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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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  2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet

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Danto
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MensagemAssunto: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime2/7/2023, 02:23


Fort Saint-Jean:
Vídeo do forte:
Imagem de Referência dos Cômodos do Clã Malkavian no Elísio:
13 de Maio de 1580
Marselha - Elísio de Saint-Jean

O que é a consciência? Uma reflexão do seu ser social? Nossas angústias sociais? Nossas percepções de tempo? Uma guia de moral? Uma senso de certo e errado? Uma ilusão da descompressão do ser?! A verdade é que a consciência tem uma capacidade única de sorrir e morder ao mesmo tempo e ninguém nunca será seu dono por completo, ainda mais se esse suposto dono for pertencente ao clã da lua, que navega por várias consciências e percepções. Suas últimas memórias o faziam acreditar que havia ocorrido alguma confusão com o fato do seu clã já ter um espaço apropriado dentro do Elísio e se assim fosse, porque toda a cena referente a sua chegada haveria acontecido? E ela havia de fato acontecido ou a sua besta havia tomado conta do seu corpo durante a fuga em direção as muralhas do Elísio e tudo daquele ponto em diante, havia sido construído, fato por fato, através de uma necessidade da sua mente de atrelar sentido a uma ausência do mesmo? Independente do que havia acontecido, as correntes do tempo haviam sido arrastadas e as vozes alcançavam os seus ouvidos para fazê-lo se levantar em mais uma noite, saindo de dentro de um quarto confortável e desconhecido, totalmente escuro e com poucas preocupações com decorações não práticas, você se via em uma sala de estar iluminada por velas e muito diferente do seu quarto de despertar, era um ambiente claramente dedicado a reuniões e eventos de importância. Mas a sua fome era latente e difícil de ser facilmente silenciada, ainda lhe faltava a percepção geral de todos os fatos, especialmente do paradeiro de Camarilla, todavia, havia dentro de você uma calma especial e única. Uma leveza que somente uma nova realidade, ausente das antigas sombras e trevas, poderia apresentar aos seus sentidos. Talvez a sua a sua confusão nesse final e inicio de nova noite possa estar conectado exatamente a essa ausência, afinal, a sua conexão com as trevas eram intimas e poderosas, as suas visões o levou por diversas vezes até o coração dessa entidade maligna e corruptora, na ausência dela, para onde a sua mente iria vagar? Onde as suas visões seriam levadas? Na falta de resposta, restava a confusão que se silenciava aos poucos, devido ao crescimento da fome escarlate.

-Aspirat primo fortuna labori...

Era a voz de Tristan que rompia o silencio daquela estranha e muito bem decorada sala de estar que guardava as várias portas que certamente eram dedicadas a proteger a entrada dos cinco quartos íntimos que circundavam a sala, uma das portas, estava aberta e era por essa que você havia saído instantes atrás.

-Boa noite, meu querido, jovem e famoso personagem. Meus parabéns pela história construída na noite anterior, eu mesmo, inspirado jamais teria a audácia que a verdade que seus pés cruzaram... Espera, do que estou falando? Ah sim! Pelos céus!

Tristan levantava as mãos e abria um sorriso divertido na face, para então, bater palmas três vezes e pela única porta diferente das demais, adentrar um serviçal uniformizado, empurrando um carrinho de madeira. O homem silencioso posicionava o carrinho no centro da sala, fazia uma reverencia e se retirava.

-É natural acordar com fome depois de tanto, por sorte, temos a garantia de cuidados seguros em todos os Elísios da cidade. Lembre de agradecer a Martial por isso, o jovem e pequenino rapaz é um gênio político de colocar medo em qualquer Ventrue despreparado... Enfim...

Tristan caminhava até o carrinho de madeira, abaixando-se para abrir as portas frontais do mesmo que mais se assemelhavam as portas de armários de cozinha, para retirar do interior do móvel um conjunto de taças de cobre bem grandes e profundas, mas sem grandes detalhes interessantes, posicionando as taças sobre a superfície do móvel. Em seguida, o homem também tirava dois jarros de barro de altura considerável e bem esguios, centralizando eles na superfície do móvel com cuidado, o mesmo tomava liberdade de abrir o lacre dos jarros e servir o líquido vívido e escarlate dentro das jarras. A sua besta se revirava ao sentir o cheiro do sangue fresco que era ali posto.

