coisa que eu consigo pensar é em como ela não tem noção nenhuma.”

Por um momento eu ficava com raiva daquela história, porém, algo mais surgia em minha cabeça.

“Parando para pensar, nós somos seres imortais e já ouvi falar que alguns até viveram milênios, então, não posso negar que alguns deles podem ter existido antes mesmo de Jesus e da própria igreja… uff… parece que eu vou ter que entender que tipo de princípios cada um deles segue. Parece que eu não me livrei de Gilles por assim dizer...”

Gilles era uma pessoa que não seguia os mesmos princípios que eu e ele cresceu comigo, foi ensinado as mesmas coisas que me foram ensinadas e, ainda assim tomou um rumo completamente diferente. Talvez por isso eu não tivesse ficado completamente chocado com a notícia, mas ainda assim foi um baque. Um baque que na verdade perdia para o que viria em seguida, afinal, uma surpresa maior que descobrir as relações impuras de Thérèse, era ouvir o nome daquela pessoa novamente.

- Sahnuon… eu já ouvi esse nome antes. Ela era a pessoa por trás dos atos de bruxaria de Cecile e me foi apresentada como estrela do amanhecer, a devoradora, entre outros nomes que eu já não me lembro mais. E pensar que ela já fez parte dessa família. Se ela era a mentora de Cecile e Elaine falou que ela também foi abraçada, então provavelmente Cecile foi abraçada por Sahnuon.

Falando com amargura, não conseguia digerir ainda que Cecile estava envolvida com uma bruxa como ela, ainda mais depois de saber que ela havia sido uma de nós.

“Provavelmente a próxima vez que encontrar com Cecile, não vai ser como costumava ser. Eu ainda não consigo acreditar que ela, uma garota tão meiga e gentil, fosse se envolver com esse tipo de magia negra.”

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime12/10/2020, 21:38

A mansão estava cada vez mais próxima, já que vocês agora mantinham uma caminhada de retorno bem mais fluída durante o diálogo. E durante este, Clara não escondia a expressão de surpresa por você reconhecer o nome de "Sahnuon", olhando na direção da mansão de onde vocês originalmente haviam saído, Clara parecia preocupada e pensativa e até demorava um pouco para lhe responder.

-Se essa moça, Cecile, foi abraçada por Sahnuon, você pode ter total certeza de que ela irá retornar para a sua vida. Infelizmente, esse é o nosso maior ponto fraco. Essa mulher, Kadira Sahnuon foi abraçada por Elaine em uma tentativa de amplificar as nossas forças sobre a comunidade de feiticeiros que vinham refugiados do mediterrâneo. Porém, a mesma era ambiciosa e vil o suficiente para não somente se corromper, quanto romper os laços e as tradições de nosso clã para se tornar uma Déspota e encontrar entre os Baali, um lar. Em resumo, Baali's são cainitas heréticos que rejeitam as tradições e se deleitam em ondas profundas de corrupção, poder e pactos.

Dizia Clara, fazendo uma pausa na fala para se aproximar de você e tocar na suas costas de maneira amigável e dizer:

-Nós já sofremos o suficiente por essa associação, especialmente nas mãos da antiga Príncipe de Marsielle, mas o futuro que nos espera é outro e eu irei pessoalmente me certificar de lhe preparar para esse reencontro. Nos primórdios dos tempos, eram os herdeiro do sangue dos Salubri que defendiam o mundo dos vivos contra os Baali e sua sede de poder e sangue, eu venho me dedicando a estruturar novas magias e rituais de defesa, inspiradas nessa tradição e me faltava a experiência de um guerreiro... Elaine pode ser confusa e distante, mas ela nunca dá passos em vão... Isso eu tenho que admitir! Enfim, você tem alguma dúvida sobre toda essa história, é algo que precisa ser contada com clareza e eu posso deixar algo passar, não por má fé, mas sim por tudo já ter ocorrido há décadas atrás.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime18/10/2020, 00:26

Por um tempo o único som que eu fazia era o dos meus passos ao pisar na grama, folhas secas e galhos quebrados da floresta, pois era com muita atenção que eu ouvia, em silêncio, Clara me contar ainda mais sobre aquela que eu apenas conhecia como estrela negra.

“Então iremos nos encontrar novamente, Cecile. Só que pelo que parece não vai ser da forma como fazíamos.”

Depois de minha esposa Louise me abandonar, havia me envolvido com outras mulheres por puro prazer carnal, mas Cecile havia sido uma exceção que acabou se estabilizando em pouco tempo. Não apenas pelo prazer, eu havia preenchido um espaço vazio deixado por Louise, porém, pelo que parecia aquele espaço voltaria a ficar vazio.

