Primeiro Arco de Ume: Ato VII - Amigos e Família

Alguns minutos se passavam dês do retorno de Lucy, a jovem foi a que mais demorou para chegar depois de ter ido dar uma "voltinha" com o rapaz que atendia pelo nome da Daman. As piadas e as palavras bem humoradas na mesa se seguiam até Lucy retornar sozinha e comentava baixinho algo com Massi, o rapaz então se levantava segurando o riso e dava inicio a despedida das garotas:

-Bem, nós vamos indo e se eu fosse vocês eu iria lá no hotel de vocês dar boas risadas do Daman. Aparentemente ele exagerou na bebida sabe?

Monica logo falava:

-Só pra variar! Bem, vamos lá ajudar ele né! Agente se vê!

Assim vocês se separava, Lucy não disfarçava o sorriso largo nos lábios. Mas se mantinha em silêncio, deixando claramente Massi dirigir e sentando-se no banco de trás do carro, assim ela esperava vocês dois entrarem e se esticava para ligar o rádio. E comentar enquanto encontrava uma música que a agradava:

-Vamos passar na casa da sua tia Ume, mas antes. Deixa eu comemorar um pouquinho, peguei um gatinho!

Ela ria e deixava em uma estação de pop internacional. Massi já sabendo o que ia acontecer, apenas ria e começava a dirigir para o endereço.


No meio do caminho inteiro, que era feito sem nenhuma pressa. Você pode ver e ouvir a jovem italiana cantando e dançando no banco de trás do carro, era uma cena realmente engraçada já que ela errava a letra em alguns pedaços e dança e cantava sem nenhum talento, todavia, a alegria dela deixava tudo realmente lindo e engraçado! Massi chegava a incentivar a irmã, ajudando-a em alguns pedaços da música e rindo bastante. A sensação vibrante e alegre dentro do carro era fantástica!

Enfim vocês estacionavam em frente a linda casa de Belladonna e Massi manobrava o veículo para dizer a você:

-Ume, dá uma avisada na sua Tia. Afinal, eu realmente acho que ela vai quer conversar comigo... Mas só antes de irmos lá, me diz, tá tudo bem contigo né? Eu não fiz nada de errado né?!

Lucy ria ao desligar o rádio e comentava enquanto se arrumava no banco de trás do carro:

-Acho que a Ume tá se divertido né prima?!

O retorno de Massi e Monica fez com que a conversa na mesa se tornasse mais alegre e animada, oque ajudava o tempo de espera passar, o retorno solitário de Lucy me deixou curiosa, mas as ações de meu primo explicavam tudo sem nenhuma necessidade de realmente faze-lo.

“Alguém se divertiu bastante!”

A despedida breve foi marcada por leves beijos e risadas, quando finalmente eu me sentava no carro eu ria de Lucy e sua felicidade, a empolgação de minha prima dançando e cantando pelo caminho me faziam rir alegre, ainda mais quando Massi a ajudava na música.

Observando pelo espelho eu me divertia em curtir a música e ver Lucy extravasar no banco de trás do carro, aquela interação era uma novidade interessante o que me deixava animada. A chegada a cada de Belladona me fez suspirar feliz, já a pergunta de Massi me fez encara-lo com carinho.

- Lucy está certa, estou me divertindo bastante. Não se preocupe Massi eu estou bem, apenas usei um truque que Abrielle Sama me ensinou, isso me ajudou a ficar calma e não machucar a Monica.

Pegando o celular eu digitava uma mensagem curta mas essencial para minha tia.

Citação :

Oba-San chegamos!

Depois eu dava apenas um toque no celular de Belladona para que ela visse a mensagem.

-Viu Massi?! Tá tudo bem!

Comentava Lucy que já saía do carro bem animada, mas respirando fundo para se controlar ao lado mesmo, afinal ela queria estar perfeitamente apresentável diante de Belladonna. Massi então balançava a cabeça positivamente e saía do carro apenas quando você terminava a sua ação.

Foi então possível acompanhar uma movimentação pela casa, como se a sua tia tivesse visto o celular e caminhado do segundo andar até o primeiro. Era fácil notar essa movimentação por várias luzes eram acesas dentro da casa e após vocês três aguardarem em frente a porta por apenas alguns minutos, a figura da linda e alta loira se fazia presente abrindo a porta e sorrindo para você.

