WoD by Night
WoD by Night
WoD by Night
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.


Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
InícioÚltimas imagensProcurarRegistarEntrar

 

  2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet

Ir para baixo 
2 participantes
AutorMensagem
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime8/4/2023, 14:13


Fort Saint-Jean:
Vídeo do forte:
12 de Maio de 1580
Marselha - Elísio de Saint-Jean

O som de uma batalha entre criaturas poderosas ficava para trás, afinal, vocês correram com todas as forças que ainda lhes restavam para enfim chegarem na região portuária onde o forte se localizava, a ponte de acesso ao forte estava monitorada por servos da corte de Provença e eram esses próprios homens que os recebiam sem perguntas, mas com mãos fortes que os ajudavam a entrar em segurança deixando para trás todas as memórias de uma noite que por pouco, não foi a última de todos. Logo a jovem cainita era tomada dos seus braços e conduzida por um dos homens ao seu lado, enquanto a figura de Auriane prontamente vinha a exaustão para também ser acolhida pelos guardas. Já você e a Madame, apesar de cansados, conseguiam se manter de pé e eram prontamente conduzidos pelos homens ao interior da fortaleza construída em torno do mar como um bastião comercial e de defesa direta da cidadela.

Tudo se passava rapidamente, haviam muitas faces preocupadas e em alerta, muitos soldados a ir e vir. Além disso vocês todos juntos agora completavam um destacamento de quase dez pessoas, o que também chamava atenção e obrigava a muitos outros grupos em ação a abrir espaço, para que enfim vocês pudessem chegar no interior da capela, onde os membros da corte estavam todos reunidos.

Imagem referencial:

Seus olhos prontamente se atentavam ao enorme ambiente feito por paredes de pedras resistentes e iluminado por castiçais, o silêncio do local era interrompido pelos guardas que abriam as portas para que vocês entrassem e logo, duas mulheres se levantavam dos bancos e caminhavam na direção de vocês, as duas eram profundamente diferentes e distintas, a primeira caminhava como uma verdadeira nobre, com passos demarcados e uma postura perfeita, os olhos afiados e um ar de experiência que apenas os verdadeiros anciões eram capazes de possuir. E era com esses olhos que a mulher investigava cada detalhe de vocês, das dobras de suas vestes a cor de seus olhos, aos padrões das manchas de sangue até a escolha das amarras dos sapatos. Já a segunda mulher era mais moderna, com um vestido decotado e uma aparência jovial e naturalmente sedutora, havia na aparência dela uma dedicação em valorizar a própria beleza e ao mesmo tempo, os olhos da mesma pareciam dilatar quando encontravam a figura de Auriane. A tensão escalava imediatamente, a jovem parecia lidar com um desejo imediato de arrancar a cabeça de Auriane, tanto que suas presas já se manifestavam! Porém, era a mais experiente mulher que ao levantar a voz, já controlava totalmente a situação:

-Em um momento de guerra, aqueles que são acolhidos sob o teto do meu Elísio devem ser respeitados como meus convidados e serão protegidos por minhas próprias mãos. Por tanto, independente de quem forem, independente de quais pecados tenham cometido para chegarem até aqui, lhes ofereço o acolhimento para essa noite. Meu nome é Estelle Le Sueur Auvray e este é o meu domínio. Não existem necessidades para que vocês se apresentem, pois sei quem são: Gaetan, prole de Lucie. Marine Toussaint, prole de Constantius. Senhorita Lazard e Senhorita Auriane. Todos são bem vindos, conscientes ou não, peço para que entendam onde estão e que eu não tolero indisciplinas e comportamentos indecorosos.

Os olhos de Estelle atravessavam o salão como os de uma ave de rapina e encontrava a figura da segunda cainita que havia os recebido no interior do Elísio, que fazia um gesto de arrependimento a reverenciar a figura de Estelle e responder:

-Me perdoe, eu sei que não deveria ter agido dessa forma minha Senhora, mas a figura dessa herege faz meu vitae borbulhar de ódio! A linhagem dela vem assombrando meu clã fazem décadas, profanadores, seres desprezíveis chamados de Baali. Nenhum desses deveria ser acolhido ou protegido e sim atirados prontamente nas mais fortes chamas que possuir!

Estelle fazia um gesto simples pedindo para que a mulher se mantivesse sob controle e voltava a falar.

-Escuto tuas palavras, Thérèse Boffrand do clã Tremere. E eu as respeito profundamente, mas quem fará o juízo de qualquer valor nesse teto serei eu e mais ninguém, pois dentro do meu Elísio sou eu quem decido quem vive ou não. Agora, analise a cena que acaba de acontecer, pela porta de uma fortaleza da Camarilla adentraram uma cainita desacordada do Sabá, herdeira do mais poderoso inimigo que nossa corte possuí, junto de uma Baali e uma cainita sem seita alguma. Esse trio inesperado é claramente liderado pela figura de Gaetan, um neófito da Camarilla do clã Malkaviano, prole de uma anciã de prestígio e querido pela linhagem da própria Príncipe. Devemos conceder ao mesmo, antes de qualquer julgamento, a premissa de sua inocência e aliança. Aqui não começamos os tratamentos por associação de culpa, mas esperamos as explicações que trarão luz a toda situação e assim, revelará o quão importante será acolhermos todos esses sobreviventes. Estou correta, jovem Gaetan?

Estelle Le Sueur Auvray:
Thérèse Boffrand:
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime8/4/2023, 19:41

Era através de minha força sanguínea que continuava a correr, incapaz de perceber todos os detalhes que me circundavam meu corpo continuava em frente, parando apenas quando finalmente a segurança nos alcançava e o som de batalha era escutado apenas ao longe.

Sentir o peso da jovem Marine sendo retirado de meus ombros quase me desequilibrou, mas a queda de Auriane que prontamente era atendida pelos guardas que nos cercavam me faziam firmar os joelhos e respirar fundo, o agrupamento que logo se formava a nossa volta me fazia relaxar a postura da melhor maneira que conseguia, muito embora a tensão ainda permanecesse em meus músculos devido a força sanguínea que havia usado a pouco tempo.

“Essa noite com toda a certeza precisa acabar. Logo não terei forças para sequer pensar.”

Tomando meu próprio tempo, eu esperava pela figura de Lazard para acompanhar os guardas e finalmente adentrar no elísio, atento a construção do poderoso Forte que nos cercava, meus olhos estudavam o caminho com curiosidade, enquanto ajeitava minhas vestes já que aquela era a primeira vez que adentrava no elísio do Fort Saint-Jean.

A comoção que nossa passagem criava me fazia arrumar a postura de forma a ficar o mais apresentável possível naquela curiosa situação, porém isso não me preparava para as duas figuras que logo respondiam a nossa entrada, a jovem cainita que logo assumia uma postura agressiva me fez dar um passo a frente e me colocar de maneira defensiva a figura de Auriane, mas diante do olhar crítico e analítico daquela que só poderia ser a famosa rosa a reger o elísio eu recuava em sinal de respeito.

“Será que ainda é tarde para aprender a lutar? Eu prefiriria encarar aquele monstro alado do que encarar a rosa que faz Tristan estremecer como uma criança pequena!”

Atento as palavras duras de Estelle, meus olhos por nenhum momento desviavam da cainita mais velha, em silencio eu me mantinha ereto e pronto para responder prontamente quando me fosse questionado, algo que levava seu próprio tempo já que as palavras trocadas com a jovem Thèrése eram sérias e levavam a grande questão da pequena comitiva a qual guiava naquele instante.

“Thèrése é uma Tremere... Entendo...”

Abaixando a vista em uma longa mensura a figura de Estelle eu a respondia com calma em um claro pedido de tempo, afinal o cansaço tomava meu corpo e havia motivos para tal.