-Pronto, vamos nos alimentar e sentar para conversar um pouco. Acredito que, graças a coragem e alguns jovens, incluindo você, nós tivemos uma margem de sucesso inesperada e acima da imaginada. A Príncipe está eufórica, as notícias estão correndo a Europa inteira: Marseille derrubou o Sabá sem apoio externo. Parabéns!

Dizia o homem, caminhando na sua direção, para lhe oferecer uma das taças cheias e em seguida, seguir até uma das cadeira e sentar-se com calma enquanto iniciava a ação de se alimentar.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime2/7/2023, 23:18

Uma onda confusa de sensações, percepções e memórias quase desconexas inundavam minha mente naquele novo inicio de noite, a leveza e até mesmo liberdade que antes me era negada devido ao peso das trevas e sombras que nos cercavam me sobressaltava, era como nadar sem o peso do próprio corpo e a falta de esforço me fazia respirar fundo ainda sem compreender totalmente a extensão do que havia acontecido.

Acordando no comodo escuro e desconhecido, era com calma que sentia a fome me remoer internamente, ainda assim eu me levantava esperando que minha mente se acostumasse com a nova leveza pela qual era acompanhada, deixando que os sussurros costumeiros se acalmassem antes de sair do quarto onde repousara.

O ambiente rico e decorado me era estranho, principalmente porque a presença de Camila não se fazia presente e a fome só crescia, sentindo os pés descalços ao encontro do tapete era a voz de Tristan que me chamava a atenção e ali eu controlava minha confusão.

“Como ele chegou aqui?”

Acostumado com o eterno discursar de Tristan era com certo alívio que o via chamar o vassalo, ali diante do atendimento rápido e eximiamente feito eu tinha certeza que as memórias confusas eram de certa forma reais.

O cheiro de vitae fazia com que minhas presas coçassem ao ganhar seu espaço em minha boca, ainda assim o controle me fazia esperar e diante da taça que me era estendida eu a tomava com cuidado para seguir o exemplo de Tristan e me sentar.

Tomando meu próprio tempo para me alimentar, era apenas quando a fome estivesse mais branda e meus pensamentos mais coesos que finalmente me pronunciava naquele início de noite.

– Não sei se foi coragem ou tolice, mas fiz o que precisava ser feito. Acredito que o cansaço da noite anterior me deixou confuso, mas parece que pela primeira vez desde que fui abraçado que minha mente está leve... Não sei se isso faz sentido.

Dizia ao sorrir de leve, levantando-me da cadeira para me servir novamente das jarras de vitae, eu gesticulava para Tristan oferecendo mais do conteúdo escarlate.

– Eu não sabia que tínhamos aposentos especiais neste Elísio, e sim Martial é um exímio político, algo que não se espera dele já que sua jovem aparência é enganosa.

Voltando a me sentar, eu bebericava com calma da taça para começar a me ajeitar, passando a mão sobre os cabeços e barba era com a sensação incomoda de não ter lavado o rosto que lutava naquele momento, assim como de estar descalço já que havia retirado as botas antes de dormir.

– Mesmo com a vitória garantida, existe uma real necessidade de reformularmos nossas defesas e proteção aos membros pertencentes a linhagens menores, este ataque nos deixou claro a falha com eles.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime15/7/2023, 02:20

A alimentação era não somente satisfatória, mas era um alívio de uma dor e um incomodo inexplicável e muito difícil de ser detalhado, porém, assim que as primeiras goladas aconteciam, os dolorosos "nós" e "arranhões" que tanto irritavam e pareciam prestes a ceder e romper, se silenciavam por completo enquanto seus sentidos eram invadidos pelo prazer único que essa alimentação, nada natural, era capaz de proporcionar. Ao menos ela era justa e equivalente sobre sua ausência e necessidade em relação ao consumo. Mas enfim, a conversa entre você e Tristan, que também levava o próprio tempo para se alimentar e inclusive, aceitava ser servido mais outra vez por você quando era oferecido. O poético e caótico inglês ouvia suas palavras e fazia pequenos gestos positivos de cabeça, até finalmente falar:

-Pois é, a verdade é que muitos, até nós, esquecemos que as vezes somos parte da alta sociedade da Corte local. E de várias outras por todos os cantos da Europa, não fazemos muita questão dessas coisas, mas aqueles que fazem, acabam sempre preparando essa pompa toda para nos receber. Afinal, eles não sabem exatamente como demonstrar gratidão ou expressar o reconhecimento, nem aqueles que são supostamente os grandes artistas entendem exatamente como as nossas percepções são expressadas. Mas enfim, nós temos vários refúgios na cidade e em especial, temos domínios nos dois Elísios.

Dizia Tristan, de maneira calma e em tom explicativo. Assim que terminava de falar, o mesmo tomava mais um pouco do sangue que ainda havia em sua própria taça, para então olhar ao redor, depositar a taça sobre o apoio mais próximo e cruzar os braços, para olhar diretamente na sua direção e questionar:

-Concordo, existe a necessidade de aprender a olhar para além dos nossos jardins e muros. Mas então, eu lhe pergunto, como faríamos isso? Infelizmente, não podemos obrigá-los a seguir as tradições da Camarilla, mas seria correto proteger e prover para quem não reconhece a sua sociedade? Ou será que seria um caso de localizar, categorizar e posteriormente converter e convencer esses membros, através de uma flexibilização do reconhecimento desses como membros, sendo eles pertencentes a clãs ou não? O que achas? Por onde devemos começar?

Enquanto argumentava e questionava, o experiente malkaviano não deixava de gesticular e fazer caras e bocas, reforçando e se divertindo em, manter sempre um nível aceitável de teatralidade em suas falas e expressões.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime16/7/2023, 19:50

O alivio quase que imediato da tensão causada pela fome me fazia suspirar, ainda mais quando o prazer se aninhava entre meus sentidos fazendo com que a velha dor se calasse por completo, ainda assim a dor da fome era justa o suficiente para tomar somente aquilo que era necessário, um alivio para meus medos das primeiras noites.

“A besta não deve se acostumar a tomar aquilo que quer... É quando isso acontece que nos tornamos monstros.”

Servindo Tristan e a mim mesmo, eu tomava meu tempo para saciar completamente a fome, ainda assim minha atenção se voltava para o cainita mais velho assim que suas palavras eram ditas.

– Esquecemos mesmo, mas aqueles que lembram acabam por nos lembrar não é mesmo? Se nem o clã da rosas é capaz de compreender nossa percepção, então chego a quase duvidar de que outro clã o seja capaz.

Comentava enquanto colocava a taça vazia sobre a mesa de centro, afinal a fome já havia sido saciada e eu não tinha o costume de me alimentar mais do que o essencial, voltando a me recostar no sofá era com atenção que ouvia o questionamento de Tristan, já que aquela era uma questão que precisava ser resolvida e exigia cuidados.

– Suas duvidas são pertinentes, mas a primeira grande questão seria, a Camarilla estaria disposta a ceder proteção a cainitas de sem clãs ou linhagens menores? Não podemos simplesmente obrigra-los a aceitar nossas leis ou julga-los como indignos delas.

Respondia ao arrumar minha postura no sofá, sentindo minha mente finalmente se recuperar do cansaço da noite passada eu suspirava com calma ao comentar.

– Veja, se tivéssemos prestado a devida atenção aos subúrbios da cidade, teríamos visto as sombras ou os agentes delas em algum momento, elas se aproveitaram de nossa cegueira e do medo daqueles que não tinham como se proteger para ganhar força. Ainda que nós filhos da lua sejamos uma ponte entre os baixos clãs e a alta corte, nós falhamos em nossa ignorância, e nessa falha podemos ser confundidos com os membros dos altos clãs. Acredito que não esteja somente em nossas mãos esse trabalho de ajudar os que não tem flamula ou proteção, nossa falha mancharia qualquer tentativa disso. Talvez seja necessária a criação de uma ponte adequando entre a Camarilla e estes membros menos afortunados, o como não depende só de nós, talvez a resposta seja mais bem formulada vindo de alguém que habita essa realidade, afinal apesar de não ligarmos para status, temos domínios nos dois Elisios da cidade, quando muitos destes membros não tem nem permissão para ter seu próprio domínio.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime29/7/2023, 13:52

-Você levantou a pergunta mais poderosa e importante, será que esse é o interesse da Camarilla?

