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Narrativas De World of Darkness Estruturadas Nas Versões de 20 Anos
 
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 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli

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Lugo Narrador

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MensagemAssunto: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime16/7/2023, 16:46

1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli

Segunda-feira - 19 de Abril de 2021 - Melbourne


A luz da enorme lua continuava a iluminar vocês naquele local que protagonizou um dos maiores incêndios que você havia visto em uma cidade e uma luta que havia ceifado a vida de uma Garou. Naquele local, você tinha visto em primeira mão o que significava ser um Garou, as obrigações deles e os possíveis inimigos que teria de enfrentar. Será que seria daquela forma todas as vezes? Será que a vida de um Garou era somente isso? Enfrentar monstros e torcer para não morrer? Essa era apenas algumas das várias perguntas que rodeavam a sua cabeça após aquela noite que rapidamente ia ficando para trás.

O sorriso divertido e empático de Grigoria era a última coisa que você via dela naquele local arrasado. Assim que você se concentrava e transformava de volta em sua forma de guerra, o grupo rapidamente voltava ao caminho que os levaria daquele lugar. Liderados pelos lobos a frente, seguida de Grigoria e, por fim, você, o grupo seguia praticamente o mesmo caminho que era feito na ida. Como você estava em uma forma que não era tão rápida como a dos lobos, e ainda precisava carregar uma arma de guerra pesada, eles colocavam um ritmo que você conseguiria correr sem se desgastar mais do que já estava.

O caminho da volta era tão calmo quanto o da ida e com facilidade vocês finalmente chegavam até o local onde tinham entrado na penumbra, a clareira da casa de Viktoria. Sem pensar duas vezes, vocês rapidamente atravessaram a película que separava os mundos e enfim voltavam ao mundo físico, onde tudo havia começado.

Os lobos que antes eram maiores do que carros agora se pareciam mais lobos de verdade, exceto por aquele que usava uma coleira. Se antes ele era o maior e mais visceral dos lobos que estavam com vocês, agora ele era o menor e parecia mais como um cachorro de rua do que um lobo em si.

Apesar de intrigantes, os lupinos não ficavam ali por muito tempo. Depois de conversar brevemente com Grigoria, os lobos olhavam para você como se estivesse se despedindo e se dispersaram, saindo da clareira cercada de árvores e sumindo de sua visão, deixando a sozinha com a grega mais experiente.

Foi somente quando os lobos se foram que vocês andaram até a cabana da falecida Viktoria e o clima finalmente pesou. Grigoria que antes havia conseguido internalizar a dor da perda, agora parecia muito mais abalada depois de entrar na casa de sua antiga companheira de tribo. Mesmo que você não estivesse em sua forma lupina, o cheiro de Viktoria ainda estava marcado em sua memória e você claramente conseguia senti-lo na cabana dela.

Grigoria então lhe instruiu a deixar o machado em cima da mesa que ficava na sala e, em seguida, se diria até o cômodo que ficava no fundo da simples cabana. Seguindo-a, você encontrava um quarto com uma cama bagunçada e alguns sofás. Grigoria lhe instruiu para se deitar na cama enquanto ela começava a arrumar um dos sofás para se deitar.

Deitando-se para testar a cama, você finalmente sentia o seu corpo latejar e se tocava que estava muito tarde. Olhando o relógio que ficava ao lado da cama, você via que já passava das 3 da manhã e logo mais o sol iria nascer.

- Korina, vamos descansar por agora. Amanhã teremos um longo dia e precisamos descansar.

E assim as palavras de Grigoria encerraram a noite.



Depois de um dia completamente fora da curva, você finalmente conseguiu descansar e teve uma das melhores noites de sono da sua vida. Sem pesadelos, sem sonhos estranhos, sem acordar no meio da noite e mesmo com o sol entrando pelas várias janelas do quarto, você conseguia descansar por completo.

Você despertava tranquilamente com o sol batendo em seu rosto e esquentando sua pele. Pela temperatura que sua testa estava, provavelmente já estava com o sol no rosto há muito tempo e quando olhava para o mesmo relógio você via que eram quase 10 horas da manhã.

Levantando-se, você também notava que Grigoria já não estava mais dormindo e nem no quarto estava, mas não demorava para ouvir a voz dela, que vinha do cômodo anterior, a sala.

- Muito bem, vamos nos encontrar mais tarde. Ela ainda está dormindo. Ontem foi um dia… difícil, então quero deixá-la descansar mais um pouco, mas assim que estivermos prontas irei lhe informar. Certo, até mais tarde então.

Quando Grigoria terminava de falar, ouvia um de algo batendo na mesa e, em seguida, ouvia a mulher mexendo em algumas panelas. Assim que o barulho das panelas chega ao seu ouvido e o cheiro da comida dominava o seu olfato, era o seu estômago que falava alto para lhe lembrar quanto tempo fazia que você não se alimentava.
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Jess

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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime17/7/2023, 14:30

Era sob a luz da enorme lua que me esforçava, mesmo que o labrys já não fosse impossível de se carregar, ainda era uma arma pesada e carrega-la na corrida que fazíamos ainda era um desafio.

O cheiro de cinzas e fogo aos poucos eram deixados para atras, e a brisa fria da noite me acalmava como uma velha amiga, uma da mesma forma que Grigoria vinha demonstrando ser, para minha sorte os lobos a nossa volta mantinham um ritmo respeitoso com meu cansaço, e por fim quando finalmente chegávamos a clareira em que havia despertado eu respirava fundo e de certa forma feliz por ter sobrevivido aquela noite.

“Será que sempre serei grata por sobreviver? Quantas mais noites sentirei isso?”

Voltando a minha forma normal eu lidava com o peso do labrys ao finalmente fazer a passagem de volta, ali os enormes lobos me surpreendiam pelo tamanho considerado normal, mas a maior surpresa era a verdadeira estatura e aparência do lobo que claramente se comportava como o líder da matilha.

“Então podemos nos passar por lobos normais?”

Acenando com uma das mãos a despedida silenciosa da matilha que tomava seu rumo, eu apenas me limitava a seguir Grigoria, o cheiro de Viktoria me fazia sentir a perda da garou com força, mesmo que ela não estivesse mais ali, era o cheiro que me lembrava de sua presença e principalmente de sua perda.

Era em silencio que depositava o labrys em cima da mesa que me era indicada, eu sabia que estar ali era mais cruel e pesada com Grigoria do que era pra mim, ainda assim não tinha forças para mencionar o fato.

“Talvez nem seja bom, ainda é recente demais pra nós duas.”

Me atentando ao horário da noite, era o peso de toda aquela realidade que finalmente se abatia completamente contra meu corpo, assim quando Grigoria indicava a cama eu simplesmente me deitava sem questionar, a dormência do meu corpo e todo o cansaço finalmente me dominavam e o sono vinha sem que eu tivesse forças pra lutar.

O despertar confuso fazia com que minha mente demorasse a entender que aquele não era meu quarto, o sol alto e o calor natural me fazia acordar de maneira preguiçosa, ainda assim eu aproveitava aqueles momentos para colocar minha mente em ordem devido a noite tumultuada.

Era o som da voz de Grigoria que me chamava a atenção, finalmente me sentando na cama eu ouvia sobre o encontro com alguém e meu descanso, algo que me deixava inquieta.

“Será que elas vão acreditar quando eu contar como a Viktória morreu?”

Tentando afastar os pensamentos tristes naquele inicio de manhã, eu ria baixo diante do protesto de fome de meu estomago, afinal a noite passada havia sido difícil e eu mal comera no dia anterior.

Levantando-me da cama, eu me esticava para acordar completamente e só então ir até a cozinha.

– Bom dia Grigoria, eu acho que dormi demais, me desculpe.”
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime26/7/2023, 21:44

Tomando seu tempo para acordar, era somente após você se levantar que sentia como seu corpo estava dolorido. Mesmo sendo acostumada a fazer algumas caminhadas, trilhas e praticar esportes com certa frequência, você ainda não escapava da sensação dos músculos doloridos após uma extensa atividade física.

Você não tinha percebido até então, mas junto das outras Garous você tinha andado muitos quilômetros e ainda tinha enfrentado uma besta muito superior fisicamente. Porém, a maior dor não era a dor física, mas sim a dor que estava no buraco da sua barriga causada pela fome.