“Quem sabe o que vai acontecer quando nos encontramos…”

Tentando disfarçar aquele sentimento, minha primeira reação após Clara terminar de falar era um sorriso confiante, no canto de minha boca. A menção ao “guerreiro experiente” me fazia encher o peito em pompa. Minha mão direita que geralmente ia até o cabo da espada era enganada pelo meu costume e acabava agarrando o nada. Para disfarçar aquela ação, rapidamente colocava a mão livre para trás das costas em um movimento sutil e rápido.

- Elaine certamente tem uma visão muito mais a frente do que podíamos imaginar. Estou a disposição a te ajudar no que precisar com relação a minhas habilidades. - Respondia e fazia uma pausa para sorrir. - Mas bem, por enquanto acredito que eu entendi nossa relação com Sahnuon. Se ela é uma ameaça a nossa família, eu irei tratá-la como tal. Incluindo aquelas que escolherem por seguir essa falha.

Existia um peso em minha voz ao falar aquilo, tanto por possivelmente tendo que confrontar Cecile e também pela minha determinação de soldado em cumprir aquela tarefa. Eu sempre havia priorizado duas coisas em minha vida: minha família e meu trabalho. Agora, essas duas coisas são uma só e minha determinação havia conquistado um novo propósito. Eu estava renovado e pronto para o que meu novo destino havia reservado para mim.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime27/10/2020, 00:14

-Sentiu falta da espada né? Se preocupa não Gee!

Ela ria, se divertindo com as suas ações, dando sequência a caminhada de retorno à mansão.

-Não se preocupe muito por agora com todos esses assuntos, nós vamos repassar tudo isso com muito mais tempo, usando os nossos livros de registro e demais informações estruturadas que temos guardadas nos interiores das bibliotecas dessa mansão que está a nossa frente. Nossa Senhora não é perfeita, jamais será, mas se existe algo que ela pode nos oferecer de especial é o acesso as verdades que são escondidas dos olhos dos mais jovens.

Explanava Clara, enquanto vocês chegavam próximos da entrada, onde não havia mais a presença da carruagem que outrora havia trazido as forças auxiliares que você viria a controlar.

-Bom, antes de voltarmos pra casa, acredito que devemos pensar também em como será essa nossa relação. O que eu quero dizer é, somos em teoria, Irmãos de Abraço. Isso pode ser construído de formas diferentes, sei que inevitavelmente iremos nos respeitar e espero que possamos confiar um no outro, mas o que quero dizer e criar o debate é: Como vamos nos relacionar. Como irmãos? Como grandes amigos? Companheiros de uma função? Enfim é algo importante para pensarmos e projetarmos para nossa futura relação.

Finalizava a mulher, abrindo a porta da mansão para que vocês enfim retornassem ao interior da mesma.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime27/10/2020, 08:56

Junto dela, eu reproduzia um pequeno sorriso divertido com o fato dela ter notado o movimento involuntário que meu corpo fazia. A espada era para mim uma extensão de meu braço e sem ela eu me sentia exposto. Até aquele momento, ainda não havia realmente notado sua falta pois aquela não era uma noite normal.

Após aquela pequena pausa para nos divertirmos com aquele acontecimento divertido, Clara começava a me dar mais detalhes do local onde estávamos. Enquanto subíamos as escadas, meus olhos agora tinham a oportunidade de ver a construção por fora e ali minha mente fazia anotações enquanto meus olhos assumiram o árduo trabalho de decorar a fundação da frente da casa.

Sem me estender muito naquela tarefa que eu teria outras oportunidades para fazer, após um momento meus olhos se voltavam para Clara enquanto ela voltava a falar, mas dessa vez sobre um assunto mais íntimo. Era com um sorriso que eu a respondia em um primeiro momento, mas logo depois as palavras saiam de minha boca com naturalidade.

- Acredito que ainda seja um pouco cedo para sabermos como será nossa relação. Mesmo sendo o filho mais novo de alguns irmãos, minha unica experiencia de irmandade foi com aquele que era meu senhor, portanto ainda estou me acostumando com a ideia de irmãos. A forma como eu te vejo é como uma boa amiga que possuo um grande respeito, mas isso pode mudar se você me comparar a uma criança novamente.

Cerrando os olhos e forcando uma expressão mais fechada, eu fazia uma ameaça brincalhona que rapidamente era quebrada por um sorriso amplo e divertido em meu rosto. Apesar da brincadeira, minhas palavras eram reais e o fato de eu não ter tido uma irmã de verdade, fazia aquela experiência ainda mais complexa, mas eu estava disposto a abraçar aquela nova realidade.

“Clara é minha irmã, Lorraine minha sobrinha, Thérènse a filha de minha sobrinha… e ainda assim todas elas são mais velhas do que eu… Parece que eu voltei a ser o caçula da família.”

Brincava em minha mente enquanto abria a porta para que Clara entrasse e ao mesmo tempo me colocava a perguntar.

- E quanto a ti, Clara, o que tem em mente para nossa relação?