-Querida sobrinha!

Dizia a mulher em japonês. Sorrindo bem alegre e puxando-a para um abraço, ela seguia então em italiano:

-Venham, venham me contem tudo sobre como foi a primeira ida da minha querida Ume à cidade sem supervisão!

Eu sorria feliz para meus primos, com eles eu podia me soltar e relaxar, não que isso não pudesse ser feito ao lado de Othello, mas sempre havia o esforço para acompanhar os pensamentos rápidos de meu pai.

“Espero que Oba-San não faça um interrogatório no Massi!”

Saindo do carro eu bagunçava um pouco os cabelos de Lucy só para rir com sua animação, ver minha prima tão feliz era interessante, normalmente Lucy se apresentava de maneira mais fechada e reservada, descobrir que ela também podia ser uma menina fofa e brincalhona me deixava feliz.

– Vamos, Belladona já deve ter visto a mensagem!

A espera na porta da casa de minha tia foi rápida, era interessante ver os movimentos dela pela casa bem iluminada, quando a porta se abria eu sorria e ria ao ser engolida pelo abraço de Belladona.

- Oba-San! Seu cabelo está lindo!

Rindo eu a apertava com carinho, abrindo espaço para que Lucy e Massi pudessem se apresentar e responder o bem claro interrogatório que viria a seguir.

– Foi divertido, bem divertido! O Massi cuidou de tudo direitinho tia.

-Obrigada querida! Acho que vou adotar por bastante tempo essa forma de prender o cabelo!

Comentava a mulher com um largo sorriso, olhando brevemente na direção de Lucy e Massi, fazendo um convite não verbal para que eles a acompanhasse para o interior da casa. Em poucos instantes vocês quatro estavam na sala de estar da mulher e a mesma sentava-se na poltrona vermelha, cruzando as pernas e perguntando:

-Então você cuidou bem da minha sobrinha né Massi?

O jovem concordava positivamente e sentava no sofá entre você e Lucy, para responder:

-Sim, fiz exatamente como prometi a Othello. Não a deixei sozinha no momento mais crucial, mas tenho que admitir ela se saiu muito bem!

Lucy completava:

-Foi tudo bem tranquilo Belladonna, fomos bem cautelosos, escolhemos turistas e a Ume ainda usou um pequeno truque para ficar mais concentrada. Logo, risco zero!

A mulher sorria em aprovação e suspirava aliviada.

-Ainda bem, eu consigo ver que foi algo positivo só pelo sorriso de vocês. Sinceramente meus caros, não queria assustá-los mas eu teria enormes dificuldades de lidar com meu irmão se algo tivesse ocorrido com minha amada sobrinha. Mas fico feliz em vê-la dar seus primeiros passos querida! Mas me diga, o que meu irmão pediu para vocês me entregarem?

As palavras de Belladona me deixam feliz, eu tinha apresentado aquele penteado a ela e pelo modo que estava feito indicava claramente que minha tia gostará do resultado. O olhar dela sobre Massi e Lucy convidando-os para entrar me deixou aliviada, sinceramente eu não sabia bem o que esperar daquele encontro.

“Belladona age por si só, eu não consigo prever suas reações como faço com meu pai.”

Seguindo para a sala de minha tia eu me sentava em um dos sofás olhando com interesse o ambiente, haviam sido poucas as vezes que eu estivera ali e aquela era a primeira vez sem meu pai.

– Os dois foram bem cuidadosos mesmo, não me senti nervosa em nenhum momento, se bem que usar o que Abrielle Sama me ensinou me ajudou bastante.

Comentava depois das palavras de Lucy e Massi, ouvir os motivos de tamanho cuidado de Belladona me fizeram sorrir em concordância, meu pai com toda a certeza ficaria muito abalado se algo desse errado.

Levantando-me ao ouvir sobre o pedido de meu pai, eu tirava o pequeno livro azul de dentro da bolsa para andar até Belladona e entrega-lo.

– Acho que entendemos seus cuidados tia, aqui ele pediu para lhe entregar esse livro.

-Ah, então é essa pequena essência de mágika que eu notei quando olhei para você, pensei que fosse alguma coisa que meu irmão tivesse feito!

Respondia a sua tia com uma expressão cada vez mais relaxada e alegre, a mesma colocava-se de pé e recebia o livro com as duas mãos para então agradecer com um movimento de cabeça e sentar outra vez, dando uma breve folheada no livro.