Respondia Tristan que também deixava a própria taça sobre o móvel central, para se sentar com a maior calma do mundo e cruzar os braços. Fazendo uma pausa proposital para ouvir tudo que você tinha para dizer, o sempre muito sagaz inglês, continuava em silencio mesmo após a sua fala por alguns instantes e abrindo aos poucos, vagarosamente, um sorriso divertido na face.

-Existem várias formas de implementar uma política como essa que você sugere, a primeira é através de um decreto, que vem da força. E toda força será recebida por uma resistência e acredito que devemos, a partir desse momento, caminhar em direção a uma Camarilla com menos conflitos internos e com os olhos mais atentos aos nossos verdadeiros inimigos. A segunda forma de aplicar é através do processo de normalização cultural, veja, não estou dizendo que discordo do seu ponto de vista, na realidade não existe nada em sua fala que me faça parar e dizer, nossa, mais que neófito inocente e desbocado. Não é isso, só estou fazendo o caminho ao seu lado e é por isso que já vejo que podemos incentivar a criação de algumas peças de teatro, alguns livros de romance, algumas obras de arte, esculturas, manter a pauta ativa de forma discreta e enquanto aumentamos a presença do Xerife e de mãos fortes em torno dos lugares mais distantes e frágeis com a desculpa de enfrentamento do Sabá.

Fazendo uma curta pausa, o homem mudava de posição, dobrando as pernas para cima do sofá e sentando sobre as mesmas, para começar a gesticular com as mãos enquanto falava:

-E assim que a imagem dos que nunca tiveram imagem for firme, fincamos a mensagem fundamental de que todo membro da Camarilla e todo membro que aceitar viver sob as leis da Camarilla será um membro com todos os direitos e deveres, independente de seu clã, de sua origem, de seu passado e de seus pecados. Precisamos plantar a semente da inclusão dos esquecidos ou eles serão todos devorados pelos nossos inimigos, se não recrutados! Por exemplo, soube que você teve contato com um sujeito no refúgio dos Gangrel, pode me falar mais sobre isso? Talvez nosso primeiro passo em direção a nossos desejos seja a percepção dessa estrutura... A Ashirra.

Dizia Tristan, que não deixava de fazer vários gestos "ilustrativos" e totalmente desconexos com as próprias falas enquanto se pronunciava, além de também, manter um sorriso empolgado na face, afinal, para o mesmo, política e arte eram entretenimento da melhor qualidade.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime29/7/2023, 23:40

Cruzando as pernas diante da primeira pergunta de Tristan, era com calma que me apoiava no braço do sofá e ouvia suas palavras, afinal a mente rápida daquele filho da lua era capaz de elaborar planos complexos sem muitos problemas para tal.

“Um plano a longo prazo, sim é a forma mais segura de garantirmos efetividade em nossa proposta e menos ruídos para riscar as paredes desta relação.”

Observando os movimentos de Tristan eu me mantinha calado e atento as suas palavras, a experiencia politica do cainita o faziam uma peça crucial em nossa linhagem, principalmente quando se referia ao jogo de corte mais social, já que a figura de Tristan e sua irmã se sobressaiam com facilidade neste campo.

– Ah sim a Ashirra... Bom digamos que no refugio dos lobos, quando consegui convencer Marie Feroux a caçar nossos atacantes, ela só o fez porque teve o apoio da espada de Ashraf al-Ifriqi, e ele por sua vez só o fez porque teve a promessa que os filhos dos lobos e nós filhos da lua intercederíamos por eles criando possíveis conexões e contatos para a Ashirra com a coroa local. Com isso acordado ele ofereceu a própria força e a de seus irmãos para combater o perigo que nos assolava.

Comentava enquanto relembrava do rápido encontro da noite anterior, era com cuidado que tentava decifrar a origem de Ashraf, já que meu contato com os povos do oriente era antigo. Balançando a cabeça ao reconhecer os padrões turcos das vestes deste eu sorria ao continuar a falar.