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime15/11/2020, 02:48

Era durante a ação de adentrar aquela grande e espaçosa casa de campo que a sua fala se manifestava, atraindo a atenção parcial de Clara que apontava seu olhar para o interior da sala de estar que os recebia. Ali, haviam resquícios da passagem dos homens apresentados como reforços para a segurança da mansão e seus habitantes, que dessa noite em diante, contariam contigo entre eles. Haviam ali marcas de pegadas nos carpetes, migalhas de pães e várias taças de vinho espalhadas, alguém havia os recebido com uma certa alegria e até pequena pompa.

-Thérèse sempre arruma qualquer desculpa pra fazer uma festa...

Resmungava Clara, dando com os ombros e fechando a porta assim que você também concluía a sua ação de entrar.


-Na realidade, eu compartilho a mesma opinião contigo. Veja, nossa diferença de idade é incontestável e isso nunca mudará, mas a diferença de idade tua em relação aos demais, aos poucos ficará rasa e penderá, pouco a pouco, positivamente para teu lado, afinal, teu sangue é de maior poder. Pelo meu lado, haverá um esforço para a construção de um elo positivo e confiável.

Finalizava a Clara, já atentando-se para o topo da escada, onde a figura de Lorraine se apresentava com um leve sorriso nos lábios. Parando no alto da mesma para direcionar a fala para vocês, enquanto se apoiava no inicio do corrimão esquerdo.

-Ficamos preocupados com o desaparecimento de vocês, mas vejo que foram até as matas. Enfim, já estou cuidando da arrumação dessa desordem. E além disso, acredito que seria mais prudente vocês se recolherem por hoje, a Senhora de vocês enviou uma notificação de que chegará no crepúsculo de amanhã.

Clara, por fim, concluía, olhando na sua direção.

-Certo, temos muito que conversar com Elaine quando ela chegar. Mas por hora, eu te acompanho até suas acomodações e me encarrego de lhe explicar os básicos para que você consiga sobreviver a esta primeira noite... Vamos...

Indicava Clara, apontando para a escadaria e iniciando uma caminhada a qual, ela esperava que você acompanhasse.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime17/11/2020, 08:22

Diferentemente de Clara, eu ficava um pouco surpreso com a bagunça que havia ficado a casa depois que saímos. Parecia que uma multidão havia passado por ali e eu somente entendia que multidão era essa quando Clara comentava sobre Thérèse. Não poderia mais ficar surpreso com as atitudes dela, afinal, ela teve relações com todos aqueles que seriam seus filhos, incluindo com outra moça.

“Essa moça é realmente uma diaba…”

Pensava rindo de incredulidade mas logo minha atenção deixava aquela bagunça de lado para voltar a ouvir Clara. Por mais que ela tivesse me chamado de irmão algumas vezes, ela não mencionava aquilo naquele momento, mas mencionava sua confiança e por isso um sorriso surgia em meu rosto.

- Depois do que eu vi, eu que estou em débito para conquistar sua confiança Clara.

Minhas palavras se referiam ao que ela havia me mostrado agora há pouco, afinal, ela havia se abrido, contado sua história de vida e me revelado um dos seus maiores segredos que somente Elaine e Lorraine sabiam. Meus olhos estavam fixados no de Clara ao falar aquilo e, somente com a chegada de sua filha, eles se viraram na direção da escadaria.

- Obrigado Lorraine. Amanha eu me lembrarei de dar as verdadeiras boas vindas para esses rapazes, para que eles não tenham a ideia errada do trabalho deles.

Com um tom divertido e o sorriso que ainda continuava no rosto eu agradecia Lorraine antes de retomar a conversa com Clara e, logo após ouvi-la, eu respondia com um singelo acenar de cabeça positivo.

- Certamente, madame. - falava mais formalmente, mas ainda com certo divertimento.

E assim eu deixava Clara tomar a liderança do caminho e, quando passava por Lorraine fazia mais um sinal singelo para me despedir pela noite.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime2/12/2020, 19:59

Lorraine apenas se despedia de vocês dois com um leve aceno de cabeça e um movimento suave dos lábios que sussurravam "boa noite", esta então atravessava em direção ao cômodo onde você havia sido apresentado aos outros membros dessa sua nova e exótica família. Por fim, você seguia Clara que em silencio cruzava os corredores de madeira da casa e terminava por abrir uma porta do segundo andar e adentrar o ambiente.

Quarto de George:

-Este é seu quarto...

O quarto era, sem nenhuma dúvida, muito superior a qualquer outro cômodo que já havia lhe pertencido durante toda sua vida. Mas, independente da excelente aparência do mesmo, o que mais lhe chamava atenção era o cheiro que pairava sobre o ambiente, era o amargo cheiro de carne queimada e cinzas, por alguns segundos você chegava até as suspeitar que alguém havia queimado algum preparo na cozinha e que esta pudesse estar localizada próxima do seu quarto, porem, logo as ações de Clara chamavam a sua atenção.