– Peço desculpas Madame Auvray, em nenhum momento quis lhe faltar com o devido respeito, muito menos colocar em risco a segurança de seu domínio.

Levantando-me para encarar a mulher a minha frente com respeito e educação, eu arrumava a postura para ao menos assegurar o respeito que tinha pelo prestígio que Lucie a duras penas havia conquistado.

– Sei do passado de Auriane e dos pecados que a senhora dela cometeu contra inúmeras linhagens e cainitas inocentes, mas tenho que pedir para que a Madame leve em conta que correntes de sangue a prendiam a tais pecados, e que assim que esta se viu livre destas correntes fez o possível para se afastar de sua senhora. Caso contrário não a teria encontrado perto da morte final no meio desta noite, ataque protagonizado pelas mesmas forças que atacam a todos sem descrição, quanto a veracidade deste ataque, posso lhe garantir que não me confundi sobre oque os sussurros me revelaram. Além disso Madame, ela trilha agora um caminho em que sempre será recebida com desconfiança e mesmo assim nos cedeu as informações para que pudéssemos atacar em um ponto de apoio dos hereges que arquitetaram o caos que dominava as ruas de Marseille. Posso lhe dizer que a mademoiselle Danielle Laframboise que permaneceu no refugio dos lobos está de prova, além do mais as correntes que um dia prenderam Auriane foram rompidas por um antigo herdeiro dos ensinamentos de Saulot, e posso afirmar que poucos pecados e sombras são capazes de se esconderem das luz de seus herdeiros. Além disso ela nos informou sobre a sórdida figura de Aquilles, um cainita criado através do vitae dos Lasombra e Baali, usado como um dos catalizadores para controlar as sombras que nos atacavam, devo dizer que fui um pouco imprudente e navegar pelos sussurros para que esta informação chegasse ao campo de batalha, mas tenho certeza de que os Lobos de Marie fizeram bom uso dela.

Respirando com calma eu voltava meus olhos para Marine em sinal de preocupação, para então voltar a olhar para Estelle em sinal de respeito e continuar a responder sua pergunta.

– As mesma informações cedidas por Auriane nos levaram até o cárcere de Marine, ela também era mantida por correntes de sangue, já que seu irmão de abraço devorou o senhor e a prendeu nestas correntes, além disso ela foi usada como catalisador para invocar as sombras que protagonizavam grande parte dos ataques, por sorte ou por brincadeira do destino pudemos quebrar esse foco doentio, porém acredito que isso não tenho deixado nossos inimigos felizes, já que quando chegávamos aqui escoltados por Dominic Ardoin, este se interpôs ao que acredito ser alguém enviado para descobrir o que interrompeu o foco, o som de batalha que vem dos portões é a prova de que meu quase irmão está trabalhando pela segurança de todos. Tenho certeza de que ele poderia lhe afirmar minhas palavras Madame se assim lhe fosse questionado.

Terminando minha resposta com uma mensura educada, eu me levantava para então responder com educação.

– Espero ter respondido apropriadamente suas dúvidas Madame Auvray, e lhe peço encarecidamente que se minhas palavras não forem o suficiente para atestar a veracidade dos fatos que aqui lhe apresento, que ao menos as duas possam ser ouvidas de maneira justa por aqueles que se dedicam a manter a ordem de nossa corte.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime26/4/2023, 01:13

-Preciso deixar claro, a linhagem mencionada por mim e a qual essa mulher pertence não somente é uma inimiga por gerações do meu clã e casa, como também atentou pessoalmente contra a minha própria vida a pouquíssimo tempo! Se não fosse pela intervenção de George, eu sequer estaria aqui agora para ter qualquer tipo de reação, teria encontrado o destino de todos que ficaram em seu caminho.

Afirmava Thérèse, mantendo o posicionamento contrário a permanência de Auriane no local. Porém, antes que qualquer outra pessoa pudesse ter o direito da chance de falar, era a própria Senhora daquele Elísio que levantava a mão esquerda com a leveza e a seriedade necessária para indicar que não daria o direito a voz para ninguém além dela própria naquele momento.

-Como já havia dito, ouvi as suas palavras, Thérèse e saiba que eu as considero como sinceras e justas. Assim como, ouvi tudo que foi dito por Gaetan e não existe a menor necessidade que suas protegidas precisem levantar suas vozes nesse momento para qualquer tipo de fala, defesa ou ataque. Está dito o que está dito e assim eu lhes garanto a permanência pelo tempo que desejarem, sob este teto, com segurança e lhes digo que serão tratados todos como membros da Corte e receberão os cuidados necessários.

Havia um notório desgosto na face da segunda cainita que já estava dentro do local, porém, ela não falava mais nada e apenas escolhia um dos locais para se sentar e cruzava as pernas em um sinal claro de desdém direcionado à Auriane. Já Estelle, batia duas palmas firmes e uma verdadeira tropa de serviçais entravam no local, se aproximando para acolher as moças feridas que claramente precisavam de apoio e enquanto isso acontecia, Estelle voltava a falar.

-Enquanto todas recebem os cuidados e são levadas para aposentos, por favor, Gaetan caminhe comigo...Thérèse, você também.

Em uma ação rápida, Estelle virava-se de costa e sem esperar a respostas de vocês, começava a marchar para o interior do ambiente, deixando claramente que apenas vocês deveriam acompanhar ela até o destino ainda desconhecido para o qual ela marchava sem se preocupar com as suas decisões ou não. E assim, em poucos instantes, vocês estavam subindo escadas para acessar uma sacada que dava acesso a uma linda visão para o mar da cidade, onde era possível ver vários pontos de incêndios controlados por todas várias áreas da cidade, além de várias embarcações com seus canhões apontados para alguns locais que havia sido demolidos por tiros nas margens do cais local.

-Escutem. Vocês dois são membros de linhagens importantes na cidade, de grande destaque e com figuras as quais eu nutro profundo respeito e consideração. Por isso, não posso deixar de lhes aconselhar em resolver suas desavenças aqui, agora, para que isso não os assombre no futuro próximo. Não termos espaços para conflitos e espinhos na reconstrução a frente, conversem, resolvam, se expliquem, se expressem, façam o que tiver que ser feito. Quando voltar, saberei o resultado e espero que sejam capazes de uma desenvoltura política importante... Seria trágico erguer aqui, por causa de outros, um conflito para as figuras do futuro dos clãs importantes da nossa Corte.

E sem esperar, Estelle apenas fechava a porta e deixava vocês dois sozinhos na parte externa, Thérèse virava os olhos e abraçava o próprio corpo, caminhando então com calma até o parapeito para se apoiar ali, claramente aguardando a sua iniciativa para o desenvolvimento da conversa.
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime26/4/2023, 17:53

Atento a reação de Therese sobre minhas palavras, era em sinal de respeito que abaixava os olhos quando esta era controlada por Estelle novamente, ali em meio ao Elísio era a vontade de Estelle que prevaleceria e não havia muito o que fazer sobre isso.

“Ela foi atacada, isso torna as coisas mais pessoais do que deveria...”

Levantando os olhos na direção de Estelle quando sua voz se pronunciava, era com certo alivio que eu respirava ao saber que por enquanto Auriane e Marine tinham sua permanência e segurança garantidas, ainda assim era com curiosidade que via a reação de Therese, principalmente por saber que poucos eram capazes de demonstrar tal desgosto diante de Estelle.

“Ela é capaz de aterrorizar Tristan como se ele fosse uma criança mimada, Therese tem mais força do que aparenta.”

Abrindo espaço para que os serviçais da corte pudessem cuidar de Auriane e Marine, eu sorria com educação para Lazard em um sinal de que o pior já havia passado, porém diante da convocação de Estelle meu sorriso mudava para curiosidade, voltando minha atenção para Lazard era com um gesto simples de despedida que seguia a figura que reinava naquele Elísio, tomando o cuidado para dar a frente para Therese e espaço para a cainita era com certo temor e curiosidade que as seguia.