Recapitulando os eventos recentes, você se lembrava que sua última refeição tinha sido no almoço do dia anterior, onde tinha se juntado com a família de Kathy antes de todo aquele desastre acontecer. Desde então, você não tinha se alimentado e tinha feito muita força física, o que consumia bastante energia.

Após se levantar, suprimir a dor, os protestos do seu estômago e ouvir a conversa de Grigoria, com quem quer fosse que ela estava falando, você rapidamente se dirigia até a sala/cozinha que Grigoria estava.

Sala de estar e cozinha:

Passando pelo buraco que deveria haver uma porta e que separava os cômodos, você chegava até o local e via Grigoria no fundo do cômodo, próximo do fogão a lenha onde ela preparava ovos, bacon e torrava alguns pães na mesma frigideira. Assim que você entrava, a mulher prontamente notava sua presença antes mesmo de você falar.

- Bom dia Korina. Não há para que se desculpar, você deveria estar cansada. Eu também estava e acordei há pouco tempo. Pode se sentar no sofá, já estou terminando o nosso café da manhã.

Grigoria te respondia indicando o sofá e as poltronas que ficavam literalmente no meio da cabine. No local, você também notava que o machado duplo de Viktoria estava escorado no sofá, como se fosse alguém sentado em um dos lados. Após falar, a mulher começava a passar os cheirosos alimentos da frigideira para dois pratos para, em seguida, pegá-los e colocá-los na mesa de centro da sala.

- Não sabia o que você gostava de comer, então fiz o básico. Você quer algum suco ou água?

Após te perguntar, a mulher ia até a cozinha novamente e abria uma das portas dos armários e revelava um frigobar duplo de onde ela tirava suco, provavelmente de laranja, e uma garrafa de vidro com água. Em seguida ela ia até o armário do outro lado e tirava dois copos para enfim colocar na bancada e servir os líquidos, de acordo com o que você tinha pedido.

Já com os copos cheios, ela voltava até a mesa de centro, colocava os copos e se sentava em uma das poltronas simples para te olhar comer enquanto segurava um copo de suco.

- Então, conseguiu dormir bem? Ontem foi um dia extremamente longo e uma noite complicada. - ela começava falando com um meio sorriso empático. - Imagino que você ainda esteja cansada hoje, não é?

Grigoria fazia as perguntas enquanto bebericava a bebida e te analisando com os olhos.

- Além do cansaço, acho que você também deve estar cheia de dúvidas… já deveria estar ontem de noite, antes de tudo aquilo acontecer, imagino agora. - ela falava com um tom um pouco mais divertido. - Portanto vamos tirar o dia hoje para resolver a maior parte dessas dúvidas, certo? Até porque eu acho que você não vai conseguir ir trabalhar hoje… - ela terminava fazendo mais uma pergunta e esperando sua resposta.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime29/7/2023, 16:29

As dores de me levantar fizeram com uma leve arfada escapasse de meus lábios, afinal os ecos da noite anterior ainda pareciam afetar em muito meus músculos e corpo, ainda assim eu enrolava os cabelos em uma tentativa de mante-los o mais arrumados possível antes de me apresentar a Grigoria.

A falta da porta separando os ambientes me fez sorrir de leve, aquela parecia ser uma característica de Viktória, a simplicidade clara e nua, algo que me fazia gostar ainda mais da garou caída.

“Ela era uma loba né... Faz sentido não gostar de portas.”

As palavras de Grigoria me faziam assentir de leve enquanto esta se concentava em terminar o café da manhã, aceitando a sugestão de onde me sentar, era com interesse que observava o enorme machado duplo que estava colocado em uma de suas pontas, a arma conseguia o feito de parecer maior a luz do dia, mas era o cheiro de comida que me fazia voltar os olhos para Grigoria.

– Hamm eu não tenho muita frescura com comida, então não se preocupe com isso. Eu aceito o suco se não for dar mais trabalho.

Esperando Grigoria servir as bebidas, era com calma que recebia o copo desta, ali por mais que eu tentasse ser educada era a sede acumulada que me fazia beber o conteúdo do copo com rapidez, respirando fundo eu colocava o copo sobre a mesa de centro esperando que Grigoria escolhesse o próprio prato para então pegar o outro.

Ainda assim eu me atentava as palavras desta e concordava com um breve aceno, por mais que eu quisesse voltar a “normalidade” muita coisa havia acontecido e o incêndio parecia ser a menor delas, assim como meu trabalho de entregadora.

– Acho que consigo uns dias de folga de qualquer jeito. Eu tinha umas folgas pra tirar e algumas boas horas extras feitas. Mas eu preciso pegar minha mochila com a filha da senhora Anderson. Pelo menos meu celular ficou na mochila.

Eu comentava antes de comer uma das fatias de bacon apenas para dar sossego para meu estomago que roncava alto, mastigando devagar a comida eu engolia antes de perguntar a Grigoria.

– O lobisomem que encontramos ferido ontem, como ele está? E porque por mais que eu tentasse falar eu não conseguir ser entendida na forma de batalha?

Voltando os olhos para o antigo labrys eu respirava ao voltar os olhos para Grigoria e perguntar.

– O que vai acontecer agora, como é que as coisas vão ser daqui pra frente?
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime2/8/2023, 22:37

Quando você tomava o suco e pegava o prato, Grigoria esboçava um sorriso no rosto como se alguma preocupação sumisse. Assim como você, a Garou não hesitava e pegava o prato, onde colocava um pouco dos ovos em cima do pão e dava uma bela mordida enquanto te ouvia falar.

Apesar do som crocante da mordida de Grigoria na torrada, ela não fazia mais nenhum som e te ouvia com atenção até você fazer todas as perguntas.

- Ah sim, suas coisas ficaram com a Ivy, né? Não se preocupe, podemos pegar mais tarde. - ela fazia uma pausa para terminar de mastigar e engolir a comida. - Mas antes de responder suas perguntas acho que te dar um update sobre o que aconteceu com eles. - falava ela, fazendo mais uma pausa para encher o copo com um pouco mais de suco. - O incêndio foi mais forte do que qualquer um poderia prever e sabemos o porquê... Ele destruiu o acampamento todo e se propagou para os arredores, inclusive para o parque, mas, depois que vocês derrotaram o maldito, os bombeiros conseguiram conter e apagar o fogo. - ela fazia mais uma pausa para tomar mais um gole do suco. - Felizmente não houve fatalidades e poucas pessoas se queimaram. O senhor Anderson teve queimaduras leves, mas está bem.

Depois de te contar sobre o que aconteceu com a família Anderson, Grigoria voltava a te olhar com curiosidade e preocupação antes de voltar a falar e responder as perguntas que você fez.

- Agora sobre o Cole, aquele Garou que achamos ferido, ela está bem. Aqueles lobos que vieram comigo quando te encontramos eram da matilha dele. - ela explicava com calma. - Eu os encontrei não muito longe dali e um dos membros da Matilha era um Theurge… algo tipo um xamã, para ser mais prática, e ele ficou sob os cuidados dele enquanto os outros vieram comigo. Então não se preocupe com o Cole, ele vai ficar bem.

Grigoria explicava o que tinha acontecido com a mesma calma de sempre e após explicar aquilo ela voltava ao prato para pegar um pedaço de bacon para mordiscar antes de voltar a falar.

- Sobre não conseguir falar na forma de crinos, bom, a explicação para isso é mais científica, por mais estranho que isso soe. - ela falava com certo divertimento e com um sorriso no rosto, achando graça da própria fala. -  Os humanos conseguem falar porque o nosso corpo consegue produzir esses sons, mas as formas lupinas falham nisso. Portanto, se você estiver em uma forma diferente você não vai conseguir falar e quão mais lupina for essa forma, mais difícil vai ser tentar falar algo. Por exemplo, na forma lupina ou hispo, que é um lobo gigante, você não vai conseguir falar.

A Garou continuava a explicar e parava mais uma vez para te olhar e ver se você estava entendendo.

- Lobos se comunicam por uivos, feromônios, ações corporais, emoções, mas não por palavras. Felizmente, há muito tempo atrás, os Garous desenvolveram uma língua que podemos usar nas formas mistas como Crinos e Glabro. Essa língua é uma mistura de tudo e logo mais você vai aprender também.

Porém era sua última pergunta que fazia a Garou suspirar levemente e até mesmo olhar na direção do machado ao seu lado, da mesma forma que você tinha feito.