A experiente feiticeira caminhava até a cama, ajoelhando-se diante da mesma e esticando o corpo para frente, projetando as mãos para debaixo da mesma, removendo um vaso de porcelana retangular e abaloado em suas bordas. Era um porcelana branca, muito fina com pinturas azuis claras, muito similar aos jarros onde os restos de um cozido eram depositados, para serem reaproveitados futuramente para outros usos, como a produção de banha de animal por exemplo. Porém, dentro do objeto, havia uma enorme quantidade de cinzas e cheiro vinha dessas cinzas.

-Cinzas de galo... É um cheiro um pouco forte no começo, mas podemos usar alguns incensos assim que terminamos, esta será a sua primeira lição e provavelmente a mais importante para que você consiga dormir em segurança, independente de onde esteja.

Levantando-se apenas com as forças das próprias pernas, Clara se aproximava de ti, esticando o jarro na sua direção e dizendo:

-Nós, cainitas, temos restrições severas. Em primeiro lugar, nunca podemos ser expostos a luz do sol, em nenhuma hipótese e o simples despertar durante o dia nos deixa letárgicos, frágeis, mesmo sem a exposição ao sol. Em segundo ponto, somos destinados a nos alimentar exclusivamente de sangue e sem ele, somos apenas cadáveres como qualquer outro. Como deves notar, não temos mais os mesmo reflexos de outrora, não respiramos irracionalmente, não piscamos, não sentimos variações de temperatura e enfim, somos outras formas de vida ou não vida, como preferir. E é por sermos únicos, que temos essas complicações. Existem outras é claro, o fogo nos é um perigo catastrófico e a madeira pura pode nos paralisar como estátuas se esta, por acaso, tocar nosso coração. O nosso sangue, se chama Vitae e ele é uma força escravagista, viciante e poderosa... Mas, para que servem essa cinzas, você deve estar se perguntando...

Clara exibia um sorriso debochado nos lábios e se sentava na sua cama, cruzando as pernas.

-Ora, nós não somos cainitas como os outros são. O Clã Tremere escolheu receber essa maldição e por isso, estruturou rituais, feitiçarias rotineiras, que nos dá resistências e até por muitas vezes, nos faz superar essas limitações. Com essas cinzas, nós conseguimos construir uma barreira em torno do nosso local de sono, impedindo que a luz do sol nos alcance mesmo que esta adentre nosso cômodo ou seja apontada diretamente na nossa direção. Assim como, nos faz despertar durante o dia, caso algum perigo se apresente, sem sofrermos as punições desta ação. Surpreendente não é?

Indagava a mulher, olhando curiosa na sua direção, esperando as suas reações.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime17/12/2020, 10:49

Mesmo tendo vivido toda minha vida na residência da família de Gilles, aquela casa de minha nova família parecia ser muito maior e ainda mais decorada do que a dos Broullat. Ainda assim, essa nova casa tinha um ponto positivo, e negativo, que ela era cercada por uma floresta. A paz era uma benção, enquanto que ela também poderia ficar desprotegida pela ausência de outras fortificações e até de outras casas.

Seguindo Clara até meu quarto, a visão do mesmo me encantava. Nunca, em toda minha vida, eu jamais havia colocado os pés em um quarto tão bonito como aquele e justamente por isso, tomava alguns segundos para entrar e admirar o mesmo.

“Em minha antiga vida, o que seria necessário para poder ter um quarto assim? Roubar a posição dos meus senhores?”

Além da aparência do quarto, outra coisa que chamava a atenção era um cheiro diferenciado. Algo que não havia me sido notado no começo por conta da surpresa em ver o quarto, mas que gradativamente se fazia muito presente. À medida que eu me aproximava da cama o cheiro ficava cada vez mais forte, mas somente quando Clara se abaixava para pegar uma tigela enorme de porcelana que eu entendia de onde vinha o cheiro.

O cheiro era definitivamente estranho no começo, porém, não era insuportável e, apesar do odor que emitia, a função daquele recipiente cheio de cinzas parecia ser essencial para a proteção, como Clara falava.

- Não há de que. O quanto antes eu me acostumar com o cheiro melhor.

Clara não só explicava o porquê daquela tigela de cinzas, ela também explicava várias coisas que eu havia apenas percebido ou entendido ao longo da noite em forma fragmentada. Deixando Clara falar tudo que havia a dizer naquele momento, eu acumulava minhas dúvidas para soltá-las apenas quando tivesse terminado a lição que recebia.

- Então essas cinzas protegem apenas o nosso local de sono - falava apontando para a cama - e nos libera das limitações de acordar de dia? Ainda assim se sairmos à luz do sol iremos sofrer as consequências, correto?

Depois de fazer a pergunta, me colocava a andar na direção das janelas para olhar na direção da Lua, como se estivesse tentando me adaptar a nunca mais ver o sol novamente, e, depois de ouvir a resposta de minha primeira pergunta, eu continuava.