Sentindo a musculatura de meu corpo reclamar pelo continuo esforço da noite, eu me mantinha atento ao caminho que seguíamos, a clara intenção estarmos em privacidade se apresentava, quando finalmente chegávamos a sacada meus olhos percorriam a imagem do mar em um costume que apenas me fazia ter saudade dos dias que ainda podia desbrava-lo sem medo do sol, porém me atentando as palavras de Estelle, era com certa surpresa que ouvia o que nos era aconselhado ali, fazendo uma suave mensura quando esta se retirava, minha atenção se voltava para Therese e suas reações.

De pé em meio a sacada eu suspirava cansado e de certa forma atordoado, aquela era uma situação da qual eu realmente não esperava participar, principalmente porque desde meu despertar aquela noite me reservara poucos momentos de descanso ou segurança, balançando a cabeça eu conseguia compreender as intenções de Estelle, principalmente quando a cidade de Marseille tentava fazer frente a corte de Paris.

– Bom, eu sinceramente estava esperando que ela fosse puxar nossas orelhas. Uma parte de mim está feliz por ela não fazer isso, a outra parte sabe que Lucie vai faze-lo no lugar dela.

Comentava em uma tentativa de iniciar ao menos uma conversa com Therese, ou arrancar alguma reação da jovem, que se mantinha apoiada no batente da sacada, andando até o beiral, meus olhos se voltavam para o porto e os focos de incêndio, tentando mensurar o tamanho da batalha que havia ocorrido eu suspirava um pouco satisfeito em ver que a escolha da pedra anos antes evitara o alastramento das chamas.

– Posso perguntar quando você foi atacada? Talvez se compartilharmos informações possamos chegar a um acordo ou evitar que futuros desentendimentos nasçam dessa noite. Mas, é melhor começarmos do começo não?

Virando-me para Therese, eu fazia uma longa mensura educada para por fim me apresentar.

– Mademoiselle, Gaétan Donnet ao seu dispor, sou prole de Lucie de Tullon e estou a seis passos de Cain. Mas por favor não use minha geração para me julgar, porque não farei isto com você. E se me permite a quebra de protocolos, eu poderia me sentar no chão? Estive correndo grande parte da noite e o cansaço começa a se acumular em minhas pernas.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime1/5/2023, 03:16

-No chão!?

A sua pergunta parecia ter alcançado a atenção da Harpia da corte local de uma forma completamente inesperada ao ponto da mesma arquear uma das sobrancelhas na sua direção e ficar alguns instantes completamente em silencio, deixando toda a hostilidade de lado para nutrir por longos segundos uma curiosidade genuína na suas ações. Para enfim, movimentar os ombros em um sinal claro de não se importar em como você ficaria ali, "preso" ao lado dela até que vocês se acertassem.

-Enfim, eu fui atacada no final da noite, logo nas primeiras horas. Antes de todo o combate acontecer, foi uma sensação terrível de completa impotência... Não tenho vergonha alguma em assumir com conforto as conquistas que alegram minha noite e esquentam a minha cama e aquela bruxa maldita se aproveitou exatamente dessa minha peculiar forma de alimentação para instigar a minha corrupção através da luxúria e da perda da minha humanidade. Uma tentação tão forte, tão carnal que por pouco não me devorou por completo. Uma arte tenebrosa e vil.

A mulher falava em um tom de desabafo e verdadeiro incomodo, mas não parecia estar falando exatamente para você ou com você, afinal os olhos da mesma desviavam em direção ao mar e suas palavras soavam muito mais como uma reflexão sobre os fatos descritos. Mas por fim, ela respirava fundo e de uma hora para a outra, sem maiores sinais, simplesmente se sentava ao seu lado e apoiava as duas mãos abertas no chão, inclinando o tronco do corpo na sua direção, destroçando qualquer tipo de protocolo social que você já havia aprendido com Martial em toda sua vida até o momento.

-Então você é o escolhido da Lady Lucie. Existem muitos rumores sobre a sua figura, o bravo que recusou o abraço de Altamira, o tolo que recusou o abraço de Altamira, aquele que era tão instável que Altamira abandonou no castelo de Ur. Enfim, muitas vozes, muitos comentários, alguns que até associavam você a figura de uma misteriosa Sarracena... Mas não é isso que me intriga, fofocas são apenas isso. Mas eu queria entender, de onde vem essa convicção tão poderosa que você carrega nos ombros com tamanha naturalidade? Quem realmente és, Gaetan, prole de Lucie?

Um sorriso malicioso e juvenil nascia nos lábios de Therese, que se comportava como uma adolescente impetuosa e curiosa.

-Eu sou, Thérèse Boffrand, prole do Magi da Capela de Marseille, Porthos Mignard. Meu sangue é fraco comparado ao seu, me posiciono a nove passos de Caim. Sou uma Harpia na corte de Marsielle e me sinto mais confortável comigo mesma sem nenhuma peça de roupa e dedico muito mais tempo dos meus estudos de alquimia para produzir perfumes do que praticar os grandes mistérios do meu Clã. E você, quem é você, Gaetan?
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime1/5/2023, 17:25

A reação surpresa de Therese me fez sorrir com simplicidade, aquele era um abuso de minha parta sobre a fama pouco ortodoxa que minha linhagem tinha, mas naquele momento eu precisava me sentar de maneira confortável, já que correr meia cidade era uma atividade cansativa, principalmente se estiver carregando outra pessoa nos braços.

Sentando-me para apoiar as costas na sacada, eu esticava as pernas por alguns instantes, antes de deixar uma das pernas dobradas a olhar para cima, observando Therese e suas reações.

“Kadira atacou a alimentação dela... Cruel, muito cruel atacar esse ponto tão sensível.”

Atento aos movimentos da jovem e a sensação de refletir sobre os acontecimentos de sua vida, eu suspirava ao desviar os olhos para o céu por alguns instantes, isso até os movimentos de Therese me chamarem a atenção. Vendo-a se abaixar e se colocar tão perto de mim me surpreendia, já que todos os procolos lecionados por Martial eram quebrados naquela simples ação.

Encarando Therese eu a ouvia com atenção e curiosidade, descobrir sobres os inúmeros rumores que haviam sobre minha figura me faziam rir de leve, principalmente por serem de certa forma exageradas demais, mas a risada logo terminava, principalmente quando o sorriso malicioso nascia nos lábios de Therese.

– Quem eu sou... Sabe esta é uma pergunta para qual eu não tenho respostas.

Comentava de maneira simples, porém gesticulando com um pedido de tempo eu respirava profundamente enquanto coçava a barba que escondia a cicatriz em meu rosto, sorrindo com isso eu voltava meus olhos para a curiosa Therese para então responde-la com calma.

– Sabe eu respondi a mesma questão a Altamira quando a conheci, mas naquela ocasião eu não sabia sobre a existência dos cainitas, e sinceramente eu pensei que havia enlouquecido quando a vi abrindo uma pesada o suficiente para que seis homens tivessem trabalho para fazê-lo. Ainda assim não seria justo não responde-la. Então... Sou Gaétan Donnet, filho de um comerciante que me ensinou o quanto era importante zelar por sua família e trabalhar duro para protege-los, sou a segunda criança de meus pais, e assim como meu irmão mais velho trabalhei para zelar pelos mais novos, fui marinheiro e comerciante em vida, viajei para portos em que os mouros eram sua maioria, me sinto confortável quando tenho um bandolim em mãos e posso sentir as cordas romperem o incessante sussurrar de minha mente. Ainda assim sou quebrado, ou melhor partido, como todo filho da lua o é, então minha querida Therese a resposta mais correta seria, eu não tenho certeza de quem sou, mas tenho certeza de quem não quero ser. A convicção que ves em meus ombros é a certeza disso.

