Ato VI - O Jantar, parte I

Não haviam muitas palavras a serem ditas, Lorenz apenas aproveitava o máximo que poderia e não parecia disposto a compartilhá-la tão cedo com alguém, um pequeno egoísmo de um filho que esperou o máximo que poderia para estar ao seu lado, muitos anos servindo e sem nunca expressar o quanto ele realmente sonhava em por ouvir dos seus lábios o simples "filho". Ali então vocês ficavam, abraçados por uma porção de minutos até a chegada de Lotte que também não dizia nada, abrindo a porta que dava acesso ao corredor ela imediatamente corria para participar daquele abraço, assim você tinha seus filhos, a sua linhagem, a amá-la como a melhor e mais linda mãe desse mundo.

A besta fazia um curto silêncio, tentando entender o que estava havendo até finalmente falar:

"O gigante está falando, muito, mas muito! Ele está dizendo que o girassol que ele perdeu por muito tempo, está na frente dele mas não o vê como o gigante que é. O gigante está pedindo ajuda pro Lorde, não sabia que gigantes choravam.... O lorde tinha que dar uma pêra pro gigante, isso faz o choro parar... Que lindos! Eles estão se abraçando, vou morder... Prontinho, passou! É a vez do Lorde falar! Ele disse que o gigante é bem vindo, mas que ele vai precisar se provar. O gigante fará uma viagem e deverá voltar com uma resposta e uma romã linda! Eles se entenderam, que interessante essa forma de se entender! Prontinho, eles estão se despedindo. Vou seguir o gigante! Assim saberemos como achá-lo! O lorde disse que irá ao encontro da tempestade!"

Ali abraçada com Lorenz, Pietra sorria sem querer nem por um instante largar o filho, o aperto desse também indicava o mesmo fazendo com que o coração da cainita transbordasse de amor e carinho.

“ Meu filho... Serás tão amado pelas outras rosas, teu coração é tão puro e bondoso!”

A presença de Lotte e o abraço desta, fez Pietra sorrir abrindo o abraço para colocar ali dentro sua rosa negra, Pietra beijou os cabelos de sua filha aproveitando todo aquele conforto e amor.

A besta lhe dizia muitas coisas, a cainita por sua vez entendia a dor das certezas de Alfonsus e seus medos, a mordida da besta arrancou um riso baixo da cainita. Mas saber que Fredy abria seu coração para Alfonsus dando-lhe carta branca para que ele voltasse a procura-los fez Pietra suspirar, curiosa com a despedida dos dois Pietra levantou os olhos para os filhos sorrindo com carinho.

- Mios amatos, eu tenho que ir falar com o tio de vocês. Acho que temos assuntos para resolver antes da viagem dele. Talvez eu demore mais do que o esperado, então se comportem mios figlios.

Se despedindo de seus filhos com um beijo em cada um deles, sorrindo com carinho a cainita se dirigiu para encontrar sua besta e seu irmão.

" Enfim, é uma decisão da qual não posso retornar. Todos abriram o coração para ele, agora é minha vez."

Seguindo pelo corredor, Pietra riu ao receber o aviso de que estava em um lugar alto, um suspiro escapou da cainita ao ver a beleza do terceiro andar, o local mais medieval e sem modernização a fez se lembrar de sua juventude.

" É uma brincadeira do destino?"

Vendo sua besta a cainita se aproximou desta abraçando antes da pequena se retirar, diante da porta do quarto de Alfie a cainita tocou na madeira suspirando alto, ali ela aos poucos fechava os olhos abrindo seu coração para o que aconteceria.


" Ele teria aceitado Bella, teria conquistado meu coração pela segurança... Eu era egoísta, ele abriu seu coração para Bella, veio atrás de nós, ele nos procurou, ele nos ama..."

Respirando profundamente a cainita empurrou a porta devagar enquanto dizia de forma suave.

- Alfie, podemos conversar?!