- Você também falou que nós nos alimentamos apenas de sangue, mas que nós, cainitas não temos sangue, temos Vitae e este é uma força poderosa, viciante e escravagista. O que acontece se consumirmos o vitae de outro cainita?

Com uma expressão neutra eu fazia aquela pergunta que concluía minhas dúvidas pelo momento e logo depois de receber minha resposta eu voltava a falar, dessa vez sem perguntas.

- De fato existem muitos mistérios sobre o que eu sou agora, tenho certeza, e, como eu estou vendo, nossa casa em específico deve ter criado outras formas de dobrar nossa existência diferenciada. Ainda assim, não vou negar que é um pouco cômico que tenhamos tantos poderes e, ainda assim, sofremos tanto por luz do sol, fogo ou estacas de madeira.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime26/12/2020, 00:55

Sentada na cama, de pernas cruzadas e com as mãos apoiadas no colchão, Clara observava o seu caminhar até a janela e prontamente lhe respondia:

-Correto, apesar do ritual lhe conceder a capacidade de reagir se caso venha a despertar mais cedo, você jamais será capaz de se apresentar diante das luzes do grande Sol. Isso traria a sua destruição total e inevitável.

Em seguida, Clara o respondia depois de realizar uma breve e silenciosa reflexão, a resposta dela então era:

-Veja, é um processo. Ao se ingerir o Vitae um cainita se tornará suscetível ao Laço, esse Laço se tornará mais forte de acordo com a frequência em que esse vitae será ingerido. Em primeiro ponto, o Vitae pode trazer informações, lembranças, segredos e até emoções de um Caintia, a longo prazo, trará a obsessão, a devoção, a escravidão para aquele que o ingere. Ainda é uma tradição para muitos antigos da nossa raça, a ação de aprisionar seus herdeiros ou até mesmo suas linhagens por inteiro sob o Laço para ter um controle total sobre estes, garantindo seus interesses e expandindo suas influências e poderes.

Descruzando as pernas apenas para inverter a posição delas, Clara voltava a cruzar as pernas e inclinava o corpo para frente, apoiando as mãos no joelho elevado.

-Não importa o quão poderoso você seja, seu maior defeito sempre será algo pífio e de certa forma, cômico, somos assim por sermos em primeiro lugar, humanos. A humanidade é assim, grandiosa e ao mesmo tempo, frágil. Os cainitas são criaturas que receberam a herança do primeiro assassino, o maior de todos os pecadores... Mas hoje, os pecados cometidos por ele, são rotinas para soldados por todo mundo... Muitos sofrem pela solidão, pelo orgulho, pela madeira, pela luz do sol, pela depressão, pela raiva e outros sofrem sem nem saber os motivos, abraçando a maldição e se transformando em verdadeiros monstros. O teu sofrer será apenas seu e seu maior desafio será enfrentá-lo sem ferir aqueles que o cercam, pois acredite no que lhe digo, nossa capacidade de destruir é incomparável... Quase todas as guerras já vistas pela história nasceram nas nossas mentes.

A mulher então se atentava a janela por alguns segundos e então retomava a fala.

-Quando nossa Senhora retornar, ela não terá outra escolha a lhe fazer tomar do Vitae dos criadores da nossa Casa, no caso, os criadores dos Tremere. Sei que isso pode parecer assustador, e é. Mas não será algo que você ou qualquer outra pessoa possa negar, aquele que o fez tornou-se um traidor foragido... Entenda como um voto de lealdade. Será apenas uma dose, ela será o suficiente para condicionar a sua lealdade, mas não para torná-lo em uma marionete do clã. Todavia, se você por acaso vir a falhar ou merecer punição, ela sempre envolverá o fortalecimento desse laço. Temos vários membros da Casa Tremere que hoje são escravos por seus erros.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime10/1/2021, 23:32

Com as mãos em conjunto atrás de meu corpo, meus olhos fitavam a paisagem do lado de fora da janela e também a lua como se estivesse olhando para o sol. Aquela grande esfera branca seria o novo sol das minhas noites e minha companheira por muitos anos que viriam pela frente.

As palavras de Clara eram objetivas e didáticas e, mesmo olhando para o lado de fora e admirando a paisagem, ainda era com bastante atenção que eu a ouvia. A cada nova informação, uma nova nota mental era criada para ser anotada, posteriormente, em um livro-diário para que eu não esquecesse, afinal, eu não conseguiria lembrar de tudo aquilo desde o começo.

- De fato são. - comentava sobre os pecados cometidos pelos soldados. - E como são.

Aquele era um comentário silencioso e que fazia no meio da fala da mulher. No entanto, eu não tinha a intenção de interrompê-la e, justamente por conta disso, falava em um tom super baixo. Somente ao final de toda explicação de Clara, eu a respondia de maneira simples e curta.