Dizia ao cuidadosamente dar duas batidinhas com a ponta do dedo indicar no nariz da jovem, rindo com isso eu sorri ao comentar.

– Você se parece muito com a pequena Camilla, quando sai de casa mais cedo ela ainda não havia voltado, e isso me preocupa mais do que o abismo que acabei de cruzar.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime4/5/2023, 23:20

Enquanto você falava sobre a sua vida e suas origens, os grandes olhos curiosos da Tremere não pareciam se interessar por mais nada além do que você tinha para dizer naquele instante, todavia, assim que você tocava no nariz da mesma, a mulher tomava a liberdade de girar o corpo e sentar-se ao seu lado de maneira sorridente, também apoiando as costas na sacada.

-Interessante, um filho da lua com uma origem tão inusitada, é comum que possamos imaginar a maioria dos seus irmãos e irmãs de clã como criaturas mais soltas, criativas, pensadoras, mas a sua apresentação me fez lembrar muito mais a fala de algum Alto Clã...

A jovem fazia uma curta pausa e olhava novamente na sua direção.

-E por favor, não entenda que estou diminuindo seu clã, pelo amor de Deus, mas é verdade que os olhos que são direcionados à nós esperam coisas diferentes quando olham na direção deles. Isso é um fato, é somente sobre isso que estou falando, você parece uma escolha perfeita para um tradicional concentrador de influências da sociedade cainita. Mas não o é, não de forma tradicional, interessante...

Cruzando as pernas Therese fazia uma curta pausa, olhando para o céu e em seguida comentava:

-Compartilho desse seu sentimento, tenho vários membros da minha linhagem na linha de frente dos conflitos, inclusive o homem que me salvou do ataque que a maldita bruxa realizou contra mim e não temos como saber como todos estão, o que nos resta nesse momento é acreditar que as nossas lideranças foram mais competentes que as antigas lideranças dessa cidade... Mas não foi por isso que acabamos presos aqui não é mesmo? Na verdade, talvez tenha sido só culpa minha, mas não pude evitar, é difícil demais dar voz a razão quando a dor é tão profunda, sabe?

Voltando novamente os olhos na sua direção a jovem harpia enfim fazia a pergunta mais importante daquela conversa:

-Você realmente acredita na inocência de Auriane? Pois ela e as demais que ficaram sob a influência direta do culto retornarão ao clã Tremere e serão julgadas... Suas palavras podem salvar ou condenar ela para eternidade. Afinal, eu irei reportar tudo que descobrir sobre ela para a Regente da capela, é inevitável.
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime5/5/2023, 19:14

Ser o foco de atenção de Therese não me deixava nervoso, e era com sinceridade que eu respondia a experiente harpia da corte de Marseille, ainda assim eu sorria de maneira simples quando a jovem se sentava ao meu lado também relaxando.

Escutando suas palavras com atenção eu sorria diante de sua conclusão sobre minha figura, coçando de leve e nuca eu ria baixo ao comentar de maneira casual.

– Nunca de uma coroa a um louco, porque nunca se sabe se ele vai vesti-la ou ira simplesmente taca-la pela janela. Não se preocupe, eu não mal interpretei suas palavras, sei bem da fama que minha linhagem tem e do que se espera de um filho da lua em minha posição, mas a realidade é que eu busquei ser o que meus irmãos de linhagem precisavam que eu fosse. Por isso atirei pela janela a coroa que a Altamira me ofereceu.

Voltando os olhos para os céus quando Therese mencionava os membros de sua linhagem eu podia sentir o peso que a jovem carregava, já que a preocupação com a pequena e espevitada Camilla eram reais em meu peito.

“Nos resta apenas ter fé neles...”

Ouvindo atentamente a pergunta feita por Therese, meus olhos se demoravam por algum tempo observando o ceu antes de encara-la de maneira séria e calma.

– Ouça, não posso julgar sua dor, ela é sua e dificilmente eu poderia entende-la da mesma maneira que o fazes, não seria justo com você ou com seus sentimentos. Então não se preocupe se estamos aqui “presos” um ao outro até que isto se resolva.

Fazendo um pedido suave de tempo eu respirava ao colocar os acontecimentos da noite em ordem.

– No início da noite, eu fui despertado por uma visão, sei que conheces a fama das visões que os filhos da lua podem possuir, mas é essencial saber interpreta-las de maneira correta para que elas façam sentido. Na minha visão eu fui visitado por uma dama trajada de sombras e uma coroa de chifres, suas mãos estavam em brasas, ela apontava para a cidade e da mesma forma que me acordou desapareceu. Foi enquanto eu buscava por esclarecimento com meus irmãos que percebi que as sombras estavam inquietas perto do porto. E com isso começou a corrida para movimentar as forças que pudéssemos, assim como proteger aqueles que não possuíam segurança o suficiente, por isso fui até a casa de uma velha amiga de minha linhagem e lá fomos atacados, por sorte conseguimos escapar.

Deixando claro com um gesto que aquelas palavras fariam sentido, eu continuava a falar com calma.

– Foi quando retornei ao refúgio e de lá escrevi cartas a cainitas que poderiam aproveitar da segurança de nosso refúgio, foi Madame Lazard que indicou o nome de Auriane e foi ali que eu o ouvi pela primeira vez. Depois seguindo o pedido de Prats e meus irmãos segui com a madame para o refúgio dos lobos de Marie, queríamos convencê-la a entrar na batalha. Foi no caminho que encontramos com Auriane, nos restos de um dos ataques das sombras. Sei que isso poderia ter sido uma cena ensaiada para que nos compadecêssemos dela, mas a mesma dama trajada de sombras voltou a me visitar, e não há como mentir para os sussurros que escutamos sem que sua sanidade seja colocada em risco. Auriane teria encontrado a morte final se Lazard e eu não tivéssemos intervindo.

Colocando a mão no bolso eu sorria de leve ao achar a moeda de prata que me havia sido entregue por Sebastian Prats, com cuidado eu tomava uma das mãos de Therese para depositá-la ali dando a prova de que minhas palavras eram reais.

– A sorte quis que encontrássemos a própria Marie no refugio de sua prole, e um representante da Ashirra, um guerreiro chamado Ashraf al-Ifriqi, eles atenderam ao chamado da batalha e assim os lobos puderam ir caçar. Sendo assim ficamos na presença da mademoiselle Danielle Laframboise, ela assim como você carrega dores contra a figura da senhora de Auriane, e ela teria extravasado sua raiva se lhe fosse permitido. Ainda assim, sem ser forçada, Auriane nos revelou sobre os planos de sua senhora, sobre os rituais sórdidos que havia praticado para criar a figura de Aquilles e suas proles. Mas Auriane não foi lecionada corretamente e estava presa a um laço de sangue, um que foi quebrado na mesma época que as chamas varreram Marseille, na mesma época em que eu fui abraçado, desde então ela vem fugindo de sua senhora e de qualquer ligação ao nome dela, se perguntares a Madame Lazard ela irá lhe dizer o mesmo. Foi com as informações de que o grande trunfo de nossos atacantes era a figura de Aquiles que eu decidi mergulhar no mar dos sussurros, não sou o marinheiro mais experiente nesse assunto e é perigoso fazê-lo sem supervisão, porém consegui fazer com que a mensagem chegasse a Martial e Tristan, com isso pude sentir o rumo da batalha havia mudado.

Respirando fundo, eu voltava minha atenção para Therese com seriedade, não havia como saber qual seria o destino que a linhagem dela daria a Auriane e todos os envolvidos com o culto, mas eu faria meu melhor para lhes dar uma chance.