-Nossa eu nem lembrava que esse livro existia! Ah, sim nossa que descuido meu! Queridos... você precisam de algo? Fiquem a vontade está bem?! Irei colocar esse livro na biblioteca e já retorno, aliás, tenho que comunicar minha mãe sobre esse livro! Se quiserem tomar um banho, ler algo, enfim... Você são muito bem vindos!

Ela comentava ao exibir um largo sorriso na face e então se levantar, Lucy então pedia à Belladonna:

-Bem, você poderia me mostrar onde fica o banheiro?

A sua tia concordava com um aceno positivo de cabeça e fazia um movimento com a mão convidando a jovem a seguir com ela. A mesma não demorava para andar junto da alta mulher loira, assim, Massi e você ficavam sozinhos e o rapaz relaxava totalmente a postura e suspirava:

-Uffa! Obrigado por falar logo com a sua tia Ume, eu realmente fiquei apavorado!

- É sim, achei melhor garantir que eu não ficasse nervosa. Por isso achei melhor usar isso.

Respondia enquanto minha tia se levantava para receber o livro, as palavras dela me deixavam tranquila, ver que Belladona aos poucos relaxava era um feito incrível, ainda mais devido a preocupação sempre latente por mim.

Sentando de volta no sofá eu me esticava confortavelmente, os movimentos de Lucy e Belladona me faziam sorrir feliz.

"Tarefa comprida sem problemas nenhum."

Não posso esconder o riso diante das palavras de Massi, era claro que ele havia se livrado de um belo peso nas costas.

- Desculpa Massi, eu já acostumei com ela brigando com meu pai, mas ela não faz por mal, juro.

Como calma eu dava uma tapinhas no braço de Massi com carinho.

- Obrigada por cuidar de mim, isso foi bem importante.

O rapaz se ajeitava no sofá e exibia um sorriso bem alegre quando ouvia suas palavras e olhava na sua direção quando a sua mão tocava no braço dele, para então responder a sua fala com um tom bem calmo de voz:

-Tudo bem, eu realmente consigo entender as razões depois de você ter me explicado, na verdade, eu já entendia antes disso. A relação que você tem com a sua linhagem é bem familiar e isso é bonito sabe? É algo que eu gostaria de ter... Enfim, ainda bem que deu tudo certo! E não se preocupe, vou sempre estar aqui pra cuidar de ti!

Ele exibia um sorriso mais largo e confiante, esticando a mão para tocar no topo da sua cabeça e completar:

-Afinal, se eu não fizer até a Lucy me bate! E aquela pequena tem uma mão pesada!

Rindo um pouco, Massi observava o interior daquela belíssima sala e comentava em seguida:

-Será que quando eu virar ancião, vou ter uma casa dessas?!

As palavras de Massi me deixavam feliz, era claro como meu primo parecia entender facilmente as pessoas, um dom que seria importante para o clã um dia, além de ser uma real necessidade a qualquer cainita.

- Eu pude perceber que sua senhora é mais fechada, mas acredito que Belladona e Othello irão aos poucos ser mais gentis, você já é provou confiável aos dois e isso é bom!

O toque em minha cabeça me fez suspirar, quando mais jovem eu odiava é amava aquilo, era um dos poucos carinhos que eu ganhava de meu progenitor, mas o de Massi era diferente, trazia um conforto suave e delicado.

"Eles são realmente especiais"

Ouvindo sobre a mão pesada de Lucy eu ria, minha prima parecia ter um gênio forte apesar da altura, mas foi o comentário que me chamou a atenção, olhando em volta eu sorria com carinho, a casa de minha tia era o bonita e elegante, não havia como negar.

- Bom ainda temos algum tempo antes de sermos anciões, mas garanto que você vai ter uma casa linda. Qualquer coisa você sempre terá um quarto na minha, você e a Lucy.

O jovem se ajeitava de uma maneira bem confortável no sofá ao seu lado e respirava bem fundo enquanto observava os detalhes da casa de sua tia, após a respiração o mesmo olhava mais uma vez na sua direção com um sorriso bem largo e radiante.