- Realmente é muita coisa para digerir de uma vez, mas eu estou conseguindo acompanhar e entender um pouco mais a cada momento. E sobre o voto de lealdade, não há motivos para se preocupar, eu estou mais do que disposto a tal voto, afinal minha missão envolve totalmente isso. Mas ainda sou grato pelo alerta das penalizações e os efeitos que o laço causa. Não irei subestimar o poder dele e nem negligenciar minhas ações para ser punido. Acho que por mais que nós nos entreguemos ao clã, ninguém gostaria de se tornar um escravo, não é mesmo?

Finalmente saindo de perto da janela, me dirigia até próximo da cama e me sentava no banco que havia de frente a cama. Me colocando em uma posição que eu pudesse ver Clara, falaria olhando em sua direção.

- Obrigado pela paciência e ensinamentos, minha irmã. Eu sou muito grato, de verdade, pela sua instrução e espero que possamos criar uma relação realmente única. - Novamente falando com um sorriso gentil, minha expressão mais séria ficava de lado quando eu agradecia a Clara com toda sinceridade possível.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime30/1/2021, 23:28

Ainda sentada sobre a cama, Clara agora inclinava o tronco para trás apenas para que fosse confortável apoiar-se com as palmas abertas das mãos sobre o colchão, ali ela concordava com um sinal positivo de cabeça para a sua questão sobre a posição de escravidão. Logo em seguida a mesma sorria ao ouvir a palavra "irmã" ser pronunciada por você e logo ela respondia:

-Acredito que tenhamos começado da melhor forma que poderíamos começar. E sejamos realistas, haverá um inevitável momento em que será você o Patriarca dessa família, certamente demorará, mas o tempo está sempre jogando em desvantagem conosco. Logo, é melhor que vossa instrução seja no mínimo excelente, não é mesmo?

Enfim, Clara se levantava e batia as mãos afim de limpá-las de qualquer resíduo do ritual feito anteriormente para então caminhar na sua direção e tocar gentilmente no seu ombro.

-Boa noite meu, irmão, caso precise de algo basta me chamar. Aos poucos tudo ficará mais claro e quando a fome chegar não se assuste, não a escute e lembre-se que és maior que seus instintos.

Finalizava Clara, aguardando apenas a sua resposta para assim se retirar do quarto e deixá-lo por fim a sós com a sua própria presença e nova experiência de vida. Afinal, era apenas nos primeiros segundos de solidão que você era capaz de se atentar ao bizarro silêncio que reinava em seu corpo. Sua respiração não acontecia ao menos que você a comandasse, suas entranhas pareciam desacordadas e seu toque era frio como a de um cadáver... Porém, nada era mais estranho do que a sensação de haver algo a lhe observar das sombras, uma presença invisível, primal, predatória que lhe instigava a uma irritação pequena e incomoda, uma espécie de fome por algo único, uma ânsia por um sabor luxuoso e especial... Alguns minutos se passavam e seu corpo começava a sentir uma poderosa letargia, a noite estava chegando a ao seu final e talvez não lhe restasse mais muito tempo para fazer qualquer coisa, a letargia o conquistava e o forçava a adiar quaisquer pendências ou dúvidas que ainda o inquietava.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime15/2/2021, 21:49

Quem um dia diria que o bruto George deixaria de ser apenas um cavalariço para se tornar uma criatura poderosa e imortal. Famosos por controlar os mortais pelas sombras e pela eternidade. Sim, aquele era o novo George que surgia e com esse pensamento, e com as palavras de Clara, as possibilidades pareciam ilimitadas, afinal, eu ainda não sabia meu novos limites. “Ser o Patriarca dessa família seria ser, no mínimo, tão extraordinário quanto Elaine. Mas… o quão extraordinária ela é? Nem isso eu sei. Céus, minha cabeça vai explodir com esses pensamentos. Devo me focar primeiro no que está à minha frente.”

Com um sorriso carinhoso, retribui as palavras e o toque de Clara. - Concordo plenamente. Não teria forma melhor de começar essa nova jornada se não fosse como esta noite. - Com bastante gentileza e gratidão, agradecia a mulher a minha frente e quando ela se virava para começar a andar, eu finalizava. - Obrigado novamente, minha irmã. Quando Elaine me falou sobre vocês, eu não sabia muito bem o que esperar dessa família, mas agora eu tenho boas expectativas e uma motivação ainda maior. Obrigado pelo acolhimento. - Com o mesmo sorriso eu terminava minha fala e finalmente deixava que a mulher saísse do quarto.

Por um momento, o silêncio consumia o quarto por inteiro e nem mesmo um som era emitido pelo meu corpo, fora o som dos passos que eu gerava ao me mover até a janela. Olhando mais uma vez para a lua, me perdia em meus pensamentos por um momento, lembrando de meus filhos e das coisas que deixava para trás. “Eu gostaria de ter sido um pai muito mais presente, de ter sido um marido digno e um escudeiro inabalável, mas o destino me reservou outras coisas. Espero que vocês cresçam bem e que um dia vocês me perdoem por abandoná-los, por isso eu guardo seus rosto na face da minha mais nova melhor amiga, a lua.” Fechando os olhos, eu mentalizava os rosto de meus filhos e de minha ex-mulher para, enfim, voltar à cama.