- Bom, ser um Garou na sociedade atual é… complicado. - ela começava com bastante cuidado. - Nós, Garous, temos uma conexão sobrenatural com a natureza e o mundo espiritual então são poucos que conseguem manter uma vida “normal” na cidade, até porque as cidades são perigosas para nossa raça. Os malditos, por exemplo, são criaturas que crescem de sentimentos negativos dos humanos e esses sentimentos são facilmente encontrados nas cidades. Além dos malditos existem corporações inteiras que são corrompidas por espíritos corruptores e atuam diretamente para a destruição do mundo espiritual. O reflexo disso pode ser visto no mundo real como o desmatamento e outros crimes ambientais e é nosso dever lutar contra isso para manter o equilíbrio.

Depois de fazer aquela explicação, Grigoria se encostou na poltrona antes de continuar a falar.

- Isso não significa que é impossível viver nas cidades, so… é difícil. Por isso muitos de nós vivemos em áreas afastadas dos centros urbanos. Alguns de nós vivem completamente isolados da vida urbana, mas isso vai depender de você. - ela falava te olhando diretamente nos olhos. - Sei que é difícil imaginar vivendo fora da cidade, sem trabalhar… afinal como você vai se sustentar, certo? Bom, sempre existe um jeito. Nossa tribo tem conexões na cidade, com políticos, mas você também pode aprender a viver da natureza, como muitos acreditam que seja o caminho correto para nossa raça. Veja a Viktoria, por exemplo, ela nasceu como uma loba, mas foi abandonada pela matilha após ser ferida. Uma das anciãs da nossa tribo a acolheu e ensinou ela sobre a vida da cidade. Foi difícil mas ela aprendeu a se passar por um humano, aprendeu a dormir em camas, morar sob um teto de madeira e até mesmo comprou um frigobar para a casa dela… Então se você quiser voltar para cidade e ter uma vida normal é um opção, mas também pode se voltar para as raízes de nossa sociedade e entrar mais a fundo na vida dos Garous.


Finalmente terminando de falar, a mulher se inclinava para frente novamente, colocando os cotovelos em cima dos joelhos e cruzando as mãos embaixo do queixo para te passar a palavra.

- Você não precisa responder agora, afinal você vai precisar aprender sobre a vida de um Garou de toda forma, mas eu te pergunto, o que você pensa em fazer? - perguntava ela e ficava esperando pela sua resposta.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime5/8/2023, 22:39

As reações de Grigoria me deixavam confusa, aquele era um cuidado ao qual eu não estava acostumada e por diversas vezes chegará até invejar, ainda assim era em silencio que comia enquanto a mulher começava a me contar o que havia acontecido.

“Queimaduras leves e o camp inteiro consumido... Mesmo que eu quisesse não teria como pagar pelo estrago feito pela Layla...”

Sorrindo com suavidade ao descobrir que Cole ficaria bem, voltava os olhos para o labrys de Victória por alguns instantes, instantes que o peso da escolha de seguir em direção do Maldito se faziam presentes sob meus ombros.

“Você teria desistido se eu não tivesse te seguido?”

Usando o garfo para remexer os ovos enquanto ouvia Grigoria, eu chegava a mordiscar de leve uma torrada e comer mais uma fatia de bacon, eu ria baixo diante da explicação da grega sobre como não podia falar em minha forma de batalha.

– Legal, somos criaturas mitológicas que estão sujeitas a ciência... Faz muito sentido mesmo!

Diante do peso da realidade que vinha junto com a minha transformação, eu respirava fundo ao encarar meu prato, deixando que Grigoria terminasse a longa explicação eu comia um pouco dos ovos e me servia de mais suco antes de encara-la com seriedade.

– Eu sinceramente não sei, quer dizer... Eu fiz o contrato com o Tulu e tenho certeza de que aquela ave não vai me deixar em paz até eu pagar. Além disso eu não tenho muita certeza, mas... Eu to cansada de me esconder e correr de pessoas que nem são minha família, então a única certeza que eu tenho é que vou sobreviver.

Tomando um longo gole do suco, eu suspirava fundo ao continuar a falar.

– Antes de tudo isso, eu tava estudando pra ser guarda florestal, acho que isso não mudou e possivelmente seja a melhor maneira de ser independente financeiramente. Eu não sei o que esperar disso Grigoria, mas sinto que a Victoria não me perdoaria se eu virasse as costas pros garous... Além do mais eu disse que levaria o Labrys de volta as nossas irmãs, eu não pretendo deixar de fazer isso, não seria justo com ela.

Voltando os olhos pra direção do frigobar, eu sorria com calma antes de voltar meus olhos para Grigoria e comentar.

– Além do mais, eu preciso aprender sobre o que sou, e isso toma tempo. Então não posso virar as costas pra vocês, eu já fiquei sozinha por tempo demais na minha vida normal, não quero ficar agora que não sei o que fazer nessa nova vida.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime13/8/2023, 20:09

Grigoria quase se engasgava com o suco que tomava quando você indagava sobre o dilema da ciência e mitologia que os Garous enfrentavam. Balançando a cabeça positivamente enquanto ria e se recuperava do pequeno engasgo.

- Verdade, não faz muito sentido, mas ao mesmo tempo faz. Garous não deixam de ser lobos, só que com um toque mágico de Gaia, nossa criadora.

Depois de ouvir suas palavras e entender o seu próprio dilema, ela se escorou na cadeira e cruzou uma perna por cima da outra antes de começar a falar.

- Sei que é confuso e difícil, mas a vida de um Garou é assim mesmo. Nós somos humanos e Garous, por isso vivemos as leis humanas e as da natureza. Achar o equilíbrio faz parte da nossa existência, foi por isso que Gaia nos criou. Muitos Garous, principalmente os que nasceram lupinos, não tem envolvimento nenhum com o mundo humano nesse sentido pois eles vivem da natureza, porém é normal que os Garous hominídeos ainda tenham trabalhos ou uma vida nas cidades, mas isso não é uma regra.

Fazendo uma pausa, ela olhava novamente para o machado de Viktoria antes de continuar.

- Como te falei antes, trabalhei por algum tempo na polícia e pude desempenhar meu papel em ambas as sociedades. Não vou mentir e dizer que não vai ser difícil porque vai sim. Certa vez eu fiquei perdida no mundo espiritual por uma semana até que um theurge salvou nossa matilha. Quando voltei ao trabalho, recebi uma punição severa e até fui suspensa por outras coisas que minha vida Garou me obrigou a fazer.

Respirando fundo, a mulher parava por um momento para pensar em algo e fazer uma careta, como se tivesse lembrado de algo desgostoso.

- Porém ser policial é um emprego muito estressante até mesmo para quem só é humano… Empregos como guarda-florestal ou algo que te conecte mais com a natureza ou te dê mais liberdade no dia a dia são bem mais quistos por nós. Minha dica é, não se desespere nesse começo. Você vai aprender muita coisa e conhecer muitas pessoas. Quem sabe você não encontra seu futuro em algo diferente?

Terminando de falar, a mulher se levantava para pegar o prato dela e levar até a bancada, onde colocava na pia e, em seguida, se virava novamente na sua direção.

- E por falar no machado de Viktoria, mais tarde iremos nos encontrar com as anciãs de nossa tribo. Os ventos carregaram a notícia de que a Guardiã de Isthmene caiu e elas decidiram fazer uma visita. Então você poderá entregar o machado e também vai poder se apresentar. - ela fazia uma breve pausa para ver a sua reação e continuava. - Geralmente quando um filhote se transforma, ele é instruído por um guardião para aprender o básico e dominar as formas básicas, então é bem incomum um filhote ter contato com os mais antigos antes do ritual de passagem. Mas não se preocupe, você não será cobrada de nada nesse começo e ainda temos bastante tempo para tirar suas dúvidas ou visitar os Anderson e ver como eles estão.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime16/8/2023, 21:27

Rindo com o quase engasgar de Grigoria, eu mordiscava a comida que ainda sobrava em meu prato com calma, afinal aquela conversa prometia ir longe e a fome não esperava.

“É fácil falar com a Grigoria, espero que seja assim com as outras garous da nossa tribo.”

Atenta as palavras da grega mais velha, meus olhos observavam os movimentos desta e até mesmo o Labrys de Victoria por alguns segundos, as poucas lembranças da garou ainda me eram recentes demais, mas ainda assim faziam com que meu peito se apertasse em dor com sua partida.