-Sério? Sempre vou ter um cantinho?! Obrigado Ume! Isso significa muito, mas muito mesmo para mim sabe. Afinal, eu nunca tive um quarto ou um lugar para chamar de meu ou de casa. Atualmente eu divido um quarto com a Lucy nos domínios de nossa Senhora, mas a Lucy já deixou bem claro que pretende investir em uma casa. Afinal ela é de uma família abastada, eu não tive tanta sorte assim... Mas enfim, obrigado!

O rapaz evitava a própria história triste com um sorriso e então coçava a nuca para dizer em seguida:

-Sabe, eu andei pensando bastante nisso... Ume, você me ajudaria a aprender a mágika natural?

Tirando o tênis para poder dobrar as pernas em cima do sofá, eu escutava as palavras de Massi com interesse, o pouco que eu sabia sobre seu passado se revelava ali, e de alguma forma era simples saber que Massi havia tido uma vida difícil.

" Talvez seja por isso que ele é tão gentil e cuidadoso."

Colocando a minha mão sobre o ombro de Massi eu aperto com carinho sorrindo antes de bagunçar seus cabelos.

- Minha casa é pequena, mas sempre vai ter a porta aberta para vocês. Somos primos e amigos, isso tem um significado especial.

Recostando-me no sofá eu amarrava meus cabelos para atrás em um coque improvisado, já o pedido de Massi me fazia sorrir feliz e de certa forma orgulhosa.

- Sério?! É claro que sim Massi! Meu pai vai ficar feliz em te ensinar também, e isso vai nos ajudar com o trabalho na casa.

Eu comentava quase que pulando no sofá de alegria, rindo disso arrumava minha postura antes de começar a arrumar melhor o cabelo que havia desfeito o coque.

- Já sei, vou te emprestar meus primeiros livros de anotações, eles tem muitos desenhos e e explicações de teorias, você vai transcrever ele, sem pressa e no seu ritmo, ok?!

O rapaz não conseguia parar de sorrir e de acompanhar as suas ações, por menores que essas fossem. Concordando positivamente ele ria um pouco com toda a sua animação, especialmente quando o seu cabelo perdia a própria amarração que era improvisada, para então responder:

-Tô falando super sério! Eu tenho três razões pra tomar essa decisão, a primeira é simples. Não quero atrapalhar vocês duas nos primeiros ciclos e todos já sabem, vocês vão subir bem rápido! Segundo, eu quero orgulhar minha Senhora e minha irmã! E enfim, o ultimo é simples, você conseguiu me mostrar algo que ninguém tinha feito até hoje, ou seja, contigo eu acredito que consigo aprender!

A voz de Belladonna então se fazia presente, a mulher estava retornando ainda pelas escadas quando falava sobre o assunto de vocês dois:

-Fantástico! Fico bem feliz que vocês estejam realmente se dando tão bem, aliás, a Lucy está tomando um banho. Porque vocês não fazem um favorzinho de ir buscar uma troca de roupas pra ela? Afinal ela é bem baixinha e minhas roupas não vão ajudar!

A mulher terminava a breve caminhada, parando atrás do sofá e tocando no ombro de Massi. O rapaz sorria de maneira simpática, mas você sabia o real significado daquele toque. Ela fazia o mesmo com Othello, era uma forma de Belladonna demonstrar confiança!

-E bem, quando retornarem podem entrar de uma vez só, eu tenho que ajustar umas coisinhas. Estou considerando ir a um festival que está ocorrendo na cidade!

Massi concordava positivamente e olhava para você outra vez e fazia o convite:

-Vamos?

Ouvindo as palavras de Massi eu sorria com carinho, ele queria crescer e se tornar alguém para o clã, um desejo que era compartilhado por meu coração com todas as minhas forças.

– Não se preocupe Massi, eu sei que você consegue aprender, só tem um método um pouco diferente. Eu e a Lucy vamos te ajudar no que precisar.

Ouvir a voz de minha tia me fez virar em sua direção sorrindo, provavelmente ela havia escutado a conversa e eu me sentia bem com isso, afinal ela estava cuidando de mim em nome de meu pai.

O toque no ombro de Massi me fez apenas abrir ainda mais o sorriso, concordando com o pedido de minha tia eu me arrumava para calçar os sapatos.

“Fico feliz que Oba-San tenha gostado do Massi e da Lucy. Quero muito ajuda-los a crescer, afinal ele vão me ajudar também!”

Ouvindo o convite de Massi eu já me colocava de pé para responde-lo.