Ali eu retirava a maior parte das roupas, deixando apenas as roupas de baixo e as calças. Despido, me deitava na cama e novamente o silêncio dominava o quarto. Daquela vez, eu conseguia sentir o silêncio de verdade. Era a primeira vez que eu sentia meu corpo “morto”. Levando minha mão até o coração, eu apenas me deixava levar pela letargia enquanto eu tentava sentir aquela presença que me observava das sombras. “Mas afinal, o que é você?”

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime19/2/2021, 20:43


Adentrando os olhos da noite, seu corpo se aprofundava em uma letargia fria e silenciosa que muito se diferenciava de um adormecer. Se em algum momento você precisasse explicar para alguém como é morrer, a sensação mais próxima seria exatamente essa silenciosa sensação que o dominava no final daquela noite. Por uma fração de segundos, a frente dos seus olhos, aquelas faces queridas de uma vida passada se repetiam, apenas para te relembrar de como o passado foi.

E era dentro dos profundos e obscurecidos olhos da noite que sua consciência cessava, era seu primeiro fim de muitos outros que viriam a se repetir ao longo das várias décadas. Não havia nada ali, nenhum sonho, nenhum som, nenhuma memória, apenas o vazio de um corpo inerte, morto, amaldiçoado e entregue à mercê do tempo... Porém, lá na mais profunda e gélida verdade da sua nova natureza, alguma criatura estava a ranger seus dentes e a farejar por de trás de uma jaula. Era algo primal, vil, brutal e sanguinário, era uma essência aprisionada dentro de ti que parecia irracional, instintiva e faminta.

Observando de maneira inconsciente o abismo dentro de ti, sentido constantemente a companhia daquela escuridão não nominada e na ausência congelante de vida, você sentia alguém se aproximar. Alguém que parecia compartilhar da tua solidão, alguém que já havia se forjado no mais profundo e gélido dos silêncios... Era uma presença familiar, próxima, dotada de uma silhueta desconhecida... De pé você olhava ela se aproximar de ti, em meio aquela escuridão total e disforme.

Pouco a pouco o contorno nas trevas se revelava como uma mulher de pouca altura, olhos verdes escuros, pele negra e cabelos cacheados penteados para trás e presos em um arranjo elaborado e arredondado. Vestes brancas e folgadas cobriam o corpo dessa mulher que sorria ao colocar os olhos dela sobre a sua figura. Uma argola dourada bem delicada brilhava cravada no nostril dessa enigmática mulher, várias outras se aglomeravam em sua orelha direita, enquanto na esquerda, uma pérola branca se sustentava solitária.

-Saudações, meu mais novo irmão...

Afirmava a mulher, desenhando um sorriso em seus lábios volumosos e levando a mão esquerda para alcançar por uma brevidade de instantes, os vários colares que carregava consigo, emitindo pequenos sons metálicos breves que eram seguidos por uma nova frase, que continha uma revelação inesperada:

-Meu nome é Kadira Sahnoun e posso lhe garantir que sua Cecile está sob meus cuidados e em segurança nesse momento... Como tem sido a sua adaptação ao seu verdadeiro destino meu caro?

Questionava a mulher, com um pequeno e misterioso sorriso na face. Nela havia uma aura profundamente tenebrosa e aquela simpatia não era gratuita, tão pouco delicada a presença dela o inquietava de maneiras únicas e fazia aquela criatura primal, na profundez do teu âmago se manifestar com maior intensidade e ela queria algo que teu corpo masculino entendia perfeitamente: Posse.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime25/2/2021, 22:08

A sensação de adormecer, que mais parecia com a de morrer, me levava para um novo nível de consciência. Um dos meus questionamentos inofensivos era se eu ainda teria a chance de sonhar agora que era uma criatura amaldiçoada, mas, muito além de um sonho, minha primeira “noite” foi marcada por algo inesperado.

Abrindo os olhos em meio às trevas do “sono”, eu encontrava uma presença única e tão inquietante quanto o próprio animal que vivia dentro de mim. Aquela presença nova era completamente tenebrosa e provocava uma reação adversa em mim que era um reflexo dos desejos de minha bestialidade mais profunda.

Apesar de não saber muito bem o que estava acontecendo, se aquilo era real ou não, eu encarava com muita seriedade pelo fato de que quem se apresentava era nada mais nada menos do que a mulher que havia influenciado Cecile e que era uma das maiores manchas da minha nova família.

“Parece que eu não sou um segredo para ela como eu era para aquele Toreador que nos visitou... Não há razão para acreditar que Elaine contaria algo do tipo para ela, muito menos outra pessoa daqui, acredito eu. Além do mais, saber de mim em tão pouco tempo não deve ser algo simples. Assim como não deve ser simples ela estar falando comigo aqui.”