“Se pra mim já dói, não posso imaginar o quanto é sofrido pra Grigoria.”

Acenando de forma positiva as palavras de Grigoria, eu concordava com o conselho que me era dado, afinal uma nova vida se apresentava a minha frente e eu precisava entender quem eu era naquela nova realidade.

– Eu nunca fui muito sociável, então a ideia de virar guarda de parque sempre me pareceu agradável. De qualquer forma eu ainda tenho tempo e acredito que tenho muito que aprender antes de tomar uma decisão definitiva.

Comentava antes das palavras sobre a visita das fúrias mais velhas, terminando de comer eu respirava fundo ao me levantar e ir até a pia para lavar a louça enquanto respondia.

– Eu preciso de um tempo pra digerir tudo, e realmente preciso do meu celular, então acredito que seja melhor visitarmos os Andersons, por mais que eu possa tirar um dia de folga preciso avisar meu chefe que meu trailer queimou. Fora que, eu odeio vestidos então tava querendo arranjar um par de tênis e uma muda de roupa que me deixe confortável.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime19/9/2023, 16:14

Grigoria parecia te olhar cada vez mais curiosa à medida que a conversa fluía e as suas dúvidas eram sanadas. Os olhos dela não desviavam de você e ela até mesmo espelhava algumas de suas expressões, rindo quando você ria e fechando o rosto quando você sentia a falta do impacto imediato que Viktoria havia deixado.

- Sociável? Bom, nesse ponto você não está muito sozinha. A vida de um Garou antes da primeira transformação é sempre difícil pois seu corpo ainda não está pronto para receber os dons de nossa criadora. Por isso muitos de nós, para não dizer todos, têm comportamentos que são considerados… anormais para os padrões humanos.

Novamente fazendo uma pausa, a mulher tirava os olhos de você para olhar na direção da Labrys antes de continuar a falar.

- Para muitos, a matilha é a primeira relação de família ou amigos que temos na vida. Uma matilha, mais do que apenas um grupo de lobos que anda por aí juntos, é uma unidade viva das forças de Gaia e estão intrinsecamente ligados pelo espírito dela. Portanto, quando chegar a hora da sua escolha, o faça com cuidado.

Apesar da tristeza escancarada no começo da fala, Grigoria terminava de falar com um sorriso confiante no rosto. Após falar, ela ouvia sua ideia e balançava a cabeça concordando. Assim ela rapidamente batia as mãos nas pernas antes de se levantar para colocar as mãos na lombar e se alongar.

- Muito bem, eu também precisava ir até eles para ver como estão. Eles tendem a diminuir os problemas pelo telefone. Ah e sobre suas roupas, bom, elas rasgaram na sua transformação. Essa roupa é especial, ela aguenta a transformação e você também consegue usá-la na penumbra. Caso você queira, Viktoria tem um pequeno guarda roupas no quarto dela com roupas antigas, algumas minhas também estão lá. Só não espere roupas engomadas. Assim que você estiver pronta, vá lá para fora que estarei te esperando.

Rindo da última parte da fala, Grigoria andava até a pia para depositar os pratos usados e terminava de falar.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime20/9/2023, 10:42

Era com curiosidade que observava as reações quase miméticas de Grigoria, ainda assim era com atenção que ouvia suas palavras, afinal o termo e concepção de “família” me eram estranhos demais para entender completamente a ideia de encontrar uma.

“Uma matilha... Isso é mais ou menos do que uma família? Ainda assim eu seria capaz de ficar a vontade em uma?”

Me apoiando na pia da cozinha, era com interesse que via o olhar triste de Grigoria para o labrys ali exposto, o peso daquela grandiosa arma ainda era sentido por minhas mãos e imaginar a responsabilidade que havia assumido de devolve-la me fazia suspirar.

– Diminuir as coisas pelo telefone parece mesmo coisa da senhora Anderson. É quem diria que virar uma pilha de músculos e pelos iria destruir minha melhor calça.

Comentava rindo da própria piada ruim, afinal eu odiava vestidos e usa-los apenas fazia com que eu me sentisse uma criança novamente.

– Eu só quero uma calça e um tênis, de resto o que vier é lucro. Eu vou aproveitar e tomar um banho, eu não aguento mais esse cheiro de fumaça.

Comentava ao puxar uma mecha de meu cabelo e cheirar para ter certeza de como estava minha situação, dando espaço para que Grigoria chegasse na pia, eu olhava para a porta do quarto de Viktória antes de respirar e ir tentar a sorte com as roupas e um banho.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime1/10/2023, 21:23

Grigoria não apenas ria da sua piada como também concordava com a cabeça, lembrando das roupas que já rasgou durante suas transformações.

- Não se preocupe, você se acostuma. No começo é mais difícil, então recomendo comprar roupas a mais em brechó, mas sempre podemos encontrar alguém para transformar algumas mudas em fetiche, para evitar que elas explodam.

Ela falava enquanto levava os pratos até a pia e assim que terminava de falar ela começava a lavar os pratos.

- Por enquanto você pode ficar usando as roupas da Viktoria, tenho certeza que deve ter uma calça por aí. E tem um banheiro no fundo do quarto dela, a porta fica no lado da cama, só acho que você não vai encontrar um sabonete, mas pelo menos dá para tirar o grosso.

Ouvindo a resposta dela, você voltava ao quarto e via o guarda roupa de um lado da cama enquanto que a porta do banheiro ficava do outro lado. Indo até o guarda roupa, você encontrava uma boa quantidade de roupas em cabides, duas gavetas socadas com mais roupas.

Após pegar o que precisava, você ia até o banheiro e encontrava um banheiro simples, mas bem aconchegante. Como Grigoria havia falado, não tinham nenhum sabonete ou shampoo, mas pelo menos tinha um par de toalhas limpas.

Banheiro:

Sem demorar muito, você rapidamente entrava na banheira e ligava o chuveiro que tinha apenas água fria, porém ela era o suficiente para tirar uma camada preta de fumaça que havia grudado no seu corpo. Tomando o banho no seu tempo e tranquilamente, ali você teve o primeiro momento de paz sozinha desde que havia acordado no dia anterior.

Assim que saia do banho e voltava para a sala, seus olhos notavam que o machado não estava mais encostado no sofá e Grigoria agora esperava do lado de fora da casa, mas dentro do carro dela.

Ao sair da casa, a grega notava sua presença e sorria ao te ver saindo. Ela então prontamente ligava o carro e falava:

- Conseguiu tirar o cheiro? Na volta nós podemos passar para comprar algumas coisas para você, tipo sabonete, uma escova de dentes, esse tipo de coisa…
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime3/10/2023, 18:12

A risada de Grigoria me fazia relaxar, afinal parecia que roupa era um problema compartilhado com qualquer garou, ainda assim eu concordava com um breve aceno antes seguir para o quarto.

Adentrar no quarto de outra pessoa sempre me deixara tensa, mas ali era a ausência da antiga dona que me fazia respirar fundo, afinal Viktória já não estava mais entre nós para reclamar de alguma coisa.

Com cuidado eu andava até o guarda roupa, ali era com calma que procurava por uma calça limpa e camiseta que me coubessem, assim como o primeiro par de sapatos que poderia usar sem maiores problemas.

“Mesmo que ela não possa reclamar mais, não é certo não cuidar das coisas dela.”

Tomando o cuidado de ainda garantir um conjunto de roupas intimas limpas, era com calma que ia pro banheiro, e ali um riso simples escapava ao perceber que não havia nem sabonete ou shampoo.

– Ela devia odiar o perfume dessas coisas... Faz sentido!

Tomando uma ducha fria e rápida, eu me esforçava para tirar o excesso de fuligem de minha pele, muito embora o cheiro de queimado não me abandonasse pela falta de sabão, o simples limpar das cinzas já me deixava mais aliviada do que poderia imaginar.

Me secando com cuidado eu demorava para desembaraçar o cabelo para enfim enrola-lo e me vestir com as roupas escolhidas anteriormente.

Roupa usada:

Já fora do quarto a primeira ausência a ser notada era o Labrys de Vicktoria, vendo que Grigoria estava do lado de fora da casa, eu me apressava em sair para rir com a pergunta que me era feita.

– Não, só parece que eu to mais fedida do que antes. Mas é melhor do que não ter tomado banho. Seria legal eu acho, de qualquer forma minha carteira ficou na mochila e eu tenho uma poupança que da pro gasto.