– Depois disso Auriane nos informou sobre a possibilidade de salvar uma cainita que estava presa ao laço de sangue de seu irmão de abraço, neste momento temendo por sua segurança Danielle resolveu não nos acompanhar, então a Madame Lazard e eu guiados por Auriane invadimos o refúgio de Fabrizio Canyelles, ele havia devorado seu próprio senhor e assegurado que sua irmã de abraço ficasse presa ao laço de sangue, sendo usada como o catalizador de um ritual para controlar as sombras, quando invadimos o refugio fomos engolidos pelo abismo, e bem devo agradecer a velha serpente de olhos azuis que habita os ecos de minha mente por nos salvar. Com isso conseguimos interromper o ritual e livrar Marine do que estava acontecendo. O depois, você ouviu quando eu as defendia para a Madame Auvray. Então, sim, Therese, eu acredito que Auriane é inocente de seus atos quando pressa ao laço de sangue, inocente dos últimos acontecimentos e de tentar viver mesmo com a sombra de sua senhora a perseguindo, até porque ela nos cedeu as informações sem que houvesse a necessidade de coagi-la a isso.

Relaxando a postura eu sentia o peso da noite se esvair, embora ainda estivesse cansado era mais fácil fazer com que meus pensamentos ficassem organizados.

– Sua dor, cabe apenas a você, mas por favor não deixe que ela te cegue ao ponto de fazer com que inocentes paguem pelo crime que eles não cometerem ao foram forçados a cometer, e lhe peço encarecidamente que não deixe que sua Regente também o faça. Auriane pode não ser totalmente inocente, mas se esforçou para se livrar desses pecados e isso foi reconhecido por Dominic.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime7/5/2023, 12:43

Durante a totalidade da sua longa fala e as várias explicações e contextualizações que eram necessárias para a compreensão dos fatos que haviam transcorrido durante a noite, era possível ouvir ao fundo sons de conversa, como se algum outro grupo de indivíduos estivesse sendo recebido no andar inferior do Elísio. Já Therese seguia sentada ao seu lado, de pernas cruzadas e o corpo levemente posicionado de maneira que fosse possível olhar diretamente na sua direção.

-Entendi...

Dizia Therese, desviando os olhos da sua direção depois ter mantido os mesmos fixados em você durante toda sua fala, para então olhar a moeda que havia recebido, fazendo uma pequena brincadeira em seguida de atirar a moeda para cima e pegar rapidamente, para voltar a olhar moeda durante as primeiras palavras que voltava a falar.

-Eu não posso prometer nada sobre o destino de Auriane quando ela retornar a capela, mas eu posso prometer que irei levar aos ouvidos das nossas autoridades e lideranças tudo que me foi contato por você nessa noite, afinal, são informações importantes que estruturaram uma cena que permitiu com que vocês, ativamente, auxiliassem na grande batalha de reconquista total da Cidade.

Enfim, Therese esticava a mão na sua direção, ofertando claramente a moeda de volta, para em seguida dizer:

-Bom, acredito que estamos conversados... E pelo visto temos bastante tempo aqui, acho que devem ter chegado mais alguns sobreviventes para serem acolhidos...

Desenhando um sorriso brincalhão na face e sem pedir a sua autorização, Therese inclinava o corpo para frente e lhe roubava um beijo breve nos lábios, para dizer:

-Tratado de paz selado.

Piscando com o olho direito, a jovem feiticeira se colocada rapidamente de pé e caminhava na direção da porta.

-Venha, acho que consigo abrir essa porta. Qual das suas companheiras de aventuras você quer se reencontrar primeiro antes de ir até seu quarto para essa noite?
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime8/5/2023, 20:34

Relaxando totalmente a postura no final de meu extenso monologo, era com curiosidade que observava a pequena brincadeira de Therese com a moeda que me fora dada por Prats naquela noite.

“Logo terei que devolve-la, foi sorte conseguirmos colocar os lobos a caça...”

Satisfeito com as palavras de Therese sobre compartilhar sobre os perigos e ações que havíamos tomado naquela noite, eu sorria com leveza em um leve concordar, apenas para ser surpreendido com o beijo roubado de meus lábios, surpreso com isso eu demorava a reagir, principalmente quando a jovem de sorriso brincalhão se divertia ao finalmente selar a paz que Estelle tanto queria.

“Eu sei que Marseille tem que estar una para combater paris de frente, só espero que não nos arrependamos disto no futuro.”

Rindo ao balançar de leve a cabeça, era com calma que guardava a moeda no bolso de minha calça para então com lentidão me apoiar na murada da sacada e me levantar, sentindo todo meu corpo reclamar disso eu ria ao me esticar com calma antes de voltar meus olhos para Therese e lhe responder.

– Certo paz selada... Mas ouça, também terei que levar o que descobri aos ouvidos de Lucie e muito provavelmente da própria príncipe, talvez isso garanta ao menos a vida de Auriane, não seria certo nos tornarmos monstros em busca de uma vingança contra os verdadeiros mentores das atrocidades que foram cometidas.

Voltando os olhos por alguns instantes para o porto eu respirava o ar noturno uma ultima vez antes daquela noite se encerrar, o som de pessoas e movimentação continua indicava que mais refugiados haviam chegado, eu só esperava que isso fosse o suficiente para que Estelle entendesse nossa pequena infração.

– Acredito que seja melhor eu me encontrar com a Madame Lazard primeiro, ela deve ter informações sobre como esta Auriane e Marine, além do que, está é a primeira vez que ela adentra em um Elísio e eu sei como isso pode ser sufocante.

Andando até Therese eu tocava de leve em seu ombro para lhe chamar a atenção e assim falar com seriedade.

– Ouça, obrigado por me escutar e entender o porque fiz o que fiz, então se achares que minha presença ajudaria na defesa de Auriane, não hesite em me chamar, é meu dever como filho da lua zelar por aqueles que não tem voz. E se um dia houver a necessidade que eu o faça por você ou por um de seus irmãos o farei da mesma forma.

Esperando pela reação de Therese eu sorria de maneira brincalhona ao olhar para a porta e comentar.

– Péssima hora para não ter aptidão nenhuma com a ofuscação, assim poderíamos passar despercebidos se houver algum guarda do outro lado.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime21/5/2023, 23:05

Therese já estava pronta para lhe responder sobre a sua falta de habilidade com a Ofuscação, enquanto ainda mantinha o corpo inclinado na direção da porta e com uma das mãos na maçaneta da mesma. Porém, para a sua surpresa e especialmente a surpresa da jovem e bela Tremere, as portas duplas se abriam pelo lado oposto, fazendo com que o corpo de Therese pendesse para frente e se chocasse contra a figura masculina que havia aberto a porta.

-Nossa, me desculpe!

Dizia Therese, que logo ajeitava a postura e sorria de maneira juvenil para o homem muito bem vestido que não conseguia esconder o susto que havia passado e a vergonha da vermelhidão que lhe subia pela face. Fingindo um breve tossida, o homem então se esforçava para retomar a postura mais séria e assim se pronunciar:

-Boa noite, meu nome é Gabriel Leavitt, sou prole da Madame Auvray. E sob as ordens da mesma, venho libertá-los de suas retenções e lhes ceder autorização completa para transitarem novamente pelo Elísio, além de expressar o contentamento de minha Senhora com o rumo de suas decisões durante essa conversa. Tenham uma boa noite...

Gabriel, um homem já de meia idade, trazia a notícia que fazia Therese abrir um largo sorriso no rosto e por isso, recebia da jovem um beijo na face que o deixava completamente sem palavras.

-Obrigada querido! E não se preocupe Gaetan...

Dizia Therese, virando-se na sua direção e piscando.

-Nós vamos sim nos encontrar novamente para decidirmos quem vai ajudar quem! Mas por hora, até logo!

Finalizava Therese, piscando na sua direção e com um sorriso malicioso e cheio de segundas intenções. A jovem então se despedia ao mandar um beijo na sua direção e se virar, sem esperar suas respostas ou reações, para se adiantar e retornar ao interior do Elísio.