“De pé” naquele mundo negro e olhando para Kadira, ouvia sua introdução ao mesmo tempo que ponderava e lutava contra a explosão daquela força bestial.

- Então tu és aquela que chamam de Estrela do amanhecer, devoradora, dama negra… Qual desses você prefere que eu te chame?

Antes de responder a mulher como ela queria, eu a chamava pelos nomes que eu havia descoberto a respeito dela. Não sabia se aqueles nomes eram bem quistos por ela ou não, se não fossem era um ponto positivo pois minha intenção era justamente de provocá-la.

- Fico feliz que Cecile está bem e quanto a minha adaptação, não se preocupe, estou indo bem mas não deixo de estar morto. - com um sorriso debochado no rosto eu a respondi. Após uma pequena pausa eu continuava. - E quanto a Cecile, como ela está se adaptando? Eu soube que ela também teve o mesmo destino que eu, não é? Mas mais importante que isso… como foi o jantar? Infelizmente eu tive que sair antes da reunião de vocês, mas não posso negar que estou curioso.

Apesar de falar de maneira controlada, eu lutava intensamente com aquele instinto primal dentro de mim. Como eu não sabia ainda o que era aquilo, eu não queria me submeter e deixar que ele tomasse conta de mim. Afinal, existia um motivo pelo qual eu fiquei noites trancado naquele mausoléu.

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps    1º Arco - 4ª Ato: Narrativa de George Deschamps   I_icon_minitime27/2/2021, 01:53

-Por favor, meu caro irmão de sangue, não acredito que precisaremos de tais nomenclaturas, me chame por Kadira. Porém, posso entender o que o motivará a fazer dessa maneira e se assim for, Estrela do Amanhecer me é muito mais bem querido, afinal, esta denominação se assemelha do próprio e grandioso Lúcifer, correto?!

Desenhando um ardiloso sorriso na face, a mulher que trouxe tantas sobras para a sua vida e a influenciou por tantos anos e de formas que você sequer ainda conseguia imaginar, enfim dava um passo na sua direção para ser iluminada diretamente por uma luz morna e levemente vibrante, como o de um começo de uma manhã ensolarada, porém, essa luz se diferia levemente por uma sutil e delicada aura esverdeada que revelava sua verdadeira natureza obscura.

-Cecile sempre foi uma mulher ágil e capaz, adaptou-se aos horrores que o teu antigo senhor costumava chamar de brincadeiras, logo, posso lhe garantir que ela está bem e não demorará para que vocês possam se reencontrar, afinal, você tem razão, vocês compartilham do mesmo destino.

Mencionar o jantar naquela frase parecia tirar por alguns momentos o sorriso debochado e postura superior dela perante a sua figura, ajeitando os ombros e esticando as costas ela fazia uma breve expressão de desgosto e até irritação para resmungar:

-Bom, graças à você o jantar foi terrível. Elaine se intrometeu antes que eu pudesse realmente concluir meu plano e os Lordes envolvidos ficaram furiosos, devo admitir que no final eu perdi uma oportunidade de ouro que foi planejada e semeada por anos, obrigada pela gentileza.

Dizia Kadira, com um sorriso a amarelo no rosto.

-Thomas Feroux ficou enfurecido com a traição e pediu pela minha cabeça, Lorde Constantius prontamente se retirou, sem antes levar consigo a figura de Guiles que bravamente tentou controlar a situação e salvar a vida de Cecile das garras de Thomas. Por fim, restou a figura relutante de nossa irmã, Clara e Lorde Serverus que decidiu que a vida de Cecile deveria ser preservada e apontou que irá culpar todos os eventos ocorridos em Marseille sobre a minha linhagem, seremos caçadas pelas bruxas traiçoeiras que somos... E tudo isso poderia ter sido diferente, eu poderia ter feito uma aliança com Clara e enfim alcançado a reunião da nossa linhagem! Isso tudo é claro, colocando fim ao legado de dois Lordes Tiranos que fazem a nossa sociedade sangrar e sofrer a séculos!

Ela então dava com os ombros e jogava as mãos para o alto em um sinal de "deixar para lá" e dava uma breve risada.

-Mas bem, como disse minha filha, Alejandra.. Foda-se!

Rindo por um breve instante, Kadira enfim voltava a se atentar aos seus olhos e se estendia a mão na sua direção.

-Enfim, estou aqui para um convite formal. Este será o primeiro de outros três que irão ocorrer até que não existe mais nenhuma esperança de aliança, venha comigo este noite, deixe a sua fidelização como eterno servo da Casa Tremere para depois, primeiro eu o convido a entender a verdadeira natureza do teu novo ser. O que me diz, irmão?

Questionava Kadira com a mão direita estendida na sua direção, aguardando pela tua confirmação e toque, enquanto o observava atentamente.
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