– Bom se a força de combate da Ashirra foi uma peça importante para nossa vitória, tenho certeza de que Violette os escutará com atenção, afinal ela é prole de Altamira e por isso uma guerreira natural. Mas seria de nosso interesse que essas conexões pudessem ser resguardadas e asseguradas, afinal é uma vantagem conhecer a língua deles e essa é uma carta que nos poderá ser muito útil, principalmente para honramos a palavra que dei naquele momento. Até porque sei que foi imprudência minha ter tomado tal decisão sem o consentimento de Lucie ou de vocês.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime5/8/2023, 23:52

-E qual é a graça de uma eternidade sem um pouco de imprudência?

Respondia Tristan com um largo e divertido sorriso no rosto, para então, simplesmente e de maneira brusca, se virar na direção da porta de saída do ambiente em que vocês estavam, para olhar na sua direção enquanto segurava a maçaneta e questionar.

-Vai ficar ai? Temos algo muito mais importante a fazer!

Sem esperar a sua resposta, Tristan abria a porta em um movimento rápido e era imediatamente assustado por algo que o havia pego de surpresa.

-Pelos céus!

Assustado, Tristan levava as mãos no peito e somente quando o mesmo se abaixava que você via a figura de Thea, com uma expressão maliciosa na face, típica de uma irmã que havia acabado de importunar o próprio irmão com sucesso.

-Tudo isso é medo da sua antiga amiga é? Cuidado com esse medo do passado meu irmão, ele pode te alienar! E você, é você mesmo, rapaz Gaetan, já está pronto? Imaginei que poderia lhe encontrar aqui, temos que ir até a corte e explicar umas coisinhas bem rápidas para alguns ouvidos. Depois disso, vamos todos para casa, está bem?

Questionava Thea, enquanto Tristan ainda se dedicava a se recompor.

-Digamos que alguns boatos correram pelos corredores e chegaram até a corte sobre a presença de um baali na sua comitiva ontem a noite, Gaetan, e rapidamente muita coisa começou a se movimentar, tem muitos membros traumatizados demais para ouvirem um pouco de razão, porém, por sorte ou não, a regente desse Elisio não permitiu que nenhuma iniciativa fosse realizada contra a tal loira que chegou em sua companhia na noite passada, mas se você deseja preservar a existência dela, precisamos nos mover rapidamente e encontrar com a figura do Principe local. Estás pronto?
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime8/8/2023, 17:31

As palavras de Tristan me faziam sorrir com calma, apesar de poder tomar tais iniciativas, era arriscado assegurar compromissos e não ter como manter a palavra, mas decida a urgência da noite anterior seria compreensível tal escolha.

Respirando fundo diante do aviso fortuito de Tristan, eu me levantava do sofá, um riso baixo escapava de meus lábios diante do susto tomado pelo cainita mais velho, ainda rindo eu tomava meu tempo para arrumar minhas vestes sujas enquanto Thea e Tristan conversavam brevemente.

”Uma pessoa que Tristan teme... Ela com toda a certeza deve ser tão assustadora quanto a Madam Auvray”

Voltando os olhos surpresos na direção de Thea, era com um breve aceno que concordava com a mesma, respirando fundo ao saber que não estava da maneira mais apresentável, eu apalpava o bolso da calça para ter certeza que a moeda entregue por Sebastian ainda estava em minha posse, afinal eu deveria entrega-la ao dono assim que fosse possível.

– Vamos então, o monsieur Tristan acaba de me avisar que tínhamos tarefas a cumprir, só esqueceu de me avisar quais.

Dizia ao apontar de leve na direção de Tristan em uma clara implicância com o mesmo, dobrando as mangas da camisa que usava eu passava a mão por meu cabelo enquanto indicava que Thea deveria ir a frente.

– A Madam Auvrey levou em conta minhas palavras ontem a noite, espero que isso seja o suficiente para manter Aurianne viva até conseguirmos nos apresentar. Ouça Thea, apesar de tudo ela é inocente dos acontecimentos que levaram ao ataque da noite anterior, e sem as informações que ela nos passou, teria sido uma batalha penosa para todos.