-Ah, sim. Minha Senhora também notifica que suas aliadas estão todas sob os cuidados dos servos do Elísio e ambas estão bem e seguras, não haverá nenhuma perda. E que existe um quarto separado para vossa senhoria no segundo piso, localizado ao lado esquerdo do sexto quarto, onde a sua companheira que atende por Lazard está instalada. Existe algo a mais que possa ser feito para o Senhor?

Dizia o homem, que ainda se esforçava para manter uma postura formal e educada, apesar de toda vergonha que havia sido submetido por toda a espontaneidade da turbulenta feiticeira que já não estava mais entre vocês.
Gabriel Leavitt:
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime23/5/2023, 21:55

Esperando atentamente a resposta de Therese, eu também era pego de surpresa quando a porta se abria com rapidez, incapaz de reagir rápido o suficiente para impedir que a jovem trombasse com a figura que entrava eu virava o rosto em um riso baixo, um que apenas aumentava diante da reação encabulada do homem que se apresentava.

Respirando fundo meus olhos se voltavam para a figura que se apresentava e era com uma mensura educada que o recebia, afinal Gabriel era prole da própria Madame Auvray e merece respeito, atento as reações satisfeitas de Therese eu observava com curiosidade a ação da jovem de beijar a face de Gabriel, principalmente quando esta se virava na minha direção para piscar e se despedir daquela maneira.

Voltando os olhos para o chão por alguns segundos eu respirava fundo esperando não ter ficado vermelho o suficiente para ser perceptível, ainda assim saber que poderia ajudar Therese ou ser auxiliado pela jovem me deixavam satisfeito.

“O clã dela joga um jogo perigoso, mas eles precisam ascender se queremos ter alguma chance contra Paris...”

Voltando os olhos na direção de Gabriel eu o escutava com um sorriso simples no rosto, feliz com os cuidados que eram dados a Lorie e Auriane eu suspirava com calma antes de educadamente responde-lo.

– Por favor agradeça sua senhora em meu nome, significa muito que ambas estejam seguras. Quanto a existir algo, eu me vejo obrigado a abusar de sua boa vontade, a noite me foi extenuante e tive gastos sanguíneos aos quais não estou acostumado, se puderes garantir que uma taça de vitae seja entregue em meu aposento esta noite me seria muito útil, além disso se houver algum bandolim guardado isso me ajudaria a dar o descanso merecido a minha mente.

Esperando pelas palavras de Gabriel eu voltava meus olhos para o porto para uma ultima vez ante de seguir até o quarto em que Lazard havia sido hospedada.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime31/5/2023, 02:39

A sós com Gabriel, o educadíssimo homem prontamente fazia uma leve mensura para indicar corporalmente de maneira positiva que havia entendido perfeitamente os seus pedidos.

-Não existe nenhum problema com vossos requerimentos e lhe garanto que farei tudo que está ao meu alcance para realizá-los, mas por hora, se me permite, devo acompanhá-lo até os seus aposentos. Por aqui, por favor.

Sinalizava Gabriel, que prontamente começa a guiá-lo, primeiramente para dentro do forte outra vez, agora passando por corredores mais largos e em direção a ala oeste, bem mais próxima ao mar, onde você logo começava a reconhecer por ser o ambiente dedicado a recepção de visitantes, afinal, a decoração e o excesso de portas deixavam claras as expectivas e funções daquela ala do Elísio.

-Gaetan! Eu sabia!Finalmente!

Era uma voz feminina que seus ouvidos prontamente compreendiam como sendo da própria Camilla! A jovem de cabelos ruivos estava acompanhada por um verdadeiro cavaleiro que parecia ter saído dos livros dos contos de fadas, altíssimo, forte, charmoso, perfeitamente vestido e com sinais claros de que havia acabado de atravessar um campo de guerra perigoso e letal.

-Você não imagina! Fui perseguida por vários sujeitos estranhos, mas por sorte, quando eles me encontraram, esse grande herói estava a passar de cavalo e prontamente me salvou e acabou de me trazer para cá! E foi a primeira vez que eu vi a zeladora ficar sem palavras, parecia ter viso um príncipe encantado!

Ela dizia, apontando para o homem que tinha quase dois metros de altura e que exibia um sorriso gentil e simpático na face, esticando a mão na sua direção, sem é claro deixar de remover a luva primeiramente, o homem se apresentava.

-Masdela Armentti, ao seu dispor. Foi uma honra poder auxiliar a vossa irmã de clã, os ataques estava violentos demais na zona norte da cidade e todos nós, com o mínimo de treinamento, nos direcionamos para lá após o pedido de auxílio do clã Brujah. enfim, fico feliz em ter auxiliado no retorno seguro da senhorita Pascal.

A jovem ruiva prontamente desenhava um sorriso brincalhão na face e dizia:

-Ele não é um encanto! Meu herói! Mas me diga, onde esteve? Ouvi alguém falando que um malkaviano sem juizo havia entrado com um monte de traidoras dentro do Elísio, logo imaginei, quem é o mais maluco entre nós para fazer algo assim? Só poderia ser você ou o Martial, mas o Martial teria sido descrito como uma criança né e não um homem. Acho...

Dizia Camilla, sorridente.
O "Herói" de Camilla:
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime31/5/2023, 21:03

Era com um sorriso simples porem satisfeito que acenava de maneira positiva a Gabriel, sua extrema educação e palavras gentis me faziam relaxar com calma, afinal aquela noite fora longa e corrida.

“Um pouco de calmaria não me faria mal neste fim de noite, isso antes que a maré da minha mente transborde completamente.”

Seguindo a figura de Gabriel, era fácil notar que seguíamos para o interior habitável do forte, a rica decoração e inúmeras portas me indicavam isso com facilidade, principalmente por se tratar do Elísio regido pelas Rosas da corte de Marseille e esperar menos do que a excelência seria um disparate.

Era em meio aos ricos corredores que uma voz familiar e única me chamava, respirando aliviado eu me virava para encarar a jovem Camilla e feliz me aproximar desta, porém era impossível notar a figura que acompanhava minha irmã de linhagem. Esperando pela efusão de Camila era com um tossir alto que indicava a esta a figura de Gabriel, em um claro pedido de cuidado, ainda assim eu estendia a mão para cumprimentar o grandioso herói de Camilla.

– Gaétan Donnet ao seu dispor, tenha certeza quando digo que meus irmãos de linhagem e eu lhe somos gratos pela proteção e cuidados cedidos a Camilla, está pequena nos deixou muito preocupados ao decorrer da noite.

A brincadeira de minha irmã me fazia rir ao dar de ombros, infelizmente ela estava certa sobre como descreveriam Martial, e mais ainda por saber que Tristan provavelmente faria uma grandiosa cena, abrindo espaço para que Gabriel se aproximasse e pudesse participar da conversa, era com educação que o apresentava para então responder Camilla.

– Por favor, este é Gabriel Leavitt prole de Madame Auvrey. E bom já que as línguas afiadas estão a espalhar boatos, eu estive correndo grande parte da noite, Bertrand me incumbiu da tarefa de conseguir o auxilio dos lobos de Marie Lefoux e assim o fiz, por sorte ela estava acompanhada de um representante da Ashirra, e ele colocou a força de seus irmãos no campo da batalha ao nosso favor. Quanto as traidoras, bem elas auxiliaram na de um ritual profano que servia como ponte para as sombras, e nos deram informações que puderam mudar a batalha, ou simplesmente servir de foco para nosso ataque. No fim fomos guiados por Dominic até aqui, aparentemente o que fizemos despertou a ira de um ser voador monstruoso. E sim minha querida irmã talvez eu seja o único maluco o suficiente para correr entre o campo de batalha e tentar resgatar alguém dos grilhões de sangue que a aprisionavam.