– Vamos sim, não podemos deixar a Lucy sem roupas. A gente não demora muito prometo.

Sua tia apenas concordava positivamente e assim, você e seu amigo logo saiam da casa da experiente Tremere para adentrarem outra vez o veículo. Ali Massi tomava um pequeno susto ao ligar o carro e a rádio começar a tocar, rindo do pequeno descuido o rapaz abaixava o som e então os conduzia para uma propriedade dentro da cidade que não ficava nem sequer a quatro minutos da casa de Belladonna. No caminho o rapaz dizia:

-Ume, você já namorou alguma vez? Tipo, eu não tive tempo pra isso quando era mortal e acho que as vezes poderia evitar alguns beijos que são apenas fruto de um poder sabe?!

Confessava o jovem em um tom bem sincero de voz, olhando brevemente na sua direção enquanto adentrava a propriedade que pertencia a senhora dele. Havia um certo incomodo do mesmo, algo como uma necessidade de explicar para você algo que o causava um desconforto. O mesmo logo desviava os olhos, não porque o caminho demandava atenção, mas sim por sentir vergonha de admitir isso.

Por educação eu me despedia de Belladona com um abraço e um beijo na face desta, seguindo com Massi para o carro eu ria alto do susto desse diante da música alta ao ligar o carro, era algo que eu não podia evitar.

– Desculpa Massi, mas foi engraçado.

Tomando a iniciativa de abaixar o volume eu procurava alguma estação de musica para colocar enquanto Massi dirigia, a pergunta de meu primo me fez encara-lo curiosa, eu sabia que não estava desconfortável pelo assunto devido a minha mágika, mas ela chegou a levantar algumas caudas e rir enquanto me observava.

– Hammm, eu tive uma ou duas paixões, mas não passou disso. Meus pais eram bem restritos nessa questão e por eu estar de casamento marcado devia me comportar com respeito.

Meus olhos se desviavam para a casa de Elma, senhora de Lucy e Massi, eu podia ver a vergonha de meu primo, algo que eu não esperava ver em alguém tão confiante quanto Massi.

“ Ele é um fofo, merece alguém que o trate bem.”

Tocando de leve no braço de Massi eu sorria ao responder de maneira sincera e delicada.

– Você faz essas garotas felizes, nem que sejam por alguns instantes. Sinceramente Massi você é um rapaz bonito, nem todas as garotas se acham bonitas mesmo sendo, a atenção que você dá a ela pode fazer bem. Não vejo isso como errado entende.

Massi não se importava com a sua risada alta, na verdade ele mesmo ria um pouco até realmente começar o assunto mais delicado. Ali ele passava as mãos com um pouco mais de força pelo contorno do volante do carro, demonstrando um nervosismo que era interrompido pelo seu toque. Ele respirava um pouco rápido e sorria na sua direção, estacionando o carro e relaxando um pouco a postura.

-Você é muito legal comigo Ume, não sou totalmente acostumado com isso sabe? Enfim, obrigado, de verdade. Pode parecer bobeira, mas isso me incomodava bastante, talvez agora incomode menos... Mas calma ai, casamento marcado? Bem, sorte que você foi abraçada então!

Massi sorria de uma maneira meio desajeitada, para então sair do carro e de maneira bem divertida, contornar o mesmo e abrir a porta para você, imitando uma ação bem mais galanteadora e charmosa.

-Bem, seja bem vinda a minha casa temporária, lindo broto de cerejeira.

Havia uma gentileza e uma sinceridade naquela brincadeira do jovem que voce só notava porque causa dos ecos finais do poder que ainda havia dentro da sua mente.

As reações de meu primo sempre eram sinceras, o nervosismo dele sobre o assunto me compadecia, as reações advindas do uso de Presença não eram totalmente naturais, e de certa forma era compreensível o sentimento de Massi.

“Não ele não abusaria de ninguém com isso, ele não é assim. Então não tem problemas, pelo menos eu acho.”

– Sim, casamento. Eu cheguei a conhecer ele, fico aliviada por ter sido abraçada antes disso, ele era simplesmente horrível!

Eu comentava balançando a cabeça de forma negativa, o simples ato de sair do carro para abrir a porta me fez rir, mas ali no meio das palavras de Massi eu pude perceber algo a mais, algo que fez ela rir dentro de mim.

– Obrigada Massiveiro!

Respondia ao aceitar o convite para sair do carro, olhando para a casa eu sorria respirando de leve.

– Espero não atrapalhar nenhum compromisso de sua senhora, mas é bom nos apressarmos. Belladona é pontual.

A jovem fechava a porta do carro e guardava a chave no bolso para então fazer uma breve careta divertida, que envolvia o pressionar dos olhos e uma breve exibição da língua, essa era a resposta dele para a sua ação de chamá-lo de Massiveiro. Afinal, ele gostava do apelido e a careta era justamente para afirmar isso de uma maneira informal e inusitada.

-Pode ficar tranquila ela não está em casa, foi cedinho para a capela e em seguida irá para o Elísio, tem acontecido várias coisinhas na cidade e eu realmente nem sei e nem quero saber!

Sorridente o jovem logo iniciava a caminhada para dentro da casa, vocês dois passavam pela beirada da piscina, depois uma curta varanda e adentravam uma ampla sala de estar. Subiam escadas e enfim adentravam o quarto pequeno que era dividido pelos dois jovens.

-Bem vinda!

Comentava Massi ao apontar para o quarto e então andar até a cama superior que claramente pertencia à Lucy, afinal ela estava perfeitamente arrumada e organizada enquanto a de baixo estava ainda com os lençóis bagunçados e revirados.

-O armário é logo ali, eu só não faço ideia do que escolher para ela vestir!

A careta de Massi me fez rir, esse era o apelido que tínhamos dado a ele em nossa primeira noite na Capela e de alguma forma casava bem com a personalidade de meu primo.

– Ok, então eu não atrapalho ninguém. Se for realmente importante acho que ficaremos sabendo uma hora ou outra.

É com um sorriso curioso que sigo Massi, a casa de Elma era realmente bonita e combinava com sua aparência jovem, o quarto dos dois me fez rir, de alguma forma eles tinham um quarto parecido em minha casa.

– Acho que eu consigo encontrar alguma coisa que ela goste.

Abrindo o armário eu respirava ao começar a procurar roupas para Lucy.

“Espero que ela não se importe com essa invasão.”

Abrindo as gavetas eu pegava uma muda de roupas intimas claras antes de começar a escolher a calça jeans e uma regata branca, por fim eu escolhia um par de botas cinzas claras e um casaco azul.

– Eu consigo agradar Abrielle Sama escolhendo as roupas do Sensei, espero que isso sirva para agradar a Lucy.

Eu comentava ao dobrar cuidadosamente a roupa em cima da cama.

Modelo da roupa:

Massi observava você escolhendo as roupas, inicialmente em silêncio o jovem não parava quieto por um único segundo. Andando de um lado para o outro, ou brincando com os próprios dedos da mão enquanto aguardava. Enfim, assim que você terminava ele prontamente dizia animado:

-Entendi! Olha, tenho certeza que a minha irmã vai adorar essa jaqueta, acho que é a favorita dela por sinal! Mas, vamos antes que sua tia deixe de ir com a minha fuça né!?

Sorridente, o rapaz se virava para sair do quarto, mas dava meia volta como se tivesse lembrado de algo. Andando até o armário e retirando o desodorante da jovem de dentro do mesmo, era claro que vocês não precisavam disso, todavia, costumes eram realmente difíceis de serem simplesmente esquecidos.

-Lucy tá toda animadinha, mas eu sei que ela vai entrar em parafuso se não conseguir usar desodorante. Manias sabe? Alias, Ume... o que acha de levarmos umas roupas adicionais numa mochila? Evitaria de ter de voltar aqui só para isso! E ainda deixaríamos na sua casa pra qualquer situação.

Arrumando as roupas para Lucy, pude perceber como Massi era inquieto, isso me fez sorrir ao imaginar as inúmeras brigas que meus primos já puderam ter, Lucy era calma e centrada se comparada a Massi.

“ É acho que o segundo quarto disponível pros dois vai ser bom.”

Concordando com as palavras de Massi eu pegava as roupas escolhidas no colo, porem o movimento dele de voltar para buscar algo me deixou curiosa, por mais que como cainitas não precisávamos manter velhos costumes eles nos eram difíceis de largar, eu podia entender muito bem isso, afinal eu ainda tinha a velha mania de servir chá só para ve-lo esfriar.

– Entendo bem, acho que nunca vou parar de fazer chá no conjunto de porcelana que eu trouxe, pelo menos eu gosto do perfume dele. Excelente ideia Massi! Vai ser bom vocês terem algumas roupas lá em casa, e fique tranquilo que eu compro o desodorante reserva!

Eu respondia ao voltar para o quarto e começar a pegar mais algumas roupas para Lucy.

Massi concordava positivamente com um balançar de cabeça para então responder:

-Minha irmã vai adorar ver que você comprou um só pra ela! Aliás, quando puder é claro, eu aceitaria sentar e ver como é feito o chá. Afinal a sua cultura é bem interessante e eu sempre fui bastante favorável ao café.

O jovem já falava em movimento, buscando uma mochila no armário e enchendo-a de roupas. Ele não demonstrava muita pressa e sim uma inquietação constante. Era bem fácil compreender que o mesmo não se sentia a vontade dentro daquela casa, e faria o máximo de movimentos possíveis para minimizar o incomodo e distraí-lo da melhor forma possível. Ao terminar a preparação, o rapaz colocava a mochila nas costas e sorria. Logo então vocês alcançavam a saída da casa e posteriormente adentravam o carro, Massi dava uma breve olhada na sua direção, respirando fundo e enfim ligando o veículo.

-Acho que a Lucy já terminou o banho e está agora voltando ao normal, tadinha ela vai ficar toda sem graça. E certamente vai me dar alguns tapas por não ter controlado ela, mas sabe, ela precisa tanto dessas extravasadas, faz tão bem pra ela entende? Ela tem dificuldades pra dormir, se esforça muito todas as noites, ainda tem que me aturar como irmão e eu sei que essa relação foi um pouco forçada à ela. Enfim... eu me preocupo sabe?!

Confessava o jovem à caminho da casa de Belladonna novamente.

A resposta rápida e suave de Massi me fez rir, é claro que eu adoraria agradar Lucy, ainda mais com uma coisa tão pequena e de certa forma banal quanto comprar um desodorante. Já o pedido para ver como era feito o chá me deixou feliz, era uma das coisas mais simples que eu adorava fazer.

- Claro! Eu não sinto tanta falta do gosto, porque o chá verde é amargo, mas gosto do cheiro e do ato de fazer o chá em si.

Comentava de forma suave a recolher algumas roupas de Lucy para que Massi guardasse na mochila, é fácil ver que ele não se sente bem na casa, inquieto e incomodado eu me compadecia dele e da falta de conforto.

"Pelo menos ele tem agora uma válvula de escape, as portas de minha casa sempre estarão abertas."

Acompanhando Massi de volta para o carro eu ouvia suas palavras com certa preocupação, claro que Belladona cuidaria de Lucy, mas eu podia entender a preocupação de Massi com sua irmã, afinal Lucy era carinhosa a sua maneira e eu gostava muito disso.

- Não se preocupe, nós já estamos chegando ao resgate dela. Nas próximas noites mando fazer copias da minha chave, assim quando vocês precisarem de um tempo ou de espaço podem usar meu quarto de hospedes, e quando a casa na arvore estiver pronta, sempre teremos um lugar para respirar.

-Obrigado Ume, de verdade, muito obrigado por nos acolher dessa forma.

As palavras de Massi eram seguidas de um olhar profundamente emotivo, haviam até lágrimas ameaçando escapar dos olhos dele, todavia, o jovem lutava contra os próprios sentimentos para sorrir alegre na sua direção e concentrar-se na direção do veículo. Afinal, o caminho era curto e vocês já estavam chegando ao casarão de Belladonna.

O carro estacionava e os faróis já iluminavam a figura da sua tia, a linda loira estava os esperando e falava assim que vocês dois saiam do carro:

-Queridos, eu consegui deixar a pequena Lucy inicialmente calma. Mas eu consigo sentir que ela esta realmente envergonhada e ressentida, a minha presença pode acabar deixando-a ainda mais inquieta...

Massi não pensava duas vezes, segurando firmemente a mochila o jovem corria para dentro da mansão. Uma ação que arrancava da face de sua tia um sorriso de admiração que ela raramente demonstrava para membros de fora da família.

-Vá atrás dele querida, mas cuidado com sua respiração!

Indicava Belladona com carinho, tocando no seu ombro.