Comentava enquanto andava na direção que Thea indicava.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime20/8/2023, 00:28

-Ah, então vocês tem afazeres, certo, entendi. Faremos assim, eu sigo em frente e já abro o caminho enquanto vocês resolvem o que precisam resolver, bem rapidamente por favor.

Respondia Thea.

-Certo, estou bem, apesar da tentativa de assassinar a minha sanidade! Francamente! Vamos então, não se preocupe, seremos breves. Mas antes de irmos até a vossa Majestade, interceder por uma mulher que todos querem atear fogo, precisamos falar com alguns aliados. Então, nos reencontramos na sala do trono, está bem?

Afirmava Tristan, já recuperado do susto que havia sofrido anteriormente, finalizando a fala com um questão o sempre dramático e teatral homem cruzava os braços e esperava a resposta de Thea que vinha com um simples e prático sinal positivo de cabeça e um silencioso virar de corpo por cima dos calcanhares, girando para então, seguir em uma caminhada acelerada e próxima de uma corrida em uma direção específica.

-Essa dai certamente tem alguma coisa frouxa na cabeça.

Comentava Tristan, sorrindo com a própria brincadeira, afinal, era um louco acusando a loucura de outro.

-Enfim, vamos nos adiantar. Antes que Thea reapareça vestida de bicho papão de novo! Nós temos uma visita inesperada no caminho, o nome dessa visita é Luna Giovanni. O patriarca do clã da Morte foi um dos caídos na noite passada, Luna é sua herdeira direta a tudo que o mesmo possuía aqui na cidade e é muito. Um dos últimos pedidos do Patriarca era o de se encontrar contigo, afinal, foi você que passou a visão para o antigo membro do clã da morte dessa região, lembra? Pois então, ele queria algo que talvez sua filha possa clarear para nós, além disso, vamos prestar nossos sentimentos e estender a mão. Afinal, se sua visão foi outrora ouvida, foi por intermédio pelo clã da morte e agora, diante dela, seus membros se encontram perdidos. Pronto para revistar suas memórias sobre a sua visão meu jovem?

Questionava Tristan, aguardando a sua fala para finalmente já sair do quarto em direção ao já anunciado encontro.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime22/8/2023, 22:26

Sorrindo com calma para Thea eu concordava com brevecidade sobre o teor de suas palavras e planos, afinal Tristan era um enrolador de primeira linha e devíamos ser rápidos se quiséssemos que uma inocente não tivesse a cabeça arrancada naquela noite.

“O medo e dor nublam a razão, e depois dos ataques poucos cainitas terão condições de ser racionais.”

Rindo com as palavras de Tristan eu sorria de leve, aquela pequena implicância entre irmãos era sempre bem vista, afinal os dois se comportavam como tal e eu aprendera a respeitá-los como tal.

– Devo dizer que a sanidade não combina em nada conosco.

Comentava a Tristan em uma resposta simples a brincadeira ali feita, me atentando as informações da visita que faríamos eu respirava fundo, afinal por muitos anos a minha primeira previsão me assombrara durante as noites mais calmas, agora sem o peso das sombras eu parecia mais preparado para enfrenta-la.

– Acho que nunca me esquecerei dela, mas posso dizer que não esquecerei deste intermédio, o sumiço repentino do antigo clã da morte nos foi sentida com peso, ainda assim é necessário criarmos novos laços com o atual clã, ainda mais em tempos tão sombrios e com uma perda tão pesada.

Gesticulando para que Tristan fosse a frente, eu respirava ao continuar minha fala.

– Se estou pronto ou não, só existe uma maneira de sabe-lo. Vamos esperar que a mademoiselle Luna possa encontrar as respostas que seu senhor buscava.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime24/9/2023, 12:50

Junto de Tristan, você caminhava em uma direção desconhecida, porém, fácil de ser compreendida. Os corredores do Elísio os levavam para a parte externa do grande forte onde era localizado, os ventos frios de uma noite tranquila e pacífica logo os alcançavam para movimentar suas vestes e cabelos. Diante deles, Tristan brincava de encenar reações de frio, como se estivesse a fazer pequenos testes dramáticos para alguma peça de teatro que certamente estava sendo escrita em sua mente. E por fim, após se direcionarem para o prédio central do forte, vocês deixavam os ventos para trás e estavam a cruzar novos corredores de pedras e pouquíssimas decorações, afinal, era um forte de guerra e não um palácio deslumbrante.