Comentava ao entrar no carro e colocar o cinto de segurança.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime9/10/2023, 23:17

Observando-a entrar no carro. Grigoria esperava que você se acomodasse para ligar o carro que fazia motor velho ao ser ligado. A grega então esperava um pouco, olhava na sua direção e em seguida na direção da casa antes de voltar a falar.

- Sei que você tem algum dinheiro guardado, mas não precisa gastar agora. Eu vou te ajudar por enquanto, até você conseguir se reerguer financeiramente. Além disso, você também pode ficar na casa de Viktoria. Essa casa não é propriamente dela e ela também não está mais aqui para reclamar, então, até a tribo decidir o que fazer com a propriedade, não vejo motivos para você não ficar aqui.

Grigoria já havia se mostrado ser uma mulher generosa e com um grande senso de comunidade, mas ali ela falava sobre um problema que ainda estava sem solução: o seu próximo teto, afinal, sem os trailers você se via novamente sem uma casa para chamar de sua.

Enquanto aguardava sua resposta, a mulher não perdia mais tempo para colocar o carro em movimento. Saindo por uma trilha estreita e feita de terra cavada na grama, provavelmente de tantas vezes que o carro havia ido e vindo por aquele mesmo caminho, você podia ter mais uma vez a visão da propriedade ao redor da casa.

Além da cerca viva formada de árvores e arbustos que protegia a casa e formava uma clareira, ao redor dela você conseguia ver um campo amplo do capim alto que a região do outback australiano oferecia. Aquela vista se estendia por muitas centenas de metros, pois a cerca que delimita a propriedade nem sequer aparecia no horizonte de sua vista.

De carro a saída de vocês era mais lenta do que na forma lupina, mas não demorava mais do que 5 minutos para você se encontrarem em uma estrada de asfalto e confirmar pelo portão da propriedade que aquela era realmente uma chácara ou sítio.

Com o carro andando em uma velocidade razoável na rua bem feita, Grigoria tomava a liberdade de ligar o som do carro e colocar em uma rádio, porém em uma altura baixa, que ainda possibilitava a conversação.

- Korina… - ela começava com cautela - imagino que pode ser cedo para falar sobre isso e eu também não quero ser invasiva, então não se sinta pressionada para tocar nesse assunto agora. Mas não consigo parar de pensar na mulher que causou todo o incêndio… Layla, correto?

Após mencionar o nome de sua irmã de criação, Grigoria fazia uma pausa, como se esperasse a sua aprovação para continuar a falar.

- Sei que você deve estar se sentindo culpada pelos danos que Layla causou, mas você tem que entender que aquela não era mais a mesma pessoa que você conhecia. A mente dela estava completamente corrompida e dominada por aquele maldito que você enfrentou com a Viktoria. - ela explicava enquanto alternativa entre você e a estrada - A especialidade deles é se aproveitar de pessoas com fortes sentimentos negativos e distorcê-los para causar o maior dano possível a todos ao redor dela. Layla pode ter sido uma pessoa desagradável de conviver, mas muito dificilmente ela seria uma assassina ou piromaníaca. O verdadeiro culpado disso é o maldito que se aproveitou do sofrimento dela.

Novamente fazendo uma pausa, a mulher agora focava na estrada à frente enquanto continuava a falar.

- Ela não foi a primeira e nem vai ser a última a ser corrompida por essas aberrações e é justamente por conta deles que nós estamos aqui.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime11/10/2023, 20:21

Tomando meu próprio tempo para me acomodar no carro, era com calma que me recostava sobre a janela para observar a paisagem, a falta de cercas delimitadores e o extenso campo me deixavam claro que a região era muito maior do que poderia presumir na noite passada.

Voltando os olhos para Grigoria com um sorriso aliviado sobre permanecer na casa eu simplesmente concordava com um aceno positivo, afinal o peso de ter que encontrar outro lugar para morar de forma abrupta começava a se instalar nos meus pensamentos e isso era perturbador.

– Obrigada, eu nem sei o que falar... Eu prometo que vou cuidar da casa e deixar as coisas em ordem, é o mínimo que posso fazer pra retribuir pela ajuda.

Comentava antes de respirar aliviada e voltar meus olhos para a estrada, estar em um sitio me dava um bom indicativo que não estávamos tão perto do centro urbano, algo que estranhamente me deixava aliviada.

“A casa é da tribo... O quão influentes elas são?”

Diante do assunto delicado que Grigoria introduzia eu tomava meu próprio tempo para ponderar, afinal a Layla que eu conhecerá minha vida toda não era um monstro de galhos e chamas, ela era humana ou pelo menos fora durante grande parte da vida.

– É um pouco difícil de pensar nela sem algum tipo de ressentimento, sempre teve muita coisa envolvida e talvez eu também não tenha sido a melhor irmã do mundo... Mas ela não era aquele monstro, ela não tinha como ser aquilo.

Comentava ao cruzar as pernas em cima do banco e olhar pela janela, as simples lembranças do rosto de Layla em meio a madeira queimada me faziam estremecer, ainda assim eu respirava fundo enquanto dizia.

– Eu só não quero que pessoas como os Andersons sofram porque eu estou por perto, sei bem que a culpa não é minha, mas a sensação só não quer ir embora e eu tenho que lidar com isso da melhor maneira que posso. Quando eu sai da vida da Layla e do pai dela eu só queria deixar tudo pra tras, eu não posso me dar esse luxo agora e sinceramente, eles não merecem mais esse esforço.
[/i]


Última edição por Jess em 25/10/2023, 22:29, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime22/10/2023, 22:28

Ouvindo-a com atenção, Grigoria apenas balançava a cabeça positivamente quando você falava mas não te interrompia. Somente após você explicar a história que ela abria a boca para falar entre a passada de marchas.

- Ninguém gostaria de ver outras pessoas sofrendo, principalmente quando o causador do sofrimento é próximo de nós, mas é como você mesma falou, ela não era aquele monstro.

Apesar dela mesmo ter começado a falar sobre aquele assunto, a grega parecia claramente cautelosa nas palavras que escolhia e não tinha pressa nenhuma em falar.

- Não vou entrar no mérito do que aconteceu entre você e sua família, mas esse é um problema muito maior e que qualquer pessoa poderia ter sido usado para causar uma situação desse tipo, até mesmo um Garou. Nossa principal missão neste mundo é combater essas e outras criaturas que lavaram o mundo a entrar nessa espiral de sofrimento, ódio e destruição. Então não deixe que esse sentimento te consuma, porque você não é a culpada. Em vez disso, uso-o como combustível para evitar outras situações dessa.

Ao terminar de falar, Grigoria tirava os olhos da rua para olhar na sua direção e sorrir empaticamente para tentar te animar e tirar aquele sentimento negativo de tí. O esforço de Grigoria para te ajudar era notável desde a primeira interação e ela não parecia mudar.

- Agora falando sobre os Andersen, tenha certeza de uma coisa: aquela família é muito mais resiliente do que você pode imaginar, então não vamos aparecer por lá com uma cara triste, até porque eles não vão precisar de nossa empatia, mas sim de nossa força.

Depois de falar aquilo, não demorava muito para que a paisagem começasse a ficar familiar e para você se situar de onde estava. Já entrando no quarteirão onde ficava o acampamento, o cheiro da fumaça começava a ficar cada vez mais intenso, até que vocês chegaram até o local e encontraram um grande grupo de pessoas entrando e saindo do local.

Estacionando o carro em uma das várias vagas de estacionamento livres, você via pessoas passando com roupas, caixas e outros objetos queimados para jogar em uma caçamba de ferro enorme. Após estacionar o carro, a grega desligava o motor e voltava para o banco de trás para pegar uma mochila. Dali a mulher então tirava duas máscaras simples com respiradores e um par de luvas para cada uma de vocês.

- Vamos precisar caso a gente fique muito tempo aqui.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime25/10/2023, 23:01

Cruzando as pernas em cima do banco, era com atenção que ouvia as palavras de Grigoria, havia empatia e um esforço genuíno da grega mais velha em me ajudar, e isso de certa forma me deixava feliz.

– Combustivel... Certo, acho que posso fazer isso.

Comentava enquanto me recostava de forma confortável na porta do carro, me apoiando na janela eu respirava fundo enquanto sentia brisa da estrada, ainda assim me mantinha atenta as palavras de Grigoria em sinal de respeito.

“É quase como se fossemos guardiões dos humanos... Mas quem guardará os guardiões?”

Rindo com as palavras de Grigoria sobre os Andersen eu concordava com um breve aceno, afinal deveria ter muito trabalho a ser feito e diversas pessoas estariam lá para ajudar.

O tempo na estrada me fez respirar fundo e expulsar os pensamentos ruins de minha mente, Layla estava morte e só me restava uma escolha, continuar a minha vida, principalmente agora quando havia descoberto a natureza mítica de meu sangue.

Era o cheiro de fumaça e o reconhecimento da região que me faziam fechar o cenho, o fogo havia feito seu trabalho e agora só nos restava fazer o nosso, assim quando o carro finalmente era estacionado meus olhos se voltavam para a mascara e as luvas, uma segurança que seria necessário para qualquer ajuda naquele mar de destruição.

– Você está certa, ninguém quer se queimar ou vomitar o café da manhã por conta de fumaça no pulmão.

Comentava ao pegar a mascará e coloca-la no rosto, amarrando o cabelo em um coque improvisado eu finalmente colocar o par de luvas para então descer do carro e esperar por Grigoria.

“Tem muito trabalho a ser feito, então não acho que a gente vá ficar pouco tempo.”
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime30/10/2023, 21:50

- Verdade, eu gostaria de manter meu café da manhã dentro de mim, mas o problema é maior do que isso para nós. Bom, digamos que ser meio lobo tem suas vantagens que às vezes são desvantagens. Mesmo tendo controle total sobre as formas, é comum alguns sentidos ficarem mais aguçados e bagunçados após a transformação e principalmente após a primeira.

Após ouvir a explicação de Grigoria e depois de ter colocado as máscaras e as luvas, vocês começaram a se afastar do carro e andar na direção do antigo acampamento, que agora exalava um forte cheiro de queimado.

Se aproximando do local e passando pelo portal da entrada, vocês viram um cenário que retratava diferentes níveis de destruição. De um lado a destruição era completa com alguns poucos trailers ainda com a estrutura básica de pé; no meio a destruição era parcial, com alguns trailers queimados por inteiro, outros apenas chamuscados e alguns poucos com apenas algumas manchas que pareciam ter sido provocadas pela fumaça do que pelo fogo em si; e por fim um dos lados, o que ficava mais próximo da entrada, ainda estava bem preservado e pouquíssimos trailers tinham sido afetados.

Você sabia que o fogo tinha se iniciado no seu trailer, portanto a parte de trás e da direita do acampamento iriam ser as mais afetadas. Além disso, o vento também ajudou bastante empurrando as chamas para o lado que elas já estavam, evitando que se propagasse para a parte que ficou menos danificada, e evitando que algo pior acontecesse.

- Bom, pelo menos os danos foram menores do que eu esperava. Por outro lado, parece que o fogo se propagou para o parque que ficava no fim do acampamento.

As palavras de Grigoria chamavam sua atenção e te fazia olhar na direção do parque. Você se lembrava de acordar sempre com uma bela vista da vegetação que cercava um lago que ficava no fim do parque e próximo do seu trailer. Essa parte do parque era separada do acampamento por uma grade, mas agora a grade estava quase derretida e uma grande faixa de árvores tinham virado carvão.

Ainda olhando ao redor, você via que várias pessoas estavam saindo com seus pertences, ou o que sobrou deles, enquanto outras trabalhavam em conjunto para limpar e ajudar os demais a recuperar os objetos de valor dos trailers queimados. Foi então que em um desses grupos de pessoas você e Grigoria avistaram Ivy de pé ao lado de uma mesa e organizando garrafas d’água para serem distribuídas enquanto o Sr. Anderson estava sentado, com um pano no rosto e visivelmente cansado.

- Ivy e o Sr. Anderson estão ali e pelo visto ele está bem, mas Kathy parece estar em outro lugar. Vamos ver se eles precisam de ajuda com algo e ver se está tudo bem. Além disso você ainda pode pegar logo suas coisas com a Ivy.

Depois de falar, a grega então se voltava na sua direção e esperava pela sua resposta antes de tomar a direção da mesa.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime2/11/2023, 22:52

Diante da explicação de Grigoria eu tomava o cuidado de fixar bem a máscara, afinal estávamos em um campo de fumaça e o cheiro de queimado deveria ser pungente demais para o meu olfato.

“Bom saber disso, nem quero saber como vai ser trabalhar com o pessoal que toma banho de perfume.

Seguindo com Grigoria para dentro do acampamento eu observava com atenção a destruição do lugar, ali a impressão de que as coisas poderiam ter sido muito pior se fazia presente, mas de certa maneira ainda havia o pesar da culpa por de forma indireta ter sido a causa do incêndio.

– Vai levar anos pra vegetação crescer de novo, e talvez nunca volte ao que era antes.

Comentava ao suspirar diante da vista que até algumas horas atras estava intocada, balançando a cabeça eu respirava fundo ao tentar afastar meus sentimentos conflitantes, afinal eu precisava ajudar no que pudesse e não me ressentir por coisas que não podia ter controlado.

Voltando os olhos na direção que Grigoria comentava eu concordava com um breve aceno, afinal tínhamos trabalho para fazer e qualquer ajuda naquele momento seria de extrema utilidade.

– Certo, acho que daqui a pouco a Kathy acha a gente, então vamos tentar ser uteis.

Comentava ao apressar meu passo na direção da mesa e acenar para Ivy.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime4/11/2023, 14:16

Andando na direção do Sr. Anderson e sua filha Ivy, você via que o homem estava sentado com o cotovelo apoiado na mesa e com os olhos fechados, mas que não parecia estar dormindo. O homem de idade avançada, cobria a boca com um lenço para se proteger da fumaça, que ainda estava em grande quantidade, enquanto a filha dele estava de pé com uma máscara simples no rosto e olhando para um mapa sob a mesma mesa.

- Sr. Anderson, Ivy. Como estão? – Falava a grega anunciando a aproximação de vocês.

Assim que Ivy ouvia a voz de Grigoria, a jovem garota avançava para abraçar a mulher enquanto o senhor de idade se levantava para estender a mão na direção dele.

- Agora está tudo sob controle, graças a Deus. - As palavras do senhor eram carregadas, porém ele falava com um meio sorriso no rosto. – Felizmente não tivemos nenhuma fatalidade, apenas alguns feridos, mas que já estão sendo tratados. E obrigado novamente pela ajuda, se não fossem os voluntários, acho que teríamos perdido mais trailers.

O homem terminava de falar com um aceno de cabeça onde praticamente se curvava, como se estivesse realmente agradecendo a Grigoria. A mulher, no entanto, balançava a cabeça e olhava para Ivy que ainda estava agarrada nela.

- Não precisa agradecer, é o mínimo que poderia fazer depois de tudo que fizeram por mim. E quanto a você, pequena, soube que você ajudou muito à sua mãe.

A fala de Grigoria terminava com um toque no topo da cabeça da garota, que finalmente se afastava para enxugar os olhos marejados e responder a grega.

- Eu só fiz o que ela mandou... – Ela então fazia uma pausa e olhava para você – Korina!

Quase que com os olhos arregalados, a garota avançava na sua direção para te abraçar tão forte quanto havia feito com a grega ao seu lado.

- Grigoria tinha falado que você tinha desmaiado por conta da fumaça e precisou te levar para o hospital. Fiquei preocupada que estivesse muito mal.

A fala de Ivy era acompanhada de um sútil piscar de olho de Grigoria. A grega fazia questão de piscar com o olho que o Sr. Anderson não conseguia ver e que apenas você iria notar.
Legenda:
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime4/11/2023, 15:13

O claro cansaço do Senhor Anderson era a primeira coisa que meus olhos notavam, era um sinal de que ele não havia corrido da luta contra o fogo, porém vendo-o inteiro eu sentia um certo alivio tomar minha consciência, já que o fogo havia começado em meu trailer.

Deixando que Grigoria se apresentasse primeiro, eu sorria por de baixo da mascara ao ver que Ivy a esmagava com um abraço apertado e o agradecimento de Anderson a grega mais velha.

“Eles são quase que a família dela aqui... Fico feliz que ela tenha encontrado pessoas boas.”

Olhando em volta com atenção, era com interesse que tentava ver o que ainda precisava ser feito, além é claro de recolher os entulhos e limpar o local, assim eu era pega desprevenida pelo abraço forte de Ivy, ouvindo suas palavras e observando o pequeno piscar de esgueira de Grigoria eu concordava com um breve aceno antes de responder o abraço de Ivy e dizer.

– Eu to bem, não se preocupe. Eu só não posso mais brincar de encher meus pulmões de fumaça que eu não levo mais nenhum puxão de orelha dos médicos.

Comentava ao olhar para Grigoria e o senhor Anderson com certa confiança, afinal eu conhecia bem os efeitos da fumaça para saber que desmaiar num incêndio era algo comum para pessoas despreparadas.

– Ivy porque você não me mostra onde o pessoal tá precisando de ajuda com os entulhos? Eu vim ajudar também, e assim a Grigoria e seu pai conversam um pouco, a gente leva umas garrafas de água, deve ter gente querendo também.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime4/11/2023, 18:24

Ouvindo sua resposta, Ivy abria um sorriso em saber que você estava bem e até mesmo ria quando você falava em tomar puxões de orelha.

- Ainda bem, quando soube que você tinha ido para o hospital logo pensei que algo muito ruim tinha acontecido e me senti muito culpada por não ter vindo com vocês na hora que vimos a fumaça.

As palavras de Ivy provocavam um leve sorriso no rosto carregado de rugas do pai dela, mas que não falava nada e apenas observava a conversa de vocês. Somente quando você voltava a falar e dava a ideia de ajudar a distribuir água é que ele e Grigoria voltavam a falar.

- É uma ótima ideia. Seu irmão já voltou do mercado e tenho certeza de que mandei ele comprar água para a gente distribuir. Ele deve ter colocado na geladeira da administração. Além disso, suas coisas também estão lá, Korina. Kathy deixou lá para que a gente não perdesse.

Depois que o Sr. Anderson falava, Ivy acenava positivamente com a cabeça e fazia um sinal para que você acompanhasse a garota. Vocês então caminhavam durando um breve momento até chegarem no que era uma pequena construção quadrada que você reconhecia como a administração. Você já reconhecia o local pois tinha sido ali que você tinha conhecido o Sr. Anderson e assinado o contrato, mas agora, ao entrar, o ambiente estava vazio e apenas mochilas e coisas estavam amontoadas.

Rapidamente Ivy ia até uma das portas laterais que era uma copa e de la ela saia carregando dois fardos de água que estavam gelando. Depois de organizar duas mochilas cheias de garrafas, Ivy lhe entregava suas coisas que haviam ficado com ela e vocês saiam para entregar as águas.

Após 30 minutos e algumas idas e vindas da administração para abastecer as garrafas, vocês se encontravam voltando até a mesa onde tinha encontrado Sr. Anderson e Ivy, mas dessa vez para ver o pai da garota conversando calorosamente com 3 homens muito bem-vestidos e que claramente não estavam ali para ajudar. Ao ver a cena, Ivy imediatamente apertava o passo e acelerava aproximação e logo vocês conseguiam ouvir o que estava sendo dito.

- Acho que já está na hora do senhor começar a reconsiderar a nossa oferta, enquanto ainda estamos sendo generosos. – Dizia o homem de cabelos grisalhos e que estava no meio dos três.

- Generosos... Ora, vocês podem ir ser generosos em outro canto. Já falei que não vou aceitar oferta nenhuma. Independente das condições que eu esteja!

- Tem certeza disso? Olhe ao redor, você praticamente perdeu todo seu “acampamento”. Porque não aceita logo a nossa oferta e vai ter uma vida tranquila em outro canto?

A conversa entre eles ficava cada vez mais acalorada quando o homem de cabelos grisalhos se aproximava ainda mais do Sr. Anderson e apontava o dedo no rosto do homem. Porém, Ivy claramente não iria deixar aquilo acontecer.

- Ei! Sai fora, seu escroto! Quem você pensa que é para apontar o dedo na cara do meu pai?

Ao notar a aproximação de vocês duas, os homens olhavam na direção de vocês e as analisavam de cima a baixo, como se procurassem por alguma coisa, porém, eles pareciam não encontrar e ignoravam a fala de Ivy.

- Essa é nossa última oferta, Sr. Anderson. Se você recusar, não vamos ser tão amigáveis na nossa próxima visita...
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime4/11/2023, 19:06

– Ah não foi nada demais, o mais preocupante foi a puxada de orelha mesmo, de resto eu fiz besteira em não tampar o rosto direito. Acontece, por sorte a Grigoria me achou antes que alguma coisa acontecesse.

Voltando os olhos para os mais velhos ali eu concordava com um breve aceno sobre o que deveríamos fazer, afinal logo ficaria insurportavelmente quente e água gelada faria bem a todos.

– Ah obrigada, eu fiquei preocupada com a minha mochila, mas eu sei que deixei ela em boas mãos.

Comentava ao cutucar de leve Ivy em uma forma de brincadeira, acenando em uma breve despedida eu seguia com a garota até a administração do acampamento.

O ambiente antes limpo e organizado agora havia mudado drasticamente, mas era balançando a cabeça que eu afastava os maus pensamentos e me concentrava no que devia ser feito, pegando minha mochila eu verificava a bateria o celular antes de ajudar Ivy a organizar as águas a serem distribuídas.

“Meu chefe pode esperar um pouco, agora é adiantar o serviço aqui e pensar no que fazer depois!”

Era com calma que ajudava Ivy a andar pelo acampamento distribuindo água a todos os voluntários, as idas e vindas pelos trailers me faziam evitar os pensamentos sobre os acontecimentos da noite anterior, por fim era ao lado de Ivy que retornava até a mesa que havia encontrado o senhor Anderson.

A curiosidade da conversa foi sobrepujada pela impaciência de Ivy, não tendo tempo de reação o suficiente para segurar a garota, eu andava ao seu lado enquanto as palavras se tornavam menos amigáveis e mais agressivas, inquieta com os olhares dos homens eu tirava o celular do bolso para gravar aquela cena enquanto fala em bom tom.

– Acho melhor vocês se retirarem, caso contrário eu chamo a polícia!

Olhando em volta eu procurava pela figura de Grigoria, afinal a grega era policial.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime9/11/2023, 16:33

Após distribuir as águas, você e Ivy caminhavam de volta para o local de onde haviam saído e acabavam se deparando com uma situação nada legal que envolvia o Sr. Anderson e três desconhecidos. Antes mesmo de chegar perto, vocês conseguiam sentir que a discussão estava mais do que acalorada e que os três homens estavam quase atacando o pai de Ivy que tentava argumentar, mas que estava contra a parede, ou melhor, contra o banco da mesa.

Ivy era a primeira a intervir, seguido por você que sacava o celular e prontamente começava a filmar tudo que estava acontecendo, porém, aquela ação parecia não intimidar os indivíduos que faziam pouco caso. Ivy não parecia ser o tipo de pessoa agressiva, mas dessa vez a garota não se controlava e, depois de ser ignorada, ela se colocava entre o pai e os homens para empurrar um dos homens que estava mais próximo do senhor de idade avançada.

- Já mandei vocês irem embora daqui! Ninguém vai aceitar nada de vocês!

Ouvindo a resposta intensa da garota, um dos homens, o mais jovem deles, dava um passo para frente para agarrar o pulso de Ivy enquanto um dos homens tentava conter o comparsa.

- Escuta aqui garota, nós já estamos de saco cheio de vocês. É melhor você aceitarem essa oferta e darem o fora. Esta ouvindo!?

Enquanto o homem falava uma voz ríspida e segurando com força o punho de Ivy, fazendo a garota segurar um grito de dor, um dos outros dois homens ia na sua direção para bloquear a filmagem com a mão, mas sem encostar em você. Esse homem que ia na sua direção não tinha um semblante agressivo, mas sim preocupado, e talvez por isso ele não tenha feito nenhuma manobra agressiva contra você, porém o mesmo não poderia ser dito de Grigoria que aparecia por trás do trio.

- Hey, asshole!

Chegando sem muita diplomacia, a Garou vinha por trás do homem que segurava o braço de Ivy e dava um chute na parte de trás do joelho e fazendo-o cair sob os joelhos. Não parando por aí, a grega então aplicava um segundo golpe com a coronha da arma bem na testa do indivíduo e derrubando-o de vez com um corte no supercilio.

Assim que ela fazia aqueles movimentos, o homem que estava tentando te bloquear dava dois passos para trás enquanto o terceiro tentava ajudar o comparsa caído a se levantar. Enquanto isso, de uma certa distância, e na direção que a Grega tinha vindo, Kathy observava todo o desenrolar da cena.

- Não sei qual o proposito de vocês aqui, mas claramente não estão aqui para ajudar com o incêndio, não é? Então recomendo irem embora antes que mais alguém se machuque... - Apontando a arma de fogo na direção do homem ferido, a mulher enxotava os indivíduos do local que saíam com o rabo entre as pernas e tentando conter o ferimento na cabeça.

A cena toda havia chamado bastante atenção de todos que estavam ali presentes, mas ninguém parecia ter percebido a discussão até Grigoria aparecer e apontar uma arma para um deles. Ainda assim, após a saída deles ninguém se intrometia e Kathy enfim se aproximava.

- Meu deus, o que está acontecendo? Vocês estão bem?

Imediatamente a mulher ia na direção da filha e do marido para lhes prestar ajuda enquanto Grigoria olhava na sua direção, também curiosa para saber o que tinha acontecido.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime10/11/2023, 22:50

Era o medo de perder o controle que me fazia gravar a situação, afinal eu não queria virar uma maquina de matar na frente do senhor Anderson e Ivy, ou no meio de pessoas que não tinham nada a ver com minha natureza sobrenatural.

Rangendo os dentes diante do tom agressivo que o homem mais novo assumia quando Ivy os empurrava, eu mais do que prontamente tomava o cuidado para que o homem que vinha na minha direção não tampasse completamente a cena, afinal aquela era minha prova do que estava acontecendo.

“Quem diabos são esses malakás!”

Colocando a mão livre para frente em uma clara tentativa de proteger o celular contra o homem, eu dava um passo para atras tentando ganhar espaço para continuar a gravar, isso até a intervenção certeira de Grigoria, abrindo espaço entre a cena e o homem eu me mantinha calma enquanto via Kath finalmente chegar.

Correndo para ajudar Ivy a se levantar, eu permanecia em silencio até ser questionada por Kathy e Grigoria, interrompendo a gravação eu entregava o celular para a grega mais velha enquanto respondia.

– Quando chegamos aqui, esses cuzões estavam coagindo o Senhor Anderson a aceitar alguma proposta. A Ivy tentou impedir e eu achei mais prudente criar provas contra eles.

Comentava com calma enquanto esperava pelas reações das mulheres a minha volta, afinal o modo que Grigoria havia acabado com a situação havia chamado a atenção suficiente de todos no acampamento.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime19/11/2023, 23:59

Mesmo após a saída dos três homens desconhecidos, o clima ainda estava bem pesado no círculo de vocês e fora dele. Curiosos olhavam com atenção, curiosidade e medo quando viam que alguém tinha uma arma. Felizmente o medo não parecia ser o maior dos problemas, pois quando Grigoria guardava a arma e se virava para ajudar Ivy e o Sr. Anderson, as pessoas ao redor pareciam entender que ela estava ali para ajudar.

Ivy por sua vez era a mais afetada dos envolvidos. A garota mostrava um claro sinal de pânico quando sua respiração se descontrolava e ela perdia o equilíbrio, praticamente caindo no banco e sendo ajudada pelo pai e pela mãe.

- Respire minha filha. Eles já foram embora, está tudo bem.

Kathy era a primeira a se aproximar da filha para tentar ajuda-la e como sempre ela não parecia abalada, ou pelo menos não demonstrava estar, com a situação. Era fácil entender que a matriarca era o elo forte daquela família e talvez por isso ela e Grigoria tinham essa relação tão próxima. O Sr. Anderson já era um caso mais diferente. Ele também apoiava a filha, mas mostrava uma expressão de cansaço e quase dor no rosto, como se lutasse com algum ferimento, mesmo que você não tenha visto nenhuma agressão direta ao homem de idade avançada. Por fim, a resoluta garou seguia os passos de Kathy para ajudar Ivy e passava o braço por cima dos ombros dela, abraçando-a de lado, para assim dividir a atenção entre a garota mais jovem e você.

- Coagindo? Quem são eles? Eles estão cobrando alguma dívida ou algo do tipo?

Grigoria franzia a testa ao ouvir sua explicação e após ver o vídeo que você tinha gravado. Apesar de não ter capturado a ação dos indivíduos desde o começo, as imagens que você tinha gravado eram o suficiente para visualizar a coação que estava acontecendo.

- Não... – respondia o senhor, que balançava a cabeça negativamente. – Não é a primeira vez que eles vieram aqui. Eles representam uma empreiteira e estão tentando comprar o acampamento e todo o bloco. Parece que eles já conseguiram comprar alguns estabelecimentos e estão fazendo pressão nos demais para concluir as vendas...

Ao ouvir a resposta do homem, os olhos de Grigoria se cerravam e uma intensidade você sentia uma intensidade palpável vindo da mulher. Era como se ela tivesse virado uma chave dentro de si e uma energia de raiva começasse a emanar da mulher. Enquanto isso, ao lado dela, Kathy tirava os olhos da filha, que já estava bem melhor e respirando corretamente, para indagar o marido.

- Então foram eles que fizeram aquela proposta no começo do ano? – ela perguntava e o marido acenava positivamente. – São eles que estão fechando o comercio ao redor? – novamente ela indagava e o homem balançava a cabeça com pesar.

Vendo as respostas não verbais do marido, a mulher soltava um suspiro pesado e também balançava a cabeça negativamente, como se estivesse decepcionada, porém era Grigoria que falava.

- Sr. Anderson, você lembra o nome da empresa que eles representam?

Após a pergunta da grega, o homem parava e se concentrava para lembrar o nome da empresa. Ele fechava os olhos e parecia realmente ter dificuldades de lembrar.

- Não sei exatamente. Acho que é BSD. Fui atrás de informações sobre eles e descobri que são um fundo de investimento. Fiquei curioso para saber quem eles eram depois que me encontrei com o conselho do bairro e descobri que praticamente todos desse bloco receberam uma proposta. Eles estão tentando tomar o bloco inteiro e construir algo grande na região, mas ninguém sabe o que é.

Mais uma vez os olhos da grega se cerravam e emanavam mais raiva do que antes. Dessa vez era ela que balançava a cabeça negativamente antes de esbravejar.

- Malditos ratos! É assim que eles agem... desgraçados...

Grigoria tinha se mostrado uma mulher muito calma e lógica até então, portanto a explosão dela pegava a todos de surpresa e fazia a mulher se desculpar das palavras que tinha cuspido.

- Kathy, Antony, antes de tomarem qualquer decisão sobre essa oferta, deixe-me investigar essa empresa certo? Sei que em uma situação dessas qualquer valor é algo que não se pode negar, mas só me deem um tempo.

Após a explosão de sentimentos, a grega parecia voltar ao normal e falava com sua voz tranquilizadora e que parecia surtir algum efeito.

- Não se preocupe, minha querida. Não temos intenção de aceitar essa oferta. Isso aqui é nosso sonho, nossa vida e não vamos abrir mão.

A resposta de Kathy fazia Grigoria sorrir pela primeira vez depois de puxar a arma de fogo e após ouvir a resposta da mulher, a grega então voltava os olhos na sua direção antes de responder a matriarca.

- Sei que não e não se preocupem, vou descobrir quem são esses caras. – ela reafirmava antes de se levantar. – E caso eles voltem, não deixem de me ligar. Se possível peguem as placas dos carros deles, assim posso tentar rastrear eles.

Falando como uma verdadeira policial, Grigoria conseguia um aceno positivo dos pais de Ivy para terminar de falar.

- Bom, acho que vamos indo então, temos algumas coisas ainda para resolver e vamos tentar descobrir mais informações. Ah, e vou levar essa aqui comigo por enquanto. Consegui um lugar para ela ficar enquanto conseguimos um novo trailer para ela.

Finalizando o diálogo, Grigoria começava a se despedir da família Anderson, abraçando cada um deles e dando um beijo na testa de Ivy, para em seguida deixar que você se despedisse deles antes de começar a tomar o rumo.
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MensagemAssunto: Re: 1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli   1º Arco: Ato IV da Narrativa de Korina Mitrouli I_icon_minitime

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