A História de Madrid: A Fortaleza

A residência ocasional do Rei de Castelo e Leão, Madrid foi construída em torno de uma fortaleza. O fato é que, durante o período medieval, várias muralhas e torres cercavam a cidade, garantido a mais confortável segurança para a monarquia local. Localizada sobre o rio Manzanares, Madrid é uma cidade extremamente quente durante o verão e sofre com invernos tão severos quanto os verões, esse clima forte inevitavelmente marca a pele daqueles nascidos na cidade, assim como a inegável herança dos povos mouros.

As origens da cidade de Madrid se remetem à Roma, quando esta fazia parte da região de Compluto e servia como guarnição mercantil para as forças romanas que seguiam para as Ilhas Britânicas. Porém, sua primeira "urbanização" só viria a ocorrer sob o reinado de Maomé I, foi sob as ordens dele que um palácio foi erguido e a assim o povoado de al-Mudaina nascia. Esse povoado mouro viria a ser conquistado em 1085 pelo então rei Afonso VI de Leão em uma investida militar que visava alcançar a cidade de Toledo.

Essas batalhas contra os povos mouros e a conquista de seus territórios ficaria conhecida pelos historiadores do sangue por "La Reconquista", vários perderam suas vidas durante esses conflitos, porém os maiores heróis dessas batalhas pertenciam ao clã Lasombra que inevitavelmente, tornou-se o verdadeiro detentor dos territórios católicos espanhóis. Três importantes figuras da "La Reconquista" se estabeleceram em Madrid ainda no inicio do século 6: Ambrosio Monçada, Silvester Ruiz e Nastasio.

A "Reconquista" foi um movimento liderado pelo clã Lasombra, mas teve a participação de vários outros membros de sangue potente que terminariam por conquistar territórios e se intitularem, Príncipes do Sangue. Esses príncipes, em sua maioria Lasombra, seguiam tradições arcaicas e restritas monitoradas por uma organização conhecida como Amici Noctis e essa forçava sobre seus membros as leis das Cortes de Sangue.

As Cortes de Sangue se tornariam um código de leis comum para todos os cainitas do reino de Castilia e Leão, em especial em Toledo, cujo Príncipe e herói da "Reconquista", Tercio Bravo, liderava com punhos firmes e opressores. Sua intolerância contra os povos judeus e muçulmanos era amplificada quando estes eram cainitas, assim, incontáveis execuções e caçadas violentas eram praticadas quase que diariamente na capitão do Reino.

A Amici Noctis controlava toda a Espanha durante os primeiros anos do século 15, porém, as "Noites de Sangue e Chamas" chegariam como uma tempestade inesperada e tomaria as posses e castelos dos Senhores das Cortes de Sangue que serviam essa facção ancestral dos Lasombra. Na cidade de Madrid, o Príncipe Sangue era Nastasio e este seguia as tradições, todavia, Monçada e Silvester intercediam a favor dos povos chamados de "Ashirra", ou seja, os mouros que eram perseguidos e queimados eram de certa forma, respeitados em Madrid.

Porém, mesmo com um nível de tolerância acima do comum para a época, o destino de Nastasio foi tão terrível quanto a dos demais Príncipes do Sangue que caíram durante as primeiras revoluções anarquistas das "Noites de Sangue e Chamas". Quando a Inquisição Espanhola foi criada, a Amici Noctis já havia sido destruída pelos rebeldes na Espanha e Madrid passaria a ser gerenciada por Monçada que se intitularia Arcebispo da cidade.

Com a construção do Museu Nacional e a incorporação da linhagem das Rosas de Vasquez, a influência de Monçada escalou à proporções globais jamais vistas nas noites modernas. Sua ideologia cristã e sua moral conquistavam os próprios membros da Igreja que outrora atiravam vampiros contra as chamas dos Autos da Fé. Os Brujah que pertenciam ao Sabá nessas noites conseguiam até mesmo traçar paralelos entre Madrid e Cartago, afinal, não haviam diferenças notórias entre a espinha dorsal da moral da civilização do Império Espanhol e os Cainitas que viviam dentro deste.

A cultura, a arte, a pintura, o teatro, a escultura, a música, todas as formas de expressão foram incentivadas, nutridas e apreciadas. Era uma verdadeira renascença que movia os cainitas espanhóis em uma direção única. A Camarilla finalmente perdia a maior de todas as guerras e por muitas décadas, olharia para Madrid como uma fortaleza impenetrável e o território espanhol como uma terra inalcançável.

O Eterno Cardeal orgulhava-se de suas conquistas, seus seguidores tornavam-se cada vez mais encantados e dependentes de sua figura e assim uma espécie de culto de adoração a sua imagem começava a nascer discretamente entre os membros de Madrid. A realidade é que dentre todos os Cardeais do Sabá dessa época, Monçada conseguia se colocar um degrau a frente de todos, sendo uma figura até mais conhecida pelos mais jovens do que o próprio Regente de toda a seita, esse foi o ápice de seu poder e a realização de seu sonho estava próximo, a conversão de todos para o Caminho da Luz e a conquista da Golconda para aqueles que lutaram pela liberdade, afinal, a máxima libertação seria o perdão divino.

Infelizmente, a Camarilla não ficaria calada para toda eternidade e assim, em 1871, o Arcebispo de Navarra caiu após um ataque orquestrado pelas forças da Torre de Marfim que se infiltraram em sua corte e conseguiram acesso a seu refúgio. A morte de Roque trouxe uma profunda instabilidade para os anos seguinte e foi um dos acontecimentos que deram inicio ao enfraquecimento da figura do então Regente do Sabá, já que o sucesso da investida da Camarilla inspirou seus espiões e algozes a avançarem planos ainda mais ousados, entre esses, o da tomada de Madrid e consequentemente, a primeira queda de Monçada e o inevitável crescimento popular da figura de Gustav, líder da Inquisição do Sabá.

No ano seguinte, uma onda de mortais tomou a residência do Duque de Madrid e fez de refém o próprio Monçada, esses mortais eram carniçais infiltrados na sociedade espanhola e causaram o que seria conhecida como a Primeira República Espanhola, suas ações se estenderam rapidamente para as colônias e causaram a capturas de vários líderes caribenhos, como o Bispo de Cuba por exemplo.

Por fim, esse golpe durou apenas dois anos graças as intervenções das proles de Nestasio e Silvester Ruiz que haviam acordado recentemente, juntos esses dois cainitas enfrentaram e derrotaram o Justicar Nosferatu que coordenava as ações em Madrid, exibindo sua cabeça na praça central de Toledo, marcando a tomada da cidade. Infelizmente, o sucesso do Sabá não foi absoluto e uma onda de caos ainda pior estaria por vir e muito sangue seria derramado na cidade de Madrid.