Por fim, diante de uma porta onde haviam dois guardas armados a frente, com as lanças cruzadas em posição de defesa a atenção, Tristan parava para olhar na sua direção e depois na direção dos guardas.

-Chegamos... Senhores, por favor, estamos aqui para ver a Senhora Giovanni.

Fala Tristan, direcionando primeiro a voz à você e em seguida aos guardas que prontamente faziam uma saudação sincronizada e abriam espaço, removendo as lanças da frente e cedendo passagem. Tristan tomava a iniciativa de abrir a porta, deixando-o entrar a frente.

Dentro da sala, era fácil notar que havia uma decoração mais elaborada, mas sem grandes exageros ou luxos. Era uma sala de estar pequena, dedicada para reuniões. O mais interessante de todos os detalhes eram os espelhos ou superfícies espelhadas, todas estavam cobertas. E as velas, antes certamente de cera branca, eram agora negras e suas bases feitas em ossos. Sentada em uma das poltronas estava a figura de uma mulher de vestes negras e uma maquiagem de tons escuros e frios que contrastavam com sua pele profundamente alva.

-Boa noite, senhora Giovanni. Meu nome é Tristan e este é Gaetan Donnet, somos os representantes do clã Malkaviano que foram solicitados por ti ao principado local...

Os olhos da mulher os observava e analisava, a mesma então fazia uma curta reverência e falava:

-Boa noite meus caros, é um prazer conhecê-los. Meu nome é Luna Giovanni, me desculpem a urgência, mas eu gostaria de saber qual de vocês é o receptáculo da visão de anos atrás e que possa ser o porta voz da mesma nesse momento de reconstrução...

Prontamente após a fala de Luna, Tristan fechava a porta da sala e com um sinal simples com a cabeça, indicava que seria você o protagonista daquela conversa.

Luna Giovanni:
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime25/9/2023, 22:41

Era com calma que caminhava ao lado de Tristan, atenta aos meus redores e direções que tomávamos, era o ar frio da noite que me fazia relembrar da existência do forte, e com isso eu sorria levemente, afinal havia segurança para os terrores da batalha que havia acabado.

Sentindo o vento brincar entre meus cabelos e vestes, era com interesse que observava nosso caminho nos levar até o prédio central e seus intricados corredores, diante da porta guardada cuidadosamente pelos soldados eu permanecia em silencio enquanto Tristan nos recepcionavam, ali antes de entrar na sala eu arrumava minha postura e vestes.

“Os herdeiros da morte tem olhos afiados, mas dessa vez terão que relevar meu estado.”

Adentrando na sala, meus olhos se perdiam na decoração única, embora ainda simples eram os ossos decorativos e as velas negras que dividiam minha atenção com os espelhos cobertos, algo que me fazia coçar a nuca em sinal de ansiedade.

Voltando minha atenção para a mulher, eu esperava pacientemente que Tristan nos apresentasse, diante das palavras daquela que se apresentava com Luna Giovanni eu respirava fundo, afinal a indicação de meu primo me deixava claro que era minha hora de guiar o que aconteceria.

– Boa noite mademoiseille Giovanni, não há reais necessidades de desculpas, a noite passada impactou a muitos e por muito mais tempo ainda sentiremos os ecos dela. Eu fui o receptáculo da visão de anos atrás, na época nós a levamos tal visão até o monsieur Aurélien Blaise.

Arrumando a postura era com uma breve e educada mensura que sorria para Luna ao continuar.

– Então mademoiselle Giovanni, eu não duvidaria em prontamente responder ao seu chamado e a de seus irmãos de clã. Me diga o que precisas saber do pesadelo que por muitos anos me assombrou.
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MensagemAssunto: Re: 2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet    2º Arco - 5º Ato: Narrativa de Gaétan Donnet I_icon_minitime

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