Comentava ao apertar de leve o nariz de Camilla em uma brincadeira simples.

– De qualquer forma eu fiz o que precisava ser feito, se minha senhora não puxar minhas orelhas por ter corrido tanto, o fará por eu ter mergulhado sem auxilio. Ainda assim o faria de novo se fosse preciso.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime8/6/2023, 17:26

-Gabriel, ao seu dispor.

Dizia Gabriel assim que você o apresentava e cedia espaço para que o mesmo também participasse da conversa. Uma breve troca de acenos respeitosos eram trocados entre os dois Toreadores de linhagens diferentes e assim, todos ouviam as suas explicações enquanto Camilla parecia pouco interessada nas suas palavras, mas muito mais interessada em farejar as suas roupas e a investigar os seus bolsos, as ações da jovem sempre tinham um teor mais infantilizado, mesmo que essa estivesse sob sua face mais adulta, afinal, era algo que o abraço havia reservado para a mesma e nada poderia ser feito para evitar esse comportamento que por muitas vezes, surpreendia até mesmo a figura experiente de Lucie.

-Não se preocupe em demasia com as línguas afiadas da corte, boatos são devaneios curtos diante da verdadeira índole de um homem. E como somos amaldiçoados a caminhar por eternidades afinco, o tempo sempre é um bom Senhor em nos mostrar as verdades por trás dos boatos e nos revelar a índole de cada um com os quais compartilhamos a nossa sociedade de amaldiçoados. E eu posso ter a certeza nessa minha afirmação, você é um jovem bem intencionado, os boatos não se perpetuarão.

Afirmava Masdela, com uma foz firme e segura, mantendo sempre uma postura educada e simpática.

-Concordo, mas é bom ouvir os relatos de tudo que aconteceu nessa noite, houveram muitas ações em paralelo, que quando postas em conjunto nos revelam o quadro geral que permitiu que nossas forças fossem vitoriosas, imagino os horrores que chegarão até nós quando os membros das regiões rurais se apresentarem nas próximas noites para relatar o que aconteceu por lá. Ouvi até alguns relatos de que haviam infernalistas sendo decapitados em florestas e tropas das forças Ventrue cruzando as vilas ao norte.

Comentava Gabriel. Que logo em seguida fazia um sinal, indicando que deveria continuar a caminhar.

-O importante é a vitória e ela foi conquistada, as próximas noites serão sobre conduzir o navio por entre os escombros deixados em alto mar. Mas enfim, boa noite a vocês, preciso me reencontrar com algumas figuras ainda essa noite. Foi um prazer conhecê-los.

O grande heroi de Camilla se despedia, sem antes é claro receber um abraço inesperado de Camilla.

-Obrigada! Meu grande herói, caso precise de algo não esqueça que tens a minha gratidão e por extensão a de meus irmãos e irmãs!

O grande homem fazia um sinal positivo com a cabeça e se despedia de maneira simples, com um aperto de mãos, de Gabriel e você, para assim seguir seu caminho pelos corredores e permitir que enfim Gabriel pudesse voltar a conduzir vocês pelos corredores, até que o mesmo enfim parava em frente a uma das portas e dizia:

-Prontíssimo, aqui estão seus aposentos. Foi um prazer conhecê-los, desejo a vocês um bom descanso. E caso precisem de algum auxílio, basta tocar a sineta dentro do quarto e um serviçal estará hábil para lhes prestar as assistências desejadas.
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime9/6/2023, 13:02

Atento as reações de Masdela era com um simples gesto que abria um dos braços para que Camilla pudesse farejar minhas roupas, quando esta chegava a vasculhar os bolsos de minha calça, era com um simples gesto que lhe entregava a moeda que Bertrand havia me dado como prova de sua palavra, ainda assim era com cuidado que puxava uma das orelhas de Camilla indicando que aquele não era o melhor momento para continuar com sua exploração.

"Espero que tal ataque não abale a confiança na coroa dos herdeiros de Altamira. Eles vem trabalhando de forma incansável para se manter confiáveis e dignos do posto que conquistaram."

Respirando fundo eu me atentava as palavras de Gabriel e Masdela, muitos cainitas haviam trabalhado para que e a vitória fosse assegurada e nas próximas noites seria essencial assegurar que estes mesmos cainitas recebessem seus louros adequados.

- Eu não me preocupo com os boatos sobre minha pessoa, mas me preocupo com os boatos que apenas tem a intenção de atrasar e fazer com que energia e esforços sejam gastos. Muitos sofreram neste ataque e muitos outros ainda se encontram em perigo ou exposição. É essencial que consigamos assegurar a todos e evitar ao máximo o massacre daqueles que não possuem flamula.

Voltando a caminhar ao lado de Gabriel que nos guiava, era com atenção que voltava meus olhos a figura de Masdela, sorrindo diante das palavras de minha irmã, era com um simples aperto de mão que reforçava o que a jovem Camilla já havia dito.

- Vá em segurança monsiuer, tenha certeza de que lembraremos dos cuidados com nossa irmã. Tenho certeza de que nos encontraremos em um momento mais propício para conversar, mas até lá fique em segurança.

Seguindo a figura de Gabriel pelos corredores ao lado de Camilla, era com certo alívio que finalmente chegávamos no quarto, concordando com um breve aceno as instruções que nos eram dadas, era com um sorriso simples e educado que respondia a Gabriel.

- Agradeço sua hospitalidade e sua companhia, torço para que nas próximas noites a calmaria possa se instalar novamente sobre os domínios de sua senhora.

Esperando Gabriel se distanciar, eu olhava com calma para Camilla e apontava para o quarto em que Lorie deveria estar e só então comentar.

- Vamos ver como está madame Larzard? É a primeira vez dela em um elísio e dada a situação seria bom averiguarmos como ela esta.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime18/6/2023, 02:22

-Claro, vamos sim! Deve ser uma sensação muito ruim, essa de estar pela primeira vez em um lugar tão cheio de teias de aranhas e gente de olhos esbugalhados. É ouvido colado na parede, quadro com olho que mexe, armadura com gente dentro, um monte de mentiras e sorrisos amarelos. E depois ainda falam, que nós, veja que absurdo, nós somos os desajustados! Francamente!

Respondia Camilla, assim que você a questionava sobre a ação de vocês adentrarem o quarto. A jovem ruiva tomava a liberdade de entrar primeiro, fazendo um sinal para que você esperasse.

-Cuidado! Vai dizer que não sabia que é um crime entrar no quarto de uma dama assim sem se anunciar? Vai que ela não está decente, eu vou olhar primeiro!

Dizia Camilla, enquanto literalmente entrava de uma só vez para dentro do quarto. Recebendo uma resposta imediata:

-Você acabou de entrar sem avisar!

A fala da Madame era acompanhada de uma reação imediata e honesta de Camilla, que levantava as mãos em direção ao teto:

-Me desculpa! Foi sem querer!

Imediatamente, era possível ouvir a voz da madame e a mesma caia em risadas, algo que Camilla também fazia para então olhar na sua direção e fazer um sinal para que você entrasse.

-Bom, acredito que eu estou recebendo um excelente tratamento.

De fato, ao entrar no quarto, você notava que o local destinado para a Madame Lazard era incrivelmente bem arrumado, estruturado e organizado, com uma decoração simples mas charmosa e muito bem posicionada. Além disso, havia uma porta que certamente conectava a um quarto ao lado.

-Me informaram que aquela porta leva para os aposentos onde a nossa amiga de cabelos dourados ainda esta repousando, pude bisbilhotar e notar que ela está bem, mas exausta... Seu quarto é o da porta a frente, do exato outro lado do corredor. A chave está aqui...

Dizia a Madame, com um sorriso aliviado no rosto, enquanto a mesma caminhava até a penteadeira do quarto, para abrir uma gaveta e tirar de lá uma chave, que era então entregue pela mesma à você.

-Então... Como foi a sua experiência até aqui? Eu sinceramente estou exausta! Mas surpresa com a boa recepção que tivemos, apesar de todo o contexto né?!
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime19/6/2023, 22:11

Ouvindo os relatos sobre olhos nos observando pela parede da sempre imaginativa Camilla, meus olhos se perdiam em observar com curiosidade o corredor ricamente decorado que estávamos, e ali o silencio era quase que banal, afinal a imaginação de um filho da lua não conhecia bem limites.

Atento aos movimentos de Camilla era com certa curiosidade que via minha querida irmã de linhagem simplesmente adentrar os aposentos de Lorie indicando que eu não deveria faze-lo devido a possibilidade das más línguas me acusarem de algo, rindo baixo da reação de Lazard e as risadas de minha irmã, eu batia de leve no vão da porta antes de adentrar no quarto.

“Sorte nossa Camilla ter sido resgatada a tempo...”

Com calma meus olhos observavam o quarto com interesse, a decoração simples mas bem trabalhada e organizada dava ao ambienta um ar quase aconchegante, algo que me fez sorrir, voltando os olhos para a porta de acesso ao outro quarto eu ouvia as palavras de Lazard com atenção para acenar de maneira breve e calma.

– Acredito que eu tenha conseguido fazer com que Therese não queira mais atirar Aurianne ao sol na primeira oportunidade, uma pequena vitória dada a toda situação que fomos expostos.

Comentava de maneira quase casual sobre, voltando os olhos para Camilla eu sorria ao corrigir minha falta de apresentações.

– Perdão, está é minha irmã de linhagem Camilla Pascal. Vocês duas acabaram por não serem apresentadas uma a outra quando estiveste em nosso refúgio.

Abrindo espaço para que a jovem Camilla pudesse se apresentar eu me recostava em uma das paredes para continuar aquela conversa.

– Sinceramente apesar da exaustão, pude convencer Therese que Auriane não partilhava dos objetivos do culto que iniciaram o ataque, Therese ficou de falar isso no possível julgamento que será dado aos envolvidos nessa história toda. Apesar de eu não achar que no caso dela seja justo, não temos como impedir que isso aconteça, porém nada nos impede de fazer com que Dominic se pronuncie em prol dela, pelo que me lembro bem ele ficou impressionado com nossos feitos e Deus sabe como Dominic ama falar.

Recebendo a chave das mãos de Lazard eu sorria de forma gentil em agradecimento, afinal o cansaço da noite se acumulava tanto em meu corpo quanto em minha mente.

[i] – Além do mais a própria Madam Auvray disse que nos receberia e poucos são loucos ou tolos o suficiente para desafiar a força daquela rosa, caso contrário ela não estaria na posição que se encontra. Podemos ter certeza da hospitalidade dela e de sua boa vontade com nosso bem estar.
Ir para o topo Ir para baixo
Danto
Admin
Danto


Mensagens : 4859
Data de inscrição : 04/06/2012
Idade : 32

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime27/6/2023, 03:31

-Prazer!

Dizia Camilla, assim que você apresentava as duas mulheres ali presentes, que fazia uma reverência curta e formal. Que era prontamente respondida pela Madame Lazard de forma similar, porém, menos formal e estruturada.

-Enfim é muito bom associar o nome a uma face, Gaetan não deixou de manifestar a sua preocupação contigo por toda essa noite.

Respondia a Madame, causando um sorriso genuíno na figura de Camilla, incentivando a jovem ruiva a segurar com carinho um dos seus braços e demonstrar que havia ficado feliz com o que havia sido dito.

-Bom... Então, não deverá ser fácil o futuro para quem teve qualquer tipo de participação ou aliança, mesmo que forçada, com essas entidades e cultos que tentaram e causaram tantas coisas a cidade. E vai caber a nós e aos que tiverem maior sensibilidade, de apontar os dedos corretos e usar as forças vencedoras com coerência... E vamos precisar dessas pessoas de grande influência e força, para que os verdadeiros culpados sejam punidos e as vítimas, de todos os lados, sejam reconhecidas e acolhidas.

Camilla logo adicionava a conversa, de maneira simples, como sempre fazia:

-Apesar de sempre parecer que tudo é um jogo de Reis, Rainhas e Coroas, são os pés que movem as fábricas e as faces facilmente esquecidas que movem as rodas do tempo. Por isso, nós que não esquecemos essas faces, precisamos lembrar daqueles que carregam seus fardos de liderança, quem eles lideram... Mas por agora, é momento de descansarmos não é mesmo? Foi uma noite e tanto!

A Madame confirmava com um sorriso gentil e se aproximava de você, para beijar uma das suas faces e com sinceridade, o agradecer.

-Vão me faltar palavras e formas de expressar a minha gratidão. Espero que possamos compartilhar experiências menos perigosas e assustadoras nas próximas noites, mas até lá, tome o seu tempo para repousar e se cuidar. Nos vemos em breve, está bem?

Aguardando a sua fala de despedida, a Madame permaneceria no cômodo, enquanto Camilla, sutilmente tomava uma das suas mãos e iniciaria uma movimentação de saída.

-Vamos para os aposentos do nosso clã aqui no Elísio! Dê boa noite para a Madame e vamos, vamos, que o sol já está para nascer! E um novo amanhecer, ou melhor, um novo anoitecer nos aguarda!

[Ultima ação para o final do ato]
Ir para o topo Ir para baixo
https://berlimbynight.forumeiros.com
Jess

Jess


Mensagens : 3051
Data de inscrição : 12/01/2016
Idade : 32
Localização : Neverwere

 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime28/6/2023, 21:54

Um sorriso simples nascia em meus lábios quando Camilla tomava um de meus braços apertando-o, tomando o cuidado de beijar o alto de sua cabeça eu cutucava uma de suas bochechas em uma clara brincadeira, afinal era apenas com a jovem e a pequenina que tais brincadeiras aconteciam de maneira natural.

Ainda assim meus olhos e ouvidos se atentavam para as palavras de Lorie, concordando com seu parecer e com as palavras de minha querida irmã eu comentava de maneira calma.

– Não escutar os menos fortuitos foi um erro que nos levou até esta noite, duvido que Viollete queira cometer esse erro novamente, ainda assim é nosso dever como filhos da lua fazer que as vozes dos esquecíveis cheguem ou ouvidos dos regentes, ainda assim toda a ajuda será bem vinda nas próximas noites. Os ataques nos revelaram falhas inegáveis e caberá a nós os sobreviventes concertar tais falhas.

Recebendo o beijo de Lorie eu sorria com gentileza em sua direção ao concordar com um breve aceno de cabeça.

– As próximas noites serão trabalhosas, mas ao menos serão seguras, então teremos oportunidades para compartilhar vivencias mais agradáveis do que correr por ruas perigosas ou mergulhar no abismo. Descanse bem e até breve.

Deixando que Camilla me guiasse eu sorria com carinho para minha irmã ao perguntar de forma genuína.

– Temos aposentos para nosso clã aqui?

“As próximas noites serão movimentadas, e nossas defesas precisam ser reerguer... Espero que não ocorram mais ataques, ou resistência dos ligados a esse culto.”
[/i]
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet Empty
MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime

Ir para o topo Ir para baixo
 
2º Arco - 4º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» 1º Arco - 5ª Ato: Narrativa de Gaétan Donnet
»  2º Arco - 3º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet
» 1º Arco - 3ª Ato: Narrativa de Gaétan Donnet
» 1º Arco - 1ª Ato: Narrativa de Gaétan Donnet
» 1º Arco - 6ª Ato: Narrativa de Gaétan Donnet

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
WoD by Night :: Arquivadas :: Dark Ages: Marseille :: Livro de Gaétan Donnet-
